Caracterização da brucelose bovina no Estado de Mato Grosso
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-28062007-121257/ |
Resumo: | Caracterizou-se a brucelose bovina em Mato Grosso por um estudo transversal realizado em 2003 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso e o Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. O Estado foi estratificado em 4 circuitos pecuários (CP1, CP2, CP3, CP4) e 1152 rebanhos foram sorteados aleatoriamente. Foram utilizados os testes RTB (Teste de Rosa Bengala) para a triagem e RTB e 2-mercaptoetanol concomitantemente para o resultado conclusivo. A constante sistemática da prova foi 10 amostras em rebanhos até 99 fêmeas e 15 naqueles com 100 ou mais fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses. Analisaram-se 1115 rebanhos bovinos, descartando-se 37 rebanhos (34 inconclusivos nas provas e 3 com bubalinos). Para o Estado, a prevalência estimada em propriedades foi de 41,19% e nos quatro circuitos pecuários foi de 36,91%, 27,25%, 40,4% e 50,33%, respectivamente. A prevalência estimada em animais foi 10,25% para o Estado, e 7,92%, 4,11%, 8,13% e 15,26% nos quatro circuitos pecuários, respectivamente. Um rebanho bubalino e 428 bovinos foram soropositivos para brucelose. Registraram-se as coordenadas geográficas das sedes das propriedades por ocasião da colheita que permitiu a análise epidemiológica espacial, mas não foram identificados agrupamentos de focos de brucelose no Estado de Mato Grosso. Na análise univariada estudaram-se 28 variáveis independentes e mantiveram-se as variáveis com P<0,20 para a análise de regressão múltipla. Foram variáveis associadas: exploração corte (OR=1,8), exploração mista (OR =1,8), propriedades com 11 a 50 fêmeas (OR=4,81), propriedades com 51 ou mais fêmeas (OR=6,8), e ocorrência de aborto (OR =1,7) para o Estado; produção de leite acima de 50 litros (OR=5,4) e presença de aborto (OR=2,7) no CP1; propriedades com mais de 242 fêmeas (OR=3,6) e propriedades que realizam teste de brucelose apenas quando compram animais ou quando é exigido para trânsito (OR=3,8) no CP2; propriedades com 135 a 333 fêmeas (OR=2,4), propriedades que abatem as fêmeas no final da vida reprodutiva em estabelecimento com inspeção (OR=4,0), propriedades que abatem as fêmeas no final da vida reprodutiva em estabelecimento sem inspeção ou na própria fazenda (OR=2,5) no CP3; exploração mista (OR=2,7), propriedades com 38 a 96 fêmeas (OR=2,6), e acima de 361 fêmeas (OR =4,1) no CP4. Essa análise nos permite verificar que a brucelose está homogeneamente distribuída no Estado de Mato Grosso, favorecendo a utilização de medidas sanitária uniformes no território matogrossense. Os fatores de risco com valores mais elevados de OR estão relacionados a propriedades com rebanhos maiores, o que justifica a adoção de medidas sanitárias específicas para estas propriedades. Como medida adicional homogênea para o Estado, sugere-se a intensificação da vacinação de fêmeas, sendo que, com base em estudos anteriores, os benefícios advindos desta medida poderão levar décadas. |
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Caracterização da brucelose bovina no Estado de Mato GrossoCharacterization of bovine brucellosis in Mato Grosso state - BrazilAnimal BrucellosisBovinesBovinosBrasilBrazilBrucelose animalMato GrossoMato GrossoPrevalencePrevalênciaCaracterizou-se a brucelose bovina em Mato Grosso por um estudo transversal realizado em 2003 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso e o Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. O Estado foi estratificado em 4 circuitos pecuários (CP1, CP2, CP3, CP4) e 1152 rebanhos foram sorteados aleatoriamente. Foram utilizados os testes RTB (Teste de Rosa Bengala) para a triagem e RTB e 2-mercaptoetanol concomitantemente para o resultado conclusivo. A constante sistemática da prova foi 10 amostras em rebanhos até 99 fêmeas e 15 naqueles com 100 ou mais fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses. Analisaram-se 1115 rebanhos bovinos, descartando-se 37 rebanhos (34 inconclusivos nas provas e 3 com bubalinos). Para