Infecção pelos retrovírus HIV-1, HTLV-I e HTLV-II na população feminina da Penitenciária do Estado de São Paulo: prevalência, fatores de risco e conhecimento desse risco
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-18052021-085107/ |
Resumo: | No período de outubro de 1994 a dezembro de 1995, realizou-se um estudo de prevalência dos retrovírus HIV-1, HTLV-I e HTLV-II, na população de mulheres que cumpriam pena na Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo. Analisou-se a associação de infecção por estes vírus, os fatores de risco para a infecção e o conhecimento imediato que estas mulheres possuem à respeito destes fatores de risco. Do total de 378 mulheres, 10 recusaram participação e em 3 o sangue coletado foi insuficiente para os testes laboratoriais, sendo o universo de análise de 365 mulheres. Os testes sorológicos para detecção de anticorpos foram o ensaio imunoenzimático (ELISA), e Western Blot para confirmação. A diferenciação entre HTLV-I e HTLV-II foi realizada por ELISA com peptídeos sintéticos específicos para HTLV-I e HTLV-II e PCR (reação em cadeia da polimerase). As prevalências observadas foram de 26,0% (95/365 para o HIV, 5,5% (20/365) para o HTLV-I e 8,2% (30/365) para o HTLV-II, com uma taxa de co-infecção por HIV/HTLV-I de 3,6% (13/365) e HIV/HTLV-II de 7,1% (26/365). Na análise multivariada as variáveis de risco associadas às infecções por estes vírus foram, o uso de drogas injetáveis, sexo com usuário de drogas injetáveis e reincidência na prisão. Observou- se que a percepção de risco de infecção é maior entre as mulheres usuárias de drogas injetáveis. Porém, a percepção não corresponde a mudanças de comportamento no sentido de redução dos riscos. Comportamentos de risco são iniciados em idade jovem, anterior ao aprisionamento. Entre as mulheres que apresentaram uma baixa percepção de risco, a transmissão sexual foi o modo de transmissão mais comum entre elas. A alta reincidência na prisão deve ser vista como momento ideal para a abordagem desta população, com intervenções regulares e efetivas no sentido de mudança de comportamentos frente aos riscos de infecção por estes agentes, levando-se em conta os fatores econômicos e sociais dessa população que estão envolvidos em tais comportamentos de riscos. |
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Infecção pelos retrovírus HIV-1, HTLV-I e HTLV-II na população feminina da Penitenciária do Estado de São Paulo: prevalência, fatores de risco e conhecimento desse riscoRetroviruses HIV-1, HTLV-I and HTLV-II among incarcerated women at the Penitenciaria Feminina of São Paulo State, BrazilFatores de RiscoHIV InfectionsHTLV-I InfectionsHTLV-II InfectionsInfecções por HIVInfecções por HTLV-IInfecções por HTLV-IIMulheresPrevalencePrevalênciaPrisõesPrisonsRetroviridaeRetroviridaeRisk FactorsWomenNo período de outubro de 1994 a dezembro de 1995, realizou-se um estudo de prevalência dos retrovírus HIV-1, HTLV-I e HTLV-II, na população de mulheres que cumpriam pena na Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo. Analisou-se a associação de infecção por estes vírus, os fatores de risco para a infecção e o conhecimento imediato que estas mulheres possuem à respeito destes fatores de risco. Do total de 378 mulheres, 10 recusaram participação e em 3 o sangue coletado foi insuficiente para os testes laboratoriais, sendo o universo de análise de 365 mulheres. Os testes sorológicos para detecção de anticorpos foram o ensaio imunoenzimático (ELISA), e Western Blot para confirmação. A diferenciação entre HTLV-I e HTLV-II foi realizada por ELISA com peptídeos sintéticos específicos para HTLV-I e HTLV-II e PCR (reação em cadeia da polimerase). As prevalências observadas foram de 26,0% (95/365 para o HIV, 5,5% (20/365) para o HTLV-I e 8,2% (30/365) para o HTLV-II, com uma taxa de co-infecção por HIV/HTLV-I de 3,6% (13/365) e HIV/HTLV-II de 7,1% (26/365). Na análise multivariada as variáveis de risco associadas às infecções por estes vírus foram, o uso de drogas injetáveis, sexo com usuário de drogas injetáveis e reincidência na prisão. Observou- se que a percepção de risco de infecção é maior entre as mulheres usuárias de drogas injetáveis. Porém, a percepção não corresponde a mudanças de comportamento no sentido de redução dos riscos. Comportamentos de risco são iniciados em idade jovem, anterior ao aprisionamento. Entre as mulheres que apresentaram uma baixa percepção de risco, a transmissão sexual foi o modo de transmissão mais comum entre elas. A alta reincidência na prisão