Efeitos do treinamento físico na inflamação sistêmica e da parede arterial na arterite de Takayasu juvenil: estudo controlado e randomizado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-05022021-101330/ |
Resumo: | Introdução: A arterite de Takayasu de início juvenil (ATJ) é uma vasculite inflamatória crônica que afeta artérias de grande e médio calibres predispondo esses pacientes à um elevado risco cardiovascular. Sabe-se que o exercício físico é capaz de melhorar a inflamação e a saúde cardiovascular em uma variedade de doenças, entretanto, estudos controlados e randomizados avaliando esses possíveis efeitos na ATJ são escassos. O principal objetivo deste estudo foi investigar os potenciais efeitos terapêuticos do exercício na ATJ. Métodos: Este estudo foi dividido em duas grandes partes. Em um primeiro momento, comparamos transversalmente pacientes com ATJ vs. controles saudáveis. Para o estudo longitudinal, foram recrutados 17 pacientes diagnosticados com ATJ atendidos regularmente em três ambulatórios de reumatologia pediátrica da cidade de São Paulo. Os pacientes foram avaliados no período pré e após 12 semanas de um programa de treinamento físico (TF) realizado em casa. Os desfechos primários foram: avaliar a inflamação sistêmica através das concentrações séricas de marcadores pró e anti-inflamatórios e avaliar a inflamação da parede arterial através da [18F] fluoro- deoxy-D-glucose positron emission tomography/magnetic resonance imaging [FDG- PET/MRI]). Composição corporal, avaliação clínica global, capacidade aeróbia, força e funcionalidade, qualidade de vida e nível de atividade física foram avaliados como desfechos secundários. Este estudo foi registrado e aprovado na plataforma ClinicalTrials, sob o número NCT03494062. Resultados: Transversalmente, os pacientes com ATJ apresentaram piora da capacidade aeróbica, função autonômica, baixos níveis de atividade física, valores maiores de massa gorda, redução da massa magra e óssea, piora da sensibilidade à insulina e qualidade de vida quando comparadas a seus pares saudáveis (todos, P <= 0,05). Após o período de 12 semanas, houve uma redução na distribuição de artérias classificadas como grau III (i.e., inflamação grave), enquanto que o grupo sem treinamento físico demonstrou um aumento da frequência das artérias classificadas no mesmo grau (P = 0,014). Também houve diminuição da inflamação no arco aórtico (P = 0,002) e na artéria subclávia esquerda (P = 0,029) foi mais acentuada nos pacientes treinados vs. não treinados. Além disso, pacientes do grupo TF apresentaram redução da gordura visceral, melhora da força muscular, funcionalidade e vitalidade, avaliada pelo SF-36 (todos P <= 0,05). Conclusão: Os pacientes com ATJ apresentaram uma piora geral de fatores relacionados à saúde, entretanto, o exercício físico foi capaz de contrapor muitos desses malefícios, melhorando a inflamação arterial, a gordura visceral, os níveis de atividade física, a funcionalidade e a vitalidade. O exercício físico emerge como uma estratégia importante para o tratamento de pacientes com ATJ |
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Efeitos do treinamento físico na inflamação sistêmica e da parede arterial na arterite de Takayasu juvenil: estudo controlado e randomizado Effects of exercise training on systemic and arterial wall inflammation in childhood-onset Takayasu arteritis: a randomized, multicenter, controlled trial studyArterite de TakayasuAtividade físicaCardiovascular healthExercícioExerciseInflamaçãoInflammationPediatric rheumatologyPhysical activityReumatologia pediátricaSaúde cardiovascularTakayasu arteritisIntrodução: A arterite de Takayasu de início juvenil (ATJ) é uma vasculite inflamatória crônica que afeta artérias de grande e médio calibres predispondo esses pacientes à um elevado risco cardiovascular. Sabe-se que o exercício físico é capaz de melhorar a inflamação e a saúde cardiovascular em uma variedade de doenças, entretanto, estudos controlados e randomizados avaliando esses possíveis efeitos