Perfil de fatores de risco para doença cardiovascular em amostra de estudo epidemiológico populacional de morbidade psiquiátrica: estudo São Paulo Megacity
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-07122011-123530/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Vários estudos sugerem uma possível associação entre a presença de transtornos de humor e/ou de ansiedade com doenças cardiovasculares. Há também evidências de que indivíduos portadores de transtornos de humor e/ou de ansiedade apresentem maior prevalência de sobrepeso e obesidade, diabetes mellitus e pior estilo de vida, com maior frequência de tabagismo e inatividade física. Este estudo teve por objetivo avaliar o perfi l de fatores de risco cardiovascular em amostra de indivíduos com e sem transtornos de humor e/ou ansiedade da região metropolitana da cidade de São Paulo. MÉTODOS: Foram selecionados 2.820 participantes do Inquérito de Saúde Mental São Paulo Megacity, conduzido no município de São Paulo e 38 municípios adjacentes. Os indivíduos foram convidados a comparecer ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde foram submetidos a avaliação psiquiátrica por meio do Structured Clinical Interview for DSM disorders (SCID- 1 NP), a uma avaliação antropométrica incluindo peso, altura e circunferência abdominal; avaliação de fatores de risco cardiovascular e medida de pressão arterial; glicemia de jejum, perfi l lipídico, de proteína C reativa ultra-sensível (PCRus), do hormônio tireoestimulante; cálculo do escore de risco de Framingham e avaliação de atividade física por meio do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Os dados foram analisados por grupo de transtornos psiquiátricos (humor, ansiedade e/ou depressão maior) e por gênero. As variáveis categóricas foram comparadas usando-se o teste do qui-quadrado de Pearson e as contínuas usando-se ANOVA com teste post hoc of Bonferroni. Também foi realizada regressão logística binária expressa como a razão de chances e respectivo intervalo de confi ança de 95%. Foi utilizado o soft ware estatístico SPSS, versão 16.0. RESULTADOS: Dos 2820 indivíduos selecionados para o estudo, foi realizado contato com 1.471 participantes (1471/2820=52,2%) e, dentre eles, 780 (780/1471=53%) aceitaram participar, sendo que 8 foram excluídos não completarem o protocolo ou por necessitarem de atendimento médico imediato, restando um total de 772 indivíduos para a análise. Na população estudada identifi cou-se 43,7% de transtornos de ansiedade, 40,2% de transtornos de humor e 13,9% de transtornos por uso de substâncias. Foi observado que mulheres com transtorno de humor durante a vida apresentaram maior freqüência de tabagismo (Razão xx CAPÍTULO 1 de chances [RC]) 2,30; Intervalo de Confi ança [IC] 95% 1,03-5,15), de diabetes (RC 2,46; IC 95% 1,03-5,88), maiores níveis de colesterol total (p=0,035) e menor freqüência de PCRus elevado (p=0,04). Entre mulheres com depressão maior durante a vida foi observada renda familiar 30% menor (p=0,04), maior freqüência de diabetes (RC, 3,19; IC 95% 1,33-7,66), de tabagismo (RC 1,75; IC 95% 1,01-3,04), de LDL-colesterol elevado (RC 2,43; IC 95% 1,01- 5,87) e menor freqüência de PCRus elevado (p=0,005). Entre mulheres com transtornos de ansiedade, foram observados menores níveis de PCRus (p=0,03) e maior frequência de excesso de peso (RC 2,26; IC 95% 1,15-4,44). Entre homens com depressão maior foi observada menor frequência de circunferência abdominal alterada (p=0,01). Entre homens com transtornos de ansiedade, foi observado menor frequência de tabagismo (RC 0,36; IC 95% 0,13-0,99). CONCLUSÃO: Indivíduos com transtornos de humor e/ou ansiedade apresentam um perfi l diferenciado em relação ao risco cardiovascular quando comparados a indivíduos sem tais diagnósticos |
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Perfil de fatores de risco para doença cardiovascular em amostra de estudo epidemiológico populacional de morbidade psiquiátrica: estudo São Paulo MegacityProfi le of cardiovascular risk factors in a sample of a mental health survey: \"estudo São Paulo\" megacityAnsiedadeAnxietyAnxiety disordersCardiovascular diseaseDepressãoDepressionDoença cardiovascularFatores de riscoMood disordersRisk factorsTranstornos de ansiedadeTranstornos do humorINTRODUÇÃO: Vários estudos sugerem uma possível associação entre a presença de transtornos de humor e/ou de ansiedade com doenças cardiovasculares. Há também evidências de que indivíduos portadores de transtornos de humor e/ou de ansiedade apresentem maior prevalência de sobrepeso e obesidade, diabetes mellitus e pior estilo de vida, com maior frequência de tabagismo e inatividade física. Este estudo teve por objetivo avaliar o perfi l de fatores de risco cardiovascular em amostra de indivíduos com e sem transtornos de humor e/ou ansiedade da região metropolitana da cidade de São Paulo. MÉTODOS: Foram selecionados 2.820 participantes do Inquérito de Saúde Mental São Paulo Megacity, conduzido no município de São Paulo e 38 municípios