Contribuição ao estudo da sub-irrigação por tubos porosos de Stauch nas culturas de cenoura (Daucus carota, L.), alface (Lactuca sativa, L.) e ervilha (Pisum sotivum, L.)

• Autor(a) principal: Demattê, João Batista Ioriatti
• Data de Publicação: 1972
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144704/
• topic: ALFACE; CENOURA; ERVILHA; IRRIGAÇÃO; TUBOS POROSOS

O presente trabalho versa sobre o sistema de sub-irrigação por tubos porosos de Stauch, sobre condições de disponibilidade da água do solo às plantas, aplicados aos casos particulares das culturas de cenoura, alface e ervilha, no que se refere à variáveis de produção e alguns dados biométricos; versa, também, sobre condições de eficiência e operação deste sistema, quando comparado ao de aspersão e sobre os efeitos conjugados destes sistemas de irrigação com os níveis de umidade disponível no solo. Os estudos conduzidos sobre os componentes do sistema de sub-irrigação de Stauch (tubos porosos, luvas de conexão e tubos de alimentação ) evidenciaram que, em sua fabricação, foram empregados, em cada unidade, 1,940Kg da mistura de areias com granulometrias de 0,002m – 0,003m e 0,480kg de cimento para os tubos porosos; 0,510kg de areia com granulometria de 0,003m e 0,170kg de cimento para as luvas de conexão; 9,840Kg de areia com granulometria do 0,003m e 3,280kg de cimento para os tubos de alimentação. Na instalação de uma sub-parcela com sub-irrigação (17,36m2) empregaram-se 19,75 homens/hora, e os seguintes materiais: 77,60kg da mistura de areias com granulometria de 0,002m – 0,003, 97,50kg de areia com granulometria de 0,003m e 51,91 kg de cimento. O teste previa, efetuado no local do experimento, evidenciou que as linhas ele tubos poroso devem ser colocadas à profundidade de 0,30m e distantes, uma da outra, em cerca de 0,80m. Determinações efetuadas em laboratório mostram que a vazão media do tubo poroso é de 139.750cm3h, quando submetido à carga hidráulica de 0,30m, aproximadamente igual àquela utilizada no experimento. Ainda, em laboratório, comprovou-se que a porosidade total média do tubo poroso é de 19,30%. Em teste efetuado no campo, todos os componentes se mostraram suficientemente resistentes à compactação do solo por máquina agrícola a tração motora; a adaptação das luvas nas depressões no fundo das valetas e a colocação, em locais separados, das camadas de solo superficiais das mais profundas, mostraram-se oportunas modificações introduzidas no método. A variedade empregada de cenoura foi a “Nantes Strong Top” I. nº 2.840, a de alface, a “White Boston” I. nº 2.896 e a de ervilha a “Perfectah” I. nº 1.670. O experimento constou de um ensaio de vegetação no campo, em parcelas sub-divididas, delineadas em blocos ao acaso. Nas parcelas, os tratamentos foram três e se distribuíram, quanto aos níveis mínimos de umidade do solo em 20, 35 e 50 por cento do intervalo de água disponível; nas sub-parcelas, os tratamentos foram dois e consistiram no fornecimento da água, por sub-irrigação e por aspersão respectivamente. As investigações se procederam durante os anos de 1970 e 1971 em solo classificado e mapeado pela COMISSÃO DE SOLOS (1960) como Podzólico Vermelho Amarelo Orto e o pertencente a unidade de mapeamento “unidade Monte Alegre” do levantamento detalhado executado por ROTTA et al. (1969). Os resultados obtidos com os sistemas de irrigação e os níveis de umidade do solo, sobre as variáveis estudadas, proporcionaram conclusões, devem ser consideradas dentro das limitações advindas das condições e métodos em que foi desenvolvido o experimento. Verificou-se que o sistema de sub-irrigação mostrou inferior ao de aspersão para as variáveis de produção estudadas das culturas de cenoura (peso total e peso médio das raízes comercializáveis e não comercializáveis), de alface (peso total e peso médio da parte aérea) e superior para as de ervilha (peso total de vagens e grãos). Os efeitos dos dois sistemas de irrigação, quando relacionados aos tratamentos de umidade do solo foram semelhantes para as variáveis estudadas exceto para o peso médio das raízes não comercializáveis de cenoura, e peso total de vagens e grãos de ervilha. Na cultura de cenoura, o sistema de aspersão, aliado ao tratamento 20 produziu melhores resultados para peso total e peso médio das raízes não comercializáveis e quando associado a todos os tratamentos de umidade, produziu melhores resultados para peso total e médio das raízes comercializáveis; na cultura de alface, tal sistema, aliado aos tratamentos 20 e 35 produziu melhores resultados para peso total e peso médio da parte aérea respectivamente e na cultura da ervilha, o sistema de sub-irrigação aliado a todos os níveis de umidade do solo produziu melhores resultados para peso total de vargens e grãos. Com relação aos dados biométricos, da cultura da cenoura, observou-se que o sistema de sub-irrigação foi inferior ao de aspersão, e que este, quando associado ao tratamento 20 deu melhores resultados para peso total e peso médio das folhas, peso médio, diâmetro médio no topo e no meio de dez raízes o quando associado a todos os tratamentos de umidade produziu melhores resultados para um número de raízes comercializáveis e não comercializáveis, comprimento médio de dez raízes de altura da parte aérea de uma planta media. Os efeitos dos dois sistemas de irrigação foram semelhantes quando associados aos tratamentos de unidade de solo, para número de raízes comercializáveis e não comercializáveis, diâmetro médio no meio de dez raízes e altura da parte aérea de uma planta média; houve diferença de efeito para peso total e peso médio das folhas, peso, comprimento médio e diâmetro médio no topo de dez raízes. Com referência aos dados biométricos da cultura da alface, observou-se que o sistema de sub-irrigação foi inferior ao de aspersão para algumas variáveis e que este último, quando associado ao tratamento 20 produziu melhores resultados para diâmetro médio em cinco plantas nos 3/5 finais do período do transplante à colheita e para à altura média em cinco plantas no período inteiro; os dois sistemas de irrigação não apresentaram resultados diferentes estatisticamente; quando associados aos tratamentos de umidade do solo, para diâmetro médio em cinco plantas no período, número e porcentagem de plantas comercializáveis, peso total e peso médio das raízes. Os efeitos dos dois sistemas de irrigação, quando comparados aos tratamentos de umidade do solo foram semelhantes para as variáveis estudadas. O sistema de sub-irrigação associado a todos os tratamentos de umidade do solo, foi superior ao de aspersão, para o número de vagens, peso médio das vagens, largura de uma vagem média, número de grãos por canteiro, media de grãos por vagem, peso médio de grãos e altura da haste mais longa no início da floração; os dois sistemas de irrigação, associados aos tratamentos de unidade de solo não apresentaram resultados estatísticamente diferentes para peso médio das vagens, comprimento de uma vagem média, altura da haste mais longa no início da colheita e no final da colheita. Os efeitos dos dois sistemas, quando relacionados aos níveis de umidade do solo foram semelhantes para as variáveis estudadas, exceto para número de vagens, e peso médio de grãos. Em relação ao sistema de sub-irrigação neste trabalho abordado, para estudos futuros, sugere-se que se dê ênfase à parte econômica comparativa entre o mesmo e outros sistemas de irrigação, à instalação e funcionamento em outros tipos de solos e com outras culturas.