Avaliação da saúde óssea em pacientes com anorexia nervosa e bulimia nervosa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Mariana Agostinho de Pádua
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-15032022-152316/
Resumo: Introdução: Anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN) são transtornos alimentares (TA), cujos sintomas típicos de restrição alimentar, exercícios físicos excessivos, vômitos auto-induzidos e abuso de laxantes e diuréticos podem resultar em severas complicações clínicas. Mulheres com AN e BN apresentam risco elevado para osteoporose, osteopenia e fraturas, associado com baixo peso, atividade física excessiva, história e duração da doença, amenorreia, perda de força muscular e insuficiência de vitamina D. Objetivo: Avaliar a saúde óssea e a composição corporal de mulheres adultas com diagnóstico de AN e BN atual ou prévio. Métodos: estudo transversal incluindo 53 mulheres adultas (18-49 anos) com diagnóstico atual ou pregresso de AN (n=25) ou BN (n=28). Foi realizada absorciometria com raios-X de dupla energia (DXA) para mensuração da densidade mineral óssea (DMO) (total, coluna lombar e colo do fêmur), massa gorda e massa magra e seus índices ajustados pela estatura; administração de diluição isotópica de deutério (D2O) para determinação de água corporal total e massa magra, e teste de prensão palmar para avaliação da força muscular. A determinação sérica das concentrações de glicose, insulina (cálculo de HOMA-IR), colesterol total e frações (LDL-c, HDL-c e VLDL-C), triglicérides e 25-hydroxyvitamin D (25(OD)D) foram realizadas em amostra de sangue obtida após jejum de 12 horas. Foram aplicados questionários sobre história da doença, uso de suplementos, atividade física habitual e sintomas do TA. Análises estatísticas incluíram testes T Independente, ANOVA, Qui Quadrado, correlação linear de Pearson, modelos de regressão linear univariados e múltiplos e análise de Bland-Altman. Resultados estão apresentados em média, desvio-padrão, frequências e intervalo de confiança de 95%. Revisão sistemática e meta-análise da DMO em indivíduos com TA em comparação a controles saudáveis foi realizada de acordo com o PRISMA guidelines. Resultados: Mulheres com AN apresentaram menor DMO de corpo total [1.09 g/cm2 (0.07) vs BN: 1.18 g/cm2 (0.12); p<0.01] e do colo do fêmur [0.95 g/cm2 (0.13) vs BN: 1.05 g/cm2 (0.16); p<0.01] em comparação com BN. Mulheres com AN apresentaram menor gordura corporal, razão androide/ginoide, tecido adiposo visceral, massa magra e maior percentual de massa magra em comparação àquelas com BN. Comparação entre DXA e D2O mostrou nenhuma diferença significante para gordura corporal (massa, percentual e índice de massa/estatura2) e massa magra (massa e índice de massa/estatura2). Possível viés sistemático do DXA em superestimar gordura corporal e massa magra, exceto para o índice de massa livre de gordura (IMLG), foi relacionado com o diagnóstico de BN, estado de hidratação e atividade física. DMO total foi positivamente associada com gordura corporal (Modelo DXA: &beta;=0.59; p=0.007; Modelo D2O: &beta;=0.59; p<0.001) e força muscular (Modelo DXA: &beta;=0.32; p=0.013). DMO da coluna foi negativamente associada com duração da amenorreia (Modelo DXA: &beta;=-0.32; p=0.027; Modelo D2O: &beta;=-0.38; p=0.024). A DMO do colo do fêmur foi associada com gordura corporal (Modelo D2O: &beta;=0.37; p=0.038) e massa magra (Modelo D2O: &beta;=0.43; p=0.025). Não houve efeito da duração da doença e atividade física na DMO. Foram observadas diferenças entre os TA nos valores de HOMA-IR [AN: 1.3 (0.8) vs BN: 2.0 (1.2); p<0.05] e HDL-c [AN: 76.6mg/dL (13.2) vs BN: 61.9 mg/dL (16.3); p<0.05]. Inadequação de 25(OH)D (<30ng/mL) foi observada na AN (100%) e na BN (72%). Destacam-se as associações independentes de HOMA-IR e LDL-c com a DMO do colo do fêmur em mulheres com AN (R2=0.45; p<0.00; HOMA &beta;=0.503; LDL-c: &beta;=0.398). Na meta-análise (n=42 estudos), a DMO (total, coluna, quadril e fêmur) foi menor na AN e a DMO (total e coluna) foi menor BN (principalmente com história de AN) em comparação aos controles saudáveis. Conclusão: mulheres com AN e BN com história de AN são mais susceptíveis às perdas de massa óssea. É importante que indivíduos com AN ou história de AN tenham sua saúde óssea avaliada, independente do diagnóstico atual. Recomenda-se a utilização do IMLG e o desenvolvimento de protocolos específicos para realização da avaliação da composição corporal pelo DXA nessa população. A avaliação da saúde óssea deve considerar composição corporal, história da doença, função menstrual e estado de hidratação. A inclusão de teste de força e análise de parâmetros bioquímicos pode auxiliar na identificação de indivíduos que apresentam maior necessidade de exames específicos.
