Estrutura de assembléias de Vespoidea solitários (Insecta: Hymenoptera) ao longo de um gradiente altitudinal no Parque Estadual da serra do Mar, São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Eduardo Fernando dos Santos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.41.2008.tde-02022009-152133
Resumo: O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de investigar: 1. o comportamento da diversidade de Vespoidea solitários ao longo do gradiente altitudinal no Morro do Cuzcuzeiro, no Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo, Brasil, 2. a presença de padrões de diversidade ao longo do gradiente, 3. verificar a influência das condições climáticas no estabelecimento destes padrões e 4. acessar a organização estrutural da assembléia de Vespoidea solitários ao longo do gradiente adotado. Para isso, adotei seis cotas altitudinais (50, 200, 400, 600, 800 e 1000 metros acima do nível do mar) na face sudoeste do Morro do Cuscuzeiro, coletando 12 amostras de Malaise e 24 de Möericke (pratos amarelos) em cada uma delas, ao longo de dois transectos de 200m cada e em duas estações chuvosas consecutivas, a primeria em 2006 e a segunda em 2007, distanciados respectivamente a 100 e a 50 metros um do outro. Cada amostra de Malaise foi agrupada aleatoriamente a duas amostras de Möericke para compor 12 unidades amostrais para cada cota. As 72 unidades amostrais compuseram então a matriz de dados que serviu de base para as análises de diversidade. A riqueza observada em todo o gradiente foi de 76 espécies solitárias de Vespoidea (incluindo as espécies de Mutillidae, Pompilidae, Rhopalosomatidae, Scoliidae, Tiphiidae e Vespidae Eumeninae). Contudo, apenas a assembléia de Tiphiidae apresentou padrão com pico de riqueza nas altitudes intermediárias (cota dos 600 metros de altitude). Os modelos regressivos utilizados não foram capazes de explicar o comportamento da diversidade de espécies ao longo do gradiente dos outros dois grupos investigados (Vespoidea solitários e Pompilidae). De acordo com o teste de &quotMid-domain&quot, o padrão de riqueza observado para a fauna de Tiphiidae não é influenciado pelos fatores climáticos. Considerando os níveis taxonômicos mais altos da classificação de Vespoidea, a diversidade taxonômica total foi maior na cota dos 50 metros, que no caso apresentou distinção taxonômica apenas marginalmente significativa. A única cota que apresentou distinção significativa foi a dos 600 metros, sugerindo uma assembléia estruturada de forma distinta das demais cotas do gradiente. Estes resultados e os valores de diversidade de Shannon indicam que esta região do gradiente é aquela que apresenta maior complexidade. Para descrever a organização estrutural da assembléia de Vespoidea solitários ao longo do gradiente altitudinal em questão, utilizei metodologias de análises que empregam índices de similaridade, considerando a posição relativa das espécies solitárias de Vespoidea no espaço geográfico que define o gradiente em questão. Os resultados destas análises sugerem que a assembléia de Vespoidea solitários está estruturada num continnum e que a variação na composição faunística ao longo do gradiente varia de maneira significativa.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Estrutura de assembléias de Vespoidea solitários (Insecta: Hymenoptera) ao longo de um gradiente altitudinal no Parque Estadual da serra do Mar, São Paulo, Brasil Structure of solitary Vespoidea (Insecta: Hymenoptera) assemblage along a altitudinal gradient in the Serra do Mar State Park, São Paulo, Brazil 2008-11-18Carlos Roberto Ferreira BrandaoRogerio Parentoni MartinsRenata PardiniEduardo Fernando dos SantosUniversidade de São PauloCiências Biológicas (Zoologia)USPBR Altitudinal gradient Atlantic Forest Diversidade Diversity Gradiente altitudinal Hymenoptera Hymenoptera Mata Atlântica Vespoidea Vespoidea O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de investigar: 1. o comportamento da diversidade de Vespoidea solitários ao longo do gradiente altitudinal no Morro do Cuzcuzeiro, no Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo, Brasil, 2. a presença de padrões de diversidade ao longo do gradiente, 3. verificar a influência das condições climáticas no estabelecimento destes padrões e 4. acessar a organização estrutural da assembléia de Vespoidea solitários ao longo do gradiente adotado. Para isso, adotei seis cotas altitudinais (50, 200, 400, 600, 800 e 1000 metros acima do nível do mar) na face sudoeste do Morro do Cuscuzeiro, coletando 12 amostras de Malaise e 24 de Möericke (pratos amarelos) em cada uma delas, ao longo de dois transectos de 200m cada e em duas estações chuvosas consecutivas, a primeria em 2006 e a segunda em 2007, distanciados respectivamente a 100 e a 50 metros um do outro. Cada amostra de Malaise foi agrupada aleatoriamente a duas amostras de Möericke para compor 12 unidades amostrais para