Ação do agulhamento a seco na magnitude do zumbido crônico em portadores de pontos gatilhos miofasciais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aguiar, Juliana Anauate Alves de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-11012022-092555/
Resumo: Introdução: O zumbido pode ser definido como percepção de som na cabeça ou na orelha que não encontra correspondência com fonte sonora externa. É um sintoma comum decorrente de várias etiologias, entre elas as disfunções do sistema musculoesquelético. A suspeita de zumbido somatossensorial ocorre quando: (a) o paciente é capaz de mudar as características psicoacústicas (intensidade, frequência, localização) do zumbido através de movimentos voluntários e/ou de contrações forçadas da cabeça, do pescoço, da mandíbula ou dos olhos; (b) zumbido e dor no pescoço ou na mandíbula aparecem ou se agravam simultaneamente; (c) zumbido precedido por trauma cervical ou craniano, por manipulação dentária, da mandíbula ou da coluna cervical, por crises recorrentes de dor na cabeça, no pescoço ou nos ombros; (d) há flutuação das características do zumbido durante o dia; (e) zumbido unilateral que não possui correspondência com audiometria; (f) zumbido acompanhado de disfunções temporomandibulares ou bruxismo. O tratamento do zumbido somatossensorial pode ser realizado por diversas formas, inclusive por meio do tratamento dos pontos-gatilhos miofasciais (PGM). O agulhamento a seco (AS) é uma das estratégias terapêuticas para desativação desses pontos. Objetivo: Avaliar a ação do AS na magnitude do zumbido crônico em portadores de PGM. Métodos: O AS foi realizado através da inserção de uma agulha longa e fina nos PGM, após avaliação física e determinação dos músculos a serem tratados. Todos os pacientes foram submetidos a 4 sessões semanais de AS placebo, seguidas de um intervalo de 15 dias (washout) e mais 4 sessões semanais de AS terapêutico. As variáveis de mensuração usadas para medir a magnitude do zumbido foram as medidas psicoacústicas do zumbido. Para avaliar o grau de incômodo do zumbido, utilizou-se a Escala Visual Analógica (EVA) e o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI). Para avaliar a dor muscular, utilizou-se a EVA e o questionário Neck Disability Index - Brasil (NDI-BR). Resultados: Quando comparamos o AS placebo e o terapêutico, não houve diferença na magnitude do zumbido nem no grau de incômodo causado. Pacientes com zumbido unilateral obtiveram melhora do incômodo deste, mensurado pelo THI, com AS terapêutico. Pacientes com maior perda auditiva obtiveram menor variação no EVA dor após AS terapêutico. Ocorreu melhora progressiva em todas as variáveis, com exceção do EVA dor, desde a primeira intervenção placebo até o último AS terapêutico. Conclusão: A técnica de AS terapêutico para PGM, em pacientes com zumbido crônico de origem somatossensorial, não foi eficaz na redução da magnitude ou do incômodo do zumbido. Mas, em pacientes com zumbido unilateral, o tratamento com AS terapêutico foi eficaz na redução do incômodo do zumbido. Houve melhora progressiva do incômodo causado pelo zumbido com AS placebo e terapêutico, provavelmente pelo efeito placebo do agulhamento em si
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A suspeita de zumbido somatossensorial ocorre quando: (a) o paciente é capaz de mudar as características psicoacústicas (intensidade, frequência, localização) do zumbido através de movimentos voluntários e/ou de contrações forçadas da cabeça, do pescoço, da mandíbula ou dos olhos; (b) zumbido e dor no pescoço ou na mandíbula aparecem ou se agravam simultaneamente; (c) zumbido precedido por trauma cervical ou craniano, por manipulação dentária, da mandíbula ou da coluna cervical, por crises recorrentes de dor na cabeça, no pescoço ou nos ombros; (d) há flutuação das características do zumbido durante o dia; (e) zumbido unilateral que não possui correspondência com audiometria; (f) zumbido acompanhado de disfunções temporomandibulares ou bruxismo. O tratamento do zumbido somatossensorial pode ser realizado por diversas formas, inclusive por meio do tratamento dos pontos-gatilhos miofasciais (PGM). O agulhamento a seco (AS) é uma das estratégias terapêuticas para desativação desses pontos. Objetivo: Avaliar a ação do AS na magnitude do zumbido crônico em portadores de PGM. Métodos: O AS foi realizado através da inserção de uma agulha longa e fina nos PGM, após avaliação física e determinação dos músculos a serem tratados. Todos os pacientes foram submetidos a 4 sessões semanais de AS placebo, seguidas de um intervalo de 15 