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Métodos: estudo transversal incluindo 53 mulheres adultas (18-49 anos) com diagnóstico atual ou pregresso de AN (n=25) ou BN (n=28). Foi realizada absorciometria com raios-X de dupla energia (DXA) para mensuração da densidade mineral óssea (DMO) (total, coluna lombar e colo do fêmur), massa gorda e massa magra e seus índices ajustados pela estatura; administração de diluição isotópica de deutério (D2O) para determinação de água corporal total e massa magra, e teste de prensão palmar para avaliação da força muscular. A determinação sérica das concentrações de glicose, insulina (cálculo de HOMA-IR), colesterol total e frações (LDL-c, HDL-c e VLDL-C), triglicérides e 25-hydroxyvitamin D (25(OD)D) foram realizadas em amostra de sangue obtida após jejum de 12 horas. Foram aplicados questionários sobre história da doença, uso de suplementos, atividade física habitual e sintomas do TA. Análises estatísticas incluíram testes T Independente, ANOVA, Qui Quadrado, correlação linear de Pearson, modelos de regressão linear univariados e múltiplos e análise de Bland-Altman. Resultados estão apresentados em média, desvio-padrão, frequências e intervalo de confiança de 95%. Revisão sistemática e meta-análise da DMO em indivíduos com TA em comparação a controles saudáveis foi realizada de acordo com o PRISMA guidelines. Resultados: Mulheres com AN apresentaram menor DMO de corpo total [1.09 g/cm2 (0.07) vs BN: 1.18 g/cm2 (0.12); p<0.01] e do colo do fêmur [0.95 g/cm2 (0.13) vs BN: 1.05 g/cm2 (0.16); p<0.01] em comparação com BN. Mulheres com AN apresentaram menor gordura corporal, razão androide/ginoide, tecido adiposo visceral, massa magra e maior percentual de massa magra em comparação àquelas com BN. Comparação entre DXA e D2O mostrou nenhuma diferença significante para gordura corporal (massa, percentual e índice de massa/estatura2) e massa magra (massa e índice de massa/estatura2). Possível viés sistemático do DXA em superestimar gordura corporal e massa magra, exceto para o índice de massa livre de gordura (IMLG), foi relacionado com o diagnóstico de BN, estado de hidratação e atividade física. DMO total foi positivamente associada com gordura corporal (Modelo DXA: &beta;=0.59; p=0.007; Modelo D2O: &beta;=0.59; p<0.001) e força muscular (Modelo DXA: &beta;=0.32; p=0.013). DMO da coluna foi negativamente associada com duração da amenorreia (Modelo DXA: &beta;=-0.32; p=0.027; Modelo D2O: &beta;=-0.38; p=0.024). A DMO do colo do fêmur foi associada com gordura corporal (Modelo D2O: &beta;=0.37; p=0.038) e massa magra (Modelo D2O: &beta;=0.43; p=0.025). Não houve efeito da duração da doença e atividade física na DMO. Foram observadas diferenças entre os TA nos valores de HOMA-IR [AN: 1.3 (0.8) vs BN: 2.0 (1.2); p<0.05] e HDL-c [AN: 76.6mg/dL (13.2) vs BN: 61.9 mg/dL (16.3); p<0.05]. Inadequação de 25(OH)D (<30ng/mL) foi observada na AN (100%) e na BN (72%). Destacam-se as associações independentes de HOMA-IR e LDL-c com a DMO do colo do fêmur em mulheres com AN (R2=0.45; p<0.00; HOMA &beta;=0.503; LDL-c: &beta;=0.398). Na meta-análise (n=42 estudos), a DMO (total, coluna, quadril e fêmur) foi menor na AN e a DMO (total e coluna) foi menor BN (principalmente com história de AN) em comparação aos controles saudáveis. Conclusão: mulheres com AN e BN com história de AN são mais susceptíveis às perdas de massa óssea. É importante que indivíduos com AN ou história de AN tenham sua saúde óssea avaliada, independente do diagnóstico atual. Recomenda-se a utilização do IMLG e o desenvolvimento de protocolos específicos para realização da avaliação da composição corporal pelo DXA nessa população. A avaliação da saúde óssea deve considerar composição corporal, história da doença, função menstrual e estado de hidratação. A inclusão de teste de força e análise de parâmetros bioquímicos pode auxiliar na identificação de indivíduos que apresentam maior necessidade de exames específicos.Background: Anorexia nervosa (AN) and bulimia nervosa (BN) are eating disorders (ED) whose typical symptoms of food restriction, excessive exercise, self-vomit and misuse of laxatives and diuretics can lead to severe clinical complications. Women with