O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sampaio, Eloy San Carlo Maximo
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-18042018-154621/
Resumo: Presente desde os primeiros escritos psicanalíticos, as concepções acerca do ego possuem um caráter nodal e articulam-se com as reflexões sobre a clínica, metapsicologia e cultura. Todavia, as definições sobre esse conceito não são unívocas e assumem múltiplos significados, tanto na obra freudiana quanto nos seus sucessores, dentre os quais pode-se destacar Melanie Klein. Diante desse cenário, o problema que guiou esta tese foi: como o conceito de ego é pensado por Freud e Klein? Do ponto de vista metodológico, a investigação consiste em uma pesquisa bibliográfica que busca examinar o desenvolvimento histórico e epistemológico do conceito de ego na obra de ambos autores. O objetivo foi compreender as condições de possibilidade e os princípios norteadores que compareceram nas sucessivas elaborações sobre o ego e, a partir disso, apresentar os principais pontos de aproximação e discordância entre os autores. Em relação à obra freudiana, foram analisados cinco momentos principais: a) O projeto para uma psicologia científica (1895); b) os escritos sobre a primeira tópica (1900 -1910); c) os textos sobre narcisismo e identificação (1910 -1921); d) a segunda tópica apresentada em O ego e o id (1923) e, por fim, e) as últimas produções do autor sobre o ego e os mecanismos de defesa (1924-1938). Na obra kleiniana, também destacamos cinco momentos do seu percurso: a) as produções iniciais sobre a inibição (1921-1925); b) os textos sobre o complexo de Édipo e superego precoce (1926-1932); c) o ego e a posição depressiva (1935-1940); d) o ego e a posição esquizo-paranoide (1946-1955); e) as investigações sobre o fenômeno da inveja (1957-1958). Isso permitiu compreender que, no que diz respeito ao conceito de ego, a posição de Klein em relação a Freud é marcada por uma tensão, existindo simultaneamente continuidades e rupturas. O final do processo investigativo apontou que os motivos que atuaram para que as elaborações kleinianas fossem diferentes de Freud remetem à especificidade da sua matriz clínica e ao papel que as teorias de Ferenczi, Abraham e Tausk tiveram na sua obra. Porém, uma dimensão de continuidade também existe porque o quadro metapsicológico construído por Freud foi a base para a proposta kleiniana, mas principalmente porque Klein assumiu radicalmente os princípios metodológicos de Freud, isto é, que o conhecimento da psicanálise é construído pela atenção aos fenômenos inconscientes
id USP_55f0ef08df6efc22a1f43c3cc12eb16e
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-18042018-154621
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferençaThe concept of ego in Freud and Klein: continuity in the differenceEgoEgoFreudFreudKleinKleinMetapsicologiaMetapsychologyPresente desde os primeiros escritos psicanalíticos, as concepções acerca do ego possuem um caráter nodal e articulam-se com as reflexões sobre a clínica, metapsicologia e cultura. Todavia, as definições sobre esse conceito não são unívocas e assumem múltiplos significados, tanto na obra freudiana quanto nos seus sucessores, dentre os quais pode-se destacar Melanie Klein. Diante desse cenário, o problema que guiou esta tese foi: como o conceito de ego é pensado por Freud e Klein? Do ponto de vista metodológico, a investigação consiste em uma pesquisa bibliográfica que busca examinar o desenvolvimento histórico e epistemológico do conceito de ego na obra de ambos autores. O objetivo foi compreender as condições de possibilidade e os princípios norteadores que compareceram nas sucessivas elaborações sobre o ego e, a partir disso, apresentar os principais pontos de aproximação e discordância entre os autores. Em relação à obra freudiana, foram analisados cinco momentos principais: a) O projeto para uma psicologia científica (1895); b) os escritos sobre a primeira tópica (1900 -1910); c) os textos sobre narcisismo e identificação (1910 -1921); d) a segunda tópica apresentada em O ego e o id (1923) e, por fim, e) as últimas produções do autor sobre o ego e os mecanismos de defesa (1924-1938). Na obra kleiniana, também destacamos cinco momentos do seu percurso: a) as produções iniciais sobre a inibição (1921-1925); b) os textos sobre o complexo de Édipo e superego precoce (1926-1932); c) o ego e a posição depressiva (1935-1940); d) o ego e a posição esquizo-paranoide (1946-1955); e) as investigações sobre o fenômeno da inveja (1957-1958). Isso permitiu compreender que, no que diz respeito ao conceito de ego, a posição de Klein em relação a Freud é marcada por uma tensão, existindo simultaneamente continuidades e rupturas. O final do processo investigativo apontou que os motivos que atuaram para que as elaborações kleinianas fossem diferentes de Freud remetem à especificidade da sua matriz clínica e ao papel que as teorias de Ferenczi, Abraham e Tausk tiveram na sua obra. Porém, uma dimensão de continuidade também existe porque o quadro metapsicológico construído por Freud foi a base para a proposta kleiniana, mas principalmente porque Klein assumiu radicalmente os princípios metodológicos de Freud, isto é, que o conhecimento da psicanálise é construído pela atenção aos fenômenos inconscientesSince the earliest psychoanalytic writings, the ego conceptions have a nodal character and articulate with reflections on clinical, Metapsychology, and culture. However, the definitions of this concept are not univocal and assume multiple meanings, both in the Freudian work and in its successors, among which Melanie Klein stands out. Given this scenario, the question that guided this thesis was: how is the concept of ego elaborated by Freud and Klein? From the methodological point of view, this research consists of a bibliographical research that examines the historical and epistemological development