Variabilidade morfológica e genética dos caranguejos neotropicais Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861 e D. septemdentatus (Herbst, 1783) (Decapoda, Trichodactylidae)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-02122022-101456/ |
Resumo: | Os caranguejos de água doce primários da região neotropical têm uma alta diversidade específica e são classificados em três famílias: Epiloboceridae Smalley, 1964, Pseudothelphusidae Ortmann, 1893 e Trichodactylidae H. Milne Edwards, 1853. A primeira está restrita a ilhas das Grandes Antilhas, enquanto as outras duas se distribuem ao longo dos países da América do Sul. Apesar dessa ampla diversidade, ainda existem várias questões pendentes sobre a sistemática e taxonomia de seus representantes. Atualmente, há cerca de 50 espécies de tricodactílide. A maioria dessas encontra-se no Brasil, distribuídas em 10 gêneros e presentes em todas as grandes bacias hidrográficas. Entre esses gêneros, Dilocarcinus H. Milne Edwards, 1853 possui uma complexa história taxonômica, utilizado inicialmente para comportar um conjunto de espécies, considerando a princípio, apenas a similaridade dos caracteres morfológicos externos. Após algumas revisões, suas espécies foram reclassificadas e alocadas em outros cinco gêneros (pertencentes a Tribo Dilocarcinini), restando em Dilocarcinus apenas três espécies: Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861, D. septemdentatus (Herbst, 1783) e D. truncatus Rodríguez, 1992. Essas espécies também compartilham uma problemática taxonômica semelhante à do gênero, com D. pagei apresentando duas subespécies sinonimizadas (D. pagei cristatus Bott, 1969 e D. pagei enriquei Pretzmann, 1978 e D. septemdentatus apresentando uma espécie sinonimizada (D. spinifer H. Milne Edwards, 1853. Enquanto as duas primeiras apresentam uma ampla distribuição geográfica, com um grande acervo disponível para avaliação, D. truncatus possui apenas o holótipo como o único espécime disponível para avaliação e é conhecido apenas em sua localidade-tipo, na província de Beni, Bolívia. Nesse contexto, foi realizada uma abordagem conjunta de análises morfológicas e moleculares, buscando uma revisão e elucidação de tais questões taxonômicas, além de conhecer o grau de variabilidade morfológica e genética das espécies mais abundantes e as relações de parentesco, existentes entre elas e os demais gêneros da tribo. Dada à indisponibilidade de exemplares de D. truncatus para análise, realizou-se a avaliação apenas com D. pagei e D. septemdentatus. Tal investigação culminou no reconhecimento de dois complexos de espécies, com ambas as linhagens suportadas por caracteres morfológicos. Além disso, como primeira abordagem filogenética molecular do grupo, foi possível esclarecer o status taxonômico das espécies e suas relações de parentesco dentro de Dilocarcinus. Os resultados conduziram à ressurreição e elevação de uma subespécie à categoria de espécie; o retorno D. spinifer; e a descrição de uma nova espécie. |
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Variabilidade morfológica e genética dos caranguejos neotropicais Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861 e D. septemdentatus (Herbst, 1783) (Decapoda, Trichodactylidae)Morphological and genetic variability of neotropical crabs Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861 and D. septemdentatus (Herbst, 1783) (Decapoda, Trichodactylidae)Bacias hidrográficasCaranguejo de água doceDNA barcodeDNA barcodeFreshwater crabHydrographic basinsMolecular systematicsSistemática molecularTaxonomiaTaxonomyOs caranguejos de água doce primários da região neotropical têm uma alta diversidade específica e são classificados em três famílias: Epiloboceridae Smalley, 1964, Pseudothelphusidae Ortmann, 1893 e Trichodactylidae H. Milne Edwards, 1853. A primeira está restrita a ilhas das Grandes Antilhas, enquanto as outras duas se distribuem ao longo dos países da América do Sul. Apesar dessa ampla diversidade, ainda existem várias questões pendentes sobre a sistemática e taxonomia de seus representantes. Atualmente, há cerca de 50 espécies de tricodactílide. A maioria dessas encontra-se no Brasil, distribuídas em 10 gêneros e presentes em todas as grandes bacias hidrográficas. Entre esses gêneros, Dilocarcinus H. Milne Edwards, 1853 possui uma complexa história taxonômica, utilizado inicialmente para comportar um conjunto de espécies, considerando a princípio, apenas a similaridade dos caracteres morfológicos externos. Após algumas revisões, suas espécies foram reclassificadas e alocadas em outros cinco gêneros (pertencentes a Tribo Dilocarcinini), restando em Dilocarcinus apenas três espécies: Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861, D. septemdentatus (Herbst, 1783) e D. truncatus Rodríguez, 1992. Essas espécies também compartilham uma problemática taxonômica semelhante à do gênero, com D. pagei apresentando duas subespécies sinonimizadas (D. pagei cristatus Bott, 1969 e D. pagei enriquei Pretzmann, 1978 e D. septemdentatus apresentando uma espécie sinonimizada (D. spinifer H. Milne Edwards, 1853. Enquanto as duas primeiras apresentam uma ampla distribuição geográfica, com um grande acervo disponível para avaliação, D. truncatus possui apenas o holótipo como o único espécime disponível para avaliação e é conhecido apenas em sua localidade-tipo, na província de Beni, Bolívia. Nesse contexto, foi realizada uma abordagem conjunta de análises morfológicas e moleculares, buscando uma revisão e elucidação de tais questões taxonômicas, além de conhecer o grau de variabilidade morfológica e genética das espécies mais abundantes e as relações de parentesco, existentes entre elas e os demais gêneros da tribo. Dada à indisponibilidade de exemplares de D. truncatus para análise, realizou-se a avaliação apenas com D. pagei e D. septemdentatus. Tal investigação culminou no reconhecimento de dois complexos de espécies, com ambas as linhagens suportadas por caracteres morfológicos. Além disso, como primeira abordagem filogenética molecular do grupo, foi possível esclarecer o status