COVID-19 e o impacto econômico nas internações em Unidades de Terapia Intensiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Piva, Heloisa Helena
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-13052024-154619/
Resumo: Introdução: O impacto econômico da COVID-19 em instituições de saúde tem sido discutido desde o início da pandemia. Os serviços se desdobraram para os atendimentos e as repercussões em diversas esferas (econômicas, sociais, financeiras, entre outras) foram enormes. A avaliação econômica em saúde se fez necessária como ferramenta de gestão. Objetivo: Descrever e comparar os custos das hospitalizações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), considerando as variáveis clínicas e demográficas dos pacientes, antes e durante a pandemia da COVID-19. Materiais e métodos: Estudo de coorte observacional com avaliação econômica parcial dos pacientes internados em quatro Unidades de Terapia Intensiva do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) em dois períodos: pré-pandemia (30/03/19 a 30/06/19) e pandemia (30/03/20 a 30/06/20). Utilizada a metodologia de micro e macrocusteio para descrever os custos das internações e consideradas as variáveis clínicas e as demográficas para a análise comparativa. Resultados: Em 2019, foram realizadas 521 internações nas quatro UTIs selecionadas, sendo 61% dos pacientes do sexo masculino, predominantemente (48,2%) entre 31 e 60 anos e 75,4% da raça branca. Em 2020, no mesmo período e nas mesmas UTIs, foram realizadas 610 internações, sendo 60,3% dos pacientes do sexo masculino, 51,6% com mais de 60 anos e 65,2% da raça branca. Todas as UTIs tiveram aumento no número de óbitos comparando as amostras de 2019 e 2020 (2019: média de 26,9%; 2020: média de 48,8%). O custo médio total das internações e o custo médio paciente-dia em 2019 foi de US$ 6,051.01 e US$ 787.48, respectivamente, e US$ 19,492.73 e US$ 1,542.74 em 2020. Recursos humanos foi o componente com maior custo para todas as UTIs, tanto em 2019 quanto em 2020, representando, em média, 51,6% e 78,2%, respectivamente. Pacientes que necessitaram ventilação mecânica, diálise e cirurgia também tiveram custo médio total e diário mais elevados em 2020 em relação a 2019. Conclusão: No período COVID, os pacientes eram mais idosos (> 60 anos), houve maior porcentagem de pacientes pardos, a taxa de óbito foi significativamente superior em todas as unidades avaliadas e, em relação ao desfecho, o tempo de permanência foi significativamente maior até resultar no desfecho alta. O custo COVID (total por paciente e paciente-dia) nas Unidades de Terapia Intensiva avaliadas foi significativamente superior. O principal componente de custo nos dois períodos foi recursos humanos, porém de forma mais significativa no período COVID. Procedimentos terapêuticos adicionais durante a internação (cirurgia, ventilação mecânica e diálise) também foram significativamente associados a custos médios totais e diários mais elevados em 2020 em relação a 2019
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spelling COVID-19 e o impacto econômico nas internações em Unidades de Terapia IntensivaCOVID-19 and the economic impact of hospitalizations in Intensive Care UnitsCOVID-19COVID-19Custos e análise de custosEconomia e organizações de saúdeHealth care economics and organizationsHealth cost analysisIntensive Care UnitsUnidades de Terapia IntensivaIntrodução: O impacto econômico da COVID-19 em instituições de saúde tem sido discutido desde o início da pandemia. Os serviços se desdobraram para os atendimentos e as repercussões em diversas esferas (econômicas, sociais, financeiras, entre outras) foram enormes. A avaliação econômica em saúde se fez necessária como ferramenta de gestão. Objetivo: Descrever e comparar os custos das hospitalizações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), considerando as variáveis clínicas e demográficas dos pacientes, antes e durante a pandemia da COVID-19. Materiais e métodos: Estudo de coorte observacional com avaliação econômica parcial dos pacientes internados em quatro Unidades de Terapia Intensiva do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) em dois períodos: pré-pandemia (30/03/19 a 30/06/19) e pandemia (30/03/20 a 30/06/20). Utilizada a metodologia de micro e macrocusteio para descrever os custos das internações e consideradas as variáveis clínicas e as demográficas para a análise comparativa. Resultados: Em 2019, foram realizadas 521 internações nas quatro UTIs selecionadas, sendo 61% dos pacientes do sexo masculino, predominantemente (48,2%) entre 31 e 60 anos e 75,4% da raça branca. Em 