A constituição analítica como fator de impulsionamento do ativismo judicial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-17042024-081137/ |
Resumo: | Este trabalho traz uma radiografia da Constituição analítica brasileira e suas mazelas, devido ao fato de ter se tornado cada vez mais ampla, constitucionalizando normas pertinentes à legislação infraconstitucional. Trata-se de texto que peca também em estabilidade, pois segue em constante mudança por meio de emendas constitucionais. Como resultado, carece de efetividade, devido à ausência de correspondência entre o texto e a realidade, enfim, uma Constituição desconhecida, desobedecida e que desatende ao seu papel de ser a Lei Maior de um país. Corroborando a tese de que a Constituição analítica padece das referidas disfunções, discorre-se sobre a evolução da função jurisdicional, que permitiu que uma atividade técnica ganhasse relevância no ato de interpretação das leis, galgando a prerrogativa de declarar a inconstitucionalidade das normas, até adquirir um viés político. Este ensejou o ativismo, deturpação pela qual o Judiciário, empreendendo juízo de conveniência e oportunidade afasta as escolhas legítimas e democráticas do Legislativo e do Executivo para decidir de acordo com suas próprias convicções, adotando princípios constitucionais abstratos, como dignidade humana, em detrimento de regras e princípios específicos sobre determinada matéria. Até o momento, a reação legislativa tem-se mostrado aquém do ativismo praticado. Da análise comparativa do ativismo judicial nos Estados Unidos e no Brasil, nota-se que tal fenômeno é compatível tanto com o sistema da Common Law e constituição sintética como também da Civil Law e constituição analítica. Porém, sua incidência parece mais favorável neste segundo cenário, levando à conclusão de que o ativismo judicial é mais um efeito colateral da constituição analítica brasileira. Para atenuar esta celeuma, apresenta-se uma proposta de desconstitucionalização, com a transposição das normas que dispensam a permanência na Constituição, com base em critérios claros e objetivos, em busca de efetividade da Constituição, inibição ao ativismo judicial e, consequentemente, harmonia entre os Poderes. |
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A constituição analítica como fator de impulsionamento do ativismo judicialThe analytical constitution as a boosting fator of judicial activismAnalytical constitutionAtivismo judicialConstituiçãoConstituição analíticaConstitutionDesconstitucionalizaçãoDesconstitutionalizationEfetividade da ConstituiçãoEffectiveness of the ConstitutionJudicial activismEste trabalho traz uma radiografia da Constituição analítica brasileira e suas mazelas, devido ao fato de ter se tornado cada vez mais ampla, constitucionalizando normas pertinentes à legislação infraconstitucional. Trata-se de texto que peca também em estabilidade, pois segue em constante mudança por meio de emendas constitucionais. Como resultado, carece de efetividade, devido à ausência de correspondência entre o texto e a realidade, enfim, uma Constituição desconhecida, desobedecida e que desatende ao seu papel de ser a Lei Maior de um país. Corroborando a tese de que a Constituição analítica padece das referidas disfunções, discorre-se sobre a evolução da função jurisdicional, que permitiu que uma atividade técnica ganhasse relevância no ato de interpretação das leis, galgando a prerrogativa de declarar a inconstitucionalidade das normas, até adquirir um viés político. Este ensejou o ativismo, deturpação pela qual o Judiciário, empreendendo juízo de conveniência e oportunidade afasta as escolhas legítimas e democráticas do Legislativo e do Executivo para decidir de acordo com suas próprias convicções, adotando princípios constitucionais abstratos, como dignidade humana, em detrimento de regras e princípios específicos sobre determinada matéria. Até o momento, a reação legislativa tem-se mostrado aquém do ativismo praticado. Da análise comparativa do ativismo judicial nos Estados Unidos e no Brasil, nota-se que tal fenômeno é compatível tanto com o sistema da Common Law e constituição sintética como também da Civil Law e constituição analítica. Porém, sua incidência parece mais favorável neste segundo cenário, levando à conclusão de que o ativismo judicial é mais um efeito colateral da constituição analítica brasileira. Para atenuar esta celeuma, apresenta-se uma proposta de desconstitucionalização, com a transposição das normas que dispensam a permanência na Constituição, com base em critérios claros e objetivos, em busca de efetividade da Constituição, inibição ao ativismo judicial e, consequentemente, harmonia entre os Poderes.This work brings a X-ray of the Brazilian analytical Constitution and its sores, due to the fact that it has become increasingly broad, constitutionalizing norms pertinent to infraconstitutional legislation. It is a text that also lacks stability, as it is constantly changing through constitutional amendments. As a result, it lacks effectiveness, due to the lack of correspondence between the text and reality, in short, an unknown, disobeyed Constitution that disregards its role of being the Major Law of a country. Corroborating the thesis that the analytical Constitution suffers from these aforementioned dysfunctions, the evolution of the jurisdictional function is discussed, which allowed a technical activity to gain relevance in the act of interpreting laws, rising to the prerogative of declaring the unconstitutionality of norms, until it acquired a political bias. This gave rise to activism, a distortion by which the Judiciary, undertaking a judgment of convenience and opportunity, distances the legitimate and democratic choices of the Legislative and Executive Powers to decide according to their own convictions, adopting abstract constitutional principles, such as human dignity, to the detriment of rules and specific rules and principles on a given matter. So far, the Legislative reaction to activism has fallen short of judicial onslaught. From the comparative analysis of judicial activism in the United States and Brazil, it can be noted that this phenomenon is compatible both with the Common Law system and the synthetic constitution, as well as with the Civil Law and analytical constitution. However, its incidence seems more favorable in this second scenario, leading to the conclusion that judicial activism is yet another side effect of the Brazilian analytical constitution. To attenuate this uproar, a proposal for deconstitutionalization is presented, with the transposition of the norms that dispense the permanence in the Constitution, based on clear and objective criteria, in search of effectiveness of the Constitution, inhibition of judicial activism and, consequently, harmony between the Powers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRamos, Elival da SilvaPrado, João Carlos Navarro de Almeida2023-08-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-17042024-081137/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-14T16:09:02Zoai:teses.usp.br:tde-17042024-081137Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-14T16:09:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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