Fragilidade e qualidade de vida de idosos com doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batista, Marcelo Aparecido
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-06052016-160328/
Resumo: Introdução: A expectativa de vida dos brasileiros cresce a cada ano; com isso, os idosos vivem mais, e fatores como, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes mellitus e o próprio processo de envelhecimento os tornam suscetíveis à doença renal crônica (DRC). Com a DRC, esses idosos têm maiores chances de desenvolverem a fragilidade e terem consequências desfavoráveis na Qualidade de Vida (QV). Objetivo geral: Analisar a relação entre as variáveis independentes (fragilidade, características sociodemográficas e clínicas) e a variável desfecho (QV) de idosos com DRC em tratamento conservador, hemodiálise (HD) e diálise peritoneal (DP). Material e método: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e transversal. Participaram idosos com 60 anos ou mais, com DRC em tratamento conservador, HD ou DP, que estavam, no mínimo, há seis meses em tratamento e em acompanhamento em um hospital público de Ribeirão Preto-SP. A coleta de dados ocorreu de outubro/14 a março/15, utilizando-se os seguintes instrumentos: de caracterização sociodemográfica, econômica e clínica adaptado; para avaliar a fragilidade, a Edmonton Frail Scale (EFS); para avaliar a QV, o WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD; para avaliar a cognição, o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Foram realizadas análises estatísticas descritivas, teste de correlação de Spearman e análise de variância multivariada (MANOVA) para as variáveis de interesse. O nível de significância adotado foi de 5%. O projeto foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos com CAAE número 34923214.0.0000.5393; seguiu-se as recomendações da Resolução CNS 466/2012. Resultados: Participaram 77 idosos, sendo 35 em tratamento conservador, 14 em DP e 28 em HD. A maioria era homem (41; 53,2%) e tinha companheiro(a) (51; 66,2%). A média dos escores de fragilidade entre os tratamentos foi: tratamento conservador (7,71±3,10); DP (6,79±2,72) e HD (7,36±2,92). No WHOQOL-BREF, os domínios relações sociais e físico obtiveram maior e menor escores médios, respectivamente, (68,93±17,48) e (55,44±14,11). O WHOQOL-OLD apresentou a maior média na faceta Intimidade (68,67±16,45) e menor média na faceta Morte e morrer (37,66±22,76). Foram encontradas correlações inversas entre a idade e o escore do MEEM (p=0,001) e entre anos de estudo e fragilidade (p=0,016); por outro lado, houve correlações positivas entre os escores do MEEM e anos de estudo (p<0,001), entre número de complicações da DRC e fragilidade (p<0,001) e número de comorbidades e fragilidade (p<0,001). Em relação à QV, houve correlação positiva entre o escore global do WHOQOL-BREF e o escore da faceta global do WHOQOL-OLD, bem como correlação inversa entre os escores globais desses instrumentos com os escores de fragilidade (p<0,00; p=0,023). Na MANOVA, o tipo de tratamento e o número de complicações não influenciaram a QV, porém a fragilidade apresentou relação com o constructo, sendo que, para o aumento de um ponto na escala da fragilidade, a QV apresentou redução média de 1,38 no escore global do WHOQOL-BREF e 0,82 no escore global do WHOQOL-OLD, considerando pertencer ao mesmo tipo de tratamento. Conclusão: os pacientes com DRC apresentaram piores escores médios de QV mediante a maiores escores de fragilidade, independentemente do tipo de tratamento e considerando-se a mesma média de complicações
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Material e método: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e transversal. Participaram idosos com 60 anos ou mais, com DRC em tratamento conservador, HD ou DP, que estavam, no mínimo, há seis meses em tratamento e em acompanhamento em um hospital público de Ribeirão Preto-SP. A coleta de dados ocorreu de outubro/14 a março/15, utilizando-se os seguintes instrumentos: de caracterização sociodemográfica, econômica e clínica adaptado; para avaliar a fragilidade, a Edmonton Frail Scale (EFS); para avaliar a QV, o WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD; para avaliar a cognição, o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Foram realizadas análises estatísticas descritivas, teste de correlação de Spearman e análise de variância multivariada (MANOVA) para as variáveis de interesse. O nível de significância adotado foi de 5%. O projeto foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos com CAAE número 34923214.0.0000.5393; seguiu-se as recomendações da Resolução CNS 466/2012. Resultados: Participaram 77 idosos, sendo 35 em tratamento conservador, 14 em DP e 28 em HD. A maioria era homem (41; 53,2%) e tinha companheiro(a) (51; 66,2%). A média dos escores de fragilidade entre os tratamentos foi: tratamento conservador (7,71±3,10); DP (6,79±2,72) e HD (7,36±2,92). No WHOQOL-BREF, os domínios relações sociais e físico obtiveram