Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1999 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11052022-130502/ |
Resumo: | Essa é uma proposta de Reestruturação do ambiente da orla fluvial da Metrópole de São Paulo que apresenta idéias de projeto para integração, urbanística, entre os rios e o desenho da cidade. A idéia essencial desse projeto é a de uma cidade desenhada pelas águas dos canais e lagos dos rios. A pintura de Benedito Calixto, de 1892, Inundação da Várzea do Carmo, mostra um largo espelho dágua, no pé da colina histórica da cidade, que é o rio Tamanduateí ocupando seu leito maior. Esse desenho de observação dos lagos, dos aterrados que ligavam as duas margens, do mercado, do porto e de um arvoredo beira-rio surge a cidade imaginada: porto e parque fluvial. Aterrados, barragens, diques, eclusas e canais navegáveis constróem essa geografia inventada. Uma Amsterdã na Várzea do Carmo. Uma Holanda projetada ao longo da orla fluvial da bacia do Alto Tietê. Idéias opostas prevaleceram. Em apenas cem anos, durante o processo acelerado e descontrolado de industrialização e expansão urbana, os leitos maiores dos rios foram aterrados e ocupados pela cidade. Os argumentos sanitaristas e hidráulicos fundamentaram o verdadeiro objetivo que era lotear e vender as várzeas. O imenso logradouro público, espaço ideal para o Parque Linear Metropolitano foi privatizado e os rios canalizados desprezando-se a navegação fluvial. A metrópole construída pela especulação imobiliária e a precariedade da infra-estrutura urbana transformaram os rios da cidade em canais de esgoto, confinados entre avenidas que têm o caráter de rodovias urbanas. Esse conceito de canalização de rios e construção de avenidas de fundo de vale, iniciado com a proposta de um Plano de Avenidas, apresentada em 1930 por Prestes Maia, se espalho e está impregnada, ainda hoje, nas administrações públicas, agora com a justificativa, contraditória, de controle das enchentes e circulação de automóveis. Idéias de um urbanísmo rodoviário contrário aos ideais de um urbanismo humanista, preocupado com a qualidade da estrutura ambiental urbana. Para esse urbanismo rodoviarista, pedestres e ciclistas não existem; metrô, parques e áreas verdes, equipamentos sociais e habitação social não são prioritários. Três idéias orientam o desenho proposto para reestruturar a orla fluvial: portos, parques e habitação. Cidade-Porto fluvial: sistema hidroviário da Grande São Paulo; Cidade-Parque fluvial: parques beira-rio densamente arborizados; Bulevar-habitacional fluvial: avenidas densamente arborizadas com largos conjuntos de edifícios de apartamentos, implantados ao longo da orla, com calçadas cobertas, comércio e serviços no térreo; e pontes-estação, porto, estação de metrô e praça de equipamentos sociais, modulando a orla com pontes de equipamentos públicos e torres de escritórios. Cidade das várzeas, Cidade-Parque/Porto Fluvial imaginada a partir de uma idéia de cidade desenhada, estruturada, pelo contorno dos espelhos dágua da rede de lagos e canais navegáveis dos rios da bacia Alto Tietê na Grande São Paulo. |
id |
USP_4b3fabacf4fbb7fbb0c03f707129a800 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-11052022-130502 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São PauloNot availableInfraestrutura urbanaNavegação fluvial (São Paulo)Not availableRiosEssa é uma proposta de Reestruturação do ambiente da orla fluvial da Metrópole de São Paulo que apresenta idéias de projeto para integração, urbanística, entre os rios e o desenho da cidade. A idéia essencial desse projeto é a de uma cidade desenhada pelas águas dos canais e lagos dos rios. A pintura de Benedito Calixto, de 1892, Inundação da Várzea do Carmo, mostra um largo espelho dágua, no pé da colina histórica da cidade, que é o rio Tamanduateí ocupando seu leito maior. Esse desenho de observação dos lagos, dos aterrados que ligavam as duas margens, do mercado, do porto e de um arvoredo beira-rio surge a cidade imaginada: porto e parque fluvial. Aterrados, barragens, diques, eclusas e canais navegáveis constróem essa geografia inventada. Uma Amsterdã na Várzea do Carmo. Uma Holanda projetada ao longo da orla fluvial da bacia do Alto Tietê. Idéias opostas prevaleceram. Em apenas cem anos, durante o processo acelerado e descontrolado de industrialização e expansão urbana, os leitos maiores dos rios foram aterrados e ocupados pela cidade. Os argumentos sanitaristas e hidráulicos fundamentaram o verdadeiro objetivo que era lotear e vender as várzeas. O imenso logradouro público, espaço ideal para o Parque