Adaptação bilateral de próteses auditivas ancoradas no osso: reconhecimento de fala e localização sonora

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ueda, Cynthia Harumi Yokoyama
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-04042024-145826/
Resumo: INTRODUÇÃO: A adaptação bilateral das próteses auditivas ancoradas no osso (PAAO) é um assunto controverso, uma vez que ambas as cócleas recebem estimulação com a adaptação de um único dispositivo. No entanto, a coocorrência da atenuação interaural e o tempo de atraso que o som leva para chegar à cóclea contralateral pode levar a respostas diferentes nos dois ouvidos, o que pode acarretar em maior dificuldade na localização sonora e reconhecimento de fala na presença de ruído em usuários de PAAO unilateral. Os estudos avaliando a vantagem da adaptação bilateral em relação à unilateral com boa qualidade de evidências e realizados com métodos objetivos são escassos. Com o avanço da tecnologia e da oferta de novos dispositivos, é importante que os estudos sobre a avaliação do real custo-benefício da implantação e adaptação bilateral estejam atuais e baseados em avaliações objetivas. OBJETIVO: Avaliar o desempenho auditivo de usuários de PAAO com adaptação unilateral e bilateral quanto ao reconhecimento de fala no silêncio e no ruído e na localização sonora. MÉTODOS: Estudo transversal. Pacientes usuários de PAAO unilateral atendidos no ambulatório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foram avaliados primeiramente somente com o próprio dispositivo implantado. Foram submetidos ao teste de reconhecimento de fala em cabina acústica, com lista de monossílabos. No silêncio, o sinal foi apresentado a 65dBNPS a 0° azimute. No ruído, sinal e ruído foram apresentados a 0° azimute, com relação sinal ruído de 0dB. O teste de localização sonora foi realizado em laboratório de habilidades auditivas. O paciente foi posicionado ao centro de oito alto-falantes, visivelmente numerados, dispostos a 45° de distância, num raio de 1,20 metros. O estímulo usado foi uma palavra trissílaba gravada, apresentada três vezes em cada alto-falante randomicamente, após treino. Foi solicitado que o paciente identificasse a fonte do estímulo sonoro apontando e/ou falando o número correspondente ao altofalante. A análise foi calculada em desvio angular da resposta correta. Para a adaptação bilateral, foi utilizada faixa elástica com dispositivo semelhante ao implantado e o paciente foi submetido aos mesmos testes, nas mesmas condições. RESULTADOS: Foram avaliados 16 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade de 24,2 anos. No teste de reconhecimento de fala no silêncio, a média de acertos de monossílabos com a adaptação unilateral foi de 71,5% e com a bilateral de 78,2%. No reconhecimento de fala no ruído, a média de acertos foi de 61% de acertos com adaptação unilateral e 72,2% com a bilateral. A média de desvio angular no teste de localização sonora foi de 80,48° com adaptação unilateral e de 68,08° com adaptação bilateral. Os resultados com a adaptação bilateral foram estatisticamente melhores do que com a adaptação unilateral em todos os testes. CONCLUSÕES: A adaptação bilateral é melhor do que a adaptação unilateral nas habilidades de reconhecimento de fala no silêncio, reconhecimento de fala no ruído e na localização sonora
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Os estudos avaliando a vantagem da adaptação bilateral em relação à unilateral com boa qualidade de evidências e realizados com métodos objetivos são escassos. Com o avanço da tecnologia e da oferta de novos dispositivos, é importante que os estudos sobre a avaliação do real custo-benefício da implantação e adaptação bilateral estejam atuais e baseados em avaliações objetivas. OBJETIVO: Avaliar o desempenho auditivo de usuários de PAAO com adaptação unilateral e bilateral quanto ao reconhecimento de fala no silêncio e no ruído e na localização sonora. MÉTODOS: Estudo transversal. Pacientes usuários de PAAO unilateral atendidos no ambulatório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foram avaliados primeiramente somente com o próprio dispositivo implantado. Foram submetidos ao teste de reconhecimento de fala em cabina acústica, com lista de monossílabos. No silêncio, o sinal foi apresentado a 65dBNPS a 0° azimute. No ruído, sinal e ruído foram apresentados a 0° azimute, com relação sinal ruído de 0dB. O teste de localização sonora foi realizado em laboratório de habilidades auditivas. O paciente foi posicionado ao centro de oito alto-falantes, visivelmente numerados, dispostos a 45° de distância, num raio de 1,20 metros. O estímulo usado foi uma palavra trissílaba gravada, apresentada três