cada cota. As 72 unidades amostrais compuseram então a matriz de dados que serviu de base para as análises de diversidade. A riqueza observada em todo o gradiente foi de 76 espécies solitárias de Vespoidea (incluindo as espécies de Mutillidae, Pompilidae, Rhopalosomatidae, Scoliidae, Tiphiidae e Vespidae Eumeninae). Contudo, apenas a assembléia de Tiphiidae apresentou padrão com pico de riqueza nas altitudes intermediárias (cota dos 600 metros de altitude). Os modelos regressivos utilizados não foram capazes de explicar o comportamento da diversidade de espécies ao longo do gradiente dos outros dois grupos investigados (Vespoidea solitários e Pompilidae). De acordo com o teste de &quotMid-domain&quot, o padrão de riqueza observado para a fauna de Tiphiidae não é influenciado pelos fatores climáticos. Considerando os níveis taxonômicos mais altos da classificação de Vespoidea, a diversidade taxonômica total foi maior na cota dos 50 metros, que no caso apresentou distinção taxonômica apenas marginalmente significativa. A única cota que apresentou distinção significativa foi a dos 600 metros, sugerindo uma assembléia estruturada de forma distinta das demais cotas do gradiente. Estes resultados e os valores de diversidade de Shannon indicam que esta região do gradiente é aquela que apresenta maior complexidade. Para descrever a organização estrutural da assembléia de Vespoidea solitários ao longo do gradiente altitudinal em questão, utilizei metodologias de análises que empregam índices de similaridade, considerando a posição relativa das espécies solitárias de Vespoidea no espaço geográfico que define o gradiente em questão. Os resultados destas análises sugerem que a assembléia de Vespoidea solitários está estruturada num continnum e que a variação na composição faunística ao longo do gradiente varia de maneira significativa. The present study aims to investigate: 1. the diversity of solitary Vespoidea along an altitudinal gradient on the Cuzcuzeiro Mountain in the Serra do Mar State Park, São Paulo, Brazil, 2. to investigate the presence of diversity patterns along the gradient, 3. to check the influence of climatic conditions on the establishment of these patterns and 4. to access the structural organization of the solitary Vespoidea assemblage along the adopted altitudinal gradient. For this, I adopted six altitudinal quotas (50, 200, 400, 600, 800 and 1000 meters above sea level) on the Cuzcuzeriro Mountains southwest face, collecting 12 Malaise and 24 Möericke trap samples (yellow pans) at each quota, along two transects of 200 meters length each in two consecutive rainy seasons, 2006 and 2007, spaced respectively 100 and 50 meters one from each other. Each Malaise trap sample was randomly grouped with two Möericke trap samples to compose 12 sampling units for each quota. So, the 72 sampling units make the data matrix used for the diversity statistic analyses. The richness observed throughout the gradient was 76 solitary Vespoidea species (including those of Mutillidae, Pompilidae, Rhopalosomatidae, Scoliidae, Tiphiidae and Vespidae Eumeninae). Only the Tiphiidae assemblages presented a diversity peak at intermediate elevations (600 meters quota); the regressive models used were not able to explain the species diversity of other studied assemblages (solitary Vespoidea and Pompilidae, in this case analyzed in separate) along the adopted altitudinal gradient. According to the mid-domain test, the richness pattern of Tiphiidae is not influenced by the climatic agent. Considering the higher taxa of Vespoidea, the taxonomic diversity was more evident in the 50 meters quota, which presented only marginally significant taxonomic distinctness in relation to the other quotas. The 600 meters quota was the only one that presented significant taxonomic distinctness from the others, suggesting that there the solitary Vespoidea assemblage presents a distinct structure from the others. These results and the Shannon diversity values indicate that the middle of gradient presents higher complexity. To describe the structural organization of the solitary Vespoidea assemblage along the altitudinal gradient, I used analytic methodologies that employ similarity indexes, considering the relative position of the solitary Vespoidea species in the geographic space that defines the adopted altitudinal gradient. The results of these analyses suggest that the solitary Vespoidea assemblage is structured as a continnum and that the faunistic composition changes significantly along the altitudinal gradient on the Cuzcuzeiro Mountain. https://doi.org/10.11606/D.41.2008.tde-02022009-152133info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:03:59Zoai:teses.usp.br:tde-02022009-152133Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T11:59:32.171623Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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