adjacentes. Os indivíduos foram convidados a comparecer ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde foram submetidos a avaliação psiquiátrica por meio do Structured Clinical Interview for DSM disorders (SCID- 1 NP), a uma avaliação antropométrica incluindo peso, altura e circunferência abdominal; avaliação de fatores de risco cardiovascular e medida de pressão arterial; glicemia de jejum, perfi l lipídico, de proteína C reativa ultra-sensível (PCRus), do hormônio tireoestimulante; cálculo do escore de risco de Framingham e avaliação de atividade física por meio do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Os dados foram analisados por grupo de transtornos psiquiátricos (humor, ansiedade e/ou depressão maior) e por gênero. As variáveis categóricas foram comparadas usando-se o teste do qui-quadrado de Pearson e as contínuas usando-se ANOVA com teste post hoc of Bonferroni. Também foi realizada regressão logística binária expressa como a razão de chances e respectivo intervalo de confi ança de 95%. Foi utilizado o soft ware estatístico SPSS, versão 16.0. RESULTADOS: Dos 2820 indivíduos selecionados para o estudo, foi realizado contato com 1.471 participantes (1471/2820=52,2%) e, dentre eles, 780 (780/1471=53%) aceitaram participar, sendo que 8 foram excluídos não completarem o protocolo ou por necessitarem de atendimento médico imediato, restando um total de 772 indivíduos para a análise. Na população estudada identifi cou-se 43,7% de transtornos de ansiedade, 40,2% de transtornos de humor e 13,9% de transtornos por uso de substâncias. Foi observado que mulheres com transtorno de humor durante a vida apresentaram maior freqüência de tabagismo (Razão xx CAPÍTULO 1 de chances [RC]) 2,30; Intervalo de Confi ança [IC] 95% 1,03-5,15), de diabetes (RC 2,46; IC 95% 1,03-5,88), maiores níveis de colesterol total (p=0,035) e menor freqüência de PCRus elevado (p=0,04). Entre mulheres com depressão maior durante a vida foi observada renda familiar 30% menor (p=0,04), maior freqüência de diabetes (RC, 3,19; IC 95% 1,33-7,66), de tabagismo (RC 1,75; IC 95% 1,01-3,04), de LDL-colesterol elevado (RC 2,43; IC 95% 1,01- 5,87) e menor freqüência de PCRus elevado (p=0,005). Entre mulheres com transtornos de ansiedade, foram observados menores níveis de PCRus (p=0,03) e maior frequência de excesso de peso (RC 2,26; IC 95% 1,15-4,44). Entre homens com depressão maior foi observada menor frequência de circunferência abdominal alterada (p=0,01). Entre homens com transtornos de ansiedade, foi observado menor frequência de tabagismo (RC 0,36; IC 95% 0,13-0,99). CONCLUSÃO: Indivíduos com transtornos de humor e/ou ansiedade apresentam um perfi l diferenciado em relação ao risco cardiovascular quando comparados a indivíduos sem tais diagnósticosBACKGROUND: Several studies suggested a possible association between mood and / or anxiety disorders and cardiovascular disease. Th ere is also evidence that individuals with mood and / or anxiety disorders have a higher prevalence of overweight and obesity, diabetes mellitus and a poor lifestyle, with increased frequency of smoking and physical inactivity. Th is study aimed to evaluate the profi le of cardiovascular risk factors in individuals with and without mood and / or anxiety disorders in the metropolitan region of the city of São Paulo. METHODS: Th e study enrolled 2,820 participants of the São Paulo Megacity Mental Health Survey, conducted in São Paulo municipality and 38 municipalities around. Individuals were invited to attend an evaluation in the Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, where they underwent a psychiatric evaluation using the Structured Clinical Interview for DSM disorders (SCID-1 NP), an anthropometric evaluation including weight, height and waist circumference, assessment of cardiovascular risk factors as blood pressure measurement, fasting blood glucose, lipid profi le, high sensitivity C-reactive protein (hsCRP), thyroid stimulating hormone; calculation of Framingham risk score and physical activity assessment by the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Data were analyzed by group of psychiatric disorders (mood, anxiety and/or major depression) and gender. Categorical variables were compared using the chi-square test and continuous variables using ANOVA with Bonferroni´s post hoc test. We performed binary logistic regression expressed as odds ratios and 95% confi dence intervals. We used the statistical soft ware SPSS, version 16.0. RESULTS: Of the 2,820 individuals selected for the study, contact was made with 1,471 participants (1,471/2,820 = 52.2%) and among them a total of 780 (780/1471 = 53%) agreed to participate, but 8 were excluded by missing data in the protocol or needing immediate medical attention, leaving a total of 772 individuals for analysis. In this population we identifi ed 43.7% of anxiety disorders, 40.2% of mood disorders and 13.9% for substance use disorders. It was observed that women with lifetime diagnosis of mood disorder had higher