Caracterização da paralisia facial pós parotidectomia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-09072020-134815/ |
Resumo: | Introdução: A expressão facial é fundamental para a comunicação humana. A mímica facial favorece a transmissão do conteúdo implícito contido na expressão de sentimentos e pensamentos. O indivíduo que apresenta restrição da expressão facial poderá ter implicações nas relações interpessoais e com o meio em que vive. Uma das complicações principais pós-operatórias à parotidectomia é a paralisia do nervo facial, que pode ser permanente ou transitória. Objetivo: Caracterizar a paralisia facial em pacientes submetidos à parotidectomia. Método: Estudo com análise longitudinal retrospectiva, realizada por meio de revisão de prontuários de pacientes e laudos histopatológicos e através da análise da condição clínica destes pacientes no pós operatório imediato e tardio da parotidectomia. Resultados e discussão: Cinquenta e oito prontuários de pacientes preencheram os critérios e foram estudados. Destes, 32 (55,2%) eram do sexo feminino e 26 (44,8%) do sexo masculino. Na análise segmentada dos tipos histológicos, o tipo benigno predominante foi o adenoma pleomórfico, presente em 32 (55,2%) pacientes, seguido do tumor de Warthin, presente em 8 (13,8%) pacientes. Quanto aos tumores malignos, o mais prevalente foi o carcinoma mucoepidermóide e o mioepitelial, ambos presentes em 5 (8,6%) pacientes, seguido pelo carcinoma adenóide cístico, presente em 2 (3,4%) pacientes. Quanto à malignidade do tumor, 16 (27,6%) pacientes tiveram o diagnóstico de TU maligno, enquanto 42 pacientes tiveram diagnóstico de TU benigno (72,4%). Quanto à monitorização intra-operatória, 49 (84,5%) pacientes foram submetidos a este procedimento. O esvaziamento cervical foi necessário em 16 (27,6%) pacientes, tendo sido todos acometidos por tumores malignos. As abordagens cirúrgicas da população estudada foram: 3 parotidectomias parciais de polo inferior (5,2%), 44 parciais superficiais/subtotais (75,9%) e 11 parotidectomias totais (19,0%). A presença de paralisia facial no pós-operatório imediato em algum ramo do nervo foi observada em 44 (75,9%), sendo que destes, 25 (43,1%) apresentavam grau leve de paralisia facial, 8 (13,8%) grau moderado, 9 (15,5%) grau moderadamente grave e 2 (3,5%) grau grave de paralisia facial. Após 6 meses de cirurgia, 22 (50,0%) mantiveram algum grau de acometimento do nervo facial, sendo 15 (25,9%) pacientes com grau leve de paralisia facial e 7 (12,1%) com grau moderado de paralisia facial. Os outros 22 (50,0%) reabilitaram totalmente a mímica facial, sendo que 14 (63,6%) participaram de algum programa de reabilitação. A média de tempo da reabilitação, dos pacientes que apresentaram reabilitação total, foi de 52,5 dias. Dos 44 pacientes que apresentaram paralisia facial, 35 (79,5%) tiveram algum impacto profissional e 40 (90,9%) algum impacto pessoal. Conclusão: Este estudo verificou que o adenoma pleomórfico é o tipo histológico de maior prevalência, dentre os tumores benignos, e os carcinomas mucoepidermóide e mioepitelial, dentre os malignos na glândula parótida, com maior incidência no sexo feminino, na quinta década de vida. A paralisia facial continua sendo uma complicação importante nas parotidectomias, com ou sem ou monitorização do nervo facial, apresentando impacto na vida social e profissional |
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Caracterização da paralisia facial pós parotidectomiaharacterization of facial paralysis after parotidectomyComplicaçõesComplicationsFacial nerve paralysisGlândula parótidaParalisia do nervo facialParotid glandParotidectomiaParotidectomyQualidade de vidaQuality of lifeReabilitaçãoRehabilitationIntrodução: A expressão facial é fundamental para a comunicação humana. A mímica facial favorece a transmissão do conteúdo implícito contido na expressão de sentimentos e pensamentos. O indivíduo que apresenta restrição da expressão facial poderá ter implicações nas relações interpessoais e com o meio em que vive. Uma das complicações principais pós-operatórias à parotidectomia é a paralisia do nervo facial, que pode ser permanente ou transitória. Objetivo: Caracterizar a paralisia facial em pacientes submetidos à parotidectomia. Método: Estudo com análise longitudinal retrospectiva, realizada por meio de revisão de prontuários de pacientes e laudos histopatológicos e através da análise da condição clínica destes pacientes no pós operatório imediato e tardio da parotidectomia. Resultados e discussão: Cinquenta e oito prontuários de pacientes preencheram os critérios e foram estudados. Destes, 32 (55,2%) eram do sexo feminino e 26 (44,8%) do sexo masculino. Na análise segmentada dos tipos histológicos, o tipo benigno predominante foi o adenoma pleomórfico, presente em 32 (55,2%) pacientes, seguido do tumor de Warthin, presente em 8 (13,8%) pacientes. Quanto aos tumores malignos, o mais prevalente foi o carcinoma mucoepidermóide e o mioepitelial, ambos presentes em 5 (8,6%) pacientes, seguido pelo carcinoma adenóide cístico, presente em 2 (3,4%) pacientes. Quanto à malignidade do tumor, 16 (27,6%) pacientes tiveram o diagnóstico de TU maligno, enquanto 42 pacientes tiveram diagnóstico de TU benigno (72,4%). Quanto à monitorização intra-operatória, 49 (84,5%) pacientes foram submetidos a este procedimento. O esvaziamento cervical foi necessário em 16 (27,6%) pacientes, tendo sido todos acometidos por tumores malignos. As abordagens cirúrgicas da população estudada foram: 3 parotidectomias parciais de polo inferior (5,2%), 44 parciais superficiais/subtotais (75,9%) e 11 parotidectomias totais (19,0%). A presença de paralisia facial no pós-operatório imediato em algum ramo do nervo foi observada em 44 (75,9%), sendo que destes, 25 (43,1%) apresentavam grau leve de paralisia facial, 8 (13,8%) grau moderado, 9 (15,5%) grau moderadamente grave e 2 (3,5%) grau grave de paralisia facial. Após 6 meses de cirurgia, 22 (50,0%) mantiveram algum grau de acometimento do nervo facial, sendo 15 (25,9%) pacientes com grau leve de paralisia facial e 7 (12,1%) com grau moderado de paralisia facial. Os outros 22 (50,0%) reabilitaram totalmente a mímica facial, sendo que 14 (63,6%) participaram de algum programa de reabilitação. A média de tempo da reabilitação, dos pacientes que apresentaram reabilitação total, foi de 52,5 dias. Dos 44 pacientes que apresentaram paralisia facial, 35 (79,5%) tiveram algum impacto profissional e 40 (90,9%) algum impacto pessoal. Conclusão: Este estudo verificou que o adenoma pleomórfico é o tipo histológico de maior prevalência, dentre os tumores benignos, e os carcinomas mucoepidermóide e mioepitelial, dentre os malignos na glândula parótida, com maior incidência no sexo feminino, na quinta década de vida. A paralisia facial continua sendo uma complicação importante nas parotidectomias, com ou sem ou monitorização do nervo facial, apresentando impacto na vida social e profissionalIntroduction: A facial expression is fundamental to human communication. A mimic facial favor for the transmission of content implicit in the expression of feelings and thoughts. Individuals with facial expression restrictions may have implications for interpersonal relationships and the environment in which they live. One of the main postoperative complications of parotidectomy is facial nerve palsy, which can be permanent or transient. Objective: To characterize facial paralysis in patients undergoing parotidectomy. Method: This was a retrospective longitudinal study performed by reviewing patient records and histopathological reports and by analyzing the clinical conditions of patients in the immediate and late postoperative period of parotidectomy. Results and discussion: Fifty-eight patient records met the requirements and were studied. Of these, 32 (55.2%) were female and 26 (44.8%) male. In the segmented analysis of histological types, the predominant benign type was pleomorphic adenoma, present in 32 (55.2%) patients, followed by Warthin\'s tumor, present in 8 (13.8%) patients. As for malignant tumors, the most prevalent was mucoepidermoid carcinoma and myoepithelial carcinoma, both present in 5 (8.6%) patients, followed by cystic adenoid carcinoma, present in 2 (3.4%) patients. Regarding tumor malignancy, 16 (27.6%) patients were diagnosed with malignant TU, while 42 patients had a diagnosis of benign TU (72.4%). Regarding intraoperative monitoring, 49 (84.5%) patients underwent this procedure. Neck dissection was necessary in 16 (27.6%) patients, all of whom were affected by malignant tumors. The surgical approaches of the studied population were: 3 inferior pole partial parotidectomies (5.2%), 44 superficial / subtotal partial parotidectomies (75.9%) and 11 total parotidectomies (19.0%). The presence of facial paralysis in the immediate postoperative period in any branch of the nerve was observed in 44 (75.9%). Of these, 25 (43.1%) presented mild degree of facial paralysis, 8 (13.8%). moderate degree, 9 (15.5%) moderately severe degree and 2 (3.5%) severe degree of facial paralysis. After 6 months of surgery, 22 (50.0%) maintained some degree of facial nerve involvement, being 15 (25.9%) patients with mild degree of facial paralysis and 7 (12.1%) with moderate degree of paralysis. facial. The other 22 (50.0%) totally rehabilitated facial mimicry, and 14 (63.6%) participated in some rehabilitation program. The average time of rehabilitation for patients who had total rehabilitation was 52.5 days. Of the 44 patients with facial paralysis, 35 (79,5%) had some professional impact and 40 (90.9%) had dome personal impact. Conclusion: This study found that pleomorphic adenoma is the most prevalent histological type, among benign tumors, and mucoepidermoid and myoepithelial carcinomas, among malignant ones in the parotid gland, with higher incidence in females, in the fifth decade of life. Facial paralysis remains an important complication in parotidectomies, with or without or monitoring the facial nerve, impacting social and professional lifeBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKowalski, Luiz PauloPaulon, Roberta Melo Calvoso2020-03-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-09072020-134815/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-07-10T16:37:38Zoai:teses.usp.br:tde-09072020-134815Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-07-10T16:37:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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