of the concept of ego in the work of both authors. The objective was to understand the conditions of possibility and the guiding principles that appeared in the successive elaborations on the ego. In relation to the Freudian work, five main moments were analyzed: a) The Project for a Scientific Psychology (1895); b) the writings on the first topic (1900-1910); c) the texts about narcissism and identification (1910-1921); d) the second topic presented in The Ego and the Id (1923) and, finally, e) the author\'s latest productions about the ego and the defense mechanisms (1924-1938). In the Kleinian work, this research highlights five moments of its course: a) the initial productions on inhibition (1921-1925); b) the texts on the Oedipus complex and early superego (1926-1932); c) the ego and the depressive position (1935-1940); d) the ego and paranoid-schizoid position (1946-1955); and e) the investigations of the phenomenon of envy (1957-1958). This allowed us to understand that, as far as the concept of ego is concerned, the relation between Freud and Klein is marked by a tension, where there are simultaneously continuities and ruptures. The end of the research process showed up that the motives that influenced the Kleins elaborations to be different from Freuds conceptions refer to the specificity of her clinical matrix and to the role that the theories of Ferenczi, Abraham and Tausk had in her work. However, a dimension of continuity also exists because the metapsychological framework constructed by Freud was the basis for the Kleinian proposal, and mainly because Klein radically assumed the methodological principles of Freud, in other words, that the knowledge of psychoanalysis is constructed with attention to unconscious phenomena presented by the subjectsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMigliavacca, Eva MariaSampaio, Eloy San Carlo Maximo2017-12-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-18042018-154621/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T20:50:39Zoai:teses.usp.br:tde-18042018-154621Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T20:50:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
The concept of ego in Freud and Klein: continuity in the difference
title O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
spellingShingle O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
Sampaio, Eloy San Carlo Maximo
Ego
Ego
Freud
Freud
Klein
Klein
Metapsicologia
Metapsychology
title_short O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
title_full O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
title_fullStr O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
title_full_unstemmed O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
title_sort O conceito de ego em Freud e Klein: continuidade na diferença
author Sampaio, Eloy San Carlo Maximo
author_facet Sampaio, Eloy San Carlo Maximo
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Migliavacca, Eva Maria
dc.contributor.author.fl_str_mv Sampaio, Eloy San Carlo Maximo
dc.subject.por.fl_str_mv Ego
Ego
Freud
Freud
Klein
Klein
Metapsicologia
Metapsychology
topic Ego
Ego
Freud
Freud
Klein
Klein
Metapsicologia
Metapsychology
description Presente desde os primeiros escritos psicanalíticos, as concepções acerca do ego possuem um caráter nodal e articulam-se com as reflexões sobre a clínica, metapsicologia e cultura. Todavia, as definições sobre esse conceito não são unívocas e assumem múltiplos significados, tanto na obra freudiana quanto nos seus sucessores, dentre os quais pode-se destacar Melanie Klein. Diante desse cenário, o problema que guiou esta tese foi: como o conceito de ego é pensado por Freud e Klein? Do ponto de vista metodológico, a investigação consiste em uma pesquisa bibliográfica que busca examinar o desenvolvimento histórico e epistemológico do conceito de ego na obra de ambos autores. O objetivo foi compreender as condições de possibilidade e os princípios norteadores que compareceram nas sucessivas elaborações sobre o ego e, a partir disso, apresentar os principais pontos de aproximação e discordância entre os autores. Em relação à obra freudiana, foram analisados cinco momentos principais: a) O projeto para uma psicologia científica (1895); b) os escritos sobre a primeira tópica (1900 -1910); c) os textos sobre narcisismo e identificação (1910 -1921); d) a segunda tópica apresentada em O ego e o id (1923) e, por fim, e) as últimas produções do autor sobre o ego e os mecanismos de defesa (1924-1938). Na obra kleiniana, também destacamos cinco momentos do seu percurso: a) as produções iniciais sobre a inibição (1921-1925); b) os textos sobre o complexo de Édipo e superego precoce (1926-1932); c) o ego e a posição depressiva (1935-1940); d) o ego e a posição esquizo-paranoide (1946-1955); e) as investigações sobre o fenômeno da inveja (1957-1958). Isso permitiu compreender que, no que diz respeito ao conceito de ego, a posição de Klein em relação a Freud é marcada por uma tensão, existindo simultaneamente continuidades e rupturas. O final do processo investigativo apontou que os motivos que atuaram para que as elaborações kleinianas fossem diferentes de Freud remetem à especificidade da sua matriz clínica e ao papel que as teorias de Ferenczi, Abraham e Tausk tiveram na sua obra. Porém, uma dimensão de continuidade também existe porque o quadro metapsicológico construído por Freud foi a base para a proposta kleiniana, mas principalmente porque Klein assumiu radicalmente os princípios metodológicos de Freud, isto é, que o conhecimento da psicanálise é construído pela atenção aos fenômenos inconscientes
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-12-08
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-18042018-154621/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-18042018-154621/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090827716132864