Estudo retrospectivo da presença de reabsorção dentária em cães domésticos (Canis lupus familiaris) e suas correlações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Naiá de Carvalho de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-17102018-153645/
Resumo: Objetivou-se realizar um estudo retrospectivo sobre a frequência de cães acometidos pela reabsorção dentária (RD) atendidos no Laboratório de Odontologia Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, no período de 2006 a 2017, correlacionando com características como raça, idade, sexo, doenças orais concomitantes, hábito alimentar, comportamento mastigatório, histórico dental e sinais clínicos relacionados a dor, bem como, relatar estatisticamente os grupos dentários frequentemente acometidos, porções dentárias mais afetadas, aspectos radiográficos e extensão da reabsorção de acordo com a classificação determinada pelo American Veterinary Dental College (AVDC). Os dados avaliados procederam de 2.364 prontuários contendo fichas de consulta e de tratamento, além da análise de 1.122 registros radiográficos. Constatou-se que a prevalência geral da RD em cães foi de 8,7% e o ano mais frequente foi 2016 com 21,2%. Os pré-molares mandibulares e os maxilares foram significativamente mais afetados (37,3% e 38,1% respectivamente) e a porção radicular apresentou-se mais acometida (60,5%). As lesões do tipo 1 foram significativamente mais frequentes (53,2%) que as lesões do tipo 2 (27,9%) e tipo 3 (8,1%). Não houve lesões classificadas no estágio 1. Os estágios da reabsorção dentária mais frequentes foram o RD3 com 34,3% e o RD2 com 29,5%. Os estágios 4a, 4b e 4c representaram respectivamente 3,3%, 1,8% e 12,8%. No estágio 5, detectou-se apenas fragmentos de raiz em estágio avançado da reabsorção (2,3%). A reabsorção dentária foi associada estatisticamente com os cães de idades avançadas (10 e 13 anos com 14,6% cada). Não houve diferença significativa entre a frequência de machos e fêmeas, mas, a frequência de cães castrados (42,3%) foi significativamente menor do que a de não castrados (57,7%). A doença periodontal mostrou-se significativamente associada à reabsorção dentária (84,0%), seguida das fraturas dentárias (20,9%). Os cães acometidos pela RD alimentavam-se somente de ração (90,5%), premium ou super premium (86,6%). A maioria dos cães apresentaram-se assintomáticos no pré-operatório (82,0%) e sem alteração do comportamento no pós-operatório (39,3%). O tratamento de escolha para 66,5% dos casos foi a extração dentária. Concluiu-se que: a reabsorção inflamatória externa ou reabsorção do tipo 1, mostrou-se mais frequente quando comparada com a reabsorção de substituição externa (tipo 2). Sugere-se que boa parte da reabsorção dentária dos cães avaliados nesse estudo, esteja diretamente relacionada com processos inflamatórios desencadeados pela doença periodontal, uma vez que, evidenciou-se correlação estatística significativa entre a reabsorção dentária e a doença periodontal.
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Os dados avaliados procederam de 2.364 prontuários contendo fichas de consulta e de tratamento, além da análise de 1.122 registros radiográficos. Constatou-se que a prevalência geral da RD em cães foi de 8,7% e o ano mais frequente foi 2016 com 21,2%. Os pré-molares mandibulares e os maxilares foram significativamente mais afetados (37,3% e 38,1% respectivamente) e a porção radicular apresentou-se mais acometida (60,5%). As lesões do tipo 1 foram significativamente mais frequentes (53,2%) que as lesões do tipo 2 (27,9%) e tipo 3 (8,1%). Não houve lesões classificadas no estágio 1. Os estágios da reabsorção dentária mais frequentes foram o RD3 com 34,3% e o RD2 com 29,5%. Os estágios 4a, 4b e 4c representaram respectivamente 3,3%, 1,8% e 12,8%. No estágio 5, detectou-se apenas fragmentos de raiz em estágio avançado da reabsorção (2,3%). A reabsorção dentária foi associada estatisticamente com os cães de idades avançadas (10 e 13 anos com 14,6% cada). Não houve diferença significativa entre a frequência de machos e fêmeas, mas, a frequência de cães castrados (42,3%) foi significativamente menor do que a de não castrados (57,7%). A doença periodontal mostrou-se significativamente associada à reabsorção dentária (84,0%), seguida das fraturas dentárias (20,9%). Os cães acometidos pela RD alimentavam-se somente de ração (90,5%), premium ou super premium (86,6%). A maioria dos cães apresentaram-se assintomáticos no pré-operatório (82,0%) e sem alteração do comportamento no pós-operatório (39,3%). O tratamento de escolha para 66,5% dos casos foi a extração dentária. Concluiu-se que: a reabsorção inflamatória externa ou reabsorção do tipo 1, mostrou-se mais frequente quando comparada com a reabsorção de substituição externa (tipo 2). Sugere-se que boa parte da reabsorção dentária dos cães avaliados nesse estudo, esteja diretamente relacionada com processos inflamatórios desencadeados pela doença periodontal, uma vez que, evidenciou-se correlação estatística significativa entre a reabsorção dentária e a doença periodontal.The objective of this study was to conduct a retrospective study on the frequency of dogs affected by tooth resorption attended at the Laboratory of Comparative Dentistry of the Faculty of Veterinary Medicine and Animal Science of the University of São Paulo from 2016 to 2017, correlating with characteristics such as race, age, sex, concomitant oral diseases, eating habits, masticatory behavior, dental history and clinical signs related to pain, as well as, statistically reporting the frequently affected dental groups, most affected dental portions, radiographic aspects and extent of resorption according to the classification determined by the American Veterinary Dental College (AVDC). The data evaluated came from 2,364 medical records containing records of consultation and treatment, in addition to the analysis of 1,122 radiographic records. It was found that the overall prevalence of tooth resorption in dogs was 8.7% and the most frequent year was 2016 with 21.2%. The mandibular and maxillary premolars were significantly more affected (37.3% and 38.1%, respectively) as well as the root portion (60.5%). Type 1 lesions were significantly more frequent (53.2%) than type 2 (27.9%) and type 3 (8.1%) lesions. There were no lesions classified in stage 1. The most frequent stages of tooth resorption were E3 with 34.3% and E2 with 29.5%. Stages 4a, 4b and 4c represented 3.3%, 1.8% and 12.8%, respectively. In stage 5, only root fragments were detected at an advanced stage of reabsorption (2.3%). Dental resorption was statistically associated with dogs at advanced ages (10 and 13 years old with 14.6% each). There was no significant difference between the frequency of males and females, but the frequency of castrated dogs (42.3%) was significantly lower than that of non-castrated dogs (57.7%). Periodontal disease was significantly associated with tooth resorption (84.0%), followed by dental fractures (20.9%). The dogs affected by tooth resorption were only fed commercial food (90.5%), premium or super premium (86.6%). Most of the dogs were asymptomatic in the preoperative period (82.0%) and no change in postoperative behavior (39.3%). The treatment of choice for 66.5% of the cases was dental extraction. It was concluded that: The external inflammatory resorption or type 1, was more frequent when compared to external replacement resorption (type 2). It is suggested that a good part of the dental resorption of the dogs evaluated in this study is directly related to inflammatory processes triggered by periodontal disease, since a significant statistical correlation between dental resorption and periodontal disease was evidenced.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGioso, Marco AntonioSouza, Naiá de Carvalho de2018-06-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-17102018-153645/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-29T16:00:06Zoai:teses.usp.br:tde-17102018-153645Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-29T16:00:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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