maior e menor escores médios, respectivamente, (68,93±17,48) e (55,44±14,11). O WHOQOL-OLD apresentou a maior média na faceta Intimidade (68,67±16,45) e menor média na faceta Morte e morrer (37,66±22,76). Foram encontradas correlações inversas entre a idade e o escore do MEEM (p=0,001) e entre anos de estudo e fragilidade (p=0,016); por outro lado, houve correlações positivas entre os escores do MEEM e anos de estudo (p<0,001), entre número de complicações da DRC e fragilidade (p<0,001) e número de comorbidades e fragilidade (p<0,001). Em relação à QV, houve correlação positiva entre o escore global do WHOQOL-BREF e o escore da faceta global do WHOQOL-OLD, bem como correlação inversa entre os escores globais desses instrumentos com os escores de fragilidade (p<0,00; p=0,023). Na MANOVA, o tipo de tratamento e o número de complicações não influenciaram a QV, porém a fragilidade apresentou relação com o constructo, sendo que, para o aumento de um ponto na escala da fragilidade, a QV apresentou redução média de 1,38 no escore global do WHOQOL-BREF e 0,82 no escore global do WHOQOL-OLD, considerando pertencer ao mesmo tipo de tratamento. Conclusão: os pacientes com DRC apresentaram piores escores médios de QV mediante a maiores escores de fragilidade, independentemente do tipo de tratamento e considerando-se a mesma média de complicaçõesIntroduction: The life expectancy of Brazilians grows every year; with this, the elderly live longer, and factors such as systemic hypertension, diabetes mellitus and aging process itself makes them susceptible to chronic kidney disease (CKD). With the CKD, these seniors are more likely to develop the frailty and have adverse effects on quality of life (QOL). General Objective: To analyze the relationship between the independent variables (frailty, sociodemographic and clinical characteristics) and the outcome variable (QOL) of elderly patients with CKD in conservative treatment, hemodialysis (HD) and peritoneal dialysis (PD). Methods: This is a quantitative, descriptive and cross-sectional survey. Participated elderly aged 60 or more with CKD in conservative treatment, HD or PD, who were at least six months in treatment and follow-up at a public hospital in Ribeirão Preto-SP. Data collection took place from October/14 to March/15, using the following instruments: of sociodemographic characterization, economic and clinical adapted; to evaluate the frailty of Edmonton Frail Scale (EFS); to evaluate QOL, the WHOQOL-BREF and WHOQOL-OLD; to evaluate cognition, the Mini-Mental State Examination (MMSE). Descriptive statistical analyzes, Spearman correlation test and multivariate analysis of variance (MANOVA) for the variables of interest were performed. The significance level adopted was 5%. The project was approved by the Research Ethics Committee with humans with CAAE number 34923214.0.0000.5393; the recommendations of Resolution CNS 466/2012 were followed. Results: 77 elderly participated, 35 in conservative treatment, 14 PD and 28 on HD. Most were male (41; 53.2%) and had a partner (51; 66.2%). The average of frailty scores between treatments was: conservative treatment (7.71 ± 3.10); PD (6.79 ± 2.72) and HD (7.36 ± 2.92). In the WHOQOL-BREF, social relations and physical domains obtained highest and lowest mean scores, respectively (68.93 ± 17.48) and (55.44 ± 14.11). The WHOQOL-OLD had the highest average in the intimacy facet (68.67 ± 16.45) and the lowest average in death and dying facet (37.66 ± 22.76). Inverse correlations were found between age and MMSE score (p = 0.001) and between years of study and frailty (p = 0.016); By contrast, there was positive correlation between the MMSE scores and years of education (p <0.001), between the CKD number of complications and fragility (p <0.001) and number of comorbidities and fragility (p <0.001). Regarding the QOL, there was a positive correlation between the total score of the WHOQOL-BREF and the score of the global facet of the WHOQOL-OLD, and inverse correlation between the global scores of these instruments with the frailty scores (p <0.00; p = 0.023). In MANOVA, the type of treatment and the number of complications did not influence QOL, but the frailty was correlated with the construct, and, for an increase of one point on the scale of frailty, QOL showed a mean reduction of 1.38 in overall score of WHOQOL-BREF and 0.82 in the global score of the WHOQOL-OLD, considering that they belong to the same type of treatment. Conclusion: Patients with CKD presented worse average scores of QOL by greater frailty scores, regardless of the type of treatment and considering the same average complicationsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKusumota, LucianaBatista, Marcelo Aparecido2016-02-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-06052016-160328/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:18Zoai:teses.usp.br:tde-06052016-160328Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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