AN and BN have increased risk of developing osteopenia, osteoporosis and fractures, associated with low weight, low physical activity, history and duration of the disease, amenorrhea, lack of muscle strength and vitamin D insufficiency. Aim: to assess bone health and body composition of women with current or previous AN and BN. Methods: cross-sectional study including 53 adult (18-49 years) with current or previous diagnosis of AN (n=25) or BN (n=28). Dual-energy x-ray absorptiometry (DXA) was performed to measure total, lumbar spine and femoral neck BMD, fat mass and lean mass; and administration of deuterium oxide (D2O) solution to determine total body water and lean mass. Serum determinations of glucose, insulin (HOMA-IR calculation), total cholesterol and fractions (LDL-c, HDL-c and VLDL-C), triglycerides, and 25-hydroxyvitamin D (25(OD)D were obtained after a 12-hour fasting blood test. Questionnaires about lifestyle, clinical history of the disease, use of supplements, physical activity and ED symptoms were applied. Statistical analyses included Independent T, ANOVA, chi-Square, Pearson\'s linear correlation tests, univariate and multivariate linear regressions and Bland-Altman analysis. Results are presented in means, standard deviation, frequencies, and 95% confidence interval. Systematic review and meta-analysis of BMD in individuals with ED in comparison to healthy controls was performed according to PRISMA guidelines. Results: Women with AN had lower total DMO [1.09 g/cm2 (0.07) vs BN: 1.18 g/cm2 (0.12); p<0.01] and femoral neck BMD [0.95 g/cm2 (0.13) vs BN: 1.05 g/cm2 (0.16); p<0.01] than women with BN. Compared to BN, women with AN presented less fat mass, android/gynoid ratio, visceral adipose tissue, lean mass and higher lean mass percentage. DXA and D2O dilution comparison showed absence significant difference for body fat (mass, percentage and index) and lean mass (mass and index). Possible bias of DXA in overestimating fat and lean mass, except for lean mass index (LMI) was related to BN diagnosis, hydration status and physical activity. Total BMD was positively associated with body fat (Model DXA: &beta;=0.59; p=0.007; Model D2O: &beta;=0.59; p<0.001) and muscle strength (Model DXA: &beta;=0.32; p=0.013). Lumbar spine BMD was negatively associated with duration of amenorrhea (Model DXA: &beta;=-0.32; p=0.027; Model D2O: &beta;=-0.38; p=0.024). Femoral neck BMD associated with body fat (Model D2O: &beta;=0.37; p=0.038) and lean mass (Model D2O: &beta;=0.43; p=0.025). Illness duration and physical activity did not present effect on BMD. Differences were observed for HOMA-IR [AN: 1.3 (0.8) vs BN: 2.0 (1.2); p<0.05] e HDL-c [AN: 76.6mg/dL (13.2) vs BN: 2.0 mg/dL (1.2); p<0.05]. 25(OH)D (<30ng/mL) inadequacy was observed in AN (100%) and BN (72%). HOMA-IR and LDL-c were independently associated with femoral neck BMD in women with AN (R2=0.45; p<0.00; HOMA &beta;=0.503; LDL-c: &beta;=0.398). In the meta-analysis (n=42 studies), BMD (total, spine, hip and femur) were lower in AN and BMD (total and spine) lower in BN than in healthy controls. Conclusion: Women with AN and BN and a history of AN are prone to bone loss. It is important that individuals with AN or a history of AN have their bone health assessed, irrespective of the current diagnosis. The use of the LMI and the development of specific protocols to carry out the assessment of body composition by DXA are recommended for this population. Bone health assessment should consider body composition, disease history, menstrual function, and hydration status. The inclusion of grip strength test and analysis of biochemical parameters can help identify individuals who have a greater need for specific tests.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlvarenga, Marle dos SantosCavalheiro, Lígia Araujo MartiniLopes, Mariana Agostinho de Pádua2021-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-15032022-152316/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-03-15T18:48:02Zoai:teses.usp.br:tde-15032022-152316Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-03-15T18:48:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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