Identidade tirolesa em Santa Olímpia (Piracicaba/SP): festas, tradições e memória.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correr, André Bortolazzo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-22042014-190812/
Resumo: Este trabalho consiste de uma análise das festas e tradições dos descendentes de tiroleses do bairro de Santa Olímpia, em Piracicaba, interior de São Paulo, buscando entender seu papel na construção da identidade tirolesa em Piracicaba, por meio da história oral, da memória e da observação participante. De modo concreto, no recorte de pesquisa, cinco festas foram escolhidas: a de Nossa Senhora, em maio; a da Cuccagna, no Carnaval; a da Polenta, em julho; a da Imigração, em Novembro; e o Mercadín, em dezembro. Elas são objeto de estudo porque representam, em certa medida, a construção identitária do ser tirolês em Santa Olímpia. Para a compreensão da temática, além da participação nas festas, quinze descendentes foram entrevistados, a partir da lógica das redes de entrevistas. A base teórica utilizou-se das temáticas da imigração, das festas e da identidade, em uma análise crítica do processo migratório do grupo em questão, que se utiliza dos festejos para construir uma identidade tirolesa que nunca existiu, mas se faz presente nesse imaginário coletivo criado no bairro ao longo desses 120 anos de existência. Todo esse processo encontra na religiosidade uma forma de garantir certo controle e manutenção dos costumes da comunidade, em especial, por meio do poder que a igreja católica vem mantendo no bairro e na sociedade ao longo dos séculos. Como conclusões, tem-se que a imigração foi um dos incentivos para a formação de um país com diversas identidades e, ao mesmo tempo, garantiu a vocação agrária do país, até hoje discutida nas esferas macroeconômicas. Não há uma identidade tirolesa real, trazida pelos imigrantes e mantida ao longo do tempo, uma vez que esta foi sofrendo influências tanto do Brasil, quanto de outras nacionalidades, sendo que a cultura italiana é significativamente reivindicada pelos moradores de Santa Olímpia nesse contexto do ser tirolês. Essa identidade, permeada por uma italianidade e uma religiosidade fortíssimas, é uma construção recente, com finalidades específicas de autoafirmação, incentivo ao turismo e visando a coesão do grupo. As festas, por meio de seus mais diversos elementos, aqui analisados detalhadamente, são a principal forma de se perpetuar essa identidade idealizada e fortalecer as reivindicações de descendência e pertencimento a essa categoria cultural.
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Para a compreensão da temática, além da participação nas festas, quinze descendentes foram entrevistados, a partir da lógica das redes de entrevistas. A base teórica utilizou-se das temáticas da imigração, das festas e da identidade, em uma análise crítica do processo migratório do grupo em questão, que se utiliza dos festejos para construir uma identidade tirolesa que nunca existiu, mas se faz presente nesse imaginário coletivo criado no bairro ao longo desses 120 anos de existência. Todo esse processo encontra na religiosidade uma forma de garantir certo controle e manutenção dos costumes da comunidade, em especial, por meio do poder que a igreja católica vem mantendo no bairro e na sociedade ao longo dos séculos. Como conclusões, tem-se que a imigração foi um dos incentivos para a formação de um país com diversas identidades e, ao mesmo tempo, garantiu a vocação agrária do país, até hoje discutida nas esferas macroeconômicas. Não há uma identidade tirolesa real, trazida pelos imigrantes e mantida ao longo do tempo, uma vez que esta foi sofrendo influências tanto do Brasil, quanto de outras nacionalidades, sendo que a cultura italiana é significativamente reivindicada pelos moradores de Santa Olímpia nesse contexto do ser tirolês. Essa identidade, permeada por uma italianidade e uma religiosidade fortíssimas, é uma construção recente, com finalidades específicas de autoafirmação, incentivo ao turismo e visando a coesão do grupo. As festas, por meio de seus mais diversos elementos, aqui analisados detalhadamente, são a principal forma de se perpetuar essa identidade idealizada e fortalecer as reivindicações de descendência e pertencimento a essa categoria cultural.This research consists of an analysis about festivities and lores of Tyrolean descendants from Santa Olímpia district, Piracicaba/SP. Its aim is to understand the function of festivities on construction of Tyrolean identity in Piracicaba, through oral history and memory, as well as observing these festivities in loco. Five festivities were chosen as research outline: Madonna, on May; Cuccagna, at Carnival; Polenta, in July; Immigration, in November; and Mercadín, in December. These festivities are object of studying because represent, somehow, the identity construction of being a Tyrolean in Santa Olímpia. To understand the subject, besides my participation in festivities, fifteen descendents were interviewed, based on interviews networks. As theoretical framework, it was used immigration, festivities and identities thematic, in a critical analysis of migratory process about these groups at stake who use these celebrations to construct a Tyrolean identity that never existed, but it is present in the collective imagination created in the district over these 120 years. The background of this whole process, there is religiosity in order to ensure some control and maintenance of community customs, particularly through the power of the Catholic Church has been maintaining in the district and in the society over the centuries. As conclusions, the immigration was the great promoter of the generation of a multicultural country and, at the same time, secured the agrarian vocation of the country, which is still discussed in the macroeconomic spheres. There isnt a real Tyrolean identity brought by the immigrants and maintained over the time, since this identity was influenced both from Brazil and other nationalities, and that Italian culture is meaningly claimed by residents of Santa Olímpia in this context being a Tyrolean. This identity, permeated by a very strong Italianity and religiosity, it is a recent construction, with specific purposes of self-affirmation, tourism incentive and seeking group cohesion. The festivities, through its various elements analyzed here in detail, are the main way of perpetuating that identity idealized and strengthen the claims of descent and belonging to this category cultural.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMagalhães, Valéria Barbosa deCorrer, André Bortolazzo2013-11-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-22042014-190812/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:54Zoai:teses.usp.br:tde-22042014-190812Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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