Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Settervall, Cristina Helena Costanti
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-05012015-151045/
Resumo: Objetivo: O presente estudo objetivou comparar o efeito da intervenção de instrução complementar isolada e associada a recursos auxiliares, na adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia, além de verificar a correlação entre as medidas de adesão utilizadas - dosagem sérica de drogas antiepilépticas (DAEs), frequência de crises e autorrelato. Método: Realizou-se uma pesquisa clínica, experimental, incluindo 91 indivíduos com diagnóstico de epilepsia em acompanhamento ambulatorial que apresentavam alteração na adesão ao tratamento medicamentoso (Universal Trial Number- U1111-1142-3660). A alocação foi realizada de forma randomizada em Grupo Intervenção 1 (instrução complementar), Intervenção 2 (instrução complementar e lembrete da tomada da medicação por alarme de celular) e Intervenção 3 (instrução complementar e caixa organizadora de medicação). As mensurações da adesão foram realizadas imediatamente antes e quatro semanas após a implantação das intervenções. Resultados: A distribuição dos participantes quanto ao gênero foi similar. A idade média foi de 37,8 anos (dp= 12,1). A escolaridade foi, em média, de 9,8 anos (dp= 3,3). Cerca de metade dos pacientes era da raça negra, não tinha vínculo conjugal e não estava inserida no mercado de trabalho. A duração do tratamento com DAEs foi em média de 20,7 anos (dp=12,9), o Índice de Complexidade do Tratamento Medicamentoso em Epilepsia (ICTME) médio foi 18,8 pontos (dp= 9,8), predominou a politerapia (68,3%) e as crises do tipo focal sintomática (75,6%). Na avaliação inicial, 59,4% dos pacientes tinham percepção de que suas crises não estavam adequadamente controladas e os participantes da amostra informaram apresentar em média 4,9 crises no mês anterior (dp= 13,0). Indicação de baixa e média adesão pelo teste de Morisky foi um critério para inclusão na amostra e 84,6% dos participantes apresentou média adesão antes das intervenções. Na dosagem sérica inicial das DAEs, somente 42% dos participantes tiveram nível inferior ao terapêutico. Não houve correlação entre os resultados das medidas de adesão utilizadas, também não houve associação estatisticamente significativa das categorias do Morisky com a presença de crises e dosagem sérica inferior ao nível terapêutico. Além de tudo, a presença de crise foi independente da dosagem sérica abaixo da desejável. Segundo o teste de Morisky, os três grupos apresentaram melhora na adesão, significativa (p<0,001) e similar (p=0,870), após as intervenções. A frequência de crises e a dosagem sérica indicaram que somente o grupo de intervenção 2 apresentou aumento na adesão na avaliação final; entretanto, quando o efeito clínico desejado com as intervenções foi analisado, não se observou diferença estatisticamente significativa entre os três grupos. Conclusão: A instrução complementar, sobre a doença e regime terapêutico prescrito, aplicada isoladamente apresentou efeito similar ao seu uso associado com o lembrete de tomada de medicamentos por alarme de celular e caixa organizadora de medicamentos. Não obstante, os valores das medidas de adesão não convergiram e, enquanto o escore do teste de Morisky indicou o aumento da adesão dos três grupos após as intervenções, a dosagem sérica e a frequência de crises apontaram essa melhora somente no grupo em que o alarme de celular foi utilizado.