vezes em cada alto-falante randomicamente, após treino. Foi solicitado que o paciente identificasse a fonte do estímulo sonoro apontando e/ou falando o número correspondente ao altofalante. A análise foi calculada em desvio angular da resposta correta. Para a adaptação bilateral, foi utilizada faixa elástica com dispositivo semelhante ao implantado e o paciente foi submetido aos mesmos testes, nas mesmas condições. RESULTADOS: Foram avaliados 16 pacientes, de ambos os sexos, com média de idade de 24,2 anos. No teste de reconhecimento de fala no silêncio, a média de acertos de monossílabos com a adaptação unilateral foi de 71,5% e com a bilateral de 78,2%. No reconhecimento de fala no ruído, a média de acertos foi de 61% de acertos com adaptação unilateral e 72,2% com a bilateral. A média de desvio angular no teste de localização sonora foi de 80,48° com adaptação unilateral e de 68,08° com adaptação bilateral. Os resultados com a adaptação bilateral foram estatisticamente melhores do que com a adaptação unilateral em todos os testes. CONCLUSÕES: A adaptação bilateral é melhor do que a adaptação unilateral nas habilidades de reconhecimento de fala no silêncio, reconhecimento de fala no ruído e na localização sonoraINTRODUCTION: The bilateral fitting of bone-anchored hearing devices (BAHD) is a controversial subject, since both cochleae receive stimulation with the fitting of a single device. However, the co-occurrence of interaural attenuation and the time delay that the sound takes to reach the contralateral cochlea can lead to different responses in the two ears, which can lead to greater difficulty in sound localization and speech recognition in the presence of noise in unilateral BAHD users. Studies evaluating the advantage of bilateral fitting over unilateral fitting with good quality of evidence and performed with objective methods are scarce. With the advancement of technology and the availability of new devices, it is important that studies on the evaluation of the real cost-benefit of bilateral implantation and fitting are current and based on objective evaluations. OBJECTIVE: To evaluate the auditory performance of BAHD users with unilateral and bilateral fitting regarding speech recognition in silence and noise and sound localization. METHODS: Cross-sectional study. Patients using unilateral BAHD treated at the Hospital das Clínicas of the Medicine School of the University of São Paulo were first evaluated only with the device itself implanted. They were submitted to the speech recognition test in an acoustic booth, with a list of monosyllables. In silence, the signal was presented at 65dBSPL at 0° azimuth. In noise, signal and noise were presented at 0° azimuth, with a signal-to-noise ratio of 0dB. The sound localization test was carried out in an auditory skills laboratory. The patient was positioned at the center of eight loudspeakers, visibly numbered, placed at a distance of 45°, within a radius of 1.20 meters. The stimulus used was a recorded three-syllable word, randomly presented three times in each speaker, after training. The patient was asked to identify the source of the sound stimulus by pointing and/or speaking the number corresponding to the loudspeaker. The analysis was calculated in angular deviation from the correct answer. For bilateral fitting, an elastic band with a device similar to the implant was used and the patient was submitted to the same tests, under the same conditions. RESULTS: Sixteen male and female patients with a mean age of 24.2 years were evaluated. In the speech recognition test in silence, the mean number of correct answers for monosyllables with the unilateral fitting was 71.5% and with the bilateral fitting, 78.2%. In speech recognition in noise, the mean number of correct answers was 61% with unilateral fitting and 72.2% with bilateral fitting. The average angular deviation in the sound localization test was 80.48° with unilateral fitting and 68.08° with bilateral fitting. Results with bilateral fitting were statistically better than with unilateral fitting in all tests. CONCLUSIONS: Bilateral fitting is better than unilateral fitting in speech recognition in quiet, speech recognition in noise and sound localization skillsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBento, Ricardo FerreiraUeda, Cynthia Harumi Yokoyama2023-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5143/tde-04042024-145826/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-04-12T17:13:02Zoai:teses.usp.br:tde-04042024-145826Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-04-12T17:13:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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