Estudo da anatomia do seio esfenoidal através da dissecção endoscópica em cadáveres

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo Filho, Bernardo Cunha
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-10072008-160428/
Resumo: Introdução: O seio esfenoidal apresenta relações anatômicas extremamente importantes com estruturas neurovasculares. Estas podem apresentar diversas variações, tornando as suas relações com seio esfenoidal bastante complexas e potencialmente associadas a graves lesões durante sua abordagem. Objetivo: O objetivo deste estudo prospectivo foi descrever, através da dissecção endoscópica em cadáveres, os detalhes das variações anatômicas do SE, avaliando a concordância entre os lados e as diferenças dessas variações entre o gênero e a cor da pele. Casuística e Métodos: Quarenta e cinco cadáveres (90 fossas nasais) de ambos os sexos com idade no óbito entre 30 e 83 anos foram submetidos à dissecção endoscópica meticulosa do seio esfenoidal. A distância da parede anterior do SE à espinha nasal anterior; a localização e o formato do óstio do SE, o grau de pneumatização do SE, a presença de células de Onodi, a dominância entre os lados, a inserção de septo interssinusal e de cristas, a presença de proeminências e/ou deiscências da artéria carótida interna, do nervo óptico, do nervo maxilar e do nervo vidiano, assim como a presença de recessos óptico-carotídeo, pterigóide e lateral foram descritos. As prevalências foram comparadas entre o gênero e diferentes cor da pele. Também foi analisada a simetria entre os lados direito e esquerdo. Resultados: O óstio estava localizado medialmente à inserção póstero-inferior da concha superior em 85,6% das fossas nasais estudadas e em 50% apresentava-se com formato arredondado. A distância média do óstio do seio esfenoidal à espinha nasal anterior foi de 68 mm (+- 4,6mm) para ambos os lados. Não havia dominância dos lados direito ou esquerdo em 21 (46,7%) dos cadáveres. Em 17 cadáveres (37,8%) o seio esquerdo se apresentou mais pneumatizado e em 7 (15,6%), o seio esfenoidal direito apresentou dominância em relação ao esquerdo. O tipo selar foi o mais prevalente (53%) seguido do pré-selar (38%). O recesso mais prevalente foi o pterigóide (47,8%). As cristas estivaram presentes em 22,7% dos lados. O septo intersinusal se inseriu no trajeto da artéria carótida interna e do nervo óptico, respectivamente, em 16,7% e 2,2%. A artéria carótida interna esteve proeminente em 48,9% e deiscente em 31,1% das fossas estudadas. O nervo óptico estava proeminente e deiscente em 35,6% e 8,9%, respectivamente. O nervo vidiano foi a estrutura com proeminência mais prevalente (50%). O nervo maxilar esteve deiscente em 5,6% dos lados estudados. Uma célula de Onodi esteve presente em 23 (25,6%) dos lados dissecados. A análise da simetria mostrou concordância perfeita com relação ao grau de pneumatização e se apresentou bastante variável de acordo com a estrutura estudada. Cadáveres do sexo feminino apresentaram de forma estatisticamente significante maior prevalência de deiscência de carótida interna (p=0,002) e do nervo maxilar (p=0,02), assim como proeminência do nervo óptico (p < 0,001). Conclusão: Os dados demonstram a complexa anatomia interna do seio esfenoidal, e o conhecimento desta anatomia é de grande importância para evitar as potenciais complicações cirúrgicas nesta região.
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spelling Estudo da anatomia do seio esfenoidal através da dissecção endoscópica em cadáveresStudy of the anatomy of the sphenoid sinus using endoscopic cadaver dissectionArtéria carótida internaCadaverCadáverDissecação/métodosDissection/methodsEndoscopia/métodosEndoscopy/methodsInternal carotid arteryNervo ópticoOptic nerveSeio esfenoidal/anatomia & histologiaSela túrcica/cirurgiaSella turcica/surgerySphenoid sinus/anatomy and histologyIntrodução: O seio esfenoidal apresenta relações anatômicas extremamente importantes com estruturas neurovasculares. Estas podem apresentar diversas variações, tornando as suas relações com seio esfenoidal bastante complexas e potencialmente associadas a graves lesões durante sua abordagem. Objetivo: O objetivo deste estudo prospectivo foi descrever, através da dissecção endoscópica em cadáveres, os detalhes das variações anatômicas do SE, avaliando a concordância entre os lados e as diferenças dessas variações entre o gênero e a cor da pele. Casuística e Métodos: Quarenta e cinco cadáveres (90 fossas nasais) de ambos os sexos com idade no óbito entre 30 e 83 anos foram submetidos à dissecção endoscópica meticulosa do seio esfenoidal. A distância da parede anterior do SE à espinha nasal anterior; a localização e o formato do óstio do SE, o grau de pneumatização do SE, a presença de células de Onodi, a dominância entre os lados, a inserção de septo interssinusal e de cristas, a presença de proeminências e/ou deiscências da artéria carótida interna, do nervo óptico, do nervo maxilar e do nervo vidiano, assim como a presença de recessos óptico-carotídeo, pterigóide e lateral foram descritos. As prevalências foram comparadas entre o gênero e diferentes cor da