Diferenciação dos perfis hemodinâmicos e autonômicos cardiovasculares em mulheres jovens e de meia idade pós-menopausa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Furlan, Ana Kaline Pereira Damasceno
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-05012017-125234/
Resumo: A fase da vida adulta entre 35 e 60 anos, também denominada de meia idade, compreende o período em que os principais sistemas biológicos apresentam importantes declínios funcionais. Nas mulheres, especificamente, é a fase marcada pelo climatério que tem como principal evento a ocorrência da menopausa. Esse evento fisiológico de importância hormonal e reprodutiva está associado em muitas mulheres ao expressivo aumento da prevalência de doenças cardiovasculares, muitas vezes associadas e precedidas por prejuízos na função autonômica cardiovascular. Nesse sentido, a avaliação da funcionalidade autonômica cardíaca é muito importante como conduta para estratificação de risco cardiovascular. De fato, a análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é muito utilizada, entretanto a metodologia segue um protocolo padrão que não leva em consideração situações fisiológicas importantes, como é o caso da reorganização da modulação autonômica cardíaca após o estresse induzido pelo exercício. Adicionalmente, a literatura tem optado por ferramentas lineares em detrimento das não lineares na avaliação da VFC. Nesse caso, a proposta do presente estudo foi avaliar e comparar a função autonômica cardíaca em mulheres jovens (GJ: 21 a 30 anos) e de meia idade pósmenopausa (GMI: 45 a 60 anos) por meio da análise linear (análise espectral) e não linear (análise simbólica) da variabilidade da frequência cardíaca em três momentos distintos (em repouso na posição supina, durante o tilt teste e durante o período de recuperação pós teste cardiopulmonar submáximo). O GMI apresentou menores valores de VO2pico (24 ± 1.0 vs 39 ± 1.3 ml.kg. min-1) frequência cardíaca basal (71 ± 2 vs 81 ± 2 bpm) e maiores valores da pressão arterial média (91 ± 2 vs 81 ± 1 mmHg) em relação ao GJ. Também apresentou maior modulação simpática e menor modulação vagal da FC na posição supina, entretanto somente evidenciado pela análise linear. Durante o tilt test as respostas do GMI foram menos proeminentes quando comparado com o GJ. Nesse caso, as avaliações linear e não linear apresentaram resultados semelhantes. Por fim, a análise da VFC durante o período de recuperação mostrou que o GMI apresentou recuperação da modulação autonômica vagal mais rápida evidenciada em ambas análises, linear e não linear. Em conclusão, a avaliação da modulação autonômica cardíaca mostrou que em repouso as mulheres jovens apresentam um predomínio do componente autonômico vagal, enquanto as mulheres de meia idade pós-menopausa apresentam um predomínio simpático. Por sua vez, o tilt test mostrou que a resposta autonômica das mulheres jovens é mais intensa, entretanto na reorganização após o exercício físico as mulheres de meia idade apresentaram maior velocidade no reestabelecimento da modulação vagal. As causas são incertas, porém podem ser decorrentes da redução dos hormônios ovarianos, bem como do processo de envelhecimento por estabelecimento de uma menor complexidade nos sistemas fisiológicos envolvidos.
