Contribuição ao estudo dos ácaros da cultura algodoeira em algumas regiões do Estado de São Paulo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1971 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143717/ |
Resumo: | No presente trabalho estudamos a taxionomia, a distribuição geográfica e a distribuição, na planta, das espécies de ácaros que ocorrem na cultura algodoeira em algumas regiões do Estado de São Paulo. Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões gerais: 1. Análise qualitativa: a) O algodoeiro pode ser prejudicado pelas espécies de ácaros Tetranychus (T.) urticae, Polyphagotarsonemus latus, Mononychus planki, Tetranychus (T.) ludeni, Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus, Tetranychus (T. )neocaledonicus e Brevipalpus phoenicis; b) Observamos a ocorrência, no algodoeiro, dos ácaros predadores Neoseiulus anonymus e Galendromus (G.) annectens; c) Encontramos, ainda, na planta, os ácaros Pronematus sp., Agistemus sp. e Tyrophagus putrescentiae, que presumimos ser, respectivamente, predadores e micófagos; d) Em sementes de algodão armazenadas, constatamos a presença de Pyemotes ventricosus e do ácaro predador Cheyletus malaccensis; e) Os machos de Tetranychus (T.) desertorum que examinamos apresentaram edeago maior ou menor do que o dos exemplares que ocorrem na América do Norte; f) O têrmo "ácaro vermelho" não deve ser usado; tanto quanto pudemos julgar, êle se nos afigurou impróprio para ser usado entre nós, embora possa ser empregado com acêrto em outros países. 2. Análise quantitativa: a) Constatamos, na cultura algodoeira, sensível predominância dos ácaros da família Tetranychidae, particularmente, da espécie Tetranychus (T.) urticae; b) Verificamos que, em algodoeiros plantados entre os dias 20 e 30 de outubro, as maiores densidades de ácaros por área de fôlha são encontradas no mês de fevereiro; c) A espécie Tetranychus (T.) ludeni, nos anos em que ocorreu, foi uma das primeiras, não só a se estabelecer na cultura, como, também, a desaparecer; d) As espécies Tetranychus (T.) urticae e Polyphagotarsonemus latus, de modo geral, são as principais pragas do algodoeiro, atingiram seus picos populacionais em fevereiro; e) A fase de desenvolvimento da fôlha mostrou ser um dos principais fatores que afetam a densidade populacional. Polyphagotarsonemus latus foi encontrado exclusivamente em fôlhas novas do ponteiro; Tetranychus (T.) urticae deu preferência às fôlhas da porção mediana da planta; Mononychus planki, às fôlhas situadas logo abaixo do ponteiro; Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus e Brevipalpus phoenicis deram preferência pelas fôlhas velhas; f) As chuvas exerceram importante papel no contrôle natural dos ácaros do algodoeiro, especialmente dos Tetraquinídeos; Polyphagotarsonemus latus mostrou-se, de modo geral, por elas favorecido; g) Houve diferenças altamente significativas entre as densidades populacionais de cada espécie, de uma para outra região estudada; h) A Estação Experimental de Jaú mostrou ser local favorável para o desenvolvimento de práticas de melhoramento genético e trabalhos onde haja necessidade do contrôle populacional; i) O ácaro Tetranychus (T.) neocaledonicus, que ocorre normalmente em algodoais do Nordeste do país, só foi por nós observado infestando algodoeiros com acentuada deficiência de potássio; j) Para fins de contrôle, parece haver possibilidades de ser orientar a época de plantio, especialmente para as regiões cuja densidade populacional de ácaros é baixa; neste caso, a maneira de proceder deverá consistir em que a idade da planta mais favorável aos ácaros, coincida com a época do ano em que haja maiores precipitações, o que verificamos ocorrer em janeiro e fevereiro. Quanto à relação prêsa-predador, chegamos à mesma conclusão que VRIE (1964) , a saber: 1. Baixas densidades das pragas, combinadas com baixas densidades dos predadores, ocorrem com alta frequência; 2. Altas densidades das prêsas, parecem, coincidir sempre com baixas densidades dos predadores; 3. Altas densidades dos predadores, parecem, coincidir sempre com baixas densidades das prêsas; 4. Altas densidades das prêsas e predadores parecem ser muito raras. |
