Avaliação da massa óssea em mulheres com insuficiência ovariana prematura: um estudo de corte transversal comparativo entre usuárias de diferentes regimes de terapia hormonal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paluan, Livia Viana Trevisan
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-25092024-104859/
Resumo: A insuficiência ovariana prematura (IOP) é definida como o desenvolvimento de hipogonadismo hipergonadotrófico antes dos 40 anos, está associada a menstruações pouco frequentes ou ausentes, gonadotrofinas séricas elevadas, baixas concentrações séricas de estradiol e sintomas de deficiência de estrogênio. A IOP pode se apresentar com disgenesia ovariana e amenorréia primária ou com amenorréia secundária e estar associada a outras anormalidades congênitas ou adquiridas. O diagnóstico pode ser feito definitivamente em mulheres com menos de 40 anos e menstruação irregular em associação com concentrações de hormônio folículo estimulante (FSH) na faixa de pós menopausa. A incidência é de aproximadamente 1 em 250 aos 35 anos e 1 em 100 aos 40 anos. Há muitas questões a serem consideradas no manejo de mulheres com diagnóstico de IOP, incluindo sintomas de deficiência de estrogênio, fertilidade, função sexual, saúde emocional, óssea, neurológica e cardiovascular. Indiscutivelmente, um dos efeitos mais relevantes é a perda óssea com evolução para osteoporose. De fato, estrogênios e androgênios diminuem a taxa de remodelação óssea e protegem contra a perda óssea, embora a reposição exógena de estrogênio seja recomendada, apenas dados limitados estão disponíveis sobre as vantagens ou desvantagens de diferentes regimes hormonais. Como abordagem de primeira linha, recomenda-se a terapia de reposição hormonal convencional (THC), com administração de estradiol por via oral (THCo) ou transdérmica (THCt). Realizou-se um estudo de corte transversal em mulheres com IOP, foram identificadas 122 mulheres com diagnostico de IOP que preenchiam os critérios de elegibilidade, destas 70 aceitaram participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todas foram avaliadas por absorciometria radiológica de dupla energia (DXA) para obter informações sobre a densidade mineral óssea, parâmetros da composição corporal e escore de osso trabecular (TBS). Estas variáveis foram correlacionadas com variáveis de características clínicas através de um questionário e comparadas entre os principais tipos de terapia hormonal. Não foi possível realizar a análise estatística nos grupos que receberam contraceptivos combinados (COC natural + COC padrão) devido ao N=7, sendo assim o N amostral foi corrigido (N=63) e dois grupos foram formados: 1. THCo e 2. THCt. Com relação às características clínicas não houve diferença entre os grupos quanto à idade (p=0,05), cor de pele (p=0,81), etiologia (p=0,77), idade de início dos sintomas (p=0,05); idade no início do tratamento (p=0,10) e tempo de tratamento (p=0,99). Porém a média da idade no momento do diagnóstico foi menor no grupo que recebeu THCo (23,3 anos) quando comparada ao grupo THCt (33,2 anos) (p =0,04). As análises em relação às características clínicas de risco para baixa massa óssea, tais como histórico de fraturas (p=0,79), atividade física (p=0,74), tabagismo (p=0,62), etilismo (p=0,20), exposição solar (p=0,40), dieta rica em cálcio (p=0,38), suplementação de cálcio (p=0,41) e suplementação de vitamina d (p=0,48) também não diferiu entre os grupos, portanto, verifica-se que havia homogeneidade entre os grupos do ponto de vista fatores de risco. As variáveis clinicas foram relacionadas com o TBS e com a DMO pelo Z-escore de coluna e fêmur. Para o TBS, as variáveis IMC (p=0,0002), suplementação de cálcio (p=0,01) e tabagismo (p=0,003) foram relevantes estatisticamente, com o Z-escore da coluna apenas a suplementação de cálcio teve relevância (p=0,02) e com o Z-escore do fêmur além da suplementação de cálcio (p=0,03), também o tabagismo (p=0,0018) e o IMC (p=0,0011) apresentaram relevância. Não houve diferença nos parâmetros de massa óssea entre os grupos THCo e THCt, havendo semelhança entre os grupos quanto ao T- escore coluna (p=0,45) e fêmur (p=0,23) ou pelo Z escore de coluna (p=0,52) e fêmur (p=0,68). Em relação à composição corporal, não houve diferença entre os grupos quanto ao índice de massa corpórea (IMC) (p=0,54), massa livre de gordura (FFM) (p=0,77), massa gorda (FM) (p=0,72) e taxa de metabolismo basal (BMR) (p=0,88). O TBS também não diferiu entre os grupos estudados (p=0,27), no entanto foi verificado que o TBS seria um marcador mais precoce para avaliar a saúde óssea principalmente das mulheres com enfraquecimento da coluna lombar. O estudo revelou que não houve diferença em termos de densidade mineral óssea, qualidade óssea e parâmetros de composição corporal em mulheres com IOP em uso de THCo ou THCt, sendo ambas efetivas em manter a saúde óssea. A diferença entre as médias de idade no momento do diagnostico pode ser explicada pelo fato de que as mulheres mais jovens apresentam menores contra indicações a THCo. Dentre os fatores de risco para baixa massa óssea a suplementação de cálcio foi a única variável que demostrou relevância estatística em todos os desfechos.
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spelling Avaliação da massa óssea em mulheres com insuficiência ovariana prematura: um estudo de corte transversal comparativo entre usuárias de diferentes regimes de terapia hormonalAssessment of bone mass in women with premature ovarian failure: a comparative cross-sectional study between users of different hormonal therapy regimensBone densitometryDensitometria ósseaEscore do osso trabecularFatores de riscoHormonal therapyInsuficiência ovariana prematuraOsteoporoseOsteoporosisPremature ovarian failureRisk factorsTerapia hormonalTrabecular bone scoreA insuficiência ovariana prematura (IOP) é definida como o desenvolvimento de hipogonadismo hipergonadotrófico antes dos 40 anos, está associada a menstruações pouco frequentes ou ausentes, gonadotrofinas séricas elevadas, baixas concentrações séricas de estradiol e sintomas de deficiência de estrogênio. A IOP pode se apresentar com disgenesia ovariana e amenorréia primária ou com amenorréia secundária e estar associada a outras anormalidades congênitas ou adquiridas. O diagnóstico pode ser feito definitivamente em mulheres com menos de 40 anos e menstruação irregular em associação com concentrações de hormônio folículo estimulante (FSH) na faixa de pós menopausa. A incidência é de aproximadamente 1 em 250 aos 35 anos e 1 em 100 aos 40 anos. Há muitas questões a serem consideradas no manejo de mulheres com diagnóstico de IOP, incluindo sintomas de deficiência de estrogênio, fertilidade, função sexual, saúde emocional, óssea, neurológica e cardiovascular. Indiscutivelmente, um dos efeitos mais relevantes é a perda óssea com evolução para osteoporose. De fato, estrogênios e androgênios diminuem a taxa de remodelação óssea e protegem contra a perda óssea, embora a reposição exógena de estrogênio seja recomendada, apenas dados limitados estão disponíveis sobre as vantagens ou desvantagens de diferentes regimes hormonais. Como abordagem de primeira linha, recomenda-se a terapia de reposição hormonal convencional (THC), com administração de estradiol por via oral (THCo) ou transdérmica (THCt). Realizou-se um estudo de corte transversal em mulheres com IOP, foram identificadas 122 mulheres com diagnostico de IOP que preenchiam os critérios de elegibilidade, destas 70 aceitaram participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todas foram avaliadas por absorciometria radiológica de dupla energia (DXA) para obter informações sobre a densidade mineral óssea, parâmetros da composição corporal e escore de osso trabecular (TBS). Estas variáveis foram correlacionadas com variáveis de características clínicas através de um questionário e comparadas entre os principais tipos de terapia hormonal. Não foi possível realizar a análise estatística nos grupos que receberam contraceptivos combinados (COC natural + COC padrão) devido ao N=7, sendo assim o N amostral foi corrigido (N=63) e dois grupos foram formados: 1. THCo e 2. THCt. Com relação às características clínicas não houve diferença entre os grupos quanto à idade (p=0,05), cor