Cultura organizacional e emoções: um estudo sobre o uso de estratégias de regulação emocional em uma empresa brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ortiz, Marcela Zucherato Ribeiro
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-13012022-192051/
Resumo: Este estudo teve como foco a investigação da relação entre cultura organizacional e o uso de estratégias de regulação emocional por funcionários de uma empresa a fim de observar a cultura emocional da organização. As emoções são situacionais e, portanto, geradas por eventos. O evento gerador do contexto no qual a pesquisa foi realizada foi a pandemia do COVID-19, iniciada em 2020. As finalidades específicas deste trabalho foram mapear a cultura organizacional de uma empresa, identificar quais demandas surgiram para os seus empregados com a pandemia e identificar quais estratégias de regulação emocional foram utilizadas para lidar com essas novas demandas, a fim de observar se a cultura organizacional gera potencialidades ou limitações na forma como os empregados regulam suas emoções. Os pontos de partida conceituais que orientaram o trabalho foram: cultura organizacional, regulação emocional e cultura emocional. A cultura organizacional se forma a partir de pressupostos básicos, geralmente reflexo da visão de mundo dos fundadores, que orientam o desenvolvimento da empresa e a forma como ela resolve seus problemas de adaptação externa e integração interna. A regulação emocional é a forma como as pessoas reagem aos eventos afetivos e como o uso de diferentes estratégias de regulação emocional pode levar a diferentes resultados e comportamentos. O conceito de cultura emocional foi utilizado na integração entre os dois primeiros temas, trazendo o entendimento de que a expressão das emoções é norteada por normas e padrões culturais. A pesquisa realizada foi qualitativa, descritiva e exploratória. O estudo foi realizado em uma empresa brasileira de médio porte (pela classificação do SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2013) que atua no setor metalúrgico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com funcionários das áreas administrativa e fabril. Foi também realizada análise de documentos internos da empresa e dados secundários públicos, apoiando a triangulação de dados e acurácia do entendimento da cultura organizacional. Os resultados contribuíram para a teoria de cultura emocional de amor compassivo (Barsade & Oneill, 2014), indicando que a ocorrência de afeto, compaixão e cuidado entre os empregados de uma organização tem relação com a baixa incidência de casos de exaustão emocional, mesmo considerando a vivência de um evento crítico como a pandemia do COVID-19. Os resultados demonstram que a organização possui uma cultura organizacional desenvolvida a partir da ideia de que as coisas podem ser feitas de forma correta, e essa característica permeia diversos comportamentos, especialmente o foco na resolução de problemas. Essa mesma característica prática foi observada no uso de estratégias de regulação emocional, evidenciando a relação entre os dois temas. Foi, então, explorado que apesar de as emoções serem um estado psicológico individual, a forma de lidar com elas pode ser potencializada ou limitada pela cultura organizacional, o que fortalece a ideia da existência de uma cultura emocional nas organizações.
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As finalidades específicas deste trabalho foram mapear a cultura organizacional de uma empresa, identificar quais demandas surgiram para os seus empregados com a pandemia e identificar quais estratégias de regulação emocional foram utilizadas para lidar com essas novas demandas, a fim de observar se a cultura organizacional gera potencialidades ou limitações na forma como os empregados regulam suas emoções. Os pontos de partida conceituais que orientaram o trabalho foram: cultura organizacional, regulação emocional e cultura emocional. A cultura organizacional se forma a partir de pressupostos básicos, geralmente reflexo da visão de mundo dos fundadores, que orientam o desenvolvimento da empresa e a forma como ela resolve seus problemas de adaptação externa e integração interna. A regulação emocional é a forma como as pessoas reagem aos eventos afetivos e como o uso de diferentes estratégias de regulação emocional pode levar a diferentes resultados e comportamentos. O conceito de cultura emocional foi utilizado na integração entre os dois primeiros temas, trazendo o entendimento de que a expressão das emoções é norteada por normas e padrões culturais. A pesquisa realizada foi qualitativa, descritiva e exploratória. O estudo foi realizado em uma empresa brasileira de médio porte (pela classificação do SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2013) que atua no setor metalúrgico. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com funcionários das áreas administrativa e fabril. Foi também realizada análise de documentos internos da empresa e dados secundários públicos, apoiando a triangulação de dados e acurácia do entendimento da cultura organizacional. Os resultados contribuíram para a teoria de cultura emocional de amor compassivo (Barsade & Oneill, 2014), indicando que a ocorrência de afeto, compaixão e cuidado entre os empregados de uma organização tem relação com a baixa incidência de casos de exaustão emocional, mesmo considerando a vivência de um evento crítico como a pandemia do COVID-19. Os resultados demonstram que a organização possui uma cultura organizacional desenvolvida a partir da ideia de que as coisas podem ser feitas de forma correta, e essa característica permeia diversos comportamentos, especialmente o foco na resolução de problemas. Essa mesma característica prática foi observada no uso de estratégias de regulação emocional, evidenciando a relação entre os dois temas. Foi, então, explorado que apesar de as emoções serem um estado psicológico individual, a forma de lidar com elas pode ser potencializada ou limitada pela cultura organizacional, o que fortalece a ideia da existência de uma cultura emocional nas organizações.The present study focused on the relation between organizational culture and the use of emotional regulation strategies by employees of a Brazilian company. Emotions are situational and, therefore, caused by events. The event used on this study was the COVID-19 pandemic, which began in 2020. The specific goals of this study were to map the cultural organization of said company and identify what demands would appear to these employees because of the pandemic and identify what emotional regulation strategies were used to deal with these new demands. The conceptual starting points that guided this study were: organizational culture, emotional regulation and emotional culture. Organizational culture is formed from basic assumptions that are usually the founders reflexes of their thought world which guide the companys development and the method it uses to solve external adaptation and internal integration problems. Emotional regulation is the way people react to emotional events and how the use of different emotional regulation strategies can lead to different results and behaviors. The concept of emotional culture was used in the integration between the first two subjects, bringing the understanding that the expression of emotions is guided by cultural norms and standards. The research carried out was qualitative, descriptive and exploratory. The study was realized at a metallurgic medium-sized Brazilian company (classified as such by SEBRAE, Brazilian Micro and Small Business Support Service, 2013). Semi-structured interviews were realized with employees from the HR and production areas. Internal documents and public data were also analyzed, contributing to the data triangulation and an understanding of the organizational culture accuracy. The results contributed to the theory of emotional culture of compassionate love (Barsade & O\'neill, 2014), indicating that the occurrence of affection, compassion and care among employees of an organization is related to the low incidence of cases of emotional exhaustion, even considering the experience of a critical event such as the COVID-19 pandemic. The results demonstrate that the organization has an organizational culture developed from the idea that things can be done correctly, and this characteristic permeates several behaviors, especially the focus on problem solving. This same practical characteristic was observed in the use of emotion regulation strategies, showing the relationship between the two themes. It was, then, exploroited that, although emotions are an individual psychological state of mind, the way to deal with them can be potentiated or limited by organizational culture, which strengthens the idea of the existence of an emotional culture in organizations.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAmorim, Wilson Aparecido Costa deOrtiz, Marcela Zucherato Ribeiro2021-09-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-13012022-192051/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-02-01T22:03:02Zoai:teses.usp.br:tde-13012022-192051Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-02-01T22:03:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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