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Contribuição ao estudo dos ácaros da cultura algodoeira em algumas regiões do Estado de São PauloÁCAROSALGODÃOSÃO PAULONo presente trabalho estudamos a taxionomia, a distribuição geográfica e a distribuição, na planta, das espécies de ácaros que ocorrem na cultura algodoeira em algumas regiões do Estado de São Paulo. Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões gerais: 1. Análise qualitativa: a) O algodoeiro pode ser prejudicado pelas espécies de ácaros Tetranychus (T.) urticae, Polyphagotarsonemus latus, Mononychus planki, Tetranychus (T.) ludeni, Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus, Tetranychus (T. )neocaledonicus e Brevipalpus phoenicis; b) Observamos a ocorrência, no algodoeiro, dos ácaros predadores Neoseiulus anonymus e Galendromus (G.) annectens; c) Encontramos, ainda, na planta, os ácaros Pronematus sp., Agistemus sp. e Tyrophagus putrescentiae, que presumimos ser, respectivamente, predadores e micófagos; d) Em sementes de algodão armazenadas, constatamos a presença de Pyemotes ventricosus e do ácaro predador Cheyletus malaccensis; e) Os machos de Tetranychus (T.) desertorum que examinamos apresentaram edeago maior ou menor do que o dos exemplares que ocorrem na América do Norte; f) O têrmo "ácaro vermelho" não deve ser usado; tanto quanto pudemos julgar, êle se nos afigurou impróprio para ser usado entre nós, embora possa ser empregado com acêrto em outros países. 2. Análise quantitativa: a) Constatamos, na cultura algodoeira, sensível predominância dos ácaros da família Tetranychidae, particularmente, da espécie Tetranychus (T.) urticae; b) Verificamos que, em algodoeiros plantados entre os dias 20 e 30 de outubro, as maiores densidades de ácaros por área de fôlha são encontradas no mês de fevereiro; c) A espécie Tetranychus (T.) ludeni, nos anos em que ocorreu, foi uma das primeiras, não só a se estabelecer na cultura, como, também, a desaparecer; d) As espécies Tetranychus (T.) urticae e Polyphagotarsonemus latus, de modo geral, são as principais pragas do algodoeiro, atingiram seus picos populacionais em fevereiro; e) A fase de desenvolvimento da fôlha mostrou ser um dos principais fatores que afetam a densidade populacional. Polyphagotarsonemus latus foi encontrado exclusivamente em fôlhas novas do ponteiro; Tetranychus (T.) urticae deu preferência às fôlhas da porção mediana da planta; Mononychus planki, às fôlhas situadas logo abaixo do ponteiro; Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus e Brevipalpus phoenicis deram preferência pelas fôlhas velhas; f) As chuvas exerceram importante papel no contrôle natural dos ácaros do algodoeiro, especialmente dos Tetraquinídeos; Polyphagotarsonemus latus mostrou-se, de modo geral, por elas favorecido; g) Houve diferenças altamente significativas entre as densidades populacionais de cada espécie, de uma para outra região estudada; h) A Estação Experimental de Jaú mostrou ser local favorável para o desenvolvimento de práticas de melhoramento genético e trabalhos onde haja necessidade do contrôle populacional; i) O ácaro Tetranychus (T.) neocaledonicus, que ocorre normalmente em algodoais do Nordeste do país, só foi por nós observado infestando algodoeiros com acentuada deficiência de potássio; j) Para fins de contrôle, parece haver possibilidades de ser orientar a época de plantio, especialmente para as regiões cuja densidade populacional de ácaros é baixa; neste caso, a maneira de proceder deverá consistir em que a idade da planta mais favorável aos ácaros, coincida com a época do ano em que haja maiores precipitações, o que verificamos ocorrer em janeiro e fevereiro. Quanto à relação prêsa-predador, chegamos à mesma conclusão que VRIE (1964) , a saber: 1. Baixas densidades das pragas, combinadas com baixas densidades dos predadores, ocorrem com alta frequência; 