Digestibilidade e propriedades nutricionais do feijão (Phaseolus vulgaris, L.) e de suas proteínas isoladas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marquez, Ursula Maria Lanfer
Data de Publicação: 1988
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-17032008-170629/
Resumo: O estudo da digestibilidade e do aproveitamento biológico do feijão (Phaseolus vulgaris, L. ),variedade Carioca e de suas principais frações protéicas foi realizado em ensaios biológicos com ratos, após tratamento térmico adequado (cocção). À metodologia convencional, baseada no \"Ganho de Peso\" e na razão entre o N ingerido e excretado, seguiu-se uma técnica utilizando feijões e suas frações protéicas previamente marcadas com 15N e 35S. A ingestão das rações causou respostas diferentes nos animais, específicos para cada fonte protéica. Os animais alimentados com o feijão integral tiveram reduzido aproveitamento biológico e excretaram 34% do nitrogênio ingerido, sendo este valor 3-4 vezes superior ao causado pela ingestão da ração controle de caseína. As frações, albumínicas e glutelínicas, apresentaram valores de \"NPR\" e \"Ganhos de Peso\" superiores, apesar de sua relativa baixa digestibilidade (70-80%). A globulina G1, altamente digerível (92%) teve uma utilização biológica muito reduzida, não permitindo o crescimento dos animais. O ensaio biológico do feijão e de suas proteínas, marcados isotopicamente, permitiu diferenciar a origem do nitrogênio e do enxofre fecal, se endógena ou exógena. A concentração de 15N em excesso, determinado nas fazes 12 horas após o início da ingestão das rações marcadas, consideramos ser de origem exógena, sendo esses valores interpretados comparativamente. A ingestão de feijões cozidos causou nos animais uma excreção de nitrogênio proveniente do próprio feijão, 10 vezes superior à elevada perda de nitrogênio endógeno, totalizando o equivalente a 34% do nitrogênio ingerido. Ratos alimentados com a globulina G1 excretaram nas primeiras 12 horas apenas quantidades muito reduzidas de 15N, e mesmo na fase de equilíbrio (4º - 6º dia de ingestão da reação marcada ) quando o 15N excretado corresponde ao exógeno + endógeno já marcado, a perda de N total não ultrapassou 10% do ingerido. A ingestão da fração albumínica, por sua vez, causou uma eliminação de 20% do N total ingerido, com participação tanto do N exógeno como endógeno. A interpretação dos resultados baseados na eliminação do enxofre e de seu radioisótopo 35S, mostrou um perfil de excreção semelhante ao observado para o 15N, embora em níveis levemente superiores.
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Os animais alimentados com o feijão integral tiveram reduzido aproveitamento biológico e excretaram 34% do nitrogênio ingerido, sendo este valor 3-4 vezes superior ao causado pela ingestão da ração controle de caseína. As frações, albumínicas e glutelínicas, apresentaram valores de \"NPR\" e \"Ganhos de Peso\" superiores, apesar de sua relativa baixa digestibilidade (70-80%). A globulina G1, altamente digerível (92%) teve uma utilização biológica muito reduzida, não permitindo o crescimento dos animais. O ensaio biológico do feijão e de suas proteínas, marcados isotopicamente, permitiu diferenciar a origem do nitrogênio e do enxofre fecal, se endógena ou exógena. A concentração de 15N em excesso, determinado nas fazes 12 horas após o início da ingestão das rações marcadas, consideramos ser de origem exógena, sendo esses valores interpretados comparativamente. A ingestão de feijões cozidos causou nos animais uma excreção de nitrogênio proveniente do próprio feijão, 10 vezes superior à elevada perda de nitrogênio endógeno, totalizando o equivalente a 34% do nitrogênio ingerido. Ratos alimentados com a globulina G1 excretaram nas primeiras 12 horas apenas quantidades muito reduzidas de 15N, e mesmo na fase de equilíbrio (4º - 6º dia de ingestão da reação marcada ) quando o 15N excretado corresponde ao exógeno + endógeno já marcado, a perda de N total não ultrapassou 10% do ingerido. A ingestão da fração albumínica, por sua vez, causou uma eliminação de 20% do N total ingerido, com participação tanto do N exógeno como endógeno. A interpretação dos resultados baseados na eliminação do enxofre e de seu radioisótopo 35S, mostrou um perfil de excreção semelhante ao observado para o 15N, embora em níveis levemente superiores.Studies with growing rats were carried out to determine the digestibility, and nutritive value of beans (Phaseolus vulgaris, L.) Carioca variety, and their major protein fractions, after proper heat treatment in order to inactivate the antiphysiological factors. The conventional method based on weight gain and the relation between the ingested and excreted nitrogen was followed by a balance technique, employing either whole beans or their protein fractions, previously labeled with 15N and 35S. The ingestion of the diets showed different nutritive responses, which were specific for each of the diets. Low biological value and digestibility were observed by rats fed on whole bean-containing diets, and as a consequence an excretion of 34% the ingested nitrogen was noted. This value was 3-4 times higher than the one excreted by the casein-control animals. Higher vakues of \"weight gain\" and NPR were obtained with the albumin and glutelin based diets, although their digestibilities were relatively low (70 - 80%). The globulin G1 was highly digestible (92%) nevertheless it appeared to have very low nutritional values and did not allow the growth of rats. The biological assay with isotopically labeled beans and proteins, allowed to differenciate the origin of fecal nitrogen and sulfur, as exogenous or endogenous. The concentration of 15 N in excess, which appeared in the feces 12 hours after the first ingestion of the labeled diets, was considered to be of exogenous origin; these values can be interpreted comparatively. The ingestion of the cooked whole beans promoted an excretion of exogenous nitrogen, 10 times higher than that excreted by the rats on the globulin G1 diet, which with the high excretion of endogenous nitrogen, totalized 34% of the ingested one. Rats fed on the globulin G1 excreted, in the first 12 hours, only small amounts of 15N, even in the steady - state (4º - 6ºth day on feeding the labeled diet), when the excreted 15N corresponded to both, exogenous and labeled endogenous excretion reached, the maximum loss (about 10% of the ingested total nitrogen). The feeding of albumin based diets stimulated an excretion of 20% of the ingested nitrogen, due to exogenous and endogenous origin. The interpretation of the results based on the balance of total sulfur and their radioactive isotope (35S) showed an excretion pattern, similar to that of the 15N, although in absolute values (of excretion) it was a little higher than that representing the nitrogen loss.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLajolo, Franco MariaMarquez, Ursula Maria Lanfer1988-05-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9131/tde-17032008-170629/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-17032008-170629Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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