id USP_56071d32fa8a3dab44c8e14a0760fccb
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-05012015-151045
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsiaInterventions to enhance medication adherence of patients with epilepsyAdesão à medicaçãoAmbulatory CareAssistência ambulatorialEpilepsiaEpilepsyIntervention StudyMedication AdherenceObjetivo: O presente estudo objetivou comparar o efeito da intervenção de instrução complementar isolada e associada a recursos auxiliares, na adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia, além de verificar a correlação entre as medidas de adesão utilizadas - dosagem sérica de drogas antiepilépticas (DAEs), frequência de crises e autorrelato. Método: Realizou-se uma pesquisa clínica, experimental, incluindo 91 indivíduos com diagnóstico de epilepsia em acompanhamento ambulatorial que apresentavam alteração na adesão ao tratamento medicamentoso (Universal Trial Number- U1111-1142-3660). A alocação foi realizada de forma randomizada em Grupo Intervenção 1 (instrução complementar), Intervenção 2 (instrução complementar e lembrete da tomada da medicação por alarme de celular) e Intervenção 3 (instrução complementar e caixa organizadora de medicação). As mensurações da adesão foram realizadas imediatamente antes e quatro semanas após a implantação das intervenções. Resultados: A distribuição dos participantes quanto ao gênero foi similar. A idade média foi de 37,8 anos (dp= 12,1). A escolaridade foi, em média, de 9,8 anos (dp= 3,3). Cerca de metade dos pacientes era da raça negra, não tinha vínculo conjugal e não estava inserida no mercado de trabalho. A duração do tratamento com DAEs foi em média de 20,7 anos (dp=12,9), o Índice de Complexidade do Tratamento Medicamentoso em Epilepsia (ICTME) médio foi 18,8 pontos (dp= 9,8), predominou a politerapia (68,3%) e as crises do tipo focal sintomática (75,6%). Na avaliação inicial, 59,4% dos pacientes tinham percepção de que suas crises não estavam adequadamente controladas e os participantes da amostra informaram apresentar em média 4,9 crises no mês anterior (dp= 13,0). Indicação de baixa e média adesão pelo teste de Morisky foi um critério para inclusão na amostra e 84,6% dos participantes apresentou média adesão antes das intervenções. Na dosagem sérica inicial das DAEs, somente 42% dos participantes tiveram nível inferior ao terapêutico. Não houve correlação entre os resultados das medidas de adesão utilizadas, também não houve associação estatisticamente significativa das categorias do Morisky com a presença de crises e dosagem sérica inferior ao nível terapêutico. Além de tudo, a presença de crise foi independente da dosagem sérica abaixo da desejável. Segundo o teste de Morisky, os três grupos apresentaram melhora na adesão, significativa (p<0,001) e similar (p=0,870), após as intervenções. A frequência de crises e a dosagem sérica indicaram que somente o grupo de intervenção 2 apresentou aumento na adesão na avaliação final; entretanto, quando o efeito clínico desejado com as intervenções foi analisado, não se observou diferença estatisticamente significativa entre os três grupos. Conclusão: A instrução complementar, sobre a doença e regime terapêutico prescrito, aplicada isoladamente apresentou efeito similar ao seu uso associado com o lembrete de tomada de medicamentos por alarme de celular e caixa organizadora de medicamentos. Não obstante, os valores das medidas de adesão não convergiram e, enquanto o escore do teste de Morisky indicou o aumento da adesão dos três grupos após as intervenções, a dosagem sérica e a frequência de crises apontaram essa melhora somente no grupo em que o alarme de celular foi utilizado.Goal: This studys purpouse is compare the effect of the intervention of additional instruction alone and its association to ancillary resources to the medication adherence of patients with epilepsy, as well as investigate the correlation between the adherence measures used - serum levels of antiepileptic drugs (AEDs), frequency of crisis and self-report. Method: We performed a clinical, experimental research, including 91 individuals with a diagnosis of epilepsy in outpatient following with altered adherence to drug treatment (Universal Trial Number- U1111-1142-3660). The allocation was done randomly in Intervention Group 1 (supplementary statement), Intervention 2 (supplementary investigation and medication reminder alarm of mobile phone) and Intervention 3 (supplementary instruction and medication organizer box). Measurements were taken immediately before and four weeks after the implantation of the interventions. Results: The distribution of participants according to gender was similar. The average age was 37,8 years (SD = 12,1). Schooling was on average 9,8 years (SD = 3,3). About half of patients were black, had no marital bond and were not inserted in the labor market. The treatment with AEDs lasted on average 20,7 years (SD = 12,9), the Epilepsy Medication and Treatment Complexity Index (EMTCI) average was 18,8 points (SD = 9,8), polytherapy (68,3%) and symptomatic focal seizures (75,6%) were predominant. At baseline, 59,4% of patients thought that their seizures were not adequately controlled and the sample reported an average of 4,9 seizures the previous month (SD = 13,0). Indication of low and intermediate adherence by Morisky test was a criterion for inclusion in the sample and 84,6% of participants showed an average adherence before interventions. Considering the initial serum levels of AEDs, only 42% of participants had less than the therapeutic level. There was no correlation between the results of the adherence measures used, and there was no statistically significant association of the categories of Morisky on the presence of seizures and serum level less than the therapeutic level. Above all, the frequency of crisis was independent of the serum level below the desired dosage. According to the Morisky test, the three groups showed improvement in adherence, significant (p <0,001) and similar (p = 0,870) after the intervention. The frequency of seizures and the serum level indicated that only the intervention group 2 showed increase in adherence at the final evaluation; however, when the desired clinical effect with the interventions was analyzed, no statistically significant difference among the three groups was seen. Conclusion: The additional instruction on the illness and prescribed treatment regimen applied alone had similar effect to its use associated with medication reminder alarm by mobile phone and medication organizer box. Nevertheless, the values of the adherence measurements have not converged, and while the score of the Morisky test indicated increased adherence of the three groups after intervention, the serum level and the frequency of seizures showed improvement only in the group where the alarm cell was used.