Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maruta, Celso Akio
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-24072007-082404/
Resumo: Foram utilizados neste experimento quatro garrotes Jersey (J) e quatro Gir (G), providos de cânula ruminal. Dois meses antes da indução da acidose láctica ruminal (ALR), os animais foram alimentados com dieta padronizada a base de feno e concentrado. A ALR foi induzida experimentalmente por meio da administração de sacarose intraruminal, correspondente ao peso metabólico corrigido, segundo técnica descrita por ORTOLANI (l995). Colheitas de sangue, suco de rúmen, urina, fezes e exames clínicos foram realizados nos seguintes momentos após a indução: zero, 14, 16, 18, 20, 22 e 24 horas. O pH e as concentrações de ácido láctico total, D e L e de seus sais foram determinados em todos os materiais biológicos colhidos. No sangue foram avaliados o hematócrito, os exames gasométricos e a concentração de creatinina; esta última substância também foi determinada na urina. Após a última colheita, todo o conteúdo ruminal foi completamente retirado para a determinaçãodo seu volume. Os bovinos de ambas as raças apresentaram marcante e idêntica acidose ruminal, não ocorrendo diferença no pH e na concentração de ácido láctico total, L e D no suco de rúmen. A acidose metabólica sistêmica foi moderada em ambas as raças, porém esta foi mais intensa nos bovinos J, confirmada pelas menores concentrações médias de bicarbonato e TCO2 (P < 0,00001) e pelo menor pH sangüíneo, (p < 0,025). Os garrotes J absorveram maiores quantidades de ácido láctico total e do isômero D; este último apresentou correlação negativa com o pH sangüíneo nesta raça (r = -O,78). Os garrotes G apresentaram maior capacidade homeostática de manutenção de pH sangüíneo no final da indução, provavelmente pela maior metabolização do lactato-L. Entretanto, os mesmos animais tiveram maior grau de desidratação, evidenciado pelas maiores porcentagens de hematócrito e de déficit de volume plasmático (p < 0,00001). Nessa raça ocorreu uma menor filtração glomerular, demonstrada pela maior concentração sérica de creatinina (p < 0,00001), menor depuração deste catabólito (p < 0,003) e menor volume urinário estimado (p < 0,05). Não ocorreram diferenças significativas no pH fecal entre as raças estudadas. Houve correlação negativa entre a concentração de lactato total fecal e o correspondente pH (r = - 0,65).
id USP_4b11ba94dfc5654ff710f4e5bc8b4022
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-24072007-082404
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacaroseStudies on the susceptibility of Jersey (Bos taurus) and Gir (Bos indicus) steers to rumen lactic acidosis induced experimentally with sucroseAcidoseAcidose lácticaAcidosisBovinosBreedCattleLactic acidosisRaças e predisposição a doençaSusceptibilityForam utilizados neste experimento quatro garrotes Jersey (J) e quatro Gir (G), providos de cânula ruminal. Dois meses antes da indução da acidose láctica ruminal (ALR), os animais foram alimentados com dieta padronizada a base de feno e concentrado. A ALR foi induzida experimentalmente por meio da administração de sacarose intraruminal, correspondente ao peso metabólico corrigido, segundo técnica descrita por ORTOLANI (l995). Colheitas de sangue, suco de rúmen, urina, fezes e exames clínicos foram realizados nos seguintes momentos após a indução: zero, 14, 16, 18, 20, 22 e 24 horas. O pH e as concentrações de ácido láctico total, D e L e de seus sais foram determinados em todos os materiais biológicos colhidos. No sangue foram avaliados o hematócrito, os exames gasométricos e a concentração de creatinina; esta última substância também foi determinada na urina. Após a última colheita, todo o conteúdo ruminal foi completamente retirado para a determinaçãodo seu volume. Os bovinos de ambas as raças apresentaram marcante e idêntica acidose ruminal, não ocorrendo diferença no pH e na concentração de ácido láctico total, L e D no suco de rúmen. A acidose metabólica sistêmica foi moderada em ambas as raças, porém esta foi mais intensa nos bovinos J, confirmada pelas menores concentrações médias de bicarbonato e TCO2 (P < 0,00001) e pelo menor pH sangüíneo, (p < 0,025). Os garrotes J absorveram maiores quantidades de ácido láctico total e do isômero D; este último apresentou correlação negativa com o pH sangüíneo nesta raça (r = -O,78). Os garrotes G apresentaram maior capacidade homeostática de manutenção de pH sangüíneo no final da indução, provavelmente pela maior metabolização do lactato-L. Entretanto, os mesmos animais tiveram maior grau de desidratação, evidenciado pelas maiores porcentagens de hematócrito e de déficit de volume plasmático (p < 0,00001). Nessa raça ocorreu uma menor filtração glomerular, demonstrada pela maior concentração sérica de creatinina (p < 0,00001), menor depuração deste catabólito (p < 0,003) e menor volume urinário estimado (p < 0,05). Não ocorreram diferenças significativas no pH fecal entre as raças estudadas. Houve correlação negativa entre a concentração de lactato total fecal e o correspondente pH (r = - 0,65).Four Jersey (J) and four Gir (G) rumen-cannulated steers were used. The steers were fed, for two months before the beginning of the rumen lactic acidosis (RLA) induction, a standard diet of hay and concentrates. The RLA was induced experimentally through the administration of sucrose into the rumen, according to the corrected metabolic weight, after ORTOLANI (1995). Blood, rumen fluid, urine, and fecal samples were collected and clinical examination carried out in the following times after the induction: zero, 14, 16, 18, 20, 22 and 24 hours. The pH, the