Composição mineral das folhas de cafeeiro (Coffea arábica ‘Mundo Novo’) com referência à época e à adubação

• Autor(a) principal: Hiroce, Ruter
• Data de Publicação: 1972
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143950/
• topic: ADUBAÇÃO; CAFÉ MUNDO NOVO; COMPOSIÇÃO MINERAL; DIAGNOSE FOLIAR; FOLHAS

No presente trabalho foram estudadas as variações nos teores dos macronutrientes das folhas do cafeeiro (Coffea arábica ‘Mundo Novo’), em três estações do ano, em três tipos de solos do Estado de São Paulo, em função do adubo orgânico e mineral, isolados e combinados, aplicados em cobertura e enterrados. O nitrogênio do adubo mineral foi fornecido através do sulfato de amônio e do nitrocálcio, alternadamente; o fósforo, através da fosforita de Olinda, inicialmente, e do super fosfato simples, posteriormente; o potássio, através do cloreto de potássio. As épocas consideradas foram: verão (janeiro-fevereiro), correspondente à época de crescimento do fruto; outono (abril-maio), à de maturação do fruto e, primavera (setembro-outubro), à de florescimento da planta. Os ensaios foram instalados nos seguintes tipos de solo, localidades e anos: solos Podzolizados de Lins e Marília de Pindorama, em 1958; Podzólico Vermelho Amarelo-Orto de Mococa, em 1960; e Latossolo Roxo transição para Latossolo Vermelho Amarelo-Orto de Campinas, em 1958. O delineamento dos ensaios obedeceu a um fatorial PK, 2x2, em que os elementos fertilizantes foram aplicados enterrados e em cobertura, totalizando quatro tratamentos. A cada tratamento do fatorial PK foram agregados três tratamentos: nitrogênio mineral, nitrogênio mineral combinado com o esterco de curral, aplicado em cobertura, e nitrogênio mineral combinado com esterco de curral, aplicado enterrado, totalizando 12 tratamentos. Foram incluídos ainda três tratamentos extras: sem nenhum adubo, esterco de curral, isolado, aplicado em cobertura e enterrado. Amostras de folhas do 3º par, a partir da ponta dos ramos, situados na altura média das plantas, foram colhidas para análises químicas, entre outono de 1964 e verão de 1969. Essas amostras, após devidamente preparadas, foram submetidas às determinações de nitrogênio, fosforo, potássio, cálcio e magnésio; e somente as do verão de 1969, às determinações de enxofre, boro, cobre, ferro, manganês e zinco. Os resultados do presente estudo permitiram tirar as seguintes conclusões principais: a) o nitrogênio foi o nutriente mais afetado pelos tratamentos e o verão constituiu a época mais sensível para o estudo da nutrição nitrogenada; b) a concentração do nitrogênio das folhas, no verão, cresceu com o decorrer dos anos, enquanto as precipitações pluviométricas decresceram; c) somente o esterco de curral, isolado, não foi suficiente ao cafeeiro, como fonte de nitrogênio; d) o efeito do fósforo aplicado em cobertura não diferiu do aplicado enterrado, nos teores do respectivo nutriente das folhas e na produção; e) o efeito do potássio aplicado em cobertura, com a exceção de Mococa, também não diferiu do aplicado enterrado, nos teores do respectivo nutriente das folhas e na produção; f) o esterco de curral provocou aumento dos teores de fósforo e quando, aplicado em cobertura, provocou aumento também nos teores de potássio; g) os benefícios do esterco, como fonte de nitrogênio, quando combinado com o adubo mineral só não foram observados nos solos de Campinas, por serem ricos em matéria orgânica; h) foram observadas correlações negativas, em três épocas do ano, entre o potássio e o magnésio das folhas, em Pindorama e Mococa e correlações positivas entre fósforo e magnésio das folhas, em três épocas do ano, em Campinas; i) o adubo mineral e o orgânico, isolado ou combinado, aumentaram os teores de enxofre das folhas; j) o adubo mineral, isolado ou combinado com o orgânico, aumentou a concentração de manganês das folhas.