o Estado, a prevalência estimada em propriedades foi de 41,19% e nos quatro circuitos pecuários foi de 36,91%, 27,25%, 40,4% e 50,33%, respectivamente. A prevalência estimada em animais foi 10,25% para o Estado, e 7,92%, 4,11%, 8,13% e 15,26% nos quatro circuitos pecuários, respectivamente. Um rebanho bubalino e 428 bovinos foram soropositivos para brucelose. Registraram-se as coordenadas geográficas das sedes das propriedades por ocasião da colheita que permitiu a análise epidemiológica espacial, mas não foram identificados agrupamentos de focos de brucelose no Estado de Mato Grosso. Na análise univariada estudaram-se 28 variáveis independentes e mantiveram-se as variáveis com P<0,20 para a análise de regressão múltipla. Foram variáveis associadas: exploração corte (OR=1,8), exploração mista (OR =1,8), propriedades com 11 a 50 fêmeas (OR=4,81), propriedades com 51 ou mais fêmeas (OR=6,8), e ocorrência de aborto (OR =1,7) para o Estado; produção de leite acima de 50 litros (OR=5,4) e presença de aborto (OR=2,7) no CP1; propriedades com mais de 242 fêmeas (OR=3,6) e propriedades que realizam teste de brucelose apenas quando compram animais ou quando é exigido para trânsito (OR=3,8) no CP2; propriedades com 135 a 333 fêmeas (OR=2,4), propriedades que abatem as fêmeas no final da vida reprodutiva em estabelecimento com inspeção (OR=4,0), propriedades que abatem as fêmeas no final da vida reprodutiva em estabelecimento sem inspeção ou na própria fazenda (OR=2,5) no CP3; exploração mista (OR=2,7), propriedades com 38 a 96 fêmeas (OR=2,6), e acima de 361 fêmeas (OR =4,1) no CP4. Essa análise nos permite verificar que a brucelose está homogeneamente distribuída no Estado de Mato Grosso, favorecendo a utilização de medidas sanitária uniformes no território matogrossense. Os fatores de risco com valores mais elevados de OR estão relacionados a propriedades com rebanhos maiores, o que justifica a adoção de medidas sanitárias específicas para estas propriedades. Como medida adicional homogênea para o Estado, sugere-se a intensificação da vacinação de fêmeas, sendo que, com base em estudos anteriores, os benefícios advindos desta medida poderão levar décadas.To characterize bovine brucellosis in Mato Grosso State, a transversal study was carried out in 2003 by the Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso, and Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. The State was stratified in 4 cattle production regions (CP1, CP2, CP3, CP4) and 1152 herds were randomly sampled. Sera were tested using a serial testing procedure with the Rose Bengal Test as the screening method and both Rose Bengal Test and 2-mercaptoethanol as the confirmatory method. The systematic constant of the test was 10 samples in herds up to 99 females and 15 in those with 100 or more females over 24 months of age. 1115 bovine were analysed and 37 herds were not considered (34 with inconclusive tests and 3 with buffaloes). In the State, the estimated prevalence of herds 41.19%, and 36.91%, 27.25%, 40.4% and 50.33% in the four cattle regions, respectively. The estimated prevalence of animals was 10.25% in the State and 7.92%, 4.11%, 8.13%, 15.26% in the four regions, respectively. A buffalo and 428 bovine herds tested positive for brucellosis. Geographic coordinates of the farms were obtained, but no cluster of positive herds was observed in the spatial analysis. In the univariate analysis 28 independent variables were analysed, but only those with P<0.20 were kept for the multiple regression analysis. The herd characteristics most associated with the presence of disease were: beef cattle farming (OR=1.8), mixed (beef and dairy) cattle farming (OR=1.8), farms with 11 to 50 females (OR=4.8), farms with more than 51 females (OR=6.8) and presence of abortion (OR=1.7), for the whole State; milk production above 50 liters (OR=5.4) and presence of abortion (OR=2.7) in CP1; farms with more than 242 females (OR=3.6) and farms that perform brucellosis tests only when animals are bought or when it is required for animal transportation (OR=3.8) in CP2; farms with 135 to 333 females (OR=2.4), farms that slaughter females by the end of their reproductive lives in inspected slaughterhouses (OR=4.0) and farms that slaughter females by the end of their reproductive lives in uninspected slaughterhouses or in the farm (OR=2.5) in CP3; mixed cattle farming (OR=2.7), farms with 38 to 96 females (OR=2.6) and with more than 361 females (OR=4.1) in CP4. Once brucellosis is homogeneously distributed in Mato Grosso State, uniform sanitary measures might be adopted for the whole State. Risk factors with the highest OR values are related to farms with big herd sizes, what justifies the adoption of sanitary measures specific for these farms. As a homogeneous additional measure for the State, we suggest the intensification of the females vaccination, whose results, based on previous studies, might take decades to be observed.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmaku, MarcosNegreiros, Risia Lopes2006-06-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-28062007-121257/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-28062007-121257Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Caracterizou-se a brucelose bovina em Mato Grosso por um estudo transversal realizado em 2003 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso e o Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. O Estado foi estratificado em 4 circuitos pecuários (CP1, CP2, CP3, CP4) e 1152 rebanhos foram sorteados aleatoriamente. Foram utilizados os testes RTB (Teste de Rosa Bengala) para a triagem e RTB e 2-mercaptoetanol concomitantemente para o resultado conclusivo. A constante sistemática da prova foi 10 amostras em rebanhos até 99 fêmeas e 15 naqueles com 100 ou mais fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses. Analisaram-se 1115 rebanhos bovinos, descartando-se 37 rebanhos (34 inconclusivos nas provas e 3 com bubalinos). Para o Estado, a prevalência estimada em propriedades foi de 41,19% e nos quatro circuitos pecuários foi de 36,91%, 27,25%, 40,4% e 50,33%, respectivamente. A prevalência estimada em animais foi 10,25% para o Estado, e 7,92%, 4,11%, 8,13% e 15,26% nos quatro circuitos pecuários, respectivamente. Um rebanho bubalino e 428 bovinos foram soropositivos para brucelose. Registraram-se as coordenadas geográficas das sedes das propriedades por ocasião da colheita que permitiu a análise epidemiológica espacial, mas não foram identificados agrupamentos de focos de brucelose no Estado de Mato Grosso. Na análise univariada estudaram-se 28 variáveis independentes e mantiveram-se as variáveis com P<0,20 para a análise de regressão múltipla. Foram variáveis associadas: exploração corte (OR=1,8), exploração mista (OR =1,8), propriedades com 11 a 50 fêmeas (OR=4,81), propriedades com 51 ou mais fêmeas (OR=6,8), e ocorrência de aborto (OR =1,7) para o Estado; produção de leite acima de 50 litros (OR=5,4) e presença de aborto (OR=2,7) no CP1; propriedades com mais de 242 fêmeas (OR=3,6) e propriedades que realizam teste de brucelose apenas quando compram animais ou quando é exigido para trânsito (OR=3,8) no CP2; propriedades com 135 a 333 fêmeas (OR=2,4), propriedades que abatem as fêmeas no final da vida reprodutiva em estabelecimento com inspeção (OR=4,0), propriedades que abatem as fêmeas no final da vida reprodutiva em estabelecimento sem inspeção ou na própria fazenda (OR=2,5) no CP3; exploração mista (OR=2,7), propriedades com 38 a 96 fêmeas (OR=2,6), e acima de 361 fêmeas (OR =4,1) no CP4. Essa análise nos permite verificar que a brucelose está homogeneamente distribuída no Estado de Mato Grosso, favorecendo a utilização de medidas sanitária uniformes no território matogrossense. Os fatores de risco com valores mais elevados de OR estão relacionados a propriedades com rebanhos maiores, o que justifica a adoção de medidas sanitárias específicas para estas propriedades. Como medida adicional homogênea para o Estado, sugere-se a intensificação da vacinação de fêmeas, sendo que, com base em estudos anteriores, os benefícios advindos desta medida poderão levar décadas. |
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