Análise do sincronismo cardíaco pela cintilografia miocárdica em portadores de terapia de ressincronização cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Bruna Gomes de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-08022022-144107/
Resumo: O tratamento da insuficiência cardíaca sofreu grandes avanços terapêuticos nas últimas décadas, dentre eles, a terapia de ressincronização cardíaca (TRC), estratégia capaz de reduzir sintomas, internação e mortalidade, além de melhorar a capacidade funcional e qualidade de vida. Sabe-se que, atualmente, até 30% dos pacientes submetidos à TRC não apresentam resposta satisfatória. O objetivo do presente estudo foi avaliar a presença de melhora no sincronismo mecânico do ventrículo esquerdo em portadores de TRC, através do software Synctool utilizado na técnica de cintilografia de perfusão miocárdica (CPM), bem como relacionar os dados obtidos com melhora clínica, definida por redução de pelo menos 1 classe funcional pela classificação da New York Heart Association e redução de pelo menos 5 pontos no Minessota Living With Heart Failure Questionnaire (MLHFQ), e ainda relacionar com demais variáveis epidemiológicas, clínicas, cintilográficas e eletrocardiográficas. 31 pacientes portadores de TRC foram submetidos à realização de CPM e eletrocardiograma em 2 diferentes momentos: TRC ligada e desligada. Os dados cintilográficos sofreram análise do dissincronismo cardíaco pelo Software SyncTool. Também fora aplicado questionário sobre a qualidade de vida e coletados dados clínicos acerca dos períodos antes e após implante do dispositivo cardíaco. Como resultados, pode-se notar que houve melhora no sincronismo com redução da banda de histograma (H) (215,6 ± 74,7° vs. 149,9 ± 67,9°; p < 0,001) e do desvio padrão de fase (DP) (65,3 ± 21,7° vs. 53,1 ± 22,7°; p < 0,001), após a TRC ser ligada. Os pacientes que apresentaram melhora da sincronia tiveram maior frequência de melhora clínica (p = 0,026) e obtiveram menores valores de volume diastólico final do ventrículo esquerdo (VE) (204,4 ± 100,4 ml vs. 304,3 ± 77,2 ml; p = 0,028) e de volume sistólico final do VE (120,2 ± 88,8 ml vs. 197,5 ± 51,6 ml; p = 0,026). Quando examinada a melhora clínica, 23 (74,1%) pacientes foram tidos como respondedores e 8 (25,9%) como não respondedores. Os respondedores apresentaram aumento significativo da fração de ejeção do VE (38,4 ± 14,1 vs. 47,9 ± 15,3; p < 0,001). Os não-respondedores tiveram maior média de acometimento miocárdico por fibrose (12,9 ± 5,5% vs. 5,7 ± 8,4%; p = 0,033); ao passo que, apresentaram menor percentual de localização da região de última ativação mecânica nas paredes lateral e ínferolateral (12,5% vs. 56,5%; p = 0,045). Com os resultados obtidos, pode-se concluir que, no grupo estudado, a terapia de ressincronização cardíaca mostrou-se capaz de melhorar o sincronismo mecânico do ventrículo esquerdo. Conclui-se também que a melhora da sincronia mecânica está significativamente associada à melhora clínica e a um marcante remodelamento reverso; e que presença de fibrose e a última região de ativação mecânica localizada em parede lateral e ínfero-lateral são fatores preditores de resposta à TRC.
