Tapanhuacanga em ruínas: história do Palácio Velho de Ouro Preto (c. 1660-1825)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-26082016-152822/ |
Resumo: | A tese investiga a história do Palácio Velho de Ouro Preto, primeira residência de governadores instalada na antiga Vila Rica, sede política da capitania de Minas Gerais a partir de 1721. Foram analisadas, em especial, a biografia de Henrique Lopes de Araújo, capitão-mor de Vila Rica entre 1713-33 e benfeitor do Palácio; a história do conflituoso processo político consumado nas entradas, na fixação e na permanência de governadores no interior do território minerador ao longo das três primeiras décadas do século XVIII; e, por fim, a história do próprio complexo arquitetônico do Palácio Velho no intervalo entre 1717, data de sua construção, e 1734 (intervalo no qual serviu por residência dos governadores da capitania) e no período seguinte, quando a propriedade passou a ser administrada pela câmara (1734-1738) e, logo depois, pela Santa Casa de Misericórdia de Vila Rica (1738-1825). A pesquisa esmiuçou os interesses envolvidos na exploração da rica lavra de ouro existente no Palácio, relacionados, sobretudo, à irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Alto de Padre Faria (ou Alto da Cruz), na freguesia de Antônio Dias. Os vínculos dessa confraria com o Palácio Velho estiveram na origem do mito de Chico Rei, também avaliado no trabalho. O contexto histórico que caracterizou a biografia de Henrique Lopes de Araújo e a trajetória do Palácio Velho marcou-se pelas especificidades da sociedade colonial. Dialeticamente interligadas ao mundo europeu de Antigo Regime, mas pautadas por relações sociais próprias do escravismo colonial, singularizadas ainda pela natureza da atividade mineradora, as Minas setecentistas propiciaram experiências sociais únicas. Ali, os mecanismos de ascensão social, de dominação senhorial e de resistência escrava adquiriram matizes particulares, parcialmente referenciados nas normas de Antigo Regime, porém também vinculados às relações sociais de tipo colonial impostas pela escravidão adotada em larga escala. |
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Tapanhuacanga em ruínas: história do Palácio Velho de Ouro Preto (c. 1660-1825)Tapanhuacanga in ruins: Ouro Preto Old Palace History (c. 1660-1825)Chico ReiChico ReiEighteenth-century MinasEscravidãoMinas setecentistasOuro Preto Old PalacePalácio VelhoSlaveryA tese investiga a história do Palácio Velho de Ouro Preto, primeira residência de governadores instalada na antiga Vila Rica, sede política da capitania de Minas Gerais a partir de 1721. Foram analisadas, em especial, a biografia de Henrique Lopes de Araújo, capitão-mor de Vila Rica entre 1713-33 e benfeitor do Palácio; a história do conflituoso processo político consumado nas entradas, na fixação e na permanência de governadores no interior do território minerador ao longo das três primeiras décadas do século XVIII; e, por fim, a história do próprio complexo arquitetônico do Palácio Velho no intervalo entre 1717, data de sua construção, e 1734 (intervalo no qual serviu por residência dos governadores da capitania) e no período seguinte, quando a propriedade passou a ser administrada pela câmara (1734-1738) e, logo depois, pela Santa Casa de Misericórdia de Vila Rica (1738-1825). A pesquisa esmiuçou os interesses envolvidos na exploração da rica lavra de ouro existente no Palácio, relacionados, sobretudo, à irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Alto de Padre Faria (ou Alto da Cruz), na freguesia de Antônio Dias. Os vínculos dessa confraria com o Palácio Velho estiveram na origem do mito de Chico Rei, também avaliado no trabalho. O contexto histórico que caracterizou a biografia de Henrique Lopes de Araújo e a trajetória do Palácio Velho marcou-se pelas especificidades da sociedade colonial. Dialeticamente interligadas ao mundo europeu de Antigo Regime, mas pautadas por relações sociais próprias do escravismo colonial, singularizadas ainda pela natureza da atividade mineradora, as Minas setecentistas propiciaram experiências sociais únicas. Ali, os mecanismos de ascensão social, de dominação senhorial e de resistência escrava adquiriram matizes particulares, parcialmente referenciados nas normas de Antigo Regime, porém