Avaliação da mucosite oral em pacientes que receberam terapia com laser de baixa potência pré-transplante de medula óssea
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23139/tde-21092015-124033/ |
Resumo: | A mucosite oral é um dos efeitos adversos mais frequente e debilitantes em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). O Laser de Baixa Potência (LBP) tem sido estabelecido como importante ferramenta na prevenção de mucosite, durante o condicionamento com quimioterapia de altas doses no TMO. No entanto, protocolos que suportam tais intervenções variam e os fatores de riscos para mucosite em pacientes com diferentes tipos de neoplasias e condicionamentos mesmo recebendo a prevenção com o LBP são ainda desconhecidos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência de mucosite, sua relação com os parâmetros clínicos e fatores preditivos em pacientes submetidos ao TMO e que receberam a prevenção com LBP. Foi realizada uma análise retrospectiva de 374 pacientes consecutivos que foram submetidos ao TMO no A.C. Camargo Cancer Center, entre o período de janeiro de 2006 a janeiro de 2013. Todos os pacientes receberam profilaxia para mucosite oral com LBP, utilizando protocolo único, desde o primeiro dia do condicionamento até o D+2 (2 dias após a infusão da medula óssea). Os pacientes continuaram a receber o LBP nos casos de mucosite oral >= grau 2 até a remissão completa das lesões. Os dados clínicos como neutropenia febril, dor em boca, uso de alimentação parenteral e o uso de morfina foram coletados diariamente através dos prontuários dos pacientes desde o primeiro dia de internação até a alta hospitalar. As variáveis clínicas como idade, peso e função renal foram coletadas no dia da internação para o condicionamento. Dos 374 pacientes selecionados para este estudo, 37 (9%) pacientes foram excluídos, totalizando assim, 337 pacientes. Destes, 43 (12,76%) não apresentaram mucosite, 166 (49,25%) manifestaram mucosite grau 1, 84 (24,93%) grau 2, 32 (9,50%) grau 3 e 12 (3,56%) grau 4. Os pacientes com mucosite grau ? 2, apresentaram uma média de 1,4 dias de dor em boca comparado com 9,2 dias nos pacientes com mucosite ? 3 (p<0,0001). Em relação ao tempo de hospitalização, nos pacientes com mucosite grau ? 2, a média foi de 27,16 dias comparado com 36,07 nos com mucosite grau ?3 (p<0,0001). Através do modelo de regressão logística, observou-se que a cada aumento em uma unidade de creatinina a chance de ocorrer mucosite grau ? 3 foi 4,3 vezes maior (RC= 4,37; 95% IC: 1,68 - 11,32; p=0,0024). Além disso, os pacientes submetidos ao transplante alogênico apresentaram cerca de 5,97 vezes mais chance de apresentar mucosite grau ? 3 comparado com os pacientes submetidos ao transplante autólogo (RC= 5,97; 95% IC: 3,02 - 11,99; p<0,001). O estudo concluiu que a incidência e intensidade da mucosite oral severa foi baixa nos pacientes submetidos ao TMO, provavelmente devido à profilaxia com o LBP. Além disso, quanto maior a severidade da mucosite oral, maior o tempo de dor em boca, uso de alimentação parenteral, uso de morfina e período de internação. O transplante alogênico e o aumento no nível sérico de creatinina foram considerados fatores de risco para ocorrência de mucosite oral severa. Novos estudos são necessários para definir protocolos específicos para o LBP nestes pacientes com maior risco para o desenvolvimento de mucosite severa. |
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Avaliação da mucosite oral em pacientes que receberam terapia com laser de baixa potência pré-transplante de medula ósseaEvaluation of oral mucositis in patients undergoing hematopoietic stem cell transplantation associated with prophylactic laser therapyHematopoietic stem cell transplantationLaser de baixa potênciaLow-level laser therapyMucosite oralOral MucositisTransplante de medula ósseaA mucosite oral é um dos efeitos adversos mais frequente e debilitantes em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). O Laser de Baixa Potência (LBP) tem sido estabelecido como importante ferramenta na prevenção de mucosite, durante o condicionamento com quimioterapia de altas doses no TMO. No entanto, protocolos que suportam tais intervenções variam e os fatores de riscos para mucosite em pacientes com diferentes tipos de neoplasias e condicionamentos mesmo recebendo a prevenção com o LBP são ainda desconhecidos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência de mucosite, sua relação com os parâmetros clínicos e fatores preditivos em pacientes submetidos ao TMO e que receberam a prevenção