na ATJ são escassos. O principal objetivo deste estudo foi investigar os potenciais efeitos terapêuticos do exercício na ATJ. Métodos: Este estudo foi dividido em duas grandes partes. Em um primeiro momento, comparamos transversalmente pacientes com ATJ vs. controles saudáveis. Para o estudo longitudinal, foram recrutados 17 pacientes diagnosticados com ATJ atendidos regularmente em três ambulatórios de reumatologia pediátrica da cidade de São Paulo. Os pacientes foram avaliados no período pré e após 12 semanas de um programa de treinamento físico (TF) realizado em casa. Os desfechos primários foram: avaliar a inflamação sistêmica através das concentrações séricas de marcadores pró e anti-inflamatórios e avaliar a inflamação da parede arterial através da [18F] fluoro- deoxy-D-glucose positron emission tomography/magnetic resonance imaging [FDG- PET/MRI]). Composição corporal, avaliação clínica global, capacidade aeróbia, força e funcionalidade, qualidade de vida e nível de atividade física foram avaliados como desfechos secundários. Este estudo foi registrado e aprovado na plataforma ClinicalTrials, sob o número NCT03494062. Resultados: Transversalmente, os pacientes com ATJ apresentaram piora da capacidade aeróbica, função autonômica, baixos níveis de atividade física, valores maiores de massa gorda, redução da massa magra e óssea, piora da sensibilidade à insulina e qualidade de vida quando comparadas a seus pares saudáveis (todos, P <= 0,05). Após o período de 12 semanas, houve uma redução na distribuição de artérias classificadas como grau III (i.e., inflamação grave), enquanto que o grupo sem treinamento físico demonstrou um aumento da frequência das artérias classificadas no mesmo grau (P = 0,014). Também houve diminuição da inflamação no arco aórtico (P = 0,002) e na artéria subclávia esquerda (P = 0,029) foi mais acentuada nos pacientes treinados vs. não treinados. Além disso, pacientes do grupo TF apresentaram redução da gordura visceral, melhora da força muscular, funcionalidade e vitalidade, avaliada pelo SF-36 (todos P <= 0,05). Conclusão: Os pacientes com ATJ apresentaram uma piora geral de fatores relacionados à saúde, entretanto, o exercício físico foi capaz de contrapor muitos desses malefícios, melhorando a inflamação arterial, a gordura visceral, os níveis de atividade física, a funcionalidade e a vitalidade. O exercício físico emerge como uma estratégia importante para o tratamento de pacientes com ATJBackground: Childhood-onset Takayasu arteritis (c-TA) is an inflammatory vasculitis predisposing to a high risk of morbidity and mortality. No randomized controlled trial has been conducted in c-TA, precluding evidence-based treatment recommendations. Exercise has the potential to improve inflammation and cardiovascular health, but evidence remains scant in c-TA. The main objective of this study was to investigate the potential therapeutic effects of exercise in c-TA. Methods: This is a two-part study involving a cross-sectional comparison between c-TA and healthy controls, followed by a 12-week, multicenter, randomized controlled trial conducted in Sao Paulo (Brazil), between November 2017 and March 2019, to test the effects of a home-based, exercise intervention vs. standard of care in patients with c-TA (n = 17). The primary outcomes were arterial inflammation, assessed by [18F] fluoro- deoxy-D-glucose positron emission tomography/magnetic resonance imaging [FDG-PET/MRI]) and systemic inflammatory markers. Secondary outcomes included body composition, physical activity levels, physical capacity, cardiometabolic risk factors, disease-related parameters, and quality of life. This trial was registered at ClinicalTrials,gov number NCT03494062. Findings: In the cross-sectional comparison, c-TA patients showed worse physical capacity, physical activity levels, autonomic function, fat, lean and bone mass, insulin sensitivity, and quality of life vs. controls (P <= 0,05). Findings from randomized clinical trial showed that exercised patients experienced a