também vinculados às relações sociais de tipo colonial impostas pela escravidão adotada em larga escala.This thesis investigates the Ouro Preto Old Palace (Palácio Velho de Ouro Preto) history, first governors residence installed in the Vila Rica, the Minas Gerais capital from 1721. It was analyzed the Henrique Lopes de Araujo biography, Vila Rica main captain between 1713-33 and the Palace benefactor, also the conflicted historical process of the \"entries\", fixation and permanence of governors within the mining area over the first three decades of the eighteenth century; and finally, it was studied the Old Palace history between 1717, the construction date, and 1734 (when it served for captaincy governors residence) and in the following period, when the property became administered by the camera (1734-1738) and soon after by the Santa Casa de Misericordia de Vila Rica (1738-1825). The research discusses the interests involved in the exploitation of the rich gold mining in the Palace, related mainly to the Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Alto de Padre Faria or Alto da Cruz, a slave brotherhood in Antonio Dias district. The link of this brotherhood with the Old Palace gave rise to Chico Rei myth also rated at work. The historical context that characterized the Henrique Lopes de Araujo biography and the Old Palace trajectory was marked by the colonial society specifities. The eighteenth-century Minas given place to unique social experiences, dialetically linked to the european Ancien Régime, but guided by the colonial slavery social relations, singled even for the mining activities nature. There the social mobility, slaveholder´s domination and slave resistance acquired a particular format, partially referenced in the Ancien Régime standards, but also linked to social relations of colonial type imposed by slavery adopted on a large scale.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Laura de Mello eGaspar, Tarcísio de Souza2016-04-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-26082016-152822/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:05:29Zoai:teses.usp.br:tde-26082016-152822Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:05:29Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A tese investiga a história do Palácio Velho de Ouro Preto, primeira residência de governadores instalada na antiga Vila Rica, sede política da capitania de Minas Gerais a partir de 1721. Foram analisadas, em especial, a biografia de Henrique Lopes de Araújo, capitão-mor de Vila Rica entre 1713-33 e benfeitor do Palácio; a história do conflituoso processo político consumado nas entradas, na fixação e na permanência de governadores no interior do território minerador ao longo das três primeiras décadas do século XVIII; e, por fim, a história do próprio complexo arquitetônico do Palácio Velho no intervalo entre 1717, data de sua construção, e 1734 (intervalo no qual serviu por residência dos governadores da capitania) e no período seguinte, quando a propriedade passou a ser administrada pela câmara (1734-1738) e, logo depois, pela Santa Casa de Misericórdia de Vila Rica (1738-1825). A pesquisa esmiuçou os interesses envolvidos na exploração da rica lavra de ouro existente no Palácio, relacionados, sobretudo, à irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos do Alto de Padre Faria (ou Alto da Cruz), na freguesia de Antônio Dias. Os vínculos dessa confraria com o Palácio Velho estiveram na origem do mito de Chico Rei, também avaliado no trabalho. O contexto histórico que caracterizou a biografia de Henrique Lopes de Araújo e a trajetória do Palácio Velho marcou-se pelas especificidades da sociedade colonial. Dialeticamente interligadas ao mundo europeu de Antigo Regime, mas pautadas por relações sociais próprias do escravismo colonial, singularizadas ainda pela natureza da atividade mineradora, as Minas setecentistas propiciaram experiências sociais únicas. Ali, os mecanismos de ascensão social, de dominação senhorial e de resistência escrava adquiriram matizes particulares, parcialmente referenciados nas normas de Antigo Regime, porém também vinculados às relações sociais de tipo colonial impostas pela escravidão adotada em larga escala. |
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