de pele (p=0,81), etiologia (p=0,77), idade de início dos sintomas (p=0,05); idade no início do tratamento (p=0,10) e tempo de tratamento (p=0,99). Porém a média da idade no momento do diagnóstico foi menor no grupo que recebeu THCo (23,3 anos) quando comparada ao grupo THCt (33,2 anos) (p =0,04). As análises em relação às características clínicas de risco para baixa massa óssea, tais como histórico de fraturas (p=0,79), atividade física (p=0,74), tabagismo (p=0,62), etilismo (p=0,20), exposição solar (p=0,40), dieta rica em cálcio (p=0,38), suplementação de cálcio (p=0,41) e suplementação de vitamina d (p=0,48) também não diferiu entre os grupos, portanto, verifica-se que havia homogeneidade entre os grupos do ponto de vista fatores de risco. As variáveis clinicas foram relacionadas com o TBS e com a DMO pelo Z-escore de coluna e fêmur. Para o TBS, as variáveis IMC (p=0,0002), suplementação de cálcio (p=0,01) e tabagismo (p=0,003) foram relevantes estatisticamente, com o Z-escore da coluna apenas a suplementação de cálcio teve relevância (p=0,02) e com o Z-escore do fêmur além da suplementação de cálcio (p=0,03), também o tabagismo (p=0,0018) e o IMC (p=0,0011) apresentaram relevância. Não houve diferença nos parâmetros de massa óssea entre os grupos THCo e THCt, havendo semelhança entre os grupos quanto ao T- escore coluna (p=0,45) e fêmur (p=0,23) ou pelo Z escore de coluna (p=0,52) e fêmur (p=0,68). Em relação à composição corporal, não houve diferença entre os grupos quanto ao índice de massa corpórea (IMC) (p=0,54), massa livre de gordura (FFM) (p=0,77), massa gorda (FM) (p=0,72) e taxa de metabolismo basal (BMR) (p=0,88). O TBS também não diferiu entre os grupos estudados (p=0,27), no entanto foi verificado que o TBS seria um marcador mais precoce para avaliar a saúde óssea principalmente das mulheres com enfraquecimento da coluna lombar. O estudo revelou que não houve diferença em termos de densidade mineral óssea, qualidade óssea e parâmetros de composição corporal em mulheres com IOP em uso de THCo ou THCt, sendo ambas efetivas em manter a saúde óssea. A diferença entre as médias de idade no momento do diagnostico pode ser explicada pelo fato de que as mulheres mais jovens apresentam menores contra indicações a THCo. Dentre os fatores de risco para baixa massa óssea a suplementação de cálcio foi a única variável que demostrou relevância estatística em todos os desfechos.Premature ovarian failure (POI) is defined as the development of hypergonadotropic hypogonadism before the age of 40, is associated with infrequent or absent menses, elevated serum gonadotropins, low serum estradiol concentrations, and symptoms of estrogen deficiency. POI may present with ovarian dysgenesis and primary amenorrhea or with secondary amenorrhea and be associated with other congenital or acquired abnormalities. The diagnosis can be definitively made in women under 40 years of age and with irregular menstruation in association with follicle-stimulating hormone (FSH) concentrations in the postmenopausal range. The incidence is approximately 1 in 250 at age 35 and 1 in 100 at age 40. There are many issues to consider in the management of women diagnosed with POI, including symptoms of estrogen deficiency, fertility, sexual function, emotional, bone, neurological and cardiovascular health. Arguably, one of the most relevant effects is bone loss leading to osteoporosis. Indeed, estrogens and androgens decrease the rate of bone turnover and protect against bone loss; although exogenous estrogen replacement is recommended, only limited data are available on the advantages or disadvantages of different hormonal regimens. As a first-line approach, conventional hormone replacement therapy (THC) is recommended, with administration of estradiol orally (THCo) or transdermally (THCt). A cross-sectional study was carried out on women with POI, 122 women diagnosed with POI who met the eligibility criteria were identified, of which 70 agreed to participate and signed the Informed Consent Form (ICF). All were evaluated by dual-energy radiological absorptiometry (DXA) to obtain information on bone