O modelo brasileiro de private equity e venture capital
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02042006-163402/ |
Resumo: | O sucesso alcançado pela indústria de Private Equity e Venture Capital (PE/VC) no fomento ao empreendedorismo e na dinamização do setor empresarial norte-americano encorajou diversos países a importar este modelo vencedor de intermediação financeira. Entretanto, a atividade de PE/VC foi criada para desempenhar sob o ambiente institucional norte-americano, fazendo com que estudiosos tais como Gompers e Lerner (1999) levantassem dúvida sobre o sucesso na implantação deste modelo em outros países. Para verificar como a atividade de PE/VC se molda segundo o ambiente, este trabalho conduz um estudo empírico com todas as 65 organizações gestoras de PE/VC com escritórios no Brasil. A pesquisa foi realizada ao final de 2004 e obteve 100% de resposta. A análise foca no tamanho e a na macroestrutura da indústria. Os resultados são plenamente representativos e revelam um setor de PE/VC com tamanho modesto, bastante limitado pelo ambiente econômico-institucional, que prejudica a realização de negócios, embora ofereça oportunidades de investimento que supram as insuficiências do país em termos de infra-estrutura, segurança etc. Como principal resultado, o trabalho identifica similaridades e diferenças do modelo brasileiro de PE/VC em relação ao modelo vigente nos EUA. Os principais pontos em comum são: (i) predominam as organizações independentes que gerenciam recursos de investidores institucionais; (ii) o capital é concentrado regionalmente e em poucas organizações gestoras; (iii) os investimentos tendem a ser feitos próximos às organizações gestoras; (iv) os setores de software e TI são os mais procurados; (v) a qualificação dos gestores é similar a de seus pares internacionais. Por sua vez, as diferenças sugerem que o modelo tenha se adaptado ao novo ambiente institucional: (i) há tendência de investimento em empresas mais maduras, o que é compatível com o baixo nível de empreendedorismo de crescimento e elevada informalidade das pequenas empresas; (ii) O baixo numero de LBOs é compatível com a escassez e o alto custo do crédito; (iii) baixo grau de especialização dos gestores sugere poucas oportunidades de investimento em cada setor; (iv) concentração das organizações no centro financeiro do país sugere a busca de parceiros comerciais e compradores estratégicos para as empresas do portfolio (IPO é um mecanismo raramente utilizado); (v) a regulamentação reconhece o baixo grau de proteção dos investidores e obriga a utilização da arbitragem. Entre as diferenças encontradas, a pouca confiança que os investidores depositam nos gestores tende a se alterar conforme o setor adquire experiência e os gestores adquirem reputação. |
id |
USP_56788ff9ce63e3579472248ef540e8e6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-02042006-163402 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
2721 |
spelling |
O modelo brasileiro de private equity e venture capitalPrivate equity and venture capital: uncovering the brazilian modelambiente institucionalcapital de riscocapital empreendedorcorporate governancegovernança corporativainstitutional environmentregulamentaçãoregulationrisk capitalO sucesso alcançado pela indústria de Private Equity e Venture Capital (PE/VC) no fomento ao empreendedorismo e na dinamização do setor empresarial norte-americano encorajou diversos países a importar este modelo vencedor de intermediação financeira. Entretanto, a atividade de PE/VC foi criada para desempenhar sob o ambiente institucional norte-americano, fazendo com que estudiosos tais como Gompers e Lerner (1999) levantassem dúvida sobre o sucesso na implantação deste modelo em outros países. Para verificar como a atividade de PE/VC se molda segundo o ambiente, este trabalho conduz um estudo empírico com todas as 65 organizações gestoras de PE/VC com escritórios no Brasil. A pesquisa foi realizada ao final de 2004 e obteve 100% de resposta. A análise foca no tamanho e a na macroestrutura da indústria. Os resultados são plenamente representativos e revelam um setor de PE/VC com tamanho modesto, bastante limitado pelo ambiente econômico-institucional, que prejudica a realização de negócios, embora ofereça oportunidades de investimento que supram as insuficiências do país em termos de infra-estrutura, segurança etc. Como principal resultado, o trabalho identifica similaridades e diferenças do modelo brasileiro de PE/VC em relação ao modelo vigente nos EUA. Os principais pontos em comum são: (i) predominam as organizações independentes que gerenciam recursos de investidores institucionais; (ii) o capital é concentrado regionalmente e em poucas organizações gestoras; (iii) os investimentos tendem a ser feitos próximos às organizações gestoras; (iv) os setores de software e TI são os mais procurados; (v) a qualificação dos gestores é similar a de seus pares internacionais. Por sua vez, as diferenças sugerem que o modelo tenha se adaptado ao novo ambiente institucional: (i) há tendência de investimento em empresas mais maduras, o que é compatível com o baixo nível de empreendedorismo de crescimento e elevada informalidade das pequenas empresas; (ii) O baixo numero de LBOs é compatível com a escassez e o alto custo do crédito; (iii) baixo grau de especialização dos gestores sugere poucas oportunidades de investimento em cada setor; (iv) concentração das organizações no centro financeiro do país sugere a busca de parceiros comerciais e compradores estratégicos para as empresas do portfolio (IPO é um mecanismo raramente utilizado); (v) a regulamentação reconhece o baixo grau de proteção dos investidores e obriga a utilização da arbitragem. Entre as diferenças encontradas, a pouca confiança que os investidores depositam nos gestores tende a se alterar conforme o setor adquire experiência e os gestores adquirem reputação.The outstanding success attained by Private Equity and Venture Capital (PE/VC) in fostering the U.S. entrepreneurial sector has encouraged several countries to import it. However, PE/VC was tailored to perform in the American institutional environment. As Gompers and Lerner (1999) state, the degree to which the U.S. venture model will - or can - be successfully adapted to other countries is a particularly interesting question. To answer this question we conduct an empirical study with all the 65 PE/VC management firms with offices in Brazil. The survey was conducted at the end of 2004 and attained a response rate of 100%. For this reason the results are fully representative. The analysis