2020, no mesmo período e nas mesmas UTIs, foram realizadas 610 internações, sendo 60,3% dos pacientes do sexo masculino, 51,6% com mais de 60 anos e 65,2% da raça branca. Todas as UTIs tiveram aumento no número de óbitos comparando as amostras de 2019 e 2020 (2019: média de 26,9%; 2020: média de 48,8%). O custo médio total das internações e o custo médio paciente-dia em 2019 foi de US$ 6,051.01 e US$ 787.48, respectivamente, e US$ 19,492.73 e US$ 1,542.74 em 2020. Recursos humanos foi o componente com maior custo para todas as UTIs, tanto em 2019 quanto em 2020, representando, em média, 51,6% e 78,2%, respectivamente. Pacientes que necessitaram ventilação mecânica, diálise e cirurgia também tiveram custo médio total e diário mais elevados em 2020 em relação a 2019. Conclusão: No período COVID, os pacientes eram mais idosos (> 60 anos), houve maior porcentagem de pacientes pardos, a taxa de óbito foi significativamente superior em todas as unidades avaliadas e, em relação ao desfecho, o tempo de permanência foi significativamente maior até resultar no desfecho alta. O custo COVID (total por paciente e paciente-dia) nas Unidades de Terapia Intensiva avaliadas foi significativamente superior. O principal componente de custo nos dois períodos foi recursos humanos, porém de forma mais significativa no período COVID. Procedimentos terapêuticos adicionais durante a internação (cirurgia, ventilação mecânica e diálise) também foram significativamente associados a custos médios totais e diários mais elevados em 2020 em relação a 2019Introduction: The economic impact of COVID-19 on health institutions has been discussed since the beginning of the pandemic. The services unfolded for assistance and the repercussions in different spheres (economic, social, financial, among others) were enormous. The economic evaluation in health became necessary as a management tool. Objective: To describe and compare the costs of hospitalizations in Intensive Care Units (ICUs), considering clinical and demographic variables of patients, before and during the COVID-19 pandemic. Materials and methods: Observational cohort study with partial economic evaluation of patients admitted to four Intensive Care Units in two periods: pre-pandemic (03/30/19 to 06/30/19) and pandemic (03/30/20 to 06/30/20). The micro and macro costing methodology was used to describe the costs of hospitalizations and clinical and demographic variables were considered for the comparative analysis. Results: In 2019, 521 hospitalizations were performed in the four selected ICUs, 61% of the patients were male, predominantly (48.2%) between 31 and 60 years old 75.4% were white ethnic group. In 2020, in the same period and the same ICUs, 610 hospitalizations were performed, of which 60.3% were male, 51.6% were over 60 years old and 65.2% were white ethnic group. All ICUs had an increase in the number of deaths compared with the sample of 2019 and 2020 (2019: average of 26.9%; 2020: average of 48.8%). The average total cost of hospitalizations and the average patient-day cost in 2019 was US$ 6,051.01 and US$ 787.48, respectively, and US$ 19,492.73 and US$ 1,542.74 in 2020. Human resources was the component with the highest cost for all ICUs (2019 and 2020) representing, on average, 51.6% and 78.2%, respectively. Patients who required mechanical ventilation, dialysis and surgery also had a higher average total and daily cost in 2020 compared to 2019. Conclusion: In the COVID period, patients were older (> 60 years), there was a higher percentage of brown patients, the death rate was significantly higher in all evaluated units and, in relation to the outcome, the length of stay was significantly higher until resulting in the outcome discharge. The COVID cost (total per patient and patient-day) in the Intensive Care Units assessments was significantly higher. The main cost component in both periods was human resources, but more significantly in the COVID period. Additional therapeutic procedures during hospitalization (surgery, mechanical ventilation and dialysis) were also significantly associated with higher average total and daily costs in 2020 compared to 2019Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPHaddad, Luciana Bertocco de PaivaPiva, Heloisa Helena2024-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-13052024-154619/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-05-28T19:07:02Zoai:teses.usp.br:tde-13052024-154619Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-05-28T19:07:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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