Linear Metropolitano foi privatizado e os rios canalizados desprezando-se a navegação fluvial. A metrópole construída pela especulação imobiliária e a precariedade da infra-estrutura urbana transformaram os rios da cidade em canais de esgoto, confinados entre avenidas que têm o caráter de rodovias urbanas. Esse conceito de canalização de rios e construção de avenidas de fundo de vale, iniciado com a proposta de um Plano de Avenidas, apresentada em 1930 por Prestes Maia, se espalho e está impregnada, ainda hoje, nas administrações públicas, agora com a justificativa, contraditória, de controle das enchentes e circulação de automóveis. Idéias de um urbanísmo rodoviário contrário aos ideais de um urbanismo humanista, preocupado com a qualidade da estrutura ambiental urbana. Para esse urbanismo rodoviarista, pedestres e ciclistas não existem; metrô, parques e áreas verdes, equipamentos sociais e habitação social não são prioritários. Três idéias orientam o desenho proposto para reestruturar a orla fluvial: portos, parques e habitação. Cidade-Porto fluvial: sistema hidroviário da Grande São Paulo; Cidade-Parque fluvial: parques beira-rio densamente arborizados; Bulevar-habitacional fluvial: avenidas densamente arborizadas com largos conjuntos de edifícios de apartamentos, implantados ao longo da orla, com calçadas cobertas, comércio e serviços no térreo; e pontes-estação, porto, estação de metrô e praça de equipamentos sociais, modulando a orla com pontes de equipamentos públicos e torres de escritórios. Cidade das várzeas, Cidade-Parque/Porto Fluvial imaginada a partir de uma idéia de cidade desenhada, estruturada, pelo contorno dos espelhos dágua da rede de lagos e canais navegáveis dos rios da bacia Alto Tietê na Grande São Paulo.This is a proposition about Metro São Paulos water front environment restructure which presents urban integration ideas among rivers and the design of the city. The main idea of this project is a city designed by the canals and lakes from the rivers waters. The 1892 Benedito Calixtos painting Inundação da Várzea do Carmo shows a reflecting water on the base of the citys historical hill, which is the Tamanduateí river on its large bed. This observation painting of the lakes, embankments linking the margins, the market dock and woods on the riverside suggests the imagined city: Port and Fluvial Park. Embankments, dikes, levees, navigable canals build an imaginary geography. An Amsterdam in the Várzea do Carmo projected along the riverside of the High Tietê basin. Opposite ideas prevail. In only a century, during the out-of-control process of industrialization and urban expansion, the bigger river beds were covered and occupied by the city. The hydraulics and sanitary arguments based the true objective make lots and sale the lows. The huge public space, the perfect place for the Metropolitan Linear Park, was privatized and the rivers were canalized dispising the river navigation. The city was built by the real estate speculation and the poor urban infra-structure turned the rivers into drain canals, traped between large avenues that look like urban highways. This canal between avenues concept began with Prestes Maias Avenue Plan presented in 1930 and got consolidated in the public administration mind to this days, now based on the contradictory solution to control floods and traffic. Ideas of an urbanism based on car circulation instead of people urbanism, worried about the environment and healthy living in the city. Theres no place for pedestrians and cyclists in this concept. Open spaces, subways, parks, social facilities and habitations are not priorities. Three ideas guide this proposition for the riverside restructure: Ports, Parks and Habitation. River City Port: waterway system in Metro São Paulo; River City Park: woods along the riversides; River Habitation Boulevard: highly wooded avenues with large walkways, cyclo paths, subway (over and/or under ground) and streetcar service that organize apartment building blocks along the river with covered walkways with store and service shops on ground leve; Bridge-station, port, subway station and park facilities, making a mix between public facilities and office buildings. This is the city of lows, from an idea drawn by the water lakes, canals and the shape of the Alto Tietê basin in Metro São Paulo.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMartino, Arnaldo AntonioDelijaicov, Alexandre Carlos Penha1999-02-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11052022-130502/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-05-25T17:00:29Zoai:teses.usp.br:tde-11052022-130502Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-05-25T17:00:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo Not available |