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSousa, Regina Marcia Cardoso deSettervall, Cristina Helena Costanti2014-07-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-05012015-151045/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-05012015-151045Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
Interventions to enhance medication adherence of patients with epilepsy
title Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
spellingShingle Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
Settervall, Cristina Helena Costanti
Adesão à medicação
Ambulatory Care
Assistência ambulatorial
Epilepsia
Epilepsy
Intervention Study
Medication Adherence
title_short Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
title_full Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
title_fullStr Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
title_full_unstemmed Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
title_sort Intervenções para adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia
author Settervall, Cristina Helena Costanti
author_facet Settervall, Cristina Helena Costanti
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Sousa, Regina Marcia Cardoso de
dc.contributor.author.fl_str_mv Settervall, Cristina Helena Costanti
dc.subject.por.fl_str_mv Adesão à medicação
Ambulatory Care
Assistência ambulatorial
Epilepsia
Epilepsy
Intervention Study
Medication Adherence
topic Adesão à medicação
Ambulatory Care
Assistência ambulatorial
Epilepsia
Epilepsy
Intervention Study
Medication Adherence
description Objetivo: O presente estudo objetivou comparar o efeito da intervenção de instrução complementar isolada e associada a recursos auxiliares, na adesão terapêutica medicamentosa de pacientes com epilepsia, além de verificar a correlação entre as medidas de adesão utilizadas - dosagem sérica de drogas antiepilépticas (DAEs), frequência de crises e autorrelato. Método: Realizou-se uma pesquisa clínica, experimental, incluindo 91 indivíduos com diagnóstico de epilepsia em acompanhamento ambulatorial que apresentavam alteração na adesão ao tratamento medicamentoso (Universal Trial Number- U1111-1142-3660). A alocação foi realizada de forma randomizada em Grupo Intervenção 1 (instrução complementar), Intervenção 2 (instrução complementar e lembrete da tomada da medicação por alarme de celular) e Intervenção 3 (instrução complementar e caixa organizadora de medicação). As mensurações da adesão foram realizadas imediatamente antes e quatro semanas após a implantação das intervenções. Resultados: A distribuição dos participantes quanto ao gênero foi similar. A idade média foi de 37,8 anos (dp= 12,1). A escolaridade foi, em média, de 9,8 anos (dp= 3,3). Cerca de metade dos pacientes era da raça negra, não tinha vínculo conjugal e não estava inserida no mercado de trabalho. A duração do tratamento com DAEs foi em média de 20,7 anos (dp=12,9), o Índice de Complexidade do Tratamento Medicamentoso em Epilepsia (ICTME) médio foi 18,8 pontos (dp= 9,8), predominou a politerapia (68,3%) e as crises do tipo focal sintomática (75,6%). Na avaliação inicial, 59,4% dos pacientes tinham percepção de que suas crises não estavam adequadamente controladas e os participantes da amostra informaram apresentar em média 4,9 crises no mês anterior (dp= 13,0). Indicação de baixa e média adesão pelo teste de Morisky foi um critério para inclusão na amostra e 84,6% dos participantes apresentou média adesão antes das intervenções. Na dosagem sérica inicial das DAEs, somente 42% dos participantes tiveram nível inferior ao terapêutico. Não houve correlação entre os resultados das medidas de adesão utilizadas, também não houve associação estatisticamente significativa das categorias do Morisky com a presença de crises e dosagem sérica inferior ao nível terapêutico. Além de tudo, a presença de crise foi independente da dosagem sérica abaixo da desejável. Segundo o teste de Morisky, os três grupos apresentaram melhora na adesão, significativa (p<0,001) e similar (p=0,870), após as intervenções. A frequência de crises e a dosagem sérica indicaram que somente o grupo de intervenção 2 apresentou aumento na adesão na avaliação final; entretanto, quando o efeito clínico desejado com as intervenções foi analisado, não se observou diferença estatisticamente significativa entre os três grupos. Conclusão: A instrução complementar, sobre a doença e regime terapêutico prescrito, aplicada isoladamente apresentou efeito similar ao seu uso associado com o lembrete de tomada de medicamentos por alarme de celular e caixa organizadora de medicamentos. Não obstante, os valores das medidas de adesão não convergiram e, enquanto o escore do teste de Morisky indicou o aumento da adesão dos três grupos após as intervenções, a dosagem sérica e a frequência de crises apontaram essa melhora somente no grupo em que o alarme de celular foi utilizado.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-07-31
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-05012015-151045/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-05012015-151045/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1815256680405925888