A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tatiana Carlesso dos Santos
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.10.2002.tde-06082007-115734
Resumo: Estudaram-se a morfologia macroscópica e microscópica da placenta de 12 fêmeas adultas prenhes de cateto (Tayassu pecari) e 03 de queixada (Tayassu pecari). Os animais foram obtidos em criatórios autorizados pelo IBAMA e no Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, Mossoró,RN. Fragmentos da placenta e do cordão umbilical foram colhidos imediatamente após a morte do animal e fixados por imersão em paraformoldeído 4% e glutaraldeído 2,5%, ambos em tampão fosfato 0,1M, para microscopia de luz, de transmissão e de reflexão, e para análise macroscópica o conjunto dos órgãos genitais foi fixado em solução aquosa de formol 10%. Para microscopia de luz, o material foi embebido em paraplast e historesina e para a microscopia eletrônica em resina Araldite®. A arquitetura microvascular foi estudada com moldes vasculares preparados a partir da combinação dos lados materno e fetal, e destes isoladamente, obtidos pela injeção de Mercox® na artéria umbilical e na artéria uterina. O cordão umbilical está composto por três vasos do tipo muscular, duas artérias e uma veia umbilical, e por um ducto alantóide. A placenta dos Taiassuídeos é corioalantóide, difusa e pregueada. O saco coriônico é fusiforme e possui superfície recoberta por pequenas pregas e aréolas. Os cortes transversais evidenciaram o epitélio uterino íntegro e o trofoblasto, caracterizando a placenta epiteliocorial. O trofoblasto é cilíndrico na base das rugas coriônicas, com células polarizadas, núcleos esféricos e citoplasma contendo numerosos vacúolos PAS+ no pólo basal, enquanto que no topo das rugas são cubóides, como o epitélio materno. Os capilares fetais possuem alta capacidade de entremearem-se no trofoblasto no topo e paredes das rugas fetais. A interface materno-fetal é PAS+, bem como o epitélio glandular e a sua secreção. As glândulas uterinas secretam na cavidade areolar material PAS+ e as células glandulares são Perls+. A barreira placentária possui todas as camadas e pode chegar a 3 micrômetros de espessura ou menos. A análise dos moldes vasculares demonstra que a relação entre sangue materno-fetal desenvolve-se de contra-corrente para corrente-cruzada. Os capilares fetais formam fileiras de protrusões bulbosas, que se encaixam nos cestos maternos formados por rugas e depressões. A placenta dos pecaris pode ainda ser classificada como adeciduada.
id USP_5e5dec6b8b0b54a7d5b210066bdb37fc
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-06082007-115734
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795) The materno-fetal interrelationship in Tayassuidae: collared peccary (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) and white lipped-peccary (Tayassu pecari Link, 1795) 2002-10-30Maria Angélica MiglinoJoão Carlos DeschampsCesar Roberto EsperWilson Machado de SouzaJosé Antonio VisintinTatiana Carlesso dos SantosUniversidade de São PauloAnatomia dos Animais Domésticos e SilvestresUSPBR Tayassu Tayassu Epiteliocorial Epitheliochorial Microvascularização Microvascularization Placenta Placenta Estudaram-se a morfologia macroscópica e microscópica da placenta de 12 fêmeas adultas prenhes de cateto (Tayassu pecari) e 03 de queixada (Tayassu pecari). Os animais foram obtidos em criatórios autorizados pelo IBAMA e no Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, Mossoró,RN. Fragmentos da placenta e do cordão umbilical foram colhidos imediatamente após a morte do animal e fixados por imersão em paraformoldeído 4% e glutaraldeído 2,5%, ambos em tampão fosfato 0,1M, para microscopia de luz, de transmissão e de reflexão, e para análise macroscópica o conjunto dos órgãos genitais foi fixado em solução aquosa de formol 10%. Para microscopia de luz, o material foi embebido em paraplast e historesina e para a microscopia eletrônica em resina Araldite®. A arquitetura microvascular foi estudada com moldes vasculares preparados a partir da combinação dos lados materno e fetal, e destes isoladamente, obtidos pela injeção de Mercox® na artéria umbilical e na artéria uterina. O cordão umbilical está composto por três vasos do tipo muscular, duas artérias e uma veia umbilical, e por um ducto alantóide. A placenta dos Taiassuídeos é corioalantóide, difusa e pregueada. O saco coriônico é fusiforme e possui superfície recoberta por pequenas pregas e aréolas. Os cortes transversais evidenciaram o epitélio uterino íntegro e o trofoblasto, caracterizando a placenta epiteliocorial. O trofoblasto é cilíndrico na base das rugas coriônicas, com células polarizadas, núcleos esféricos e citoplasma contendo numerosos vacúolos PAS+ no pólo basal, enquanto que no topo das rugas são cubóides, como o epitélio materno. Os capilares fetais possuem alta capacidade de entremearem-se no trofoblasto no topo e paredes das rugas fetais. A interface materno-fetal é PAS+, bem como o epitélio glandular e a sua secreção. As glândulas uterinas secretam na cavidade areolar material PAS+ e as células glandulares são Perls+. A barreira placentária possui todas as camadas e pode chegar a 3 micrômetros de espessura ou menos. A análise dos moldes vasculares demonstra que a relação entre sangue materno-fetal desenvolve-se de contra-corrente para corrente-cruzada. Os capilares fetais formam fileiras de protrusões bulbosas, que se encaixam nos cestos maternos formados por rugas e depressões. A placenta dos pecaris pode ainda ser classificada como adeciduada. Macro and microscopic morphology in placenta of the twelve collared peccary (Tayassu pecari) and three white-lipped peccary (Tayassu pecari) were studied. The animals were obtained from authorized farms by IBAMA and from CEMAS, Mossoró, RN. Fragments from placenta and from umbilical cord were obtained immediately after slaughter and fixed by immersion in 4% paraformoldehyde and 2.5% glutaraldehyde in 0.1M phosphate buffer, to light, transmission and scanning electron microscopy analysis and the genital organs were fixed in aqueous