Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ana Paula Siqueira Dornellas
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.38.2016.tde-30062016-105418
Resumo: A subfamília Tegulinae é composta por 44 espécies viventes descritas em seis gêneros. Ocorrem nas águas tropicais e subtropicais do Pacífico Oriental, no Caribe, na costa pacífica da América, na costa atlântica da América do Sul e no leste da Ásia, habitando as regiões entre marés e infralitoral. Os tegulíneos foram definidos taxonomicamente por apresentarem: (i) opérculo com o crescimento da borda curto; (ii) perda da habilidade de depositar carbonato de cálcio no opérculo; (iii) rádula com dente raquidiano sem uma cúspide secundária ou aba para prover uma fixação adicional na fita radular. O posicionamento do táxon dentro de Trochoidea nunca foi bem estabelecido e a posição sistemática dos grupos internos de tegulíneos nunca foi investigada como objetivo primário. O presente trabalho abordado no Capítulo 1 apresenta um estudo morfológico detalhado de alguns representantes de Tegulinae e Trochoidea visando testar a monofilia da subfamília, bem como elucidar o posicionamento filogenético dos gêneros que a compõem e seu posicionamento em Trochoidea. Todos os gêneros, exceto Catallocostoma, foram incluídos. As espécies polimórficas Agathistoma hotessierianum, A. patagonicum e A. viridulum foram compostas em subunidades monomórficas, totalizando o grupo-interno em 23 terminais. O grupo-externo incluiu 24 terminais, com representantes das famílias de Trochoidea, além de uma espécie de Pleurotomarioidea (Perotrochus atlanticus), considerada a raiz. Uma análise cladística foi realizada, com buscas heurísticas com pesos iguais e pesagem diferencial. O resultado da análise demonstrou a monofilia de Tegulinae, grupo-irmão de Prisogaster niger, alocada na família Turbinidae. Os gêneros formaram grupos monofilético, embora Tegula excavata não demonstrasse um posicionamento bem definido nas análises alternativas. As espécies polimórficas não foram consideradas como espécies nominais distintas, pois foi constatado que os caracteres que separam cada espécie em subamostra têm alto grau de plasticidade. Caracteres morfológicos foram testados pela primeira vez em um grupo hierarquicamente baixo em Trochoidea e tiveram valor significativo na definição de linhagens internas. O Capítulo 2 teve como objetivo inserir todos os táxons analisados no Capítulo 1, na análise filogenética de Caenogastropoda de Simone (2011). A análise resultou em Vetigastropoda monofilético. A parafilia de Zeugobranchia foi corroborada com outras hipóteses filogenéticas, bem como a monofilia de Trochoidea. As famílias Calliostomatidae, Trochidae, Turbinidae e Margaritidae não formaram um grupo monofilético. A monofilia de Tegulinae foi corroborada, grupo-irmão do clado Prisogaster niger+, bem como os gêneros Intistoma aureotinctum, Norrisia, Chlorostoma e Agathistoma.
id USP_61f4c81cacb0cade9e007f0af7cb66bb
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-30062016-105418
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae) Cladistics analysis of subfamily Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae) 2015-10-08Luiz Ricardo Lopes de SimoneJosé Eduardo Amoroso Rodriguez MarianRodrigo Cesar MarquesMarcos Domingos Siqueira TavaresSergio Antonio VaninAna Paula Siqueira DornellasUniversidade de São PauloSistemática, Taxonomia Animal e BiodiversidadeUSPBR morfologia morphology Sistemática Systematic Tegulinae Tegulinae Trochoidea Trochoidea A subfamília Tegulinae é composta por 44 espécies viventes descritas em seis gêneros. Ocorrem nas águas tropicais e subtropicais do Pacífico Oriental, no Caribe, na costa pacífica da América, na costa atlântica da América do Sul e no leste da Ásia, habitando as regiões entre marés e infralitoral. Os tegulíneos foram definidos taxonomicamente por apresentarem: (i) opérculo com o crescimento da borda curto; (ii) perda da habilidade de depositar carbonato de cálcio no opérculo; (iii) rádula com dente raquidiano sem uma cúspide secundária ou aba para prover uma fixação adicional na fita radular. O posicionamento do táxon dentro de Trochoidea nunca foi bem estabelecido e a posição sistemática dos grupos internos de tegulíneos nunca foi investigada como objetivo primário. O presente trabalho abordado no Capítulo 1 apresenta um estudo morfológico detalhado de alguns representantes de Tegulinae e Trochoidea visando testar a monofilia da subfamília, bem como elucidar o posicionamento