Otimizando plantios de restauração florestal com alta diversidade: estratégias para inserir espécies arbóreas de crescimento lento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-03012024-154839/ |
Resumo: | A restauração de florestas tropicais visa reconverter áreas degradadas em florestas biodiversas e funcionais. Porém, plantios de restauração frequentemente usam poucas espécies arbóreas, majoritariamente de rápido crescimento, subutilizando ou negligenciando as demais espécies. Existem argumentos favoráveis para se priorizar rápido crescimento e também para se agregar diversidade à restauração florestal, porém há supostamente uma demanda conflitante entre ambos, já que quanto mais diverso um plantio, mais indivíduos de crescimento lento são plantados e menor seria o crescimento inicial da comunidade implantada. O objetivo deste estudo foi de comparar indicadores iniciais de estrutura da vegetação arbórea em plantios de restauração com a mesma riqueza, mas que variaram a distribuição das abundâncias entre espécies de árvore de crescimento rápido e lento. Mensuramos aos três, 13 e 20 meses, a área basal, a altura das árvores, o recobrimento do solo por copas e o crescimento individual em altura e diâmetro ao nível do solo das árvores em seis tratamentos (logístico positivo e negativo, exponencial positivo e negativo, linear e igualitário), todos com 24 espécies, mas com variações na abundância de cada espécie, em função de um ranking de ritmo de crescimento, elaborado considerando dados secundários de incremento anual de DAS. Submetemos os resultados à análise em modelo linear generalizado e regressão linear para avaliar as diferenças significativas (p< 0,05). Os resultados mostraram que a sobrevivência geral aos 20 meses foi de 75% e não variou entre os tratamentos, assim como o DAS e H, mas teve influência sobre o percentual de área da copa. As espécies apresentaram taxas heterogêneas de sobrevivência, com as espécies do grupo de diversidade com as melhores taxas, observou-se também que as espécies com melhores taxas de sobrevivência não estão entre as primeiras no ranking de crescimento. As espécies, ao contrário dos tratamentos, influenciaram as variáveis de diâmetro ao nível do solo, altura e percentual de cobertura por copa. A interação das espécies com os tratamentos apenas teve efeito em relação a cobertura por copa, indicando que as diferentes composições e abundâncias dos indivíduos nos tratamentos pode surtir efeitos em relação ao crescimento da copa, mesmo em tratamentos com maiores concentrações de espécies de diversidade. No entanto, nossos resultados demonstram que as diferentes composições nos tratamentos influenciam no crescimento das espécies e que em tratamentos com maiores concentrações de indivíduos de crescimento mais rápido, a sobrevivência e a cobertura por copas foi maior, porém não teve diferenças nas outras variáveis (DAS e H) em comparação com os outros tratamentos. Desta forma, é fundamental que haja combinação de espécies de crescimento mais lento com as de crescimento mais rápido em plantios de restauração florestal, de forma que haja uma distribuição mais heterogênea que não prejudique o desenvolvimento da comunidade. |
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Otimizando plantios de restauração florestal com alta diversidade: estratégias para inserir espécies arbóreas de crescimento lentoOptimizing high-diversity forest restoration plantings: strategies for incorporating slow-growing tree speciesEcological restorationEspécies não pioneirasGrowth rateGrupos sucessionaisNon - pioneer speciesRestauração ecológicaRitmo de crescimentoSuccessional groupsA restauração de florestas tropicais visa reconverter áreas degradadas em florestas biodiversas e funcionais. Porém, plantios de restauração frequentemente usam poucas espécies arbóreas, majoritariamente de rápido crescimento, subutilizando ou negligenciando as demais espécies. Existem argumentos favoráveis para se priorizar rápido crescimento e também para se agregar diversidade à restauração florestal, porém há supostamente uma demanda conflitante entre ambos, já que quanto mais diverso um plantio, mais indivíduos de crescimento lento são plantados e menor seria o crescimento inicial da comunidade implantada. O objetivo deste estudo foi de comparar indicadores iniciais de estrutura da vegetação arbórea em plantios de restauração com a mesma riqueza, mas que variaram a distribuição das abundâncias entre espécies de árvore de crescimento rápido e lento. Mensuramos aos três, 13 e 20 meses, a área basal, a altura das árvores, o recobrimento do solo por copas e o crescimento individual em altura e diâmetro ao nível do solo das árvores em seis tratamentos (logístico positivo e negativo, exponencial positivo e negativo, linear e igualitário), todos com 24 espécies, mas com variações na abundância de cada