Avaliação das condições paleoclimáticas e paleoceanográficas dos últimos 1500 anos na Plataforma Continental de São Sebastião (Sudeste do Brasil) através do uso de proxies geoquímicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Spera, Amanda Mattosinhos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21137/tde-21022017-080216/
Resumo: Proxies geoquímicos (n-alcanos, alquenonas, GDGTs, δ13C, Fe/Ca e Ti/Ca), obtidos em amostras de um testemunho sedimentar, foram utilizados para avaliar as mudanças paleoclimáticas e paleoceanográficas na região da Plataforma Continental de São Sebastião ao longo do Holoceno Tardio. O modelo de idade, obtido através da análise conjunta dos métodos de 210Pb e 14C, demonstrou que testemunho aqui estudado cobre os últimos 1500 anos. A avaliação dos marcadores terrígenos permitiu a identificação das mudanças na drenagem e erosão continental, as quais estão relacionadas às alterações no regime de precipitação do continente adjacente. Variações ao longo do tempo na temperatura da superfície do mar foram relacionadas às mudanças no regime de ventos predominante, os quais são responsáveis por um aumento ou uma redução da frequência dos eventos de ressurgência. Já as mudanças nos valores de temperatura de subsuperfície foram relacionadas com a entrada e saída da Água Central do Atlântico Sul próxima às regiões costeiras, e com os processos de mistura na coluna d\'água. As variações na temperatura média do ar (TMA), por sua vez, provavelmente estiveram relacionadas com mudanças na irradiação total solar. Períodos representados pelos valores mais elevados de TMA correspondem aos períodos de máxima irradiação solar conhecidos como Máxima Medieval (1100 a 1250 DC) e Máxima Moderna (1950 - presente) e o período representado pelos menores valores de TMA coincide com o período de mínima solar conhecido como Spörer. Além disso, foi possível observar uma redução na entrada de material terrígeno para a plataforma continental durante a Anomalia Climática Medieval. Em contrapartida, o período que corresponde a Pequena Era do Gelo foi caracterizado por um aumento da contribuição terrígena. No geral, foi possível observar que o gradiente de temperatura da superfície do mar entre o Oceano Atlântico Norte e o Atlântico Sul parece desempenhar um papel importante desencadeando ou amplificando as mudanças climáticas observados nos trópicos. Este dipolo de temperatura pode ocasionar mudanças na posição da Zona de Convergência Intertropical e no regime de ventos predominantes, que por sua vez irão influenciar, direta e indiretamente, nas mudanças na circulação marinha de superfície e no regime de chuvas da região.
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A avaliação dos marcadores terrígenos permitiu a identificação das mudanças na drenagem e erosão continental, as quais estão relacionadas às alterações no regime de precipitação do continente adjacente. Variações ao longo do tempo na temperatura da superfície do mar foram relacionadas às mudanças no regime de ventos predominante, os quais são responsáveis por um aumento ou uma redução da frequência dos eventos de ressurgência. Já as mudanças nos valores de temperatura de subsuperfície foram relacionadas com a entrada e saída da Água Central do Atlântico Sul próxima às regiões costeiras, e com os processos de mistura na coluna d\'água. As variações na temperatura média do ar (TMA), por sua vez, provavelmente estiveram relacionadas com mudanças na irradiação total solar. Períodos representados pelos valores mais elevados de TMA correspondem aos períodos de máxima irradiação solar conhecidos como Máxima Medieval (1100 a 1250 DC) e Máxima Moderna (1950 - presente) e o período representado pelos menores valores de TMA coincide com o período de mínima solar conhecido como Spörer. Além disso, foi possível observar uma redução na entrada de material terrígeno para a plataforma continental durante a Anomalia Climática Medieval. Em contrapartida, o período que corresponde a Pequena Era do Gelo foi caracterizado por um aumento da contribuição terrígena. No geral, foi possível observar que o gradiente de temperatura da superfície do mar entre o Oceano Atlântico Norte e o Atlântico Sul parece desempenhar um papel importante desencadeando ou amplificando as mudanças climáticas observados nos trópicos. Este dipolo de temperatura pode ocasionar mudanças na posição da Zona de Convergência Intertropical e no regime de ventos predominantes, que por sua vez irão influenciar, direta e indiretamente, nas mudanças na circulação marinha de superfície e no regime de chuvas da região.Geochemical proxies (n-alkanes, alkenones, GDGTs, δ13C, Fe / Ca and Ti / Ca) were used to evaluate the paleoclimatic and paleoceanographic changes in the Continental Shelf of São Sebastião during the Late Holocene. The age model, obtained through the combined analyses of 210Pb and 14C methods, indicated that the core used in this study covers the last 1500 years. Variations in the sea surface temperature may be related to changes in the prevailing winds, which in turn are responsible for an increase or reduction in the frequency of the upwelling events. Changes in subsurface temperature values can be related to the presence of the South Atlantic Central Water near the coastal regions, and the mixing processes in the water column. Changes in mean air temperature (MAT), in turn, are probably related to fluctuations in total solar radiation, since periods represented by higher values of MAT correspond to the periods of maximum solar irradiation known as Medieval (1100-1250 AD) and Modern Maximum (1950 - present). While the period represented by the lower MAT values can be linked to the solar minimum period known as Spörer. The evaluation of terrigenous markers allowed the identification of variations in the drainage and continental erosion, which in turn are related to changes in the precipitation of the adjacent continent. Furthermore, the Medieval Climate Anomaly was characterized by a decrease in the terrigenous input, while the Little Ice Age could be characterized as a period of increased terrestrial contribution. Overall, it was observed that the sea surface temperature gradient between the North Atlantic and the South Atlantic Oceans appears to play an important role in triggering or amplifying climate change observed in the tropics. This temperature dipole can cause changes in the position of the Intertropical Convergence Zone and the direction of prevailing winds, which in turn will influence, directly and indirectly, the marine circulation and the rainfall.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBicego, Marcia CarusoFigueira, Rubens Cesar LopesSpera, Amanda Mattosinhos2016-12-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21137/tde-21022017-080216/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-21022017-080216Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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