dias (washout) e mais 4 sessões semanais de AS terapêutico. As variáveis de mensuração usadas para medir a magnitude do zumbido foram as medidas psicoacústicas do zumbido. Para avaliar o grau de incômodo do zumbido, utilizou-se a Escala Visual Analógica (EVA) e o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI). Para avaliar a dor muscular, utilizou-se a EVA e o questionário Neck Disability Index - Brasil (NDI-BR). Resultados: Quando comparamos o AS placebo e o terapêutico, não houve diferença na magnitude do zumbido nem no grau de incômodo causado. Pacientes com zumbido unilateral obtiveram melhora do incômodo deste, mensurado pelo THI, com AS terapêutico. Pacientes com maior perda auditiva obtiveram menor variação no EVA dor após AS terapêutico. Ocorreu melhora progressiva em todas as variáveis, com exceção do EVA dor, desde a primeira intervenção placebo até o último AS terapêutico. Conclusão: A técnica de AS terapêutico para PGM, em pacientes com zumbido crônico de origem somatossensorial, não foi eficaz na redução da magnitude ou do incômodo do zumbido. Mas, em pacientes com zumbido unilateral, o tratamento com AS terapêutico foi eficaz na redução do incômodo do zumbido. Houve melhora progressiva do incômodo causado pelo zumbido com AS placebo e terapêutico, provavelmente pelo efeito placebo do agulhamento em siIntroduction: Tinnitus can be defined as the perception of sound in the ears or in the head in the absence of an external sound source. It is a common symptom that arises from several etiologies including disorders of the musculoskeletal system. Suspicion of somatosensory tinnitus occurs when: (a) the patient is able to change the psychoacoustic characteristics (loudness, pitch, location) of tinnitus through voluntary movements and/or forced contractions of the head, neck, jaw or eyes ; (b) tinnitus and pain in the neck or jaw simultaneously appear or worsen; (c) tinnitus preceded by cervical or cranial trauma, by manipulation of the teeth, jaw or cervical spine, by recurrent attacks of pain in the head, neck or shoulders; (d) there is fluctuation in tinnitus characteristics during the day; (e) unilateral tinnitus that does not correspond to audiometry; (f) tinnitus accompanied by temporomandibular disorders or bruxism. The treatment of somatosensory tinnitus can be performed in several ways, including the treatment of myofascial trigger points (MTP). Dry needling (DN) is one of the therapeutic strategies for treating these MTP. Objective: To evaluate the action of DN on the magnitude of chronic somatosensory tinnitus in patients with MTP. Methods: DN was performed by inserting a long, thin needle into the PGMs, after physical assessment and determination of the muscles to be treated. All patients underwent 4 weekly sessions of placebo DN, followed by a 15-day washout interval and 4 more weekly sessions of therapeutic DN. The psychoacoustic measures of tinnitus were used to evaluate the magnitude of tinnitus. The variables used to measure the degree of annoyance of tinnitus included the Visual Analogue Scale (VAS) and THI (\"Tinnitus Handicap Inventory\"). The Neck Disability Index (NDI) and the VAS were used to evaluate muscle pain. Results: When comparing placebo and therapeutic DN, there was no difference in the magnitude of tinnitus or in the degree of discomfort caused. Patients with unilateral tinnitus improved their discomfort, as measured by THI, with therapeutic DN. Patients with greater hearing loss had less variation in VAS pain after therapeutic DN. There was progressive improvement in all variables, except for VAS pain, from the first placebo intervention to the last therapeutic DN. Conclusion: The therapeutic DN technique for MTP, in patients with chronic tinnitus of somatosensory origin, was not effective in reducing the magnitude or annoyance of tinnitus. But, in patients with unilateral tinnitus, treatment with therapeutic DN was effective in reducing tinnitus discomfort. There was a progressive improvement in the discomfort caused by tinnitus with placebo and therapeutic DN, probably due to the placebo effect of needlingBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRamalho, Jeanne da Rosa OiticicaAguiar, Juliana Anauate Alves de2021-10-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-11012022-092555/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-01-19T15:38:02Zoai:teses.usp.br:tde-11012022-092555Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-01-19T15:38:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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