total lactic acid and its L and D isomers were determined in all samples. The hematocrit, acid-base variables and the creatinine concentration were determined in the blood samples; creatinine was also determined in the urine samples. All the rumen content was evacuated in order to evaluate its volume at the 24th h. A intense rumen acidosis was reached; no differences in the rumen fluid pH and in the concentration of the total lactic acid and its isomers were found in both studied breeds. A moderate level of systemic metabolic acidosis was reached in both breeds, but lower overall mean of bicarbonate and TCO2 (p < 0.0001) as well as blood pH (p < 0.025) were found in the J steers. These steers absorbed higher amounts of total lactic and its D isomer than the G animals; the higher the blood D-lactate concentration, the lower the blood pH (r = - O.78) in the former breed. Better blood pH homeostasis were kept, at the end of induction, by the G steers, probably by their higher efficiency to metabolize L-lactate. However, the G steers exhibited a higher level of dehydration as seen by the greater hematocrit and plasma volume deficit (p < 0.00001). They also presented a lower glomerular filtration as evidenced by the higher creatinine serum levels (p < 0.00001), its lower urinary clearance (p < 0.003) and the lower estimated urinary volume (p < 0.05). There were no differences in the fecal pH values presented by both breeds. There was a negative correlation between the fecal total lactate concentration and the fecal pH (r = - 0.65).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOrtolani, Enrico LippiMaruta, Celso Akio2000-06-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-24072007-082404/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:54Zoai:teses.usp.br:tde-24072007-082404Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
Studies on the susceptibility of Jersey (Bos taurus) and Gir (Bos indicus) steers to rumen lactic acidosis induced experimentally with sucrose
title Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
spellingShingle Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
Maruta, Celso Akio
Acidose
Acidose láctica
Acidosis
Bovinos
Breed
Cattle
Lactic acidosis
Raças e predisposição a doença
Susceptibility
title_short Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
title_full Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
title_fullStr Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
title_full_unstemmed Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
title_sort Comparação da susceptibilidade de bovinos das raças Jersey e Gir à acidose láctica ruminal, induzida experimentalmente com sacarose
author Maruta, Celso Akio
author_facet Maruta, Celso Akio
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ortolani, Enrico Lippi
dc.contributor.author.fl_str_mv Maruta, Celso Akio
dc.subject.por.fl_str_mv Acidose
Acidose láctica
Acidosis
Bovinos
Breed
Cattle
Lactic acidosis
Raças e predisposição a doença
Susceptibility
topic Acidose
Acidose láctica
Acidosis
Bovinos
Breed
Cattle
Lactic acidosis
Raças e predisposição a doença
Susceptibility
description Foram utilizados neste experimento quatro garrotes Jersey (J) e quatro Gir (G), providos de cânula ruminal. Dois meses antes da indução da acidose láctica ruminal (ALR), os animais foram alimentados com dieta padronizada a base de feno e concentrado. A ALR foi induzida experimentalmente por meio da administração de sacarose intraruminal, correspondente ao peso metabólico corrigido, segundo técnica descrita por ORTOLANI (l995). Colheitas de sangue, suco de rúmen, urina, fezes e exames clínicos foram realizados nos seguintes momentos após a indução: zero, 14, 16, 18, 20, 22 e 24 horas. O pH e as concentrações de ácido láctico total, D e L e de seus sais foram determinados em todos os materiais biológicos colhidos. No sangue foram avaliados o hematócrito, os exames gasométricos e a concentração de creatinina; esta última substância também foi determinada na urina. Após a última colheita, todo o conteúdo ruminal foi completamente retirado para a determinaçãodo seu volume. Os bovinos de ambas as raças apresentaram marcante e idêntica acidose ruminal, não ocorrendo diferença no pH e na concentração de ácido láctico total, L e D no suco de rúmen. A acidose metabólica sistêmica foi moderada em ambas as raças, porém esta foi mais intensa nos bovinos J, confirmada pelas menores concentrações médias de bicarbonato e TCO2 (P < 0,00001) e pelo menor pH sangüíneo, (p < 0,025). Os garrotes J absorveram maiores quantidades de ácido láctico total e do isômero D; este último apresentou correlação negativa com o pH sangüíneo nesta raça (r = -O,78). Os garrotes G apresentaram maior capacidade homeostática de manutenção de pH sangüíneo no final da indução, provavelmente pela maior metabolização do lactato-L. Entretanto, os mesmos animais tiveram maior grau de desidratação, evidenciado pelas maiores porcentagens de hematócrito e de déficit de volume plasmático (p < 0,00001). Nessa raça ocorreu uma menor filtração glomerular, demonstrada pela maior concentração sérica de creatinina (p < 0,00001), menor depuração deste catabólito (p < 0,003) e menor volume urinário estimado (p < 0,05). Não ocorreram diferenças significativas no pH fecal entre as raças estudadas. Houve correlação negativa entre a concentração de lactato total fecal e o correspondente pH (r = - 0,65).
publishDate 2000
dc.date.none.fl_str_mv 2000-06-06
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-24072007-082404/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-24072007-082404/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809091044294262784