Rede de atenção às urgências e emergências: impacto da implantação da linha de cuidado ao acidente vascular cerebral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Karina Fonseca de Souza
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-13112023-144247/
Resumo: Este estudo avaliou o impacto da implantação da linha de cuidado ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) na Rede de Atenção à Urgência e Emergência (RUE) do município de Ribeirão Preto-São Paulo. Estudo retrospectivo, realizado a partir de dados secundários de adultos com AVC isquêmico no período de 2014 a 2019 atendidos pelos serviços públicos da RUE de Ribeirão Preto e submetidos à trombólise. Foram coletados dados referentes às características clínicas, epidemiológicas e gravidade dos casos, bem como tempos de atendimentos dos casos de AVC e desfechos. Os dados foram analisados por meio de técnicas descritivas, através de distribuição de frequência, medidas de posição (média e mediana) e de variabilidade (desvio padrão, intervalo interquartil). Os tempos de atendimento foram comparados em relação ao período de estudo (2014 a 2016 x 2017 a 2019) e local do primeiro atendimento (domicílio x unidade de saúde) por meio de teste Mann-Whitney. Utilizou-se o teste Qui-quadrado para analisar a associação entre período e local do primeiro atendimento com os desfechos dos casos. Participaram do estudo 403 pessoas vítimas de AVC agudo tratadas com trombólise, das quais, 53,3% do sexo masculino; 70,0% na faixa etária de 50 a 79 anos; 77,4% apresentavam hipertensão arterial sistêmica (HAS); 32,5%, Diabetes Mellitus (DM); 31,5%, dislipidemia; 31,1% faziam uso de AAS e 27,1% de estatina. No momento da admissão hospitalar, 48,6% dos casos foram considerados AVC moderado, 23,1% estado gravíssimo e 19,1% moderado a severo. O primeiro atendimento realizado no domicilio ou local do agravo aumentou de 16,9% para 38,5%, enquanto o atendimento realizado por uma Unidade de Suporte Básico aumentou de 62,8% para 77,9%. Os tempos de atendimento das pessoas submetidas à trombólise foram menores no período de 2017 a 2019 em relação a 2014 a 2016 nos tempos porta-agulha, ictus-ligação, ictus-viatura e regulação-porta. As vítimas de AVC com primeiro atendimento no domicílio ou no local da ocorrência apresentaram todos os tempos de atendimento menores quando comparados aos que foram atendidos em unidade de saúde, exceto tempo viatura-porta (o qual foi maior nas pessoas atendidas no domicílio). Não se identificou diferença no percentual dos desfechos estudados no período de 2017 a 2019 em comparação ao período de 2014 a 2016. Verificou-se maior ocorrência de craniectomia nas pessoas atendidas em domicílio do que naquelas atendidas em serviços de saúde. O percentual de ocorrência de desfechos desfavoráveis do AVC aumentou conforme a gravidade do caso. A organização do fluxo de atendimento às pessoas com sintomas de AVC mobilizou diversos serviços de saúde que integravam a RUE de Ribeirão Preto com atribuições definidas para cada nível de assistência por meio da constituição de uma linha de cuidado e da utilização de protocolos pré-estabelecidos. Tal organização reduziu os tempos de assistência pré e intra-hospitalar, os quais não possuíram influência direta sobre os desfechos dos casos, no entanto, constituíram evidências da qualidade da assistência prestada.