rates of smoking (odds ratio [OR] 2.30, 95% confi dence interval [CI] 1.03 - 5.15 ), diabetes (OR 2,46, 95% CI 1.03 - 5.88), higher levels of total cholesterol (p = 0.035) and lower frequency of elevated hsCRP (p = 0.04). Among women with lifetime diagnosis of major depression was observed a 30% lower income (p = 0.04), a higher frequency of diabetes (OR 3.19, 95% CI 1.33 - 7.66), of smoking (OR 1.75, 95% CI 1.01 - 3.04), a higher frequency of elevated LDL-cholesterol (OR 2.43, 95% CI 1.01 to 5.87) and lower frequency of elevated hsCRP (p = 0.005). Among women with lifetime diagnosis of anxiety disorders were observed lower levels of hsCRP (p = 0.03) and higher frequency of being overweight or obese (OR 2.26, 95% CI 1.15 to 4.44). Among men with lifetime diagnosis of major depression, we found a lower frequency of altered waist circunference (p=0,01). And among men with anxiety disorders, we observed a lower frequency of smoking (OR 0.36, 95% CI 0.13-0.99). CONCLUSION: Individuals with mood and / or anxiety disorders have a diff erent cardiovascular risk profi le compared to individuals without such diagnosesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBenseñor, Isabela Judith MartinsLima, Danielle Bivanco de2011-09-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-07122011-123530/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:30Zoai:teses.usp.br:tde-07122011-123530Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: Vários estudos sugerem uma possível associação entre a presença de transtornos de humor e/ou de ansiedade com doenças cardiovasculares. Há também evidências de que indivíduos portadores de transtornos de humor e/ou de ansiedade apresentem maior prevalência de sobrepeso e obesidade, diabetes mellitus e pior estilo de vida, com maior frequência de tabagismo e inatividade física. Este estudo teve por objetivo avaliar o perfi l de fatores de risco cardiovascular em amostra de indivíduos com e sem transtornos de humor e/ou ansiedade da região metropolitana da cidade de São Paulo. MÉTODOS: Foram selecionados 2.820 participantes do Inquérito de Saúde Mental São Paulo Megacity, conduzido no município de São Paulo e 38 municípios adjacentes. Os indivíduos foram convidados a comparecer ao Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde foram submetidos a avaliação psiquiátrica por meio do Structured Clinical Interview for DSM disorders (SCID- 1 NP), a uma avaliação antropométrica incluindo peso, altura e circunferência abdominal; avaliação de fatores de risco cardiovascular e medida de pressão arterial; glicemia de jejum, perfi l lipídico, de proteína C reativa ultra-sensível (PCRus), do hormônio tireoestimulante; cálculo do escore de risco de Framingham e avaliação de atividade física por meio do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Os dados foram analisados por grupo de transtornos psiquiátricos (humor, ansiedade e/ou depressão maior) e por gênero. As variáveis categóricas foram comparadas usando-se o teste do qui-quadrado de Pearson e as contínuas usando-se ANOVA com teste post hoc of Bonferroni. Também foi realizada regressão logística binária expressa como a razão de chances e respectivo intervalo de confi ança de 95%. Foi utilizado o soft ware estatístico SPSS, versão 16.0. RESULTADOS: Dos 2820 indivíduos selecionados para o estudo, foi realizado contato com 1.471 participantes (1471/2820=52,2%) e, dentre eles, 780 (780/1471=53%) aceitaram participar, sendo que 8 foram excluídos não completarem o protocolo ou por necessitarem de atendimento médico imediato, restando um total de 772 indivíduos para a análise. Na população estudada identifi cou-se 43,7% de transtornos de ansiedade, 40,2% de transtornos de humor e 13,9% de transtornos por uso de substâncias. Foi observado que mulheres com transtorno de humor durante a vida apresentaram maior freqüência de tabagismo (Razão xx CAPÍTULO 1 de chances [RC]) 2,30; Intervalo de Confi ança [IC] 95% 1,03-5,15), de diabetes (RC 2,46; IC 95% 1,03-5,88), maiores níveis de colesterol total (p=0,035) e menor freqüência de PCRus elevado (p=0,04). Entre mulheres com depressão maior durante a vida foi observada renda familiar 30% menor (p=0,04), maior freqüência de diabetes (RC, 3,19; IC 95% 1,33-7,66), de tabagismo (RC 1,75; IC 95% 1,01-3,04), de LDL-colesterol elevado (RC 2,43; IC 95% 1,01- 5,87) e menor freqüência de PCRus elevado (p=0,005). Entre mulheres com transtornos de ansiedade, foram observados menores níveis de PCRus (p=0,03) e maior frequência de excesso de peso (RC 2,26; IC 95% 1,15-4,44). Entre homens com depressão maior foi observada menor frequência de circunferência abdominal alterada (p=0,01). Entre homens com transtornos de ansiedade, foi observado menor frequência de tabagismo (RC 0,36; IC 95% 0,13-0,99). CONCLUSÃO: Indivíduos com transtornos de humor e/ou ansiedade apresentam um perfi l diferenciado em relação ao risco cardiovascular quando comparados a indivíduos sem tais diagnósticos |
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