Prenúncios de uma revolução: feminino, masculino e sociedade em O número dos vivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Yasmin Serafim da
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-09062015-132219/
Resumo: O segundo livro publicado por Hélia Correia, O número dos vivos, em 1982, faz uma crítica aos modelos sociais da sociedade portuguesa da década de 40 do século XX. Essa crítica é alcançada no romance através do uso de estratégias narrativas como a ironia e a paródia, responsáveis por desencadear questionamentos no leitor. O romance tem como modelo a ser parodiado o cânone da literatura realista principalmente, Madame Bovary, de Gustave Flaubert, e O primo Basílio, de Eça de Queirós. Como resultado, há concomitantemente uma crítica aos ideais defendidos pelo realismo e à opressão sofrida pelas mulheres sob o sistema patriarcal português. A ironia, por sua vez, surge em conjunto com o modelo de masculinidade criado na segunda metade do século XIX e perpetuado até meados dos anos 50 do século seguinte. A análise das personagens masculinas parte da relação entre essa imagem do homem e as bases da sociedade portuguesa para criticar as instituições fundamentais para a manutenção da ditadura salazarista: Família, Igreja e Estado. Como forma de libertação dessa situação opressora, no romance, são encontrados prenúncios de uma transformação que estaria próxima e que traria uma nova configuração para a sociedade portuguesa, na qual seriam revistos os papéis das mulheres e dos homens na sociedade, além da redemocratização do país.
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