deve ser vista como momento ideal para a abordagem desta população, com intervenções regulares e efetivas no sentido de mudança de comportamentos frente aos riscos de infecção por estes agentes, levando-se em conta os fatores econômicos e sociais dessa população que estão envolvidos em tais comportamentos de riscos.Between October 1994 and December 1995, a prevalence study was conducted for the retroviruses HIV-1, HTLV-I and HTLV-II among incarcerated women at the Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo, SP. Infection with those retroviruses were analyzed against demographics, social and behavioral risk factors, in addition to the perceived risk by the study participants. The total number was 378, 10 women refused to participate and for 3 the blood sample was insufficient for laboratories test; therefore the study number was 365. Blood samples from study population were screened by ELISA and repeat reactive samples confirmed by Western Blot. Differentiation between HTLV-I and HTLV- II was performed by ELISA with synthetic peptides from for HTLV-I and HTLV- II specifics protein sequences. The prevalence rate was 26.0% for HIV-1, 5.5% for HTLV-I and 8,2% HTLV-II. The HIV/HTV-II co-infection rate was 3.6% (13/365), and HIV/HTLV-II 7.1% (26/365). For the tree viruses the main mode of transmission were intravenous drug use (IDU). A multivariate logistic regression analysis indicated that IDU, sexual contact with IDU and prison recurrence were the risk variables associated with retrovirus infection. The perception of risk infection is higher among the IDU. However, risk perception does not correlated with behavioral change in a sense of risk reduction. Behavioral risks had begun at younger ages and longer before imprisonment. The high rate of recurrence in prison should be take as an opportunity for intervention programs to reduce risk behaviors, taking into account the economical and social factors of the target population which influences such behavioral risks.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPIversson, Lygia BuschFerreira, Marizete Medeiros da Costa1997-11-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-18052021-085107/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-18T15:05:02Zoai:teses.usp.br:tde-18052021-085107Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-18T15:05:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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No período de outubro de 1994 a dezembro de 1995, realizou-se um estudo de prevalência dos retrovírus HIV-1, HTLV-I e HTLV-II, na população de mulheres que cumpriam pena na Penitenciária Feminina da Capital de São Paulo. Analisou-se a associação de infecção por estes vírus, os fatores de risco para a infecção e o conhecimento imediato que estas mulheres possuem à respeito destes fatores de risco. Do total de 378 mulheres, 10 recusaram participação e em 3 o sangue coletado foi insuficiente para os testes laboratoriais, sendo o universo de análise de 365 mulheres. Os testes sorológicos para detecção de anticorpos foram o ensaio imunoenzimático (ELISA), e Western Blot para confirmação. A diferenciação entre HTLV-I e HTLV-II foi realizada por ELISA com peptídeos sintéticos específicos para HTLV-I e HTLV-II e PCR (reação em cadeia da polimerase). As prevalências observadas foram de 26,0% (95/365 para o HIV, 5,5% (20/365) para o HTLV-I e 8,2% (30/365) para o HTLV-II, com uma taxa de co-infecção por HIV/HTLV-I de 3,6% (13/365) e HIV/HTLV-II de 7,1% (26/365). Na análise multivariada as variáveis de risco associadas às infecções por estes vírus foram, o uso de drogas injetáveis, sexo com usuário de drogas injetáveis e reincidência na prisão. Observou- se que a percepção de risco de infecção é maior entre as mulheres usuárias de drogas injetáveis. Porém, a percepção não corresponde a mudanças de comportamento no sentido de redução dos riscos. Comportamentos de risco são iniciados em idade jovem, anterior ao aprisionamento. Entre as mulheres que apresentaram uma baixa percepção de risco, a transmissão sexual foi o modo de transmissão mais comum entre elas. A alta reincidência na prisão deve ser vista como momento ideal para a abordagem desta população, com intervenções regulares e efetivas no sentido de mudança de comportamentos frente aos riscos de infecção por estes agentes, levando-se em conta os fatores econômicos e sociais dessa população que estão envolvidos em tais comportamentos de riscos. |
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