Associação entre trabalho em turnos, pressão arterial central e rigidez arterial de profissionais da equipe de enfermagem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-07072023-085517/ |
Resumo: | Introdução: O mundo globalizado, a ampliação da produção de bens e prestação serviços e a sociedade ininterruptamente ativa afetaram o contexto social e a organização do trabalho, ampliando jornadas de trabalho para além dos horários diurnos. As atividades laborais ou sociais prolongam o tempo de alerta, inclusive durante à noite, o que pode causar alteração nos ritmos biológicos e efeitos adversos à saúde, predispondo ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos, mentais e doenças crônicas não transmissíveis, especialmente as doenças cardiovasculares. Várias categorias profissionais trabalham em turnos, mas os trabalhadores da área de saúde têm sua atuação intrinsecamente relacionada a turnos noturnos, estando expostos ao desenvolvimento precoce de desfechos cardiovasculares adversos. Objetivo: Determinar se existe associação entre o turno de trabalho, pressão arterial central e rigidez arterial de profissionais da equipe de enfermagem. Métodos: Foram realizados três sub estudos. O primeiro foi uma revisão sistemática sobre o trabalho em turnos e a rigidez arterial precoce. O segundo e o terceiro estudos foram de desenho transversal realizados em profissionais da equipe de enfermagem de um hospital escola da cidade de Maceió-Alagoas. Os profissionais foram entrevistados e caracterizados sócio demograficamente, quanto às condições de saúde, hábitos de vida, percepção de estresse, escalas de trabalho e cronotipo. Foi realizada avaliação do estado nutricional antropométrico e foram avaliados os parâmetros de pressão arterial braquial, central e rigidez arterial, por métodos não invasivos. Os profissionais foram submetidos a análises dos padrões de sono e vigília, por actigrafia, associado a um diário de atividade e repouso. Os dados resultantes foram apresentados como média e desvio padrão para as variáveis quantitativas e frequências relativas e absolutas para as variáveis categóricas. O segundo artigo testou a associação entre a duração total do sono e três desfechos: a velocidade da onda de pulso, o augmentation index e a pressão arterial central. Para tanto, foi realizada a análise de spline cúbico de três nós. O terceiro artigo examinou a associação de forma direta ou mediada entre os anos de exposição ao trabalho noturno e a rigidez arterial, por meio da análise de caminhos. Resultados: A análise dos onze artigos incluídos na revisão sistemática não trouxe evidências suficientes para afirmar que o trabalho em turnos aumenta de forma independente a rigidez arterial em trabalhadores em turnos. No segundo estudo, a duração do sono de trabalhadores em turnos foi associada, na forma de curva em U, com o augmentation index; indicando haver risco de funcionalidade vascular alterada associada a menor ou maior duração do sono. No terceiro estudo, a exposição ao trabalho em turnos foi associada, por mediação do jet lag social, com maiores valores de velocidade da onda de pulso, que prediz maior risco cardiovascular. O jet lag social, também foi associado a mais alta percepção de estresse e maior duração do sono. Considerações finais: As modificações dos indicadores de função vascular encontrados, se somados a características individuais de sexo, idade, fatores genéticos, maior ou menor tolerância ao trabalho noturno, bem como manutenção ou não de hábitos de vida saudáveis, podem potencializar riscos cardiovasculares nos profissionais que trabalham em turnos. |
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Associação entre trabalho em turnos, pressão arterial central e rigidez arterial de profissionais da equipe de enfermagemAssociation between shift work, central blood pressure and arterial stiffness in nursing staffArterial StiffnessAugmentation indexAugmentation indexCardiovascular DiseaseDoença CardiovascularPulse Wave VelocityRigidez ArterialShift WorkTrabalho em TurnosVelocidade da Onda de PulsoIntrodução: O mundo globalizado, a ampliação da produção de bens e prestação serviços e a sociedade ininterruptamente ativa afetaram o contexto social e a organização do trabalho, ampliando jornadas de trabalho para além dos horários diurnos. As atividades laborais ou sociais prolongam o tempo de alerta, inclusive durante à noite, o que pode causar alteração nos ritmos biológicos e efeitos adversos à saúde, predispondo ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos, mentais e doenças crônicas não transmissíveis, especialmente as doenças cardiovasculares. Várias categorias profissionais trabalham em turnos, mas os trabalhadores da área de saúde têm sua atuação intrinsecamente relacionada a turnos noturnos, estando expostos ao desenvolvimento precoce de desfechos cardiovasculares adversos. Objetivo: Determinar se existe associação entre o turno de trabalho, pressão arterial central e rigidez arterial de profissionais da equipe de enfermagem. Métodos: Foram realizados três sub estudos. O primeiro foi uma revisão sistemática sobre o trabalho em turnos e a rigidez arterial precoce. O segundo e o terceiro estudos foram de desenho transversal realizados em profissionais da equipe de enfermagem de um hospital escola da cidade de Maceió-Alagoas. Os profissionais foram entrevistados e caracterizados sócio demograficamente, quanto às condições de saúde, hábitos de vida, percepção de estresse, escalas de trabalho e cronotipo. Foi realizada avaliação do estado nutricional antropométrico e foram avaliados os parâmetros de pressão arterial braquial, central e rigidez arterial, por métodos não invasivos. Os profissionais foram submetidos a análises dos padrões de sono e vigília, por actigrafia, associado a um diário de atividade e repouso. Os dados resultantes foram apresentados como média e desvio padrão para as variáveis quantitativas e frequências relativas e absolutas para as variáveis categóricas. O segundo artigo testou a associação entre a duração total do sono e três desfechos: a velocidade da onda de pulso, o augmentation index e a pressão arterial central. Para tanto, foi realizada a análise de spline cúbico de três nós. O terceiro artigo examinou a associação de forma direta ou mediada entre os anos de exposição ao trabalho noturno e a rigidez arterial, por meio da análise de caminhos. Resultados: A análise dos onze artigos incluídos na revisão sistemática não trouxe evidências suficientes para afirmar que o trabalho em turnos aumenta de forma independente a rigidez arterial em trabalhadores em turnos. No segundo estudo, a duração do sono de trabalhadores em turnos foi associada, na forma de curva em U, com o augmentation index; indicando haver risco de funcionalidade vascular alterada associada a menor ou maior duração do sono. No terceiro estudo, a exposição ao trabalho em turnos foi associada, por mediação do jet lag social, com maiores valores de velocidade da onda de pulso, que prediz maior risco cardiovascular. O jet lag social, também foi associado a mais alta percepção de estresse e maior duração do sono. Considerações finais: As modificações dos indicadores de função vascular encontrados, se somados a características individuais de sexo, idade, fatores genéticos, maior ou menor tolerância ao trabalho noturno, bem como manutenção ou não de hábitos de vida saudáveis, podem potencializar riscos cardiovasculares nos profissionais que trabalham em turnos.Introduction: The globalized world, the expansion of the production of goods and services and the uninterruptedly active society have affected the social context and the organization of work, extending working hours beyond the daytime hours. Working or social activities have prolonged alertness time, including during the night, which can cause changes in biological rhythms and adverse effects on health, predisposing to the development of metabolic and mental disorders and non-transmissible chronic diseases, especially cardiovascular diseases. Several professional categories work in shifts, but health care workers have their performance intrinsically related to night shifts, being exposed to the early development of adverse cardiovascular outcomes. Objective: To determine whether there is an association between work shift, central blood pressure and arterial stiffness of nursing staff professionals. Methods: Three sub-studies were conducted. The first was a systematic review on shift work and early arterial stiffness. The second and third studies were of cross-sectional design carried out in professionals of the nursing team of a teaching hospital in the city of Maceió-Alagoas. The professionals were interviewed and characterized socio-demographically, regarding health conditions, life habits, perception of stress, work schedules and chronotype. The anthropometric nutritional status was evaluated and the brachial and central arterial pressure and arterial stiffness parameters were assessed by non-invasive methods. The professionals were submitted to analyses of sleep and wakefulness patterns, by actigraphy, associated with an activity and rest diary. The resulting data were presented as mean and standard deviation for quantitative variables and relative and absolute frequencies for categorical variables. The second article tested the association between total sleep duration and three outcomes: pulse wave velocity, augmentation index, and central blood pressure. For this purpose, three-node cubic spline analysis was performed. The third paper examined the direct or mediated association between years of exposure to night work and arterial stiffness, using pathway analysis. Results: Analysis of the eleven articles included in the systematic review did not yield