Efeitos de Tomato chlorosis virus (ToCV) na seleção de plantas hospedeiras por Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-22032019-141536/ |
Resumo: | Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) constitui um complexo de espécies de mosca-brancas que são pragas em várias culturas de importância econômica, especialmente pelo alto potencial biótico e capacidade de transmitir vírus de plantas, como Tomato chlorosis virus (ToCV). A transmissão de vírus por insetos vetores é um processo biológico complexo, pois depende de múltiplas interações envolvendo o patógeno, vetor e plantas hospedeiras. Vírus de plantas podem afetar direta ou indiretamente o comportamento do inseto vetor a fim de favorecer sua disseminação. Postula-se que o efeito da infecção viral na seleção de plantas hospedeiras por moscas-branca pode variar com a expressão de sintomas e com a espécie vegetal, podendo favorecer a aceitação de algumas espécies de plantas para alimentação e colonização, aumentando a sua importância na epidemiologia. Neste trabalho foram investigados os efeitos de ToCV na preferência da espécie Middle East Asia Minor 1 (MEAM1; anteriormente conhecida como biótipo B) de B. tabaci por diferentes espécies vegetais. Utilizaram-se adultos da mosca-branca que previamente adquiriram ToCV em folhas de tomate infectadas (virulíferos) e adultos não expostos ao vírus (avirulíferos). Os experimentos consistiram em analisar a preferência para pouso e oviposição dos insetos virulíferos e avirulíferos em diferentes partes de plantas sadias e infectadas de tomate (ápice, terço médio e baixeiro); entre tomateiros infectados com ou sem sintomas da virose; e entre espécies vegetais, infectadas ou não, sendo duas de vegetação espontânea, Physalis angulata L. (joá-de-capote) e Solanum americanum L. (maria-pretinha) e uma cultivada, Solanum lycopersicum L., o tomateiro. Além disso, avaliou-se a eficiência de transmissão de ToCV para plantas de tomate utilizando-se tais espécies vegetais como fontes de inóculo. Observou-se que os insetos preferem predominantemente a parte apical das plantas tanto para pouso quanto para oviposição. A concentração de ToCV é maior no terço médio de plantas de tomate, seguido pelos terços apical e basal, embora a eficiência de transmissão por B. tabaci MEAM1 seja semelhante quando o inseto adquire o vírus em folhas de diferentes partes da planta. Adultos avirulíferos preferem pousar e colocar mais ovos em folhas de tomateiro assintomáticas (em fase latente da infecção por ToCV) do que em folhas sintomáticas, evidenciando a importância de infecções latentes na disseminação do vírus, enquanto que adultos virulíferos não discriminam entre folhas com ou sem sintomas. Insetos virulíferos preferem, em ordem decrescente, pousar em S. americanum (maria-pretinha), tomateiro e P. angulata, independentemente de estarem ou não infectadas por ToCV. Já insetos avirulíferos preferem tomateiro em relação à maria-pretinha no caso de plantas sadias, mas não exibem diferenças em preferência entre as duas espécies quando infectadas pelo vírus. A eficiência de transmissão de ToCV para tomateiro foi semelhante após a aquisição em maria-pretinha, tomateiro e P. angulata; ou seja, as três espécies podem servir como fontes de inóculo para a disseminação do vírus, com destaque para maria-pretinha, por ser uma planta preferida para pouso e oviposição por B. tabaci MEAM1. |
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Efeitos de Tomato chlorosis virus (ToCV) na seleção de plantas hospedeiras por Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae)Effects of Tomato chlorosis virus (ToCV) on host plant selection by Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae)CrinivirusCrinivirusFontes de inóculoMosca-brancaSources of inoculumTransmissãoTransmissionWhiteflyBemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) constitui um complexo de espécies de mosca-brancas que são pragas em várias culturas de importância econômica, especialmente pelo alto potencial biótico e capacidade de transmitir vírus de plantas, como Tomato chlorosis virus (ToCV). A transmissão de vírus por insetos vetores é um processo biológico complexo, pois depende de múltiplas interações envolvendo o patógeno, vetor e plantas hospedeiras. Vírus de plantas podem afetar direta ou indiretamente o comportamento do inseto vetor a fim de favorecer sua disseminação. Postula-se que o efeito da infecção viral na seleção de plantas hospedeiras por moscas-branca pode variar com a expressão de sintomas e com a espécie vegetal, podendo favorecer a aceitação de algumas