solution of formaldehyde 10% to macroscopic analysis. For light microscopy, the pieces of organs were embedded in paraplast or historesin and to transmission electron microscopic were embedded in Araldit® resin. The microvascular architecture was studied with blood vessels casts prepared from de maternal, fetal and combined maternal and fetal sides, by Mercox® injection into the umbilical artery and uterine artery. The umbilical cord has three muscular vessels, two arteries and one umbilical vein, and one alantoic duct. The placenta of Tayassuidae is chorioalantoid, diffuse and folded. The chorionic sac is fusiform and its surface is covered with folds and small areolas. The transversal sections show the presence of the trophoblast and maternal epithelium, characterizing the epitheliochorial placenta. The trophoblast is columnar on the base of fetal rugae and contains polarized cells, spherical nucleus and cytoplasm with many vacuoles with material PAS + in the basal polo, while on the top of rugae the trophoblast is cuboid as the uterine epithelium. The capillaries have characteristics of the indentation between trophoblast cells on the top and side of the fetal rugae. The materno-fetal interface is PAS+, as well as the glandular epithelium and their secretion. The uterine glands secreted in the areolar cavity PAS+ material and their cells are Perls+. The interhemal barrier has all layers and may have three micrometers or less. The analysis of the vessels casts shows that materno-fetal blood interrelationship develops into a crosscurrent to countercurrent. The fetals capillaries form rows of bulbous protrusions fitting into the complementary maternal baskets formed by ridges and troughs. The placenta of peccaries still may be classified as adeciduade. https://doi.org/10.11606/T.10.2002.tde-06082007-115734info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:20:12Zoai:teses.usp.br:tde-06082007-115734Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:13:56.837152Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
dc.title.alternative.en.fl_str_mv The materno-fetal interrelationship in Tayassuidae: collared peccary (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) and white lipped-peccary (Tayassu pecari Link, 1795)
title A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
spellingShingle A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
Tatiana Carlesso dos Santos
title_short A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
title_full A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
title_fullStr A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
title_full_unstemmed A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
title_sort A relação materno-fetal em Tayassuidae: catetos (Tayassu tajacu Linnaeus, 1758) e queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)
author Tatiana Carlesso dos Santos
author_facet Tatiana Carlesso dos Santos
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Maria Angélica Miglino
dc.contributor.referee1.fl_str_mv João Carlos Deschamps
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Cesar Roberto Esper
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Wilson Machado de Souza
dc.contributor.referee4.fl_str_mv José Antonio Visintin
dc.contributor.author.fl_str_mv Tatiana Carlesso dos Santos
contributor_str_mv Maria Angélica Miglino
João Carlos Deschamps
Cesar Roberto Esper
Wilson Machado de Souza
José Antonio Visintin
description Estudaram-se a morfologia macroscópica e microscópica da placenta de 12 fêmeas adultas prenhes de cateto (Tayassu pecari) e 03 de queixada (Tayassu pecari). Os animais foram obtidos em criatórios autorizados pelo IBAMA e no Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, Mossoró,RN. Fragmentos da placenta e do cordão umbilical foram colhidos imediatamente após a morte do animal e fixados por imersão em paraformoldeído 4% e glutaraldeído 2,5%, ambos em tampão fosfato 0,1M, para microscopia de luz, de transmissão e de reflexão, e para análise macroscópica o conjunto dos órgãos genitais foi fixado em solução aquosa de formol 10%. Para microscopia de luz, o material foi embebido em paraplast e historesina e para a microscopia eletrônica em resina Araldite®. A arquitetura microvascular foi estudada com moldes vasculares preparados a partir da combinação dos lados materno e fetal, e destes isoladamente, obtidos pela injeção de Mercox® na artéria umbilical e na artéria uterina. O cordão umbilical está composto por três vasos do tipo muscular, duas artérias e uma veia umbilical, e por um ducto alantóide. A placenta dos Taiassuídeos é corioalantóide, difusa e pregueada. O saco coriônico é fusiforme e possui superfície recoberta por pequenas pregas e aréolas. Os cortes transversais evidenciaram o epitélio uterino íntegro e o trofoblasto, caracterizando a placenta epiteliocorial. O trofoblasto é cilíndrico na base das rugas coriônicas, com células polarizadas, núcleos esféricos e citoplasma contendo numerosos vacúolos PAS+ no pólo basal, enquanto que no topo das rugas são cubóides, como o epitélio materno. Os capilares fetais possuem alta capacidade de entremearem-se no trofoblasto no topo e paredes das rugas fetais. A interface materno-fetal é PAS+, bem como o epitélio glandular e a sua secreção. As glândulas uterinas secretam na cavidade areolar material PAS+ e as células glandulares são Perls+. A barreira placentária possui todas as camadas e pode chegar a 3 micrômetros de espessura ou menos. A análise dos moldes vasculares demonstra que a relação entre sangue materno-fetal desenvolve-se de contra-corrente para corrente-cruzada. Os capilares fetais formam fileiras de protrusões bulbosas, que se encaixam nos cestos maternos formados por rugas e depressões. A placenta dos pecaris pode ainda ser classificada como adeciduada.
publishDate 2002
dc.date.issued.fl_str_mv 2002-10-30
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/T.10.2002.tde-06082007-115734
url https://doi.org/10.11606/T.10.2002.tde-06082007-115734
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1794502518593552384