2. Altas densidades das prêsas, parecem, coincidir sempre com baixas densidades dos predadores; 3. Altas densidades dos predadores, parecem, coincidir sempre com baixas densidades das prêsas; 4. Altas densidades das prêsas e predadores parecem ser muito raras.This paper deals with the systematics, geographic distribution, and the distribution on the plant, of the mite species which occur on cotton in some areas of the State of Sao Paulo, Brazil. The general conclusions are: 1. Qualitative analysis: a. The following species may damage cotton: Tetranychus (T.) urticae, Polyphagotarsonemus latus, Mononychus planki, Tetranychus (T.) ludeni, Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus, Tetranychus (T.) neocaledonicus e Brevipalpus phoenicis; b. Two species of predacious mites were found to occur on cotton: Neoseiulus anonymus and Galendromus (G.) annectens; c. We also observed Pronematus sp., Agistemus sp. and Tyrophagus putrescentiae on the plants, which we assume to be predators and mycophagous; d. Pyemotes ventricosus and the predacious mite Cheyletus malaccensis were found on cotton seeds; e. The head of the aedaeagus of Tetranychus (T.) desertorum is either larger or smaller than which occur in North America; f. The name red mite should not be used here; it is not appropriate under our conditions, although it may be correct for other countries. 2. Quantitative analysis: a. In cotton we have found that the predominant mites are spider mites (family Tetranychidae), mainly Tetranychus (T.) urticae; b. Cotton planted between the 20th and 30th of October had highest mite populations per leaf area in February; c. ln the years which it occurred, Tetranychus (T.) ludeni was the first species to become established, and also the first to disappear; d. Tetranychus (T. ) urticae and Polyphagotarsonemus latus are in general the main cotton pests, attaining their peek populations in February; e. Leaf age is the main factor determining population density. Polyphagotarsonemus latus was found exclusively on the newer leaves at the top of the plant; Tetranychus (T.) urticae prefers the leaves toward the middle of the plant; Mononychus planki prefers the leaves just below the top leaves; Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus and Brevipalpus phoenicis prefer the older leaves; f. Rainfall is an important factor in controlling mites, mainly spider mites; Polyphagotarsonemus latus seems to benefit from rain; g. The population densities of the several species were significantly different for each area; h. The Experiment Station of Jaú is a suitable place for cotton breeding experiments and for research where population control is needed; i. Tetranychus (T.) neocaledonicus, which commonly occurs in northeastern Brazil, was only observed in cotton fields which showed high potassium defficiency in São Paulo; j. It is possible that the control of these mites may be accomplished by planting areas where the mite populations are low. In such cases, this can be accomplished by timing the planting so that the age of the plant most favorable to the mites coincides with the period of highest rainfall, which occurs in January and February. We came to the same prey-predator relations as de VRIE (1964): 1. Low density of prey combined with low density of predator appears to occur with high frequency; 2. High density of prey appears to coincide almost always with low density of predator; 3. High density of predator appears to coincide almost always with low density of prey; 4. High density of prey combined with high density of predator is extremely rare.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZamith, Adiel Paes LemeChiavegato, Luiz Gonzaga1971-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-143717/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-04-10T15:00:43Zoai:teses.usp.br:tde-20240301-143717Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-04-10T15:00:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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No presente trabalho estudamos a taxionomia, a distribuição geográfica e a distribuição, na planta, das espécies de ácaros que ocorrem na cultura algodoeira em algumas regiões do Estado de São Paulo. Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões gerais: 1. Análise qualitativa: a) O algodoeiro pode ser prejudicado pelas espécies de ácaros Tetranychus (T.) urticae, Polyphagotarsonemus latus, Mononychus planki, Tetranychus (T.) ludeni, Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus, Tetranychus (T. )neocaledonicus e Brevipalpus phoenicis; b) Observamos a ocorrência, no algodoeiro, dos ácaros predadores Neoseiulus anonymus e Galendromus (G.) annectens; c) Encontramos, ainda, na planta, os ácaros Pronematus sp., Agistemus sp. e Tyrophagus putrescentiae, que presumimos ser, respectivamente, predadores e micófagos; d) Em sementes de algodão armazenadas, constatamos a presença de Pyemotes ventricosus e do ácaro predador Cheyletus malaccensis; e) Os machos de Tetranychus (T.) desertorum que examinamos apresentaram edeago maior ou menor do que o dos exemplares que ocorrem na América do Norte; f) O têrmo "ácaro vermelho" não deve ser usado; tanto quanto pudemos julgar, êle se nos afigurou impróprio para ser usado entre nós, embora possa ser empregado com acêrto em outros países. 2. Análise quantitativa: a) Constatamos, na cultura algodoeira, sensível predominância dos ácaros da família Tetranychidae, particularmente, da espécie Tetranychus (T.) urticae; b) Verificamos que, em algodoeiros plantados entre os dias 20 e 30 de outubro, as maiores densidades de ácaros por área de fôlha são encontradas no mês de fevereiro; c) A espécie Tetranychus (T.) ludeni, nos anos em que ocorreu, foi uma das primeiras, não só a se estabelecer na cultura, como, também, a desaparecer; d) As espécies Tetranychus (T.) urticae e Polyphagotarsonemus latus, de modo geral, são as principais pragas do algodoeiro, atingiram seus picos populacionais em fevereiro; e) A fase de desenvolvimento da fôlha mostrou ser um dos principais fatores que afetam a densidade populacional. Polyphagotarsonemus latus foi encontrado exclusivamente em fôlhas novas do ponteiro; Tetranychus (T.) urticae deu preferência às fôlhas da porção mediana da planta; Mononychus planki, às fôlhas situadas logo abaixo do ponteiro; Tetranychus (T.) desertorum, Tetranychus (T.) mexicanus e Brevipalpus phoenicis deram preferência pelas fôlhas velhas; f) As chuvas exerceram importante papel no contrôle natural dos ácaros do algodoeiro, especialmente dos Tetraquinídeos; Polyphagotarsonemus latus mostrou-se, de modo geral, por elas favorecido; g) Houve diferenças altamente significativas entre as densidades populacionais de cada espécie, de uma para outra região estudada; h) A Estação Experimental de Jaú mostrou ser local favorável para o desenvolvimento de práticas de melhoramento genético e trabalhos onde haja necessidade do contrôle populacional; i) O ácaro Tetranychus (T.) neocaledonicus, que ocorre normalmente em algodoais do Nordeste do país, só foi por nós observado infestando algodoeiros com acentuada deficiência de potássio; j) Para fins de contrôle, parece haver possibilidades de ser orientar a época de plantio, especialmente para as regiões cuja densidade populacional de ácaros é baixa; neste caso, a maneira de proceder deverá consistir em que a idade da planta mais favorável aos ácaros, coincida com a época do ano em que haja maiores precipitações, o que verificamos ocorrer em janeiro e fevereiro. Quanto à relação prêsa-predador, chegamos à mesma conclusão que VRIE (1964) , a saber: 1. Baixas densidades das pragas, combinadas com baixas densidades dos predadores, ocorrem com alta frequência; 2. Altas densidades das prêsas, parecem, coincidir sempre com baixas densidades dos predadores; 3. Altas densidades dos predadores, parecem, coincidir sempre com baixas densidades das prêsas; 4. Altas densidades das prêsas e predadores parecem ser muito raras. |
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