reduction in the frequency of vessel segments with severe inflammation, whereas the non-exercised patients had an opposite response (P = 0,007). Decreased inflammation in aortic arch (P = 0,002) and left subclavian artery (P = 0,029) were more pronounced in the exercised vs. non-exercised patients. Greater improvements in visceral fat, steps per day, muscle function, strength, and vitality were also observed in the exercised vs. no exercised patients (all P <= 0,05). Interpretation: c-TA patients showed worse overall health-related factors, but exercise improved arterial inflammation, visceral fat, physical activity levels, functionality, and vitality. Exercise arises as a valuable, evidence-based intervention to treat c-TA patientsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGualano, BrunoPedroso, Camilla Astley Amaral2020-05-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-05022021-101330/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T21:44:02Zoai:teses.usp.br:tde-05022021-101330Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T21:44:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: A arterite de Takayasu de início juvenil (ATJ) é uma vasculite inflamatória crônica que afeta artérias de grande e médio calibres predispondo esses pacientes à um elevado risco cardiovascular. Sabe-se que o exercício físico é capaz de melhorar a inflamação e a saúde cardiovascular em uma variedade de doenças, entretanto, estudos controlados e randomizados avaliando esses possíveis efeitos na ATJ são escassos. O principal objetivo deste estudo foi investigar os potenciais efeitos terapêuticos do exercício na ATJ. Métodos: Este estudo foi dividido em duas grandes partes. Em um primeiro momento, comparamos transversalmente pacientes com ATJ vs. controles saudáveis. Para o estudo longitudinal, foram recrutados 17 pacientes diagnosticados com ATJ atendidos regularmente em três ambulatórios de reumatologia pediátrica da cidade de São Paulo. Os pacientes foram avaliados no período pré e após 12 semanas de um programa de treinamento físico (TF) realizado em casa. Os desfechos primários foram: avaliar a inflamação sistêmica através das concentrações séricas de marcadores pró e anti-inflamatórios e avaliar a inflamação da parede arterial através da [18F] fluoro- deoxy-D-glucose positron emission tomography/magnetic resonance imaging [FDG- PET/MRI]). Composição corporal, avaliação clínica global, capacidade aeróbia, força e funcionalidade, qualidade de vida e nível de atividade física foram avaliados como desfechos secundários. Este estudo foi registrado e aprovado na plataforma ClinicalTrials, sob o número NCT03494062. Resultados: Transversalmente, os pacientes com ATJ apresentaram piora da capacidade aeróbica, função autonômica, baixos níveis de atividade física, valores maiores de massa gorda, redução da massa magra e óssea, piora da sensibilidade à insulina e qualidade de vida quando comparadas a seus pares saudáveis (todos, P <= 0,05). Após o período de 12 semanas, houve uma redução na distribuição de artérias classificadas como grau III (i.e., inflamação grave), enquanto que o grupo sem treinamento físico demonstrou um aumento da frequência das artérias classificadas no mesmo grau (P = 0,014). Também houve diminuição da inflamação no arco aórtico (P = 0,002) e na artéria subclávia esquerda (P = 0,029) foi mais acentuada nos pacientes treinados vs. não treinados. Além disso, pacientes do grupo TF apresentaram redução da gordura visceral, melhora da força muscular, funcionalidade e vitalidade, avaliada pelo SF-36 (todos P <= 0,05). Conclusão: Os pacientes com ATJ apresentaram uma piora geral de fatores relacionados à saúde, entretanto, o exercício físico foi capaz de contrapor muitos desses malefícios, melhorando a inflamação arterial, a gordura visceral, os níveis de atividade física, a funcionalidade e a vitalidade. O exercício físico emerge como uma estratégia importante para o tratamento de pacientes com ATJ |
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