mineral density, body composition parameters and trabecular bone score (TBS). These variables were correlated with clinical characteristics variables through a questionnaire and compared between the main types of hormonal therapy. It was not possible to perform statistical analysis in the groups that received combined contraceptives (natural COC + standard COC) due to N=7, so the sample N was corrected (N=63) and two groups were formed: 1. THCo and 2. THCt. Regarding clinical characteristics, there was no difference between the groups regarding age (p=0.05), skin color (p=0.81), etiology (p=0.77), age at onset of symptoms (p= 0.05); age at the start of treatment (p=0.10) and time of treatment (p=0.99). However, the average age at diagnosis was lower in the group that received THCo (23.3 years) when compared to the THCt group (33.2 years) (p =0.04). Analyzes in relation to clinical risk characteristics for low bone mass, such as history of fractures (p=0.79), physical activity (p=0.74), smoking (p=0.62), alcohol consumption (p= 0.20), sun exposure (p=0.40), diet rich in calcium (p=0.38), calcium supplementation (p=0.41) and vitamin D supplementation (p=0.48) also did not differ between the groups, therefore, it appears that there was homogeneity between the groups from the point of view of risk factors. Clinical variables were related to TBS and BMD using the Z-score of the spine and femur. For TBS, the variables BMI (p=0.0002), calcium supplementation (p=0.01) and smoking (p=0.003) were statistically relevant, with the column Z-score only calcium supplementation was relevant (p=0.02) and with the femur Z-score, in addition to calcium supplementation (p=0.03), smoking (p=0.0018) and BMI (p=0.0011) were also relevant . There was no difference in bone mass parameters between the THCo and THCt groups, with similarity between the groups in terms of T-spine score (p=0.45) and femur (p=0.23) or Z-spine score (p =0.52) and femur (p=0.68). Regarding body composition, there was no difference between the groups regarding body mass index (BMI) (p=0.54), fat-free mass (FFM) (p=0.77), fat mass (FM) ( p=0.72) and basal metabolic rate (BMR) (p=0.88). TBS also did not differ between the groups studied (p=0.27), however it was found that TBS would be an earlier marker to assess bone health, especially in women with weakened lumbar spine. The study revealed that there was no difference in terms of bone mineral density, bone quality and body composition parameters in women with POI using THCo or THCt, both of which are effective in maintaining bone health. The difference between the average ages at the time of diagnosis can be explained by the fact that younger women have lower contraindications to THCo. Among the risk factors for low bone mass, calcium supplementation was the only variable that demonstrated statistical relevance in all outcomes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Ana Carolina Japur de Sá Rosa ePaluan, Livia Viana Trevisan2024-05-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-25092024-104859/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-11-07T12:58:02Zoai:teses.usp.br:tde-25092024-104859Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-11-07T12:58:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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description A insuficiência ovariana prematura (IOP) é definida como o desenvolvimento de hipogonadismo hipergonadotrófico antes dos 40 anos, está associada a menstruações pouco frequentes ou ausentes, gonadotrofinas séricas elevadas, baixas concentrações séricas de estradiol e sintomas de deficiência de estrogênio. A IOP pode se apresentar com disgenesia ovariana e amenorréia primária ou com amenorréia secundária e estar associada a outras anormalidades congênitas ou adquiridas. O diagnóstico pode ser feito definitivamente em mulheres com menos de 40 anos e menstruação irregular em associação com concentrações de hormônio folículo estimulante (FSH) na faixa de pós menopausa. A incidência é de aproximadamente 1 em 250 aos 35 anos e 1 em 100 aos 40 anos. Há muitas questões a serem consideradas no