com LBP. Foi realizada uma análise retrospectiva de 374 pacientes consecutivos que foram submetidos ao TMO no A.C. Camargo Cancer Center, entre o período de janeiro de 2006 a janeiro de 2013. Todos os pacientes receberam profilaxia para mucosite oral com LBP, utilizando protocolo único, desde o primeiro dia do condicionamento até o D+2 (2 dias após a infusão da medula óssea). Os pacientes continuaram a receber o LBP nos casos de mucosite oral >= grau 2 até a remissão completa das lesões. Os dados clínicos como neutropenia febril, dor em boca, uso de alimentação parenteral e o uso de morfina foram coletados diariamente através dos prontuários dos pacientes desde o primeiro dia de internação até a alta hospitalar. As variáveis clínicas como idade, peso e função renal foram coletadas no dia da internação para o condicionamento. Dos 374 pacientes selecionados para este estudo, 37 (9%) pacientes foram excluídos, totalizando assim, 337 pacientes. Destes, 43 (12,76%) não apresentaram mucosite, 166 (49,25%) manifestaram mucosite grau 1, 84 (24,93%) grau 2, 32 (9,50%) grau 3 e 12 (3,56%) grau 4. Os pacientes com mucosite grau ? 2, apresentaram uma média de 1,4 dias de dor em boca comparado com 9,2 dias nos pacientes com mucosite ? 3 (p<0,0001). Em relação ao tempo de hospitalização, nos pacientes com mucosite grau ? 2, a média foi de 27,16 dias comparado com 36,07 nos com mucosite grau ?3 (p<0,0001). Através do modelo de regressão logística, observou-se que a cada aumento em uma unidade de creatinina a chance de ocorrer mucosite grau ? 3 foi 4,3 vezes maior (RC= 4,37; 95% IC: 1,68 - 11,32; p=0,0024). Além disso, os pacientes submetidos ao transplante alogênico apresentaram cerca de 5,97 vezes mais chance de apresentar mucosite grau ? 3 comparado com os pacientes submetidos ao transplante autólogo (RC= 5,97; 95% IC: 3,02 - 11,99; p<0,001). O estudo concluiu que a incidência e intensidade da mucosite oral severa foi baixa nos pacientes submetidos ao TMO, provavelmente devido à profilaxia com o LBP. Além disso, quanto maior a severidade da mucosite oral, maior o tempo de dor em boca, uso de alimentação parenteral, uso de morfina e período de internação. O transplante alogênico e o aumento no nível sérico de creatinina foram considerados fatores de risco para ocorrência de mucosite oral severa. Novos estudos são necessários para definir protocolos específicos para o LBP nestes pacientes com maior risco para o desenvolvimento de mucosite severa.Oral mucositis is one of the most common and debilitating adverse effects in patients undergoing bone marrow transplantation (BMT). The low-power laser (LBP) has been established as an important tool in the prevention of mucositis, during conditioning with high-dose chemotherapy in BMT. However, protocols that support such intervention vary and risk factors for mucositis in patients with different types of neoplasms and conditioning protocols are still unknown. This study aimed to assess the prevalence of mucositis, its relationship with clinical parameters and predictive factors in patients undergoing BMT and receiving prevention with LBP. A retrospective analysis was performed concerning 374 patients who were submitted consecutively to BMT at the AC Camargo Cancer Center, from January 2006 to January 2013. All patients received prophylaxis for oral mucositis with LBP using only protocol from the first day of conditioning until D + 2 (2 days after the infusion of the bone marrow). Patients continued to receive the LBP in the case of oral mucositis grade >= 2 until the complete remission of the lesions. Clinical data, such as febrile neutropenia, mouth pain, parenteral nutrition usage and the use of morphine were collected daily through the medical records of patients from the first day of admission until discharge. The clinical variables such as age, weight and renal function data were collected on the day of admission for conditioning. Of the 374 patients selected for this study, 37 (9%) were excluded, totaling 337 patients. Of these, 43 (12.76%) had no mucositis, 166 (49.25%) expressed mucositis grade 1, 84 (24.93%) grade 2, 32 (9.50%) grade 3 and 12 (3.56 %) grade 4. Patients with mucositis grade <= 2, showed an average of 1.4 days of pain in the mouth compared with 9.2 days in patients with mucositis >= 3 (p <0.0001). Regarding the length of hospital stay in patients with mucositis grade <= 2, the average was 27.16 days compared to 36.07 in with mucositis grade >= 3 (p <0.0001). The logistic regression model showed that each increase of one unit of creatinine