filogenético dos gêneros que a compõem e seu posicionamento em Trochoidea. Todos os gêneros, exceto Catallocostoma, foram incluídos. As espécies polimórficas Agathistoma hotessierianum, A. patagonicum e A. viridulum foram compostas em subunidades monomórficas, totalizando o grupo-interno em 23 terminais. O grupo-externo incluiu 24 terminais, com representantes das famílias de Trochoidea, além de uma espécie de Pleurotomarioidea (Perotrochus atlanticus), considerada a raiz. Uma análise cladística foi realizada, com buscas heurísticas com pesos iguais e pesagem diferencial. O resultado da análise demonstrou a monofilia de Tegulinae, grupo-irmão de Prisogaster niger, alocada na família Turbinidae. Os gêneros formaram grupos monofilético, embora Tegula excavata não demonstrasse um posicionamento bem definido nas análises alternativas. As espécies polimórficas não foram consideradas como espécies nominais distintas, pois foi constatado que os caracteres que separam cada espécie em subamostra têm alto grau de plasticidade. Caracteres morfológicos foram testados pela primeira vez em um grupo hierarquicamente baixo em Trochoidea e tiveram valor significativo na definição de linhagens internas. O Capítulo 2 teve como objetivo inserir todos os táxons analisados no Capítulo 1, na análise filogenética de Caenogastropoda de Simone (2011). A análise resultou em Vetigastropoda monofilético. A parafilia de Zeugobranchia foi corroborada com outras hipóteses filogenéticas, bem como a monofilia de Trochoidea. As famílias Calliostomatidae, Trochidae, Turbinidae e Margaritidae não formaram um grupo monofilético. A monofilia de Tegulinae foi corroborada, grupo-irmão do clado Prisogaster niger+, bem como os gêneros Intistoma aureotinctum, Norrisia, Chlorostoma e Agathistoma. Tegulinae encompasses 44 extant species belonging to six genera. They occur in tropical and subtropical waters of the Eastern Pacific, Caribbean, on the Pacific coast of America, Atlantic coast of South America and East Asia, inhabiting intertidal to shallow sublittoral areas. Tegulines are taxonomically defined by (i) a short growing edge of operculum, (ii) inability to calcify the operculum and (iii) rachidian tooth lacking a secondary cusp or flap providing additional attachment to the radular ribbon. A consensual placement of tegulines within Trochoidea has not yet been reached, and the systematic positions of the genera have never been investigated as a primary objective. A cladistics analysis of the subfamily based on detailed morphology is presented herein on Chapter 1, aimed at testing the groups monophyly. Additionally, the phylogenetic positions of the genera are investigated along with the phylogenetic position of Tegulinae within Trochoidea. The sampled ingroup included representatives of all genera except for Cantallocostoma; the polymorphic species Agathistoma hotessierianum, A. patagonicum and A. viridulum were subdivided into monomorphic taxa, totaling 23 ingroup terminals. The outgroup comprised 24 terminals including representatives of trochoidean families. The Pleurotomarioidea were represented by Perotrochus atlanticus, which was also used as root. Cladistics analysis included heuristic searches carried with equal and differential weighting. Results presented here indicate that Tegulinae are monophyletic, being sister to Prisogaster niger and belonging to the family Turbinidae. The genera studied herein were supported as clades, despite the non-consensual position of Tegula excavata between alternative hypotheses. Polymorphic species were considered non-distinct nominal species, since the characters that divide them into subsamples are highly plastic. Morphological characters were used for the first time to support a hierarchically low-level group for Trochoidea and had significant value in the definition of internal lineages. On Chapter 2, the analyzed taxa from the previous chapter were added to Simones (2011) phylogenetic hypothesis of Canogastropoda in order to investigate the phylogenetic position of Trochoidea in a broader scenario. The results support the monophylies of Vetigastropoda and Trochoidea, and indicate the paraphyly of Zeugobranchia, corroborating previous hypotheses. Tegulinae is a monophyletic group, sister to Prisogaster niger+, Intistoma aureotinctum, Norrisia, Chlorostoma and Agathistoma. https://doi.org/10.11606/T.38.2016.tde-30062016-105418info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:26:28Zoai:teses.usp.br:tde-30062016-105418Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:32:04.876121Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Cladistics analysis of subfamily Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
title Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
spellingShingle Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
Ana Paula Siqueira Dornellas
title_short Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
title_full Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
title_fullStr Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
title_full_unstemmed Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
title_sort Análise cladística da subfamília Tegulinae (Vetigastropoda: Turbinidae)
author Ana Paula Siqueira Dornellas
author_facet Ana Paula Siqueira Dornellas
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Luiz Ricardo Lopes de Simone
dc.contributor.referee1.fl_str_mv José Eduardo Amoroso Rodriguez Marian
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Rodrigo Cesar Marques
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Marcos Domingos Siqueira Tavares
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Sergio Antonio Vanin
dc.contributor.author.fl_str_mv Ana Paula Siqueira Dornellas
contributor_str_mv Luiz Ricardo Lopes de Simone
José Eduardo Amoroso Rodriguez Marian
Rodrigo Cesar Marques
Marcos Domingos Siqueira Tavares
Sergio Antonio Vanin
description A subfamília Tegulinae é composta por 44 espécies viventes descritas em seis gêneros. Ocorrem nas águas tropicais e subtropicais do Pacífico Oriental, no Caribe, na costa pacífica da América, na costa atlântica da América do Sul e no leste da Ásia, habitando as regiões entre marés e infralitoral. Os tegulíneos foram definidos taxonomicamente por apresentarem: (i) opérculo com o crescimento da borda curto; (ii) perda da habilidade de depositar carbonato de cálcio no opérculo; (iii) rádula com dente raquidiano sem uma cúspide secundária ou aba para prover uma fixação adicional na fita radular. O posicionamento do táxon dentro de Trochoidea nunca foi bem estabelecido e a posição sistemática dos grupos internos de tegulíneos nunca foi investigada como objetivo primário. O presente trabalho abordado no Capítulo 1 apresenta um estudo morfológico detalhado de alguns representantes de Tegulinae e Trochoidea visando testar a monofilia da subfamília, bem como elucidar o posicionamento filogenético dos gêneros que a compõem e seu posicionamento em Trochoidea. Todos os gêneros, exceto Catallocostoma, foram incluídos. As espécies polimórficas Agathistoma hotessierianum, A. patagonicum e A. viridulum foram compostas em subunidades monomórficas, totalizando o grupo-interno em 23 terminais. O grupo-externo incluiu 24 terminais, com representantes das famílias de Trochoidea, além de uma espécie de Pleurotomarioidea (Perotrochus atlanticus), considerada a raiz. Uma análise cladística foi realizada, com buscas heurísticas com pesos iguais e pesagem diferencial. O resultado da análise demonstrou a monofilia de Tegulinae, grupo-irmão de Prisogaster niger, alocada na família Turbinidae. Os gêneros formaram grupos monofilético, embora Tegula excavata não demonstrasse um posicionamento bem definido nas análises alternativas. As espécies polimórficas não foram consideradas como espécies nominais distintas, pois foi constatado que os caracteres que separam cada espécie em subamostra têm alto grau de plasticidade. Caracteres morfológicos foram testados pela primeira vez em um grupo hierarquicamente baixo em Trochoidea e tiveram valor significativo na definição de linhagens internas. O Capítulo 2 teve como objetivo inserir todos os táxons analisados no Capítulo 1, na análise filogenética de Caenogastropoda de Simone (2011). A análise resultou em Vetigastropoda monofilético. A parafilia de Zeugobranchia foi corroborada com outras hipóteses filogenéticas, bem como a monofilia de Trochoidea. As famílias Calliostomatidae, Trochidae, Turbinidae e Margaritidae não formaram um grupo monofilético. A monofilia de Tegulinae foi corroborada, grupo-irmão do clado Prisogaster niger+, bem como os gêneros Intistoma aureotinctum, Norrisia, Chlorostoma e Agathistoma.
publishDate 2015
dc.date.issued.fl_str_mv 2015-10-08
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/T.38.2016.tde-30062016-105418
url https://doi.org/10.11606/T.38.2016.tde-30062016-105418
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Sistemática, Taxonomia Animal e Biodiversidade
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1794503157012758528