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Os dados foram analisados por meio de técnicas descritivas, através de distribuição de frequência, medidas de posição (média e mediana) e de variabilidade (desvio padrão, intervalo interquartil). Os tempos de atendimento foram comparados em relação ao período de estudo (2014 a 2016 x 2017 a 2019) e local do primeiro atendimento (domicílio x unidade de saúde) por meio de teste Mann-Whitney. Utilizou-se o teste Qui-quadrado para analisar a associação entre período e local do primeiro atendimento com os desfechos dos casos. Participaram do estudo 403 pessoas vítimas de AVC agudo tratadas com trombólise, das quais, 53,3% do sexo masculino; 70,0% na faixa etária de 50 a 79 anos; 77,4% apresentavam hipertensão arterial sistêmica (HAS); 32,5%, Diabetes Mellitus (DM); 31,5%, dislipidemia; 31,1% faziam uso de AAS e 27,1% de estatina. No momento da admissão hospitalar, 48,6% dos casos foram considerados AVC moderado, 23,1% estado gravíssimo e 19,1% moderado a severo. O primeiro atendimento realizado no domicilio ou local do agravo aumentou de 16,9% para 38,5%, enquanto o atendimento realizado por uma Unidade de Suporte Básico aumentou de 62,8% para 77,9%. Os tempos de atendimento das pessoas submetidas à trombólise foram menores no período de 2017 a 2019 em relação a 2014 a 2016 nos tempos porta-agulha, ictus-ligação, ictus-viatura e regulação-porta. As vítimas de AVC com primeiro atendimento no domicílio ou no local da ocorrência apresentaram todos os tempos de atendimento menores quando comparados aos que foram atendidos em unidade de saúde, exceto tempo viatura-porta (o qual foi maior nas pessoas atendidas no domicílio). Não se identificou diferença no percentual dos desfechos estudados no período de 2017 a 2019 em comparação ao período de 2014 a 2016. Verificou-se maior ocorrência de craniectomia nas pessoas atendidas em domicílio do que naquelas atendidas em serviços de saúde. O percentual de ocorrência de desfechos desfavoráveis do AVC aumentou conforme a gravidade do caso. A organização do fluxo de atendimento às pessoas com sintomas de AVC mobilizou diversos serviços de saúde que integravam a RUE de Ribeirão Preto com atribuições definidas para cada nível de assistência por meio da constituição de uma linha de cuidado e da utilização de protocolos pré-estabelecidos. Tal organização reduziu os tempos de assistência pré e intra-hospitalar, os quais não possuíram influência direta sobre os desfechos dos casos, no entanto, constituíram evidências da qualidade da assistência prestada.This study assessed the impact of implementing a care pathway for Stroke in the Emergency Care Network in the municipality of Ribeirão Preto-São Paulo. It reports a retrospective study conducted using secondary data from adult patients with ischemic stroke, treated with thrombolysis between 2014 and 2019 in the public emergency care services of Ribeirão Preto. Data regarding clinical and epidemiological characteristics, case severity, as well as stroke onset-to-treatment times and outcomes were collected. The data were analyzed using descriptive techniques, including frequency distribution, measures of central tendency (mean and median), and measures of variability (standard deviation, interquartile range). The treatment times were compared between two study periods (2014-2016 x 2017-2019) and the location of the initial care (home vs. health facility) using the Mann-Whitney test. The Chi-square test was used to analyze the association between study period, initial care location, and case outcomes. The study included 403 individuals who suffered acute stroke and were treated with thrombolysis. Of these, 53.3% were male, 70.0% were between 50 and 79 years old, 77.4% had hypertension, 32.5% had diabetes mellitus, 31.5% had dyslipidemia, 31.1% used aspirin, and 27.1% used statins. Upon hospital admission, 48.6% of cases were considered moderate stroke, 23.1% were classified as severe stroke, and 19.1% were categorized as moderate to severe stroke. The proportion of cases receiving initial care at home or at the scene increased from 16.9% to 38.5%, while care provided by Basic Support Units increased from 62.8% to 77.9%. The treatment times for individuals undergoing thrombolysis were shorter in the period 2017-2019 compared to 2014-2016 in terms of door to needle time, ictus to call time, ictus to ambulance time, and regulation to door time. Stroke victims receiving initial care at home or at the scene had shorter treatment times compared to those treated at health facilities, except for ambulance to door time, which was longer for individuals treated at home. There was no difference in the percentage of studied outcomes between the periods 2017-2019 and 2014-2016. A higher occurrence of craniectomy was observed in patients treated at home compared to those treated at health services. The percentage of unfavorable stroke outcomes increased with the severity of the cases. The organization of the care pathway for individuals with stroke symptoms mobilized various health services within the Ribeirão Preto Emergency Care Network, with defined responsibilities at each level of care through the establishment of a care pathway and the use of predefined protocols. This organization reduced pre-hospital and intra-hospital care times, which did not have a direct influence on case outcomes but provided evidence of the quality of care provided.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMonroe, Aline AparecidaPontes Neto, Octávio MarquesLeite, Karina Fonseca de Souza2023-08-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-13112023-144247/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-11-16T15:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-13112023-144247Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-11-16T15:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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