taxonômico das espécies e suas relações de parentesco dentro de Dilocarcinus. Os resultados conduziram à ressurreição e elevação de uma subespécie à categoria de espécie; o retorno D. spinifer; e a descrição de uma nova espécie.Neotropical primary freshwater crabs have a high species diversity and are classified into three families: Epiloboceridae Smalley, 1964, Pseudothelphusidae Ortmann, 1893 and Trichodactylidae H. Milne Edwards, 1853. The first is restricted to the islands of the Greater Antilles, while the other two are distributed throughout the countries of South America. Despite this wide diversity, there are still several outstanding questions about the systematics and taxonomy of its representatives. Currently, there are about 50 species of trichodactylid. Most of these are found in Brazil, distributed in 10 genera, and present in all major hydrographic basins. Among these genera, Dilocarcinus H. Milne Edwards, 1853 has a complex taxonomic history, initially used to include a set of species, considering at first only the similarity of external morphological characters. After some revisions, its species were reclassified and allocated to another five genera (belonging to the Dilocarcinini Tribe), leaving only three species in Dilocarcinus: Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861, D. septemdentatus (Herbst, 1783) and D. truncatus Rodríguez, 1992. These species also share a taxonomic problem similar to that of the genus, with D. pagei presenting two synonymized subspecies (D. pagei cristatus Bott, 1969 and D. pagei enriquei Pretzmann, 1978) and D. septemdentatus presenting a synonymized species (D. spinifer H. Milne Edwards, 1853). While the first two have a wide geographic distribution, with a large collection available for evaluation, D. truncatus has only the holotype as the only specimen available for evaluation and is known only in its type locality, in the province of Beni, Bolivia. In this context, a joint approach of morphological and molecular analysis was carried out, seeking a review and elucidation of such taxonomic questions, in addition to knowing the degree of morphological and genetic variability of the most abundant species and the kinship relationships existing between them and the others. tribe genres. Due to the unavailability of specimens of D. truncatus for analysis, the evaluation was carried out only with D. pagei and D. septemdentatus. Such investigation culminated in the recognition of two species complexes, with both lineages supported by morphological characters. Furthermore, as the first molecular phylogenetic approach of the group, it was possible to clarify the taxonomic status of the species and their kinship relationships within Dilocarcinus. The results led to the resurrection and elevation of a subspecies to the category of species; the return D. spinifer; and the description of a new species.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMantelatto, Fernando Luis MedinaFrança, Nielson Felix Caetano2022-09-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-02122022-101456/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-06T17:42:51Zoai:teses.usp.br:tde-02122022-101456Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-06T17:42:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Os caranguejos de água doce primários da região neotropical têm uma alta diversidade específica e são classificados em três famílias: Epiloboceridae Smalley, 1964, Pseudothelphusidae Ortmann, 1893 e Trichodactylidae H. Milne Edwards, 1853. A primeira está restrita a ilhas das Grandes Antilhas, enquanto as outras duas se distribuem ao longo dos países da América do Sul. Apesar dessa ampla diversidade, ainda existem várias questões pendentes sobre a sistemática e taxonomia de seus representantes. Atualmente, há cerca de 50 espécies de tricodactílide. A maioria dessas encontra-se no Brasil, distribuídas em 10 gêneros e presentes em todas as grandes bacias hidrográficas. Entre esses gêneros, Dilocarcinus H. Milne Edwards, 1853 possui uma complexa história taxonômica, utilizado inicialmente para comportar um conjunto de espécies, considerando a princípio, apenas a similaridade dos caracteres morfológicos externos. Após algumas revisões, suas espécies foram reclassificadas e alocadas em outros cinco gêneros (pertencentes a Tribo Dilocarcinini), restando em Dilocarcinus apenas três espécies: Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861, D. septemdentatus (Herbst, 1783) e D. truncatus Rodríguez, 1992. Essas espécies também compartilham uma problemática taxonômica semelhante à do gênero, com D. pagei apresentando duas subespécies sinonimizadas (D. pagei cristatus Bott, 1969 e D. pagei enriquei Pretzmann, 1978 e D. septemdentatus apresentando uma espécie sinonimizada (D. spinifer H. Milne Edwards, 1853. Enquanto as duas primeiras apresentam uma ampla distribuição geográfica, com um grande acervo disponível para avaliação, D. truncatus possui apenas o holótipo como o único espécime disponível para avaliação e é conhecido apenas em sua localidade-tipo, na província de Beni, Bolívia. Nesse contexto, foi realizada uma abordagem conjunta de análises morfológicas e moleculares, buscando uma revisão e elucidação de tais questões taxonômicas, além de conhecer o grau de variabilidade morfológica e genética das espécies mais abundantes e as relações de parentesco, existentes entre elas e os demais gêneros da tribo. Dada à indisponibilidade de exemplares de D. truncatus para análise, realizou-se a avaliação apenas com D. pagei e D. septemdentatus. Tal investigação culminou no reconhecimento de dois complexos de espécies, com ambas as linhagens suportadas por caracteres morfológicos. Além disso, como primeira abordagem filogenética molecular do grupo, foi possível esclarecer o status taxonômico das espécies e suas relações de parentesco dentro de Dilocarcinus. Os resultados conduziram à ressurreição e elevação de uma subespécie à categoria de espécie; o retorno D. spinifer; e a descrição de uma nova espécie. |
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