pele. Também foi analisada a simetria entre os lados direito e esquerdo. Resultados: O óstio estava localizado medialmente à inserção póstero-inferior da concha superior em 85,6% das fossas nasais estudadas e em 50% apresentava-se com formato arredondado. A distância média do óstio do seio esfenoidal à espinha nasal anterior foi de 68 mm (+- 4,6mm) para ambos os lados. Não havia dominância dos lados direito ou esquerdo em 21 (46,7%) dos cadáveres. Em 17 cadáveres (37,8%) o seio esquerdo se apresentou mais pneumatizado e em 7 (15,6%), o seio esfenoidal direito apresentou dominância em relação ao esquerdo. O tipo selar foi o mais prevalente (53%) seguido do pré-selar (38%). O recesso mais prevalente foi o pterigóide (47,8%). As cristas estivaram presentes em 22,7% dos lados. O septo intersinusal se inseriu no trajeto da artéria carótida interna e do nervo óptico, respectivamente, em 16,7% e 2,2%. A artéria carótida interna esteve proeminente em 48,9% e deiscente em 31,1% das fossas estudadas. O nervo óptico estava proeminente e deiscente em 35,6% e 8,9%, respectivamente. O nervo vidiano foi a estrutura com proeminência mais prevalente (50%). O nervo maxilar esteve deiscente em 5,6% dos lados estudados. Uma célula de Onodi esteve presente em 23 (25,6%) dos lados dissecados. A análise da simetria mostrou concordância perfeita com relação ao grau de pneumatização e se apresentou bastante variável de acordo com a estrutura estudada. Cadáveres do sexo feminino apresentaram de forma estatisticamente significante maior prevalência de deiscência de carótida interna (p=0,002) e do nervo maxilar (p=0,02), assim como proeminência do nervo óptico (p < 0,001). Conclusão: Os dados demonstram a complexa anatomia interna do seio esfenoidal, e o conhecimento desta anatomia é de grande importância para evitar as potenciais complicações cirúrgicas nesta região.Introduction: There are extremely important anatomic relationships between the sphenoid sinus (SS) and neurovascular structures. These structures may have several anatomic variations, which makes their relationship with the sphenoid sinus complex and carries risks of severe injuries during surgery. Objective: This prospective study used endoscopic cadaver dissection to describe details of SS anatomic variations and to evaluate agreement between sides and differences between sexes and ethnic groups. Casuistic and Methods: Fourty-five cadavers (90 nasal fossae) of both sexes ageing between 30 and 83 years underwent careful dissection of the sphenoid sinus. Distance from the SS anterior wall to the anterior nasal spine, the position and shape of the SS, the degree of SS pneumatization, the presence of Onodi cells, the dominance between sides, the insertion of the intersinus septum and crests, the presence of dehiscence and protrusions of the internal carotid artery (ICA), optic nerve (ON), maxillary and vidian nerves, and the presence of optic-carotid, pterygoid and lateral recesses were described. Data were analyzed according to sex, skin color and symmetry between nasal fossae of each cadaver. Results: Ostia were located medially to the posteroinferior insertion of the superior turbinate in 85.6% of the nasal fossae, and were circular in 50% of the cases. The mean distance from the ostium to the anterior nasal spine was 68 mm (+- 4.6 mm) for both sides. No dominance of right or left side was found in 21 (46.7%) of the cadavers. In 17 cadavers (37.8%), the left sinus was more pneumatized, and in 7 (15.6%), the right sphenoid sinus showed dominance over the left sinus. The sellar type was the most prevalent (53%), followed by the presellar type (38%). Pterygoid recesses were the most prevalent (47.8%). Crests were found in 22.7% of the sides. The intersinus septum was inserted on the course of the internal carotid artery and optic nerve in 16.7% and 2.2 % of the cases. ICA protrusions were found in 48.9% of the cases, and dehiscence in 31.1% of the fossae under study. Dehiscence and protrusion of the ON were found in 35.6% and 8.9% of the cases. The vidian nerve was the structure with the most prevalent protrusion (50%). Dehiscence over the maxillary nerve was found in 5.6% of the sides. Onodi cells were found in 23 (25.6%) of the dissected sides. The analysis of symmetry revealed perfect agreement of the degree of pneumatization and was greatly variable depending on the structure analyzed. Female cadavers had a statistically greater prevalence of dehiscence over the internal carotid artery (p = 0.002) and over the maxillary nerve (p = 0.02), as well as greater prevalence of optic nerve protrusion (p < 0.001). Conclusion: Our data showed that the SS internal anatomy is complex, and its knowledge is essential during surgical approaches to the sphenoid sinus.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVoegels, Richard LouisAraújo Filho, Bernardo Cunha2008-04-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-10072008-160428/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:56Zoai:teses.usp.br:tde-10072008-160428Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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