drives the chance of mucositis grade >= 3 4.3 times higher (OR = 4.37; 95% CI: 1.68 to 11.32 ; p = 0.0024). In addition, patients undergoing allogeneic transplantation showed about 5.97 times more likely to have grade >= 3 mucositis compared with patients undergoing autologous transplantation (OR = 5.97; 95% CI: 3.02 to 11.99 p <0.001). The study found that the incidence and intensity of severe oral mucositis was low in patients undergoing BMT, probably due to prophylaxis with LBP. In addition, the greater the severity of oral mucositis, the longer the pain in mouth, parenteral feeding use, morphine and time of hospitalization. Allogeneic transplantation and increase in serum creatinine level were considered risk factors for the occurrence of severe oral mucositis. Further studies are needed to define specific protocols for LBP in these patients at higher risk for developing severe mucositis.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlves, Fábio de AbreuRodrigues, Gustavo Henrique Campos2015-07-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23139/tde-21092015-124033/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-16T18:43:02Zoai:teses.usp.br:tde-21092015-124033Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-16T18:43:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A mucosite oral é um dos efeitos adversos mais frequente e debilitantes em pacientes submetidos ao transplante de medula óssea (TMO). O Laser de Baixa Potência (LBP) tem sido estabelecido como importante ferramenta na prevenção de mucosite, durante o condicionamento com quimioterapia de altas doses no TMO. No entanto, protocolos que suportam tais intervenções variam e os fatores de riscos para mucosite em pacientes com diferentes tipos de neoplasias e condicionamentos mesmo recebendo a prevenção com o LBP são ainda desconhecidos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a prevalência de mucosite, sua relação com os parâmetros clínicos e fatores preditivos em pacientes submetidos ao TMO e que receberam a prevenção com LBP. Foi realizada uma análise retrospectiva de 374 pacientes consecutivos que foram submetidos ao TMO no A.C. Camargo Cancer Center, entre o período de janeiro de 2006 a janeiro de 2013. Todos os pacientes receberam profilaxia para mucosite oral com LBP, utilizando protocolo único, desde o primeiro dia do condicionamento até o D+2 (2 dias após a infusão da medula óssea). Os pacientes continuaram a receber o LBP nos casos de mucosite oral >= grau 2 até a remissão completa das lesões. Os dados clínicos como neutropenia febril, dor em boca, uso de alimentação parenteral e o uso de morfina foram coletados diariamente através dos prontuários dos pacientes desde o primeiro dia de internação até a alta hospitalar. As variáveis clínicas como idade, peso e função renal foram coletadas no dia da internação para o condicionamento. Dos 374 pacientes selecionados para este estudo, 37 (9%) pacientes foram excluídos, totalizando assim, 337 pacientes. Destes, 43 (12,76%) não apresentaram mucosite, 166 (49,25%) manifestaram mucosite grau 1, 84 (24,93%) grau 2, 32 (9,50%) grau 3 e 12 (3,56%) grau 4. Os pacientes com mucosite grau ? 2, apresentaram uma média de 1,4 dias de dor em boca comparado com 9,2 dias nos pacientes com mucosite ? 3 (p<0,0001). Em relação ao tempo de hospitalização, nos pacientes com mucosite grau ? 2, a média foi de 27,16 dias comparado com 36,07 nos com mucosite grau ?3 (p<0,0001). Através do modelo de regressão logística, observou-se que a cada aumento em uma unidade de creatinina a chance de ocorrer mucosite grau ? 3 foi 4,3 vezes maior (RC= 4,37; 95% IC: 1,68 - 11,32; p=0,0024). Além disso, os pacientes submetidos ao transplante alogênico apresentaram cerca de 5,97 vezes mais chance de apresentar mucosite grau ? 3 comparado com os pacientes submetidos ao transplante autólogo (RC= 5,97; 95% IC: 3,02 - 11,99; p<0,001). O estudo concluiu que a incidência e intensidade da mucosite oral severa foi baixa nos pacientes submetidos ao TMO, provavelmente devido à profilaxia com o LBP. Além disso, quanto maior a severidade da mucosite oral, maior o tempo de dor em boca, uso de alimentação parenteral, uso de morfina e período de internação. O transplante alogênico e o aumento no nível sérico de creatinina foram considerados fatores de risco para ocorrência de mucosite oral severa. Novos estudos são necessários para definir protocolos específicos para o LBP nestes pacientes com maior risco para o desenvolvimento de mucosite severa. |
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