espécie, em função de um ranking de ritmo de crescimento, elaborado considerando dados secundários de incremento anual de DAS. Submetemos os resultados à análise em modelo linear generalizado e regressão linear para avaliar as diferenças significativas (p< 0,05). Os resultados mostraram que a sobrevivência geral aos 20 meses foi de 75% e não variou entre os tratamentos, assim como o DAS e H, mas teve influência sobre o percentual de área da copa. As espécies apresentaram taxas heterogêneas de sobrevivência, com as espécies do grupo de diversidade com as melhores taxas, observou-se também que as espécies com melhores taxas de sobrevivência não estão entre as primeiras no ranking de crescimento. As espécies, ao contrário dos tratamentos, influenciaram as variáveis de diâmetro ao nível do solo, altura e percentual de cobertura por copa. A interação das espécies com os tratamentos apenas teve efeito em relação a cobertura por copa, indicando que as diferentes composições e abundâncias dos indivíduos nos tratamentos pode surtir efeitos em relação ao crescimento da copa, mesmo em tratamentos com maiores concentrações de espécies de diversidade. No entanto, nossos resultados demonstram que as diferentes composições nos tratamentos influenciam no crescimento das espécies e que em tratamentos com maiores concentrações de indivíduos de crescimento mais rápido, a sobrevivência e a cobertura por copas foi maior, porém não teve diferenças nas outras variáveis (DAS e H) em comparação com os outros tratamentos. Desta forma, é fundamental que haja combinação de espécies de crescimento mais lento com as de crescimento mais rápido em plantios de restauração florestal, de forma que haja uma distribuição mais heterogênea que não prejudique o desenvolvimento da comunidade.Tropical forest restoration aims to convert degraded areas into biodiverse and functional forests. However, restoration plantings often use few tree species, mostly fast-growing ones, underutilizing or neglecting other species. There are arguments in favor of prioritizing fast growth and also for adding diversity to forest restoration, but there is supposedly a conflicting demand between the two, as the more diverse a planting, the more slow-growing individuals are planted and the lower the initial growth of the implanted community would be. The aim of this study was to compare initial indicators of tree vegetation structure in restoration plantings with the same richness but varying the distribution of abundances between fast and slow-growing tree species. We measured basal area, tree height, canopy cover, and individual growth in height and diameter at ground level of trees at 3, 13, and 20 months in six treatments (positive and negative logistic, positive and negative exponential, linear, and equal), all with 24 species but with variations in the abundance of each species based on a ranking of growth rate, developed considering secondary data of annual DAS increment. We submitted the results to analysis using generalized linear models and linear regression to assess significant differences (p <0.05). The results showed that overall survival at 20 months was 75% and did not vary between treatments, as did DAS and H, but had an influence on the percentage of canopy area. Species presented heterogeneous survival rates, with species in the diversity group having the best rates. It was also observed that the species with the best survival rates were not among the top-ranking species in terms of growth. Species, unlike treatments, influenced the variables of diameter at soil level, height, and percentage of canopy coverage. The interaction of species with treatments only had an effect on canopy coverage, indicating that different compositions and abundances of individuals in treatments can have effects on canopy growth, even in treatments with higher concentrations of diversity species. However, our results demonstrate that different compositions in treatments influence species growth and that in treatments with higher concentrations of faster-growing individuals, survival and canopy coverage were higher, but there were no differences in the other variables (DAS and H) compared to other treatments. Thus, it is essential to combine slower-growing species with faster-growing ones in forest restoration plantings to achieve a more heterogeneous distribution that does not hinder community development.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPViani, Ricardo Augusto GorneChiarotto, Aline Beatriz Seriani2023-08-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-03012024-154839/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-01-05T12:27:02Zoai:teses.usp.br:tde-03012024-154839Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-01-05T12:27:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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