manejo de mulheres com diagnóstico de IOP, incluindo sintomas de deficiência de estrogênio, fertilidade, função sexual, saúde emocional, óssea, neurológica e cardiovascular. Indiscutivelmente, um dos efeitos mais relevantes é a perda óssea com evolução para osteoporose. De fato, estrogênios e androgênios diminuem a taxa de remodelação óssea e protegem contra a perda óssea, embora a reposição exógena de estrogênio seja recomendada, apenas dados limitados estão disponíveis sobre as vantagens ou desvantagens de diferentes regimes hormonais. Como abordagem de primeira linha, recomenda-se a terapia de reposição hormonal convencional (THC), com administração de estradiol por via oral (THCo) ou transdérmica (THCt). Realizou-se um estudo de corte transversal em mulheres com IOP, foram identificadas 122 mulheres com diagnostico de IOP que preenchiam os critérios de elegibilidade, destas 70 aceitaram participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Todas foram avaliadas por absorciometria radiológica de dupla energia (DXA) para obter informações sobre a densidade mineral óssea, parâmetros da composição corporal e escore de osso trabecular (TBS). Estas variáveis foram correlacionadas com variáveis de características clínicas através de um questionário e comparadas entre os principais tipos de terapia hormonal. Não foi possível realizar a análise estatística nos grupos que receberam contraceptivos combinados (COC natural + COC padrão) devido ao N=7, sendo assim o N amostral foi corrigido (N=63) e dois grupos foram formados: 1. THCo e 2. THCt. Com relação às características clínicas não houve diferença entre os grupos quanto à idade (p=0,05), cor de pele (p=0,81), etiologia (p=0,77), idade de início dos sintomas (p=0,05); idade no início do tratamento (p=0,10) e tempo de tratamento (p=0,99). Porém a média da idade no momento do diagnóstico foi menor no grupo que recebeu THCo (23,3 anos) quando comparada ao grupo THCt (33,2 anos) (p =0,04). As análises em relação às características clínicas de risco para baixa massa óssea, tais como histórico de fraturas (p=0,79), atividade física (p=0,74), tabagismo (p=0,62), etilismo (p=0,20), exposição solar (p=0,40), dieta rica em cálcio (p=0,38), suplementação de cálcio (p=0,41) e suplementação de vitamina d (p=0,48) também não diferiu entre os grupos, portanto, verifica-se que havia homogeneidade entre os grupos do ponto de vista fatores de risco. As variáveis clinicas foram relacionadas com o TBS e com a DMO pelo Z-escore de coluna e fêmur. Para o TBS, as variáveis IMC (p=0,0002), suplementação de cálcio (p=0,01) e tabagismo (p=0,003) foram relevantes estatisticamente, com o Z-escore da coluna apenas a suplementação de cálcio teve relevância (p=0,02) e com o Z-escore do fêmur além da suplementação de cálcio (p=0,03), também o tabagismo (p=0,0018) e o IMC (p=0,0011) apresentaram relevância. Não houve diferença nos parâmetros de massa óssea entre os grupos THCo e THCt, havendo semelhança entre os grupos quanto ao T- escore coluna (p=0,45) e fêmur (p=0,23) ou pelo Z escore de coluna (p=0,52) e fêmur (p=0,68). Em relação à composição corporal, não houve diferença entre os grupos quanto ao índice de massa corpórea (IMC) (p=0,54), massa livre de gordura (FFM) (p=0,77), massa gorda (FM) (p=0,72) e taxa de metabolismo basal (BMR) (p=0,88). O TBS também não diferiu entre os grupos estudados (p=0,27), no entanto foi verificado que o TBS seria um marcador mais precoce para avaliar a saúde óssea principalmente das mulheres com enfraquecimento da coluna lombar. O estudo revelou que não houve diferença em termos de densidade mineral óssea, qualidade óssea e parâmetros de composição corporal em mulheres com IOP em uso de THCo ou THCt, sendo ambas efetivas em manter a saúde óssea. A diferença entre as médias de idade no momento do diagnostico pode ser explicada pelo fato de que as mulheres mais jovens apresentam menores contra indicações a THCo. Dentre os fatores de risco para baixa massa óssea a suplementação de cálcio foi a única variável que demostrou relevância estatística em todos os desfechos.
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