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O objetivo do presente estudo foi avaliar a presença de melhora no sincronismo mecânico do ventrículo esquerdo em portadores de TRC, através do software Synctool utilizado na técnica de cintilografia de perfusão miocárdica (CPM), bem como relacionar os dados obtidos com melhora clínica, definida por redução de pelo menos 1 classe funcional pela classificação da New York Heart Association e redução de pelo menos 5 pontos no Minessota Living With Heart Failure Questionnaire (MLHFQ), e ainda relacionar com demais variáveis epidemiológicas, clínicas, cintilográficas e eletrocardiográficas. 31 pacientes portadores de TRC foram submetidos à realização de CPM e eletrocardiograma em 2 diferentes momentos: TRC ligada e desligada. Os dados cintilográficos sofreram análise do dissincronismo cardíaco pelo Software SyncTool. Também fora aplicado questionário sobre a qualidade de vida e coletados dados clínicos acerca dos períodos antes e após implante do dispositivo cardíaco. Como resultados, pode-se notar que houve melhora no sincronismo com redução da banda de histograma (H) (215,6 ± 74,7° vs. 149,9 ± 67,9°; p < 0,001) e do desvio padrão de fase (DP) (65,3 ± 21,7° vs. 53,1 ± 22,7°; p < 0,001), após a TRC ser ligada. Os pacientes que apresentaram melhora da sincronia tiveram maior frequência de melhora clínica (p = 0,026) e obtiveram menores valores de volume diastólico final do ventrículo esquerdo (VE) (204,4 ± 100,4 ml vs. 304,3 ± 77,2 ml; p = 0,028) e de volume sistólico final do VE (120,2 ± 88,8 ml vs. 197,5 ± 51,6 ml; p = 0,026). Quando examinada a melhora clínica, 23 (74,1%) pacientes foram tidos como respondedores e 8 (25,9%) como não respondedores. Os respondedores apresentaram aumento significativo da fração de ejeção do VE (38,4 ± 14,1 vs. 47,9 ± 15,3; p < 0,001). Os não-respondedores tiveram maior média de acometimento miocárdico por fibrose (12,9 ± 5,5% vs. 5,7 ± 8,4%; p = 0,033); ao passo que, apresentaram menor percentual de localização da região de última ativação mecânica nas paredes lateral e ínferolateral (12,5% vs. 56,5%; p = 0,045). Com os resultados obtidos, pode-se concluir que, no grupo estudado, a terapia de ressincronização cardíaca mostrou-se capaz de melhorar o sincronismo mecânico do ventrículo esquerdo. Conclui-se também que a melhora da sincronia mecânica está significativamente associada à melhora clínica e a um marcante remodelamento reverso; e que presença de fibrose e a última região de ativação mecânica localizada em parede lateral e ínfero-lateral são fatores preditores de resposta à TRC.The treatment of heart failure had great therapeutic advances in the last decades, including cardiac resynchronization therapy (CRT), a new strategy able to reducing symptoms, hospitalization and mortality, as well as improving functional capacity and quality of life. Its known that currently, up to 30% of patients submitted to implantation of the device do not answer satisfactorily. The objective of this study was to evaluate the presence of improvement in left ventricular mechanical synchronism in patients with CRT, by SyncTool Software derived from rest gated-SPECT myocardial perfusion images, and to relate the data obtained with clinical improvement, defined by a reduction of at least 1 functional class, according to New York Heart Association classification, and a reduction of at least 5 points in the Minessota Living With Heart Failure Questionnaire (MLHFQ), and also relate to other epidemiological and clinical variables, as well as, to eletrocardiogram and gated-SPECT parameters. 31 patients with CRT were submitted to gated-SPECT and electrocardiogram at 2 different times: CRT on and off. Gated-SPECT data were analyzed for cardiac dyssynchronism by the SyncTool software. A quality of life questionnaire and clinical data were collected about the periods before and after implantation of the cardiac device. As a result, there was an improvement in synchronism with histogram bandwith reduction (215.6 ± 74.7 ° vs. 149.9 ± 67.9 °; p < 0.001) and phase standard deviation reduction (65.3 ± 21.7 ° vs. 53.1 ± 22.7 °; p < 0.001), after CRT is turned on. Patients who improved synchronism had a higher frequency of clinical improvement (p = 0.026) and obtained lower values of left ventricular (LV) end-diastolic volume (204.4 ± 100.4 ml vs. 304.3 ± 77.2 ml; p = 0.028) and LV end systolic volume (120.2 ± 88.8 ml vs. 197.5 ± 51.6 ml; p = 0.026). When clinical improvement was examined, 23 (74.1%) patients were considered as responders and 8 (25.9%) as non-responders. The responders showed a significant increase in the LV ejection fraction (38.4 ± 14.1 vs. 47.9 ± 15.3; p < 0.001). Nonresponders had a higher mean of myocardial fibrosis (12.9 ± 5.5% vs. 5.7 ± 8.4%; p = 0.033); and a lower percentage of localization of the region of last mechanical activation at lateral and inferolateral walls (12.5% vs. 56.5%; p = 0.045). With the results obtained, it can be concluded that, in the studied group, the cardiac resyncronization therapy was able to improve the left ventricular mechanical synchronism. Its also concluded that the improvement of mechanical synchronism is significantly associated with clinical improvement and a marked reverse remodeling; and that the presence of fibrosis and the last region of mechanical activation located on the lateral and inferolateral walls are predictors of response to CRT.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSmanio, Paola Emanuela PoggioMedeiros, Bruna Gomes de2021-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-08022022-144107/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-05-11T14:43:40Zoai:teses.usp.br:tde-08022022-144107Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-05-11T14:43:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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