Resposta vacinal em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-03102022-084746/ |
Resumo: | Introdução: Nos pacientes que realizam transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), a morbilidade e a mortalidade estão frequentemente relacionadas com doenças infecciosas, muitas delas passíveis de prevenção imunológica. Rotineiramente, esquemas de revacinação são aplicados após o transplante, porém seu potencial imunogênico nesses pacientes é pouco conhecido. O presente estudo visa avaliar a resposta imunológica de pacientes submetidos a TCTH a vacinas inativadas e vivas atenuadas. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, com coleta de dados clínicos e amostras de sangue de pacientes em seguimento pós-transplante autólogo ou alogênico, para tratamento de leucemias, falências medulares, doenças autoimunes e hemoglobinopatias. Dois grupos de pacientes foram avaliados de janeiro de 2018 até dezembro de 2020. No grupo A avaliou-se a resposta vacinal para difteria, tétano e pertussis aos 6 meses pós-transplante (prévacinação), e aos 12 meses pós-transplante (pós-vacinação); e no grupo B avaliou-se a resposta vacinal ao sarampo aos 24 meses pós-transplante (pré-vacinação) e aos 30 meses póstransplante (pós-vacinação). Os grupos foram analisados quanto à resposta vacinal, definida através de títulos de anticorpos específicos contra as vacinas, antes e após a imunização. Os resultados foram correlacionados com características clínicas dos pacientes e dos transplantes. Resultados: Em nosso estudo, identificamos que a vacina dTpa provoca uma adequada resposta vacinal contra difteria e tétano em pacientes pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas. Porém, uma proporção importante de pacientes não atingiu níveis adequados para garantir proteção de longo prazo. Além disso, a resposta vacinal contra a pertussis mostrou-se deficiente. Também identificamos uma melhor resposta vacinal contra difteria nas crianças do que nos adultos, resultado que precisa ser comprovado por estudos com maior número de pacientes, mas que demonstra especificidades do sistema imunológico infantil. Com relação à imunização contra o sarampo, metade do grupo respondeu, porém com um número muito pequeno de pacientes para definir se houve resposta adequada à vacinação. Fatores como o tipo de transplante, regime de condicionamento, e uso de globulina anti-timocítica não influenciaram a resposta vacinal em nenhum dos grupos. Conclusões: Consideramos importantes os achados do nosso estudo com relação à resposta vacinal no pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas no Brasil. Acreditamos que novos estudos poderão dar continuidade a esses achados iniciais, contribuindo para melhorar e padronizar a assistência vacinal aos pacientes transplantados. Os transplantes são uma área da saúde em franco progresso, com cada vez maior sobrevida do paciente transplantado, portanto torna-se importante garantir a adequada proteção contra infecções. |
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Resposta vacinal em pacientes submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão PretoVaccine response in hematopoietic stem cell transplantation at the Clinical Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão PretoHematopoietic stem cell transplantationImmunizationImunizaçãoResposta vacinalTransplante de células-tronco hematopoiéticasVaccine responseVaccinesVacinasIntrodução: Nos pacientes que realizam transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), a morbilidade e a mortalidade estão frequentemente relacionadas com doenças infecciosas, muitas delas passíveis de prevenção imunológica. Rotineiramente, esquemas de revacinação são aplicados após o transplante, porém seu potencial imunogênico nesses pacientes é pouco conhecido. O presente estudo visa avaliar a resposta imunológica de pacientes submetidos a TCTH a vacinas inativadas e vivas atenuadas. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, com coleta de dados clínicos e amostras de sangue de pacientes em seguimento pós-transplante autólogo ou alogênico, para tratamento de leucemias, falências medulares, doenças autoimunes e hemoglobinopatias. Dois grupos de pacientes foram avaliados de janeiro de 2018 até dezembro de 2020. No grupo A avaliou-se a resposta vacinal para difteria, tétano e pertussis aos 6 meses pós-transplante (prévacinação), e aos 12 meses pós-transplante (pós-vacinação); e no grupo B avaliou-se a resposta vacinal ao sarampo aos 24 meses pós-transplante (pré-vacinação) e aos 30 meses póstransplante (pós-vacinação). Os grupos foram analisados quanto à resposta vacinal, definida através de títulos de anticorpos específicos contra as vacinas, antes e após a imunização. Os resultados foram correlacionados com características clínicas dos pacientes e dos transplantes. Resultados: Em nosso estudo, identificamos que a vacina dTpa provoca uma adequada resposta vacinal contra difteria e tétano em pacientes pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas. Porém, uma proporção importante de pacientes não atingiu níveis adequados para garantir proteção de longo prazo. Além disso, a resposta vacinal contra a pertussis mostrou-se deficiente. Também identificamos uma melhor resposta vacinal contra difteria nas crianças do que nos adultos, resultado que precisa ser comprovado por estudos com maior número de pacientes, mas que demonstra especificidades do sistema imunológico infantil. Com relação à imunização contra o sarampo, metade do grupo respondeu, porém com um número muito pequeno de pacientes para definir se houve resposta adequada à vacinação. Fatores como o tipo de transplante, regime de condicionamento, e uso de globulina anti-timocítica não influenciaram a resposta vacinal em nenhum dos grupos. Conclusões: Consideramos importantes os achados do nosso estudo com relação à resposta vacinal no pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas no Brasil. Acreditamos que novos estudos poderão dar continuidade a esses achados iniciais, contribuindo para melhorar e padronizar a assistência vacinal aos pacientes transplantados. Os transplantes são uma área da saúde em franco progresso, com cada vez maior sobrevida do paciente transplantado, portanto torna-se importante garantir a adequada proteção contra infecções.Background: in hematopoietic stem cell transplantation, morbidity and mortality are largely related to infectious diseases, many of them subject to immunological prevention. Routinely, revaccination regimens are applied after transplantation, although their immunogenic potential in patients is poorly evaluated. The present study aims to evaluate the immune response to inactivated and live vaccines in patients treated with hematopoietic stem cell transplantation (HSCT). Methodology: This is a prