Foco de atenção como restrição no espaço percepto-motor
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/109/109131/tde-17072024-152505/ |
Resumo: | O direcionamento do foco de atenção (internamente ou externamente) a partir de instruções tem sido alvo de grande debate na literatura de aprendizagem motora. Inicialmente, estudos apontavam que instruções com foco externo pareciam ser mais benéficas - o que levou a criação de um número de hipóteses. Entretanto, estudos recentes falharam em suportar essa superioridade do foco externo. Devido à dificuldade das atuais hipóteses em explicar estes resultados, testamos uma hipótese alternativa: baseados na abordagem de estratégias de busca, a instrução restringiria o espaço de exploração do indivíduo - o seu benefício é dependente da forma como a exploração é restrita e a tarefa em questão. Prevemos que as diferentes instruções de foco de atenção poderiam gerar uma mudança no padrão e na variabilidade do movimento, de acordo com o seu conteúdo. Assim, mesmo com diferentes focos, se as instruções são suficientemente similares, as mudanças seriam similares entre grupos. O experimento contou com 75 participantes divididos em cinco grupos: dois grupos de foco interno de atenção (antebraço e mão), dois grupos de foco externo (bola e alvo), e um grupo controle. A tarefa do estudo foi o arremesso por cima do ombro em um alvo a 2,05 de distância. Como variáveis, selecionamos a velocidade e o ângulo de lançamento da bola, e a angulação dos segmentos da mão e do antebraço. Os resultados do estudo indicaram que os grupos de foco de atenção interno restringiram/ direcionaram o indivíduo a uma mudança no padrão de movimento com aumento da angulação do segmento da mão e do antebraço no momento de lançamento. Os grupos de foco externo modificaram seu padrão de movimento aumentando a velocidade de lançamento da bola, e o grupo com foco externo mais distante (alvo) também mostrou uma diminuição na angulação do antebraço no momento do arremesso. Estes resultados permitem argumentar que, de fato, há uma diferença na forma como o conteúdo restringe o espaço de exploração do indivíduo na aprendizagem. Entretanto, a restrição em si não ocorreu como hipotetizamos. Este resultado aponta para a necessidade de uma melhor compreensão da forma como instrução, foco, e mudanças ao longo da aprendizagem interagem. |
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Prevemos que as diferentes instruções de foco de atenção poderiam gerar uma mudança no padrão e na variabilidade do movimento, de acordo com o seu conteúdo. Assim, mesmo com diferentes focos, se as instruções são suficientemente similares, as mudanças seriam similares entre grupos. O experimento contou com 75 participantes divididos em cinco grupos: dois grupos de foco interno de atenção (antebraço e mão), dois grupos de foco externo (bola e alvo), e um grupo controle. A tarefa do estudo foi o arremesso por cima do ombro em um alvo a 2,05 de distância. Como variáveis, selecionamos a velocidade e o ângulo de lançamento da bola, e a angulação dos segmentos da mão e do antebraço. Os resultados do estudo indicaram que os grupos de foco de atenção interno restringiram/ direcionaram o indivíduo a uma mudança no padrão de movimento com aumento da angulação do segmento da mão e do antebraço no momento de lançamento. Os grupos de foco externo modificaram seu padrão de movimento aumentando a velocidade de lançamento da bola, e o grupo com foco externo mais distante (alvo) também mostrou uma diminuição na angulação do antebraço no momento do arremesso. Estes resultados permitem argumentar que, de fato, há uma diferença na forma como o conteúdo restringe o espaço de exploração do indivíduo na aprendizagem. Entretanto, a restrição em si não ocorreu como hipotetizamos. Este resultado aponta para a necessidade de uma melhor compreensão da forma como instrução, foco, e mudanças ao longo da aprendizagem interagem.Directing the focus of attention (internally or externally) based on instructions has been the subject of great debate in the motor learning literature. Initially, studies indicated that externally focused instructions seemed to be more beneficial - which led to the creation of a number of hypotheses. However, recent studies have failed to support this superiority of external focus. Due to the difficulty of current hypotheses in explaining these results, we tested an alternative hypothesis: based on the search strategies approach, instruction would restrict the individual\'s exploration space - its benefit is dependent on the way exploration is restricted and the task at hand. question. We predicted that different attentional focus instructions could generate a change in the pattern and variability of movement, depending on their content. Thus, even with different focuses, if the instructions are sufficiently similar, the changes would be similar between groups. The experiment had 75 participants divided into five groups: two groups with an internal focus of attention (forearm and hand), two groups with an external focus (ball and target), and a control group. The study task was the over-the-shoulder throw at a target 2.05 away. As variables, we selected the speed and angle at which the ball was launched, and the angle of the hand and forearm segments. The results of the study indicated that the internal attention focus groups restricted/directed the individual to a change in the movement pattern with an increase in the angulation of the hand and forearm segment at the time of launch. The external focus groups modified their movement pattern by increasing ball throwing speed, and the more distant external focus (target) group also showed a decrease in forearm angulation at the time of throwing. These results allow us to argue that, in fact, there is a difference in the way the content restricts the individual\'s space for exploration in learning. However, the restriction itself did not occur as we hypothesized. This result points to the need for a better understanding of how instruction, focus, and changes throughout learning interact.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPacheco, Matheus MaiaSantos, Carlos Cesar Arruda dos2024-05-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/109/109131/tde-17072024-152505/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-18T17:20:02Zoai:teses.usp.br:tde-17072024-152505Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-18T17:20:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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