espécies de plantas para alimentação e colonização, aumentando a sua importância na epidemiologia. Neste trabalho foram investigados os efeitos de ToCV na preferência da espécie Middle East Asia Minor 1 (MEAM1; anteriormente conhecida como biótipo B) de B. tabaci por diferentes espécies vegetais. Utilizaram-se adultos da mosca-branca que previamente adquiriram ToCV em folhas de tomate infectadas (virulíferos) e adultos não expostos ao vírus (avirulíferos). Os experimentos consistiram em analisar a preferência para pouso e oviposição dos insetos virulíferos e avirulíferos em diferentes partes de plantas sadias e infectadas de tomate (ápice, terço médio e baixeiro); entre tomateiros infectados com ou sem sintomas da virose; e entre espécies vegetais, infectadas ou não, sendo duas de vegetação espontânea, Physalis angulata L. (joá-de-capote) e Solanum americanum L. (maria-pretinha) e uma cultivada, Solanum lycopersicum L., o tomateiro. Além disso, avaliou-se a eficiência de transmissão de ToCV para plantas de tomate utilizando-se tais espécies vegetais como fontes de inóculo. Observou-se que os insetos preferem predominantemente a parte apical das plantas tanto para pouso quanto para oviposição. A concentração de ToCV é maior no terço médio de plantas de tomate, seguido pelos terços apical e basal, embora a eficiência de transmissão por B. tabaci MEAM1 seja semelhante quando o inseto adquire o vírus em folhas de diferentes partes da planta. Adultos avirulíferos preferem pousar e colocar mais ovos em folhas de tomateiro assintomáticas (em fase latente da infecção por ToCV) do que em folhas sintomáticas, evidenciando a importância de infecções latentes na disseminação do vírus, enquanto que adultos virulíferos não discriminam entre folhas com ou sem sintomas. Insetos virulíferos preferem, em ordem decrescente, pousar em S. americanum (maria-pretinha), tomateiro e P. angulata, independentemente de estarem ou não infectadas por ToCV. Já insetos avirulíferos preferem tomateiro em relação à maria-pretinha no caso de plantas sadias, mas não exibem diferenças em preferência entre as duas espécies quando infectadas pelo vírus. A eficiência de transmissão de ToCV para tomateiro foi semelhante após a aquisição em maria-pretinha, tomateiro e P. angulata; ou seja, as três espécies podem servir como fontes de inóculo para a disseminação do vírus, com destaque para maria-pretinha, por ser uma planta preferida para pouso e oviposição por B. tabaci MEAM1.Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) is a complex of whitefly species that are pests in several crops of economic importance, especially for its high biotic potential and ability to transmit plant viruses, such as Tomato chlorosis virus (ToCV). Virus transmission by insect vectors is a complex biological process because it depends on multiple interactions between the pathogen, vector and host plants. Plant viruses can directly or indirectly affect the behavior of the insect vector in order to optimize its spread. It is postulated that the effect of the viral infection on host plant selection by whiteflies may vary with plant species and age of infection, which may favor the acceptance of particular host plants for feeding and colonization, increasing their importance in epidemiology. This work was aimed at investigating the effects of ToCV on the preference of B. tabaci Middle East Asia Minor 1 (MEAM1; formerly known as B biotype) for different host plants. Whitefly adults that previously acquired ToCV from infected tomato leaves (viruliferous) and adults not exposed to the virus (non-viruliferous) were used in the choice assays. The experiments consisted of analyzing the preference for settling and oviposition of B. tabaci MEAM1 on different parts of healthy and infected tomato plants (apical, middle and lower portions); among infected tomato plants with or without virus symptoms (time of viral infection); and among different host plants, including two weeds Physalis angulata L. (joá-de-capote) and Solanum americanum L. (maria-pretinha) and one crop plant, Solanum lycopersicum L. (tomato). In addition, we investigated whether there is a difference in the efficiency of transmission of ToCV to tomato plants using such plant species as sources. It was found that the whiteflies prefer the apical part of tomato plants for both landing and oviposition. ToCV concentration is higher in the middle third of tomato plants, followed by the apical and basal thirds, but transmission efficiency by B. tabaci MEAM1 is similar when the insect acquires the virus from leaves of different parts of