"Subjetividade e imagem: a literatura como horizonte da filosofia em Henri Bergson"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paiva, Rita de Cássia Souza
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-29112003-084200/
Resumo: Esta tese toma o pensamento de Henri Bergson como objeto de reflexão. Ao mesmo tempo que situa o homem como tema central nesse universo teórico, pretende perscrutar a natureza da subjetividade que nele se delineia. Acompanha, assim, a crítica bergsoniana à psicologia, cujo intento de subsumir o humano à matéria condena ao fracasso sua pretensão de conhecê-lo. A superação da visão associacionista, tal como Bergson a desenha, evidenciará a natureza de uma subjetividade outra, obscurecida pelas instâncias mais superficiais, nas quais se configura a consciência que julgamos conhecer. O alcance dessa dimensão mais profunda do Eu impõe a inspeção acerca da inteligência racional, orientada por uma temporalidade ficitícia e pela linguagem, de modo que se esclareça a distância entre a superficialidade da consciência e a subjetividade livre e indômita, cuja natureza, aliás,é a do tempo, ou seja, a duração criadora que nos ultrapassa e nos vincula ao ser em geral. Ante os obstáculos apresentados pela consciência na persecução de nossa interioridade movente, recursos outros que não os conceituais, pertinentes ao pensamento analítico e científico, passam a figurar como alternativa para o conhecimento da interioridade humana, quais sejam, as imagens qeu se originam justamente nas regiões mais recônditas do Eu. Atribuir às imagens a potencialidade de nos conduzir ao ser, leva-nos ao equacionamenteo do lugar a elas conferido pela tradição - cópia/coisa, simulacro, erro, alteridade do ser. Pretendemos, pois, interrogar se Bergson logra ou não um rompimento com o pensamento tradicional, visto que as imagens precedentes da memória pura e do esforço imaginante passam a ser consideradas meios privilegiados que nos conectam ao ser. Nessa senda, tematizaremos a ambiguidade que a imagem assume na obra bergsoniana, uma vez que ora se coaduna à realidade da coisa, ora nos revela o ser temporal e criador que nos habita. Posto que o conhecimento do tempo em seu movimento criador se dá pela intuição, e que os recursos da inteligência não logram a sua tradução ou comunicação, as imagens resultantes do esforço criador, as imagens prevalecentes na arte, cuja natureza se aproxima da duração, revelar-se-ão como o caminho da expressão daquilo que o conhecimento intuitivo nos revela. Particularmente, as imagens literárias, decorrentes de uma linguagem que se volta contra si mesma, tornam-se a referência privilegiada para a expresssão filosófica do ser e para o alcance da interioridade criadora que nos constitui.
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O alcance dessa dimensão mais profunda do Eu impõe a inspeção acerca da inteligência racional, orientada por uma temporalidade ficitícia e pela linguagem, de modo que se esclareça a distância entre a superficialidade da consciência e a subjetividade livre e indômita, cuja natureza, aliás,é a do tempo, ou seja, a duração criadora que nos ultrapassa e nos vincula ao ser em geral. Ante os obstáculos apresentados pela consciência na persecução de nossa interioridade movente, recursos outros que não os conceituais, pertinentes ao pensamento analítico e científico, passam a figurar como alternativa para o conhecimento da interioridade humana, quais sejam, as imagens qeu se originam justamente nas regiões mais recônditas do Eu. Atribuir às imagens a potencialidade de nos conduzir ao ser, leva-nos ao equacionamenteo do lugar a elas conferido pela tradição - cópia/coisa, simulacro, erro, alteridade do ser. Pretendemos, pois, interrogar se Bergson logra ou não um rompimento com o pensamento tradicional, visto que as imagens precedentes da memória pura e do esforço imaginante passam a ser consideradas meios privilegiados que nos conectam ao ser. Nessa senda, tematizaremos a ambiguidade que a imagem assume na obra bergsoniana, uma vez que ora se coaduna à realidade da coisa, ora nos revela o ser temporal e criador que nos habita. Posto que o conhecimento do tempo em seu movimento criador se dá pela intuição, e que os recursos da inteligência não logram a sua tradução ou comunicação, as imagens resultantes do esforço criador, as imagens prevalecentes na arte, cuja natureza se aproxima da duração, revelar-se-ão como o caminho da expressão daquilo que o conhecimento intuitivo nos revela. Particularmente, as imagens literárias, decorrentes de uma linguagem que se volta contra si mesma, tornam-se a referência privilegiada para a expresssão filosófica do ser e para o alcance da interioridade criadora que nos constitui. This thesis takes Henri Bergson´s thought as its object of reflection. Focusin on mankind as its central subject in that theoretical univers, it intends to search the nature of the subjectivity sketeched in it. It thus folloes bergsonian criticism of psychology, whose intente do subsume human realm into matter condemns its purpose of knowing it to failure. The overcoming of the associacionist view, the way Bergson portrays it, will attest the nature of a differente subjectivity, blurred by instances most superficial, in which the consciousness we believe to know is delineated. the reach of this mor profound dimension of the self imposes the inspection concerning rational intelligence, guided by a fictititous temporality and by language, so that we carify the distance between consciousness ´superficiality and free untamed subjectivity, whose nature is that of time, that is, the creative duration which surpasses us and entails us to being in general. Berfore the obstacles introduced by consciousness in pursuit of our moving interiority, resources other than conpectual, relevant to analytic and scentific thougt com as an alterntive for the knowledge of human interiority, which ar the imagens originatede precisely in the most hidden regions of the Self. To attribute images the potentiality of guiding us to Being leads us to the questioning of the place given to them by tradition - copy/thing, simulacrum, misake, alterity of Being. we intend thus to question whether Bergson succeeds or not at breaking with traditional thinking, inassmuch as the imagens comin from pure memory and from the imagining effort come to be considered the privileged means that connect us to being. In this way, we will discuss the ambiguity that images take on in Bergsonian work, since it now combines with the reality of the thing, now reveals us the temproal and creative being which inhabits us. Since knowledge of time in its creative action is given by intuition, and that intelligence´s resources do not provide its translation or communication, the resulting images of the creative effort, those images prevailing in arte, whose natue approaches duration,will reveal themselves particularly, which como from a language that goes against itself, become the reference for the philosophical expression of being and for reaching the creative interiority that constitutes us. 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