aims at the industry's size and structure. Relates them to institutional factors. It reveals a PE/VC industry whose size is heavily limited by the Brazilian institutional idiosyncrasies. At the same time, Brazil's lack of transportation, energy and telecommunications' infrastructure and security provides opportunities for PE/VC type of investments. As a main finding, this work identifies differences and similarities between the American and the Brazilian PE/VC models. The similarities are: (i) PE/VC firms are mainly independent and manage capital from institutional investors; (ii) capital is heavily concentrated regionally as well as in few management firms; (iii) investments are made within a close range from management firms; (iv) software and IT are the preferred sectors; and (v) managers are highly qualified. The main differences suggest that the model has adapted to the new environment: (i) in line with a lack of high-expectation entrepreneurship, there is a tendency to invest in more advanced stages; (ii) since credit is scarce, few LBOs take place; (iii) lack of sector specialization suggests few opportunities within each sector; (iv) management firms concentration in the financial cluster suggest a quest for commercial partners and strategic buyers for portfolio companies (IPO is a quite rare exit mechanism); and (v) Brazilian PE/VC regulation recognizes the inefficiency of the legal system and obliges the use of arbitration. Among the differences, the lack of trust between investors and managers should change as the industry evolves and managers gain reputation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Antonio Gledson deRibeiro, Leonardo de Lima2006-01-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02042006-163402/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:49Zoai:teses.usp.br:tde-02042006-163402Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital Private equity and venture capital: uncovering the brazilian model |
title |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital |
spellingShingle |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital Ribeiro, Leonardo de Lima ambiente institucional capital de risco capital empreendedor corporate governance governança corporativa institutional environment regulamentação regulation risk capital |
title_short |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital |
title_full |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital |
title_fullStr |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital |
title_full_unstemmed |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital |
title_sort |
O modelo brasileiro de private equity e venture capital |
author |
Ribeiro, Leonardo de Lima |
author_facet |
Ribeiro, Leonardo de Lima |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Carvalho, Antonio Gledson de |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ribeiro, Leonardo de Lima |
dc.subject.por.fl_str_mv |
ambiente institucional capital de risco capital empreendedor corporate governance governança corporativa institutional environment regulamentação regulation risk capital |
topic |
ambiente institucional capital de risco capital empreendedor corporate governance governança corporativa institutional environment regulamentação regulation risk capital |
description |
O sucesso alcançado pela indústria de Private Equity e Venture Capital (PE/VC) no fomento ao empreendedorismo e na dinamização do setor empresarial norte-americano encorajou diversos países a importar este modelo vencedor de intermediação financeira. Entretanto, a atividade de PE/VC foi criada para desempenhar sob o ambiente institucional norte-americano, fazendo com que estudiosos tais como Gompers e Lerner (1999) levantassem dúvida sobre o sucesso na implantação deste modelo em outros países. Para verificar como a atividade de PE/VC se molda segundo o ambiente, este trabalho conduz um estudo empírico com todas as 65 organizações gestoras de PE/VC com escritórios no Brasil. A pesquisa foi realizada ao final de 2004 e obteve 100% de resposta. A análise foca no tamanho e a na macroestrutura da indústria. Os resultados são plenamente representativos e revelam um setor de PE/VC com tamanho modesto, bastante limitado pelo ambiente econômico-institucional, que prejudica a realização de negócios, embora ofereça oportunidades de investimento que supram as insuficiências do país em termos de infra-estrutura, segurança etc. Como principal resultado, o trabalho identifica similaridades e diferenças do modelo brasileiro de PE/VC em relação ao modelo vigente nos EUA. Os principais pontos em comum são: (i) predominam as organizações independentes que gerenciam recursos de investidores institucionais; (ii) o capital é concentrado regionalmente e em poucas organizações gestoras; (iii) os investimentos tendem a ser feitos próximos às organizações gestoras; (iv) os setores de software e TI são os mais procurados; (v) a qualificação dos gestores é similar a de seus pares internacionais. Por sua vez, as diferenças sugerem que o modelo tenha se adaptado ao novo ambiente institucional: (i) há tendência de investimento em empresas mais maduras, o que é compatível com o baixo nível de empreendedorismo de crescimento e elevada informalidade das pequenas empresas; (ii) O baixo numero de LBOs é compatível com a escassez e o alto custo do crédito; (iii) baixo grau de especialização dos gestores sugere poucas oportunidades de investimento em cada setor; (iv) concentração das organizações no centro financeiro do país sugere a busca de parceiros comerciais e compradores estratégicos para as empresas do portfolio (IPO é um mecanismo raramente utilizado); (v) a regulamentação reconhece o baixo grau de proteção dos investidores e obriga a utilização da arbitragem. Entre as diferenças encontradas, a pouca confiança que os investidores depositam nos gestores tende a se alterar conforme o setor adquire experiência e os gestores adquirem reputação. |
publishDate |
2006 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2006-01-17 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02042006-163402/ |
url |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02042006-163402/ |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
|
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Liberar o conteúdo para acesso público. |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.coverage.none.fl_str_mv |
|
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
publisher.none.fl_str_mv |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1815256601755385856 |