the plant. Non-viruliferous adults prefer to settle and lay eggs on asymptomatic (in latent phase of ToCV infection) than on symptomatic leaves, indicating the importance of latent infections on virus spread, whereas virulferous adults do not discriminate between leaves showing symptoms or not. Viruliferous insects prefer to settle (in decreasing order) on S. americanum, tomato and P. angulata, regardless of the plant infection or not by ToCV, whereas non-viruliferous insects prefer tomato to S. americanum in the case of healthy plants, but do not discriminate between the two plant species when they are infected. Transmission efficiency of ToCV to tomato plants was similar after acquisition on S. americanum, tomato and P. angulata, showing that the three species may serve as inoculum sources for virus spread; S. americanum appears to be particularly important, since it is a preferred host for settling and oviposition by B. tabaci MEAM1.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLopes, Joao Roberto SpottiKomada, Karen Missy Aki2018-11-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-22032019-141536/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-10T00:06:19Zoai:teses.usp.br:tde-22032019-141536Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-10T00:06:19Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) constitui um complexo de espécies de mosca-brancas que são pragas em várias culturas de importância econômica, especialmente pelo alto potencial biótico e capacidade de transmitir vírus de plantas, como Tomato chlorosis virus (ToCV). A transmissão de vírus por insetos vetores é um processo biológico complexo, pois depende de múltiplas interações envolvendo o patógeno, vetor e plantas hospedeiras. Vírus de plantas podem afetar direta ou indiretamente o comportamento do inseto vetor a fim de favorecer sua disseminação. Postula-se que o efeito da infecção viral na seleção de plantas hospedeiras por moscas-branca pode variar com a expressão de sintomas e com a espécie vegetal, podendo favorecer a aceitação de algumas espécies de plantas para alimentação e colonização, aumentando a sua importância na epidemiologia. Neste trabalho foram investigados os efeitos de ToCV na preferência da espécie Middle East Asia Minor 1 (MEAM1; anteriormente conhecida como biótipo B) de B. tabaci por diferentes espécies vegetais. Utilizaram-se adultos da mosca-branca que previamente adquiriram ToCV em folhas de tomate infectadas (virulíferos) e adultos não expostos ao vírus (avirulíferos). Os experimentos consistiram em analisar a preferência para pouso e oviposição dos insetos virulíferos e avirulíferos em diferentes partes de plantas sadias e infectadas de tomate (ápice, terço médio e baixeiro); entre tomateiros infectados com ou sem sintomas da virose; e entre espécies vegetais, infectadas ou não, sendo duas de vegetação espontânea, Physalis angulata L. (joá-de-capote) e Solanum americanum L. (maria-pretinha) e uma cultivada, Solanum lycopersicum L., o tomateiro. Além disso, avaliou-se a eficiência de transmissão de ToCV para plantas de tomate utilizando-se tais espécies vegetais como fontes de inóculo. Observou-se que os insetos preferem predominantemente a parte apical das plantas tanto para pouso quanto para oviposição. A concentração de ToCV é maior no terço médio de plantas de tomate, seguido pelos terços apical e basal, embora a eficiência de transmissão por B. tabaci MEAM1 seja semelhante quando o inseto adquire o vírus em folhas de diferentes partes da planta. Adultos avirulíferos preferem pousar e colocar mais ovos em folhas de tomateiro assintomáticas (em fase latente da infecção por ToCV) do que em folhas sintomáticas, evidenciando a importância de infecções latentes na disseminação do vírus, enquanto que adultos virulíferos não discriminam entre folhas com ou sem sintomas. Insetos virulíferos preferem, em ordem decrescente, pousar em S. americanum (maria-pretinha), tomateiro e P. angulata, independentemente de estarem ou não infectadas por ToCV. Já insetos avirulíferos preferem tomateiro em relação à maria-pretinha no caso de plantas sadias, mas não exibem diferenças em preferência entre as duas espécies quando infectadas pelo vírus. A eficiência de transmissão de ToCV para tomateiro foi semelhante após a aquisição em maria-pretinha, tomateiro e P. angulata; ou seja, as três espécies podem servir como fontes de inóculo para a disseminação do vírus, com destaque para maria-pretinha, por ser uma planta preferida para pouso e oviposição por B. tabaci MEAM1. |
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