Perfil inflamatório e caracterização de células peritoneais em modelo de pancreatite aguda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Serra, Mariana Barreto
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5165/tde-09122021-135614/
Resumo: A pancreatite aguda (PA) é uma condição inflamatória do pâncreas mais comumente causada por cálculos biliares ou uso excessivo de álcool; na maioria dos pacientes, a doença tem um curso leve ou moderado, mas em situações mais graves, onde há necrose de tecido pancreático, a taxa de mortalidade pode atingir índices alarmantes. A lavagem peritoneal contínua (LPC) é uma abordagem para tratar pancreatite aguda necrotizante (grave), pois remove toxinas e reduz distúrbios metabólicos graves, mas ainda são desconhecidos seus efeitos sobre a pancreatite aguda leve e sobre o conteúdo de células peritoneais durante a PA leve e grave, uma vez que a inflamação é um fator importante na progressão da doença. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da lavagem peritoneal na dinâmica de células peritoneais durante a pancreatite aguda leve e grave em camundongos. Para isso, utilizamos camundongos C57Bl/6 (n=6-10/grupo) tanto para a indução da PA leve por um modelo de estimulação da secreção pancreática com doses supramáximas de ceruleína (100 g/Kg) quanto para o modelo de PA grave por injeção de ácido taurocólico (2,5%) intraducto pancreático. Após 4 horas de PA leve e 1h de PA grave, parte dos animais passaram pela LPC de 30 min., e foi feita a caracterização das células presentes no líquido obtido do procedimento utilizando a técnica de imunofenotipagem e citometria de fluxo. Após 12 horas da indução da PA nos dois modelos, foi realizada uma nova caracterização celular no lavado peritoneal e dosagens de citocinas inflamatórias no lavado e no soro e amilase no soro. Verificamos que nas primeiras 12 horas de PA leve não há alteração no conteúdo de células peritoneais quando comparado a um animal sem pancreatite, mas houve mudança no fenótipo dos macrófagos dos animais lavados, tal como maior produção de citocinas inflamatórias e IL-4. A concentração de amilase no soro estava reduzida nesses animais. No modelo de PA grave, durante a lavagem, já na primeira hora de PA, havia diferença na proporção e fenótipo de macrófagos da cavidade peritoneal (PerC). Após 12 horas verificou-se redução de macrófagos nos animais lavados, tal como de citocinas inflamatórias. A lavagem peritoneal reduziu a concentração de amilase no soro desses animais e proporcionou uma sobrevida de 100% nos animais com PA grave que passaram pelo procedimento. Assim, a lavagem peritoneal pode ser uma alternativa muito útil no manejo da PA em estágios mais graves, quando já é possível notar alterações na composição celular da PerC
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A lavagem peritoneal contínua (LPC) é uma abordagem para tratar pancreatite aguda necrotizante (grave), pois remove toxinas e reduz distúrbios metabólicos graves, mas ainda são desconhecidos seus efeitos sobre a pancreatite aguda leve e sobre o conteúdo de células peritoneais durante a PA leve e grave, uma vez que a inflamação é um fator importante na progressão da doença. Desse modo, o objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da lavagem peritoneal na dinâmica de células peritoneais durante a pancreatite aguda leve e grave em camundongos. Para isso, utilizamos camundongos C57Bl/6 (n=6-10/grupo) tanto para a indução da PA leve por um modelo de estimulação da secreção pancreática com doses supramáximas de ceruleína (100 g/Kg) quanto para o modelo de PA grave por injeção de ácido taurocólico (2,5%) intraducto pancreático. Após 4 horas de PA leve e 1h de PA grave, parte dos animais passaram pela LPC de 30 min., e foi feita a caracterização das células presentes no líquido obtido do procedimento utilizando a técnica de imunofenotipagem e citometria de fluxo. Após 12 horas da indução da PA nos dois modelos, foi realizada uma nova caracterização celular no lavado peritoneal e dosagens de citocinas inflamatórias no lavado e no soro e amilase no soro. Verificamos que nas primeiras 12 horas de PA leve não há alteração no conteúdo de células peritoneais quando comparado a um animal sem pancreatite, mas houve mudança no fenótipo dos macrófagos dos animais lavados, tal como maior produção de citocinas inflamatórias e IL-4. A concentração de amilase no soro estava reduzida nesses animais. No modelo de PA grave, durante a lavagem, já na primeira hora de PA, havia diferença na proporção e fenótipo de macrófagos da cavidade peritoneal (PerC). 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Continuous peritoneal lavage (CPL) is an approach to treating acute necrotizing (severe) pancreatitis as it removes toxins and reduces severe metabolic disturbances, but its effects on mild acute pancreatitis and on peritoneal cell content during mild and severe AP are still unknown. Thus, the aim of this work was to evaluate the effects of peritoneal lavage on the dynamics of peritoneal cells during mild and severe acute pancreatitis in mice. For this, we used C57Bl/6 mice (n=6- 10/group) for both protocols; mild AP induction by a model of stimulation of pancreatic secretion with supramaximal doses of cerulein (100 g/Kg) and for the severe AP model by injection of taurocholic acid (2.5%) into the pancreatic duct. After 4 hours of mild AP and 1h of severe AP, part of the animals underwent a 30-min CPL, and the characterization of cells present in the liquid obtained from the procedure was performed using the technique of immunophenotyping and flow cytometry. After 12 hours of AP induction in both models, a new cellular characterization was performed in the peritoneal lavage, such as measurement of inflammatory cytokines in the lavage and in the serum and amylase in the serum. We found that in the first 12 hours of mild AP there is no change in the content of peritoneal cells when compared to an animal without pancreatitis, but there was a change in the phenotype macrophages, such as increased production of inflammatory cytokines and IL-4. However, the serum amylase concentration was reduced in these animals. In the severe PA model, during CPL, within the first hour of AP, there was a difference in the proportion and phenotype of peritoneal cavity (PerC) macrophages. After 12 hours there was a reduction of macrophages in the CPL animals, as well as of inflammatory cytokines. Continuous peritoneal lavage reduced the concentration of amylase in the serum of these animals and provided 100% survival in animals with severe AP that underwent the procedure. Thus, peritoneal lavage can be a very useful alternative in the management of AP in more severe stages, when it is already possible to notice changes in the cellular composition of PerCBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Heraldo Possolo deSerra, Mariana Barreto2021-09-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5165/tde-09122021-135614/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-12-14T15:35:02Zoai:teses.usp.br:tde-09122021-135614Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-12-14T15:35:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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