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Nesse sentido, a avaliação da funcionalidade autonômica cardíaca é muito importante como conduta para estratificação de risco cardiovascular. De fato, a análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é muito utilizada, entretanto a metodologia segue um protocolo padrão que não leva em consideração situações fisiológicas importantes, como é o caso da reorganização da modulação autonômica cardíaca após o estresse induzido pelo exercício. Adicionalmente, a literatura tem optado por ferramentas lineares em detrimento das não lineares na avaliação da VFC. Nesse caso, a proposta do presente estudo foi avaliar e comparar a função autonômica cardíaca em mulheres jovens (GJ: 21 a 30 anos) e de meia idade pósmenopausa (GMI: 45 a 60 anos) por meio da análise linear (análise espectral) e não linear (análise simbólica) da variabilidade da frequência cardíaca em três momentos distintos (em repouso na posição supina, durante o tilt teste e durante o período de recuperação pós teste cardiopulmonar submáximo). O GMI apresentou menores valores de VO2pico (24 ± 1.0 vs 39 ± 1.3 ml.kg. min-1) frequência cardíaca basal (71 ± 2 vs 81 ± 2 bpm) e maiores valores da pressão arterial média (91 ± 2 vs 81 ± 1 mmHg) em relação ao GJ. Também apresentou maior modulação simpática e menor modulação vagal da FC na posição supina, entretanto somente evidenciado pela análise linear. Durante o tilt test as respostas do GMI foram menos proeminentes quando comparado com o GJ. Nesse caso, as avaliações linear e não linear apresentaram resultados semelhantes. Por fim, a análise da VFC durante o período de recuperação mostrou que o GMI apresentou recuperação da modulação autonômica vagal mais rápida evidenciada em ambas análises, linear e não linear. Em conclusão, a avaliação da modulação autonômica cardíaca mostrou que em repouso as mulheres jovens apresentam um predomínio do componente autonômico vagal, enquanto as mulheres de meia idade pós-menopausa apresentam um predomínio simpático. Por sua vez, o tilt test mostrou que a resposta autonômica das mulheres jovens é mais intensa, entretanto na reorganização após o exercício físico as mulheres de meia idade apresentaram maior velocidade no reestabelecimento da modulação vagal. As causas são incertas, porém podem ser decorrentes da redução dos hormônios ovarianos, bem como do processo de envelhecimento por estabelecimento de uma menor complexidade nos sistemas fisiológicos envolvidos.The stage of adulthood between 35 and 60, also known as middle-aged, covers the period in which the main biological systems have important functional decline. In women, specifically, it is the stage marked by climacteric whose main event the occurrence of menopause. This physiological event of hormonal and reproductive importance is associated in many women to the significant increase in the prevalence of cardiovascular disease, often associated and preceded by losses in cardiovascular autonomic function. In this sense, the evaluation of cardiac autonomic functionality is very important as practice for cardiovascular risk stratification. In fact, the analysis of heart rate variability (HRV) is widely used, however the methodology follows a standard protocol that does not take into account important physiological situations, such as the reorganization of cardiac autonomic modulation after exercise-induced stress. Additionally, the literature has opted for linear tools instead of linear no evaluation of HRV. In this case, the purpose of this study was to evaluate and compare the cardiac autonomic function in young women (GJ: 21 to 30 years) and half postmenopausal age (GMI: 45-60 years) through the linear analysis (spectral analysis ) and non-linear (symbolic analysis) of heart rate variability at three different times (at rest in the supine position during the tilt test and during the recovery period after submaximal cardiopulmonary test). The GMI showed lower values of peak VO2 (24 ± 1.0 vs 39 ± 1.3 ml.kg. min-1) basal heart rate (71 ± 2 vs 81 ± 2 bpm) and higher mean arterial pressure (91 ± 2 vs 81 ± 1 mm Hg) compared to GJ. Also showed higher sympathetic modulation and lower vagal modulation of HF in the supine position, however only evidenced by linear analysis. During the tilt test responses GMI were less prominent compared to GJ. In this case, the linear and nonlinear tools showed similar results. Finally, the analysis of HRV after submaximal cardiopulmonary test showed that the GMI recovered faster autonomic modulation, shown in both analyzes, linear and non-linear. In conclusion, the evaluation of cardiac autonomic modulation showed that resting young women have a predominance of vagal autonomic component, while women half postmenopausal age present a sympathetic predominance. In turn, the tilt test showed that the autonomic response of young women is more intense, but the autonomic reorganization after exercise, the middle-aged women have faster the reestablishment of vagal modulation. The reasons are unknown, but may be due to the reduction in ovarian hormones, as well as the aging process by establishing less complex physiological mechanisms.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Hugo Celso Dutra deFurlan, Ana Kaline Pereira Damasceno2016-10-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-05012017-125234/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-17T16:34:08Zoai:teses.usp.br:tde-05012017-125234Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-17T16:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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