Mercado de trabalho na agricultura brasileira: década dos oitenta
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1993 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20181127-155220/ |
Resumo: | Diante do crescimento satisfatório da agricultura brasileira ocorrido na década de 80, da alteração no seu padrão de crescimento e da elevada participação do emprego rural no emprego total (28,5% em 1985), pareceu-nos importante averiguar qual o tipo de trabalho que foi gerado no novo padrão de desenvolvimento agrícola. A literatura consultada sobre o mercado de trabalho rural, na década dos oitenta, tem abrangido análises dos Censos Agropecuários para o período disponível: 1980-85 (MUELLER, 1987; GRAZIANO DA SILVA, 1987 e MARTINE, 1987) e das PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) para o período 1976-87 (AGUIRRE e BACHA, 1989a,b). Observaram-se divergências entre as conclusões dos autores que analisaram os dados censitários e as conclusões dos autores que analisaram as PNADs. Para aqueles, houve um grande crescimento das pessoas ocupadas na agricultura, no período 1980-85, que se caracterizou por ser"uma volta à agricultura de subsistência", de modo que tínhamos, na verdade, aumentado a subocupção e o subemprego no campo. Os trabalhos de AGUIRRE e BACHA (1989a,b) ressaltam o avanço da categoria empregados entre as pessoas ocupadas na agricultura (o que, certamente, não corresponde a indivíduos ocupados em agricultura de subsistência). Com o intuito de analisar essas divergências, fez-se um estudo sobre a evolução e a composição das pessoas ocupadas na agricultura brasileira, segundo os dados disponíveis nos Censos Agropecuários e nas PNADs. Partiu-se da hipótese de que essas duas fontes de dados são elaboradas com metodologias diferentes. Portanto, a análise do mercado de trabalho rural deve ser feita separadamente com os dados das PNADs e dos Censos Agropecuários. Quanto à conclusão de AGUIRRE e BACHA (1989a,b) a respeito do avanço da categoria empregados, formulou-se a hipótese de que esse comportamento, observado com os dados agregados a nível de Brasil, pode não ser constatado em todos os estados. Quanto à conclusão de MUELLER (1987), GRAZIANO DA SILVA (1987) e MARTINE (1987) de que o aumento de pessoas ocupadas, segundo os Censos Agropecuários de 1980 e 1985, foi urna volta à agricultura de subsistência, formulou-se a hipótese de que isso não seria toda a verdade do processo. Para avaliar a primeira hipótese realiza-se uma discussão sobre as duas fontes de informações: Censo Agropecuário e PNAD. Dessa discussão constata-se que os dados dessas duas fontes são elaborados com metodologias diferentes, o que nos leva a tratar separadamente os dados levantados pela PNAD e pelo Censo Agropecuário a respeito das pessoas ocupadas na agricultura. A análise sobre a evolução e composição da mão- -de-obra rural segundo as PNADs mostrou que, com os dados disponíveis, não se evidencia de forma generalizada nos estados brasileiros, a tendência de avanço dos empregados e redução dos não remunerados. Com isso, confirma-se nossa segunda hipótese. Os dados dos Censos Agropecuários foram analisados sob o aspecto da decomposição da mão-de-obra rural por categoria de ocupação, por faixa etária e por sexo. Em seguida, analisou-se a evolução da produtividade do trabalho e dos salários rural e urbano. Dessas análises concluiu-se que não se visualiza, com os dados analisados, a ocorrência de subocupação e subemprego da mão-de-obra rural no Brasil corno um todo e nos seis estados que mais contribuíram para o aumento da mão-de-obra, no período 1980-85. Portanto, o aumento do emprego no campo, segundo o Censo Agropecuário de 1985, não foi de subocupados. Confirma-se, dessa maneira, nossa terceira hipótese. |
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