sufficient evidence to state that shift work independently increases arterial stiffness in shift workers. In the second study, sleep duration of shift workers was associated, in the form of a U-curve, with augmentation index, indicating that there is a risk of altered vascular functionality associated with shorter or longer sleep duration. In the third study, exposure to shift work was associated, through mediation of social jet lag, with higher pulse wave velocity values, which predicts higher cardiovascular risk. Jet lag was also associated with higher perceived stress and longer sleep duration. Final considerations: The changes in the vascular function indicators found, when added to individual characteristics of sex, age, genetic factors, greater or lesser tolerance to night work, as well as maintainance or not of healthy life habits, may potentiate cardiovascular risks in shift-workers.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoreno, Claudia Roberta de CastroGusmão, Waleria Dantas Pereira2023-06-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-07072023-085517/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPReter o conteúdo por motivos de patente, publicação e/ou direitos autoriais.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-07-11T17:55:16Zoai:teses.usp.br:tde-07072023-085517Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-07-11T17:55:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: O mundo globalizado, a ampliação da produção de bens e prestação serviços e a sociedade ininterruptamente ativa afetaram o contexto social e a organização do trabalho, ampliando jornadas de trabalho para além dos horários diurnos. As atividades laborais ou sociais prolongam o tempo de alerta, inclusive durante à noite, o que pode causar alteração nos ritmos biológicos e efeitos adversos à saúde, predispondo ao desenvolvimento de distúrbios metabólicos, mentais e doenças crônicas não transmissíveis, especialmente as doenças cardiovasculares. Várias categorias profissionais trabalham em turnos, mas os trabalhadores da área de saúde têm sua atuação intrinsecamente relacionada a turnos noturnos, estando expostos ao desenvolvimento precoce de desfechos cardiovasculares adversos. Objetivo: Determinar se existe associação entre o turno de trabalho, pressão arterial central e rigidez arterial de profissionais da equipe de enfermagem. Métodos: Foram realizados três sub estudos. O primeiro foi uma revisão sistemática sobre o trabalho em turnos e a rigidez arterial precoce. O segundo e o terceiro estudos foram de desenho transversal realizados em profissionais da equipe de enfermagem de um hospital escola da cidade de Maceió-Alagoas. Os profissionais foram entrevistados e caracterizados sócio demograficamente, quanto às condições de saúde, hábitos de vida, percepção de estresse, escalas de trabalho e cronotipo. Foi realizada avaliação do estado nutricional antropométrico e foram avaliados os parâmetros de pressão arterial braquial, central e rigidez arterial, por métodos não invasivos. Os profissionais foram submetidos a análises dos padrões de sono e vigília, por actigrafia, associado a um diário de atividade e repouso. Os dados resultantes foram apresentados como média e desvio padrão para as variáveis quantitativas e frequências relativas e absolutas para as variáveis categóricas. O segundo artigo testou a associação entre a duração total do sono e três desfechos: a velocidade da onda de pulso, o augmentation index e a pressão arterial central. Para tanto, foi realizada a análise de spline cúbico de três nós. O terceiro artigo examinou a associação de forma direta ou mediada entre os anos de exposição ao trabalho noturno e a rigidez arterial, por meio da análise de caminhos. Resultados: A análise dos onze artigos incluídos na revisão sistemática não trouxe evidências suficientes para afirmar que o trabalho em turnos aumenta de forma independente a rigidez arterial em trabalhadores em turnos. No segundo estudo, a duração do sono de trabalhadores em turnos foi associada, na forma de curva em U, com o augmentation index; indicando haver risco de funcionalidade vascular alterada associada a menor ou maior duração do sono. No terceiro estudo, a exposição ao trabalho em turnos foi associada, por mediação do jet lag social, com maiores valores de velocidade da onda de pulso, que prediz maior risco cardiovascular. O jet lag social, também foi associado a mais alta percepção de estresse e maior duração do sono. Considerações finais: As modificações dos indicadores de função vascular encontrados, se somados a características individuais de sexo, idade, fatores genéticos, maior ou menor tolerância ao trabalho noturno, bem como manutenção ou não de hábitos de vida saudáveis, podem potencializar riscos cardiovasculares nos profissionais que trabalham em turnos. |
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