title |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo |
spellingShingle |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo Delijaicov, Alexandre Carlos Penha Infraestrutura urbana Navegação fluvial (São Paulo) Not available Rios |
title_short |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo |
title_full |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo |
title_fullStr |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo |
title_full_unstemmed |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo |
title_sort |
Os rios e o desenho urbano da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da Grande São Paulo |
author |
Delijaicov, Alexandre Carlos Penha |
author_facet |
Delijaicov, Alexandre Carlos Penha |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Martino, Arnaldo Antonio |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Delijaicov, Alexandre Carlos Penha |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Infraestrutura urbana Navegação fluvial (São Paulo) Not available Rios |
topic |
Infraestrutura urbana Navegação fluvial (São Paulo) Not available Rios |
description |
Essa é uma proposta de Reestruturação do ambiente da orla fluvial da Metrópole de São Paulo que apresenta idéias de projeto para integração, urbanística, entre os rios e o desenho da cidade. A idéia essencial desse projeto é a de uma cidade desenhada pelas águas dos canais e lagos dos rios. A pintura de Benedito Calixto, de 1892, Inundação da Várzea do Carmo, mostra um largo espelho dágua, no pé da colina histórica da cidade, que é o rio Tamanduateí ocupando seu leito maior. Esse desenho de observação dos lagos, dos aterrados que ligavam as duas margens, do mercado, do porto e de um arvoredo beira-rio surge a cidade imaginada: porto e parque fluvial. Aterrados, barragens, diques, eclusas e canais navegáveis constróem essa geografia inventada. Uma Amsterdã na Várzea do Carmo. Uma Holanda projetada ao longo da orla fluvial da bacia do Alto Tietê. Idéias opostas prevaleceram. Em apenas cem anos, durante o processo acelerado e descontrolado de industrialização e expansão urbana, os leitos maiores dos rios foram aterrados e ocupados pela cidade. Os argumentos sanitaristas e hidráulicos fundamentaram o verdadeiro objetivo que era lotear e vender as várzeas. O imenso logradouro público, espaço ideal para o Parque Linear Metropolitano foi privatizado e os rios canalizados desprezando-se a navegação fluvial. A metrópole construída pela especulação imobiliária e a precariedade da infra-estrutura urbana transformaram os rios da cidade em canais de esgoto, confinados entre avenidas que têm o caráter de rodovias urbanas. Esse conceito de canalização de rios e construção de avenidas de fundo de vale, iniciado com a proposta de um Plano de Avenidas, apresentada em 1930 por Prestes Maia, se espalho e está impregnada, ainda hoje, nas administrações públicas, agora com a justificativa, contraditória, de controle das enchentes e circulação de automóveis. Idéias de um urbanísmo rodoviário contrário aos ideais de um urbanismo humanista, preocupado com a qualidade da estrutura ambiental urbana. Para esse urbanismo rodoviarista, pedestres e ciclistas não existem; metrô, parques e áreas verdes, equipamentos sociais e habitação social não são prioritários. Três idéias orientam o desenho proposto para reestruturar a orla fluvial: portos, parques e habitação. Cidade-Porto fluvial: sistema hidroviário da Grande São Paulo; Cidade-Parque fluvial: parques beira-rio densamente arborizados; Bulevar-habitacional fluvial: avenidas densamente arborizadas com largos conjuntos de edifícios de apartamentos, implantados ao longo da orla, com calçadas cobertas, comércio e serviços no térreo; e pontes-estação, porto, estação de metrô e praça de equipamentos sociais, modulando a orla com pontes de equipamentos públicos e torres de escritórios. Cidade das várzeas, Cidade-Parque/Porto Fluvial imaginada a partir de uma idéia de cidade desenhada, estruturada, pelo contorno dos espelhos dágua da rede de lagos e canais navegáveis dos rios da bacia Alto Tietê na Grande São Paulo. |
publishDate |
1999 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1999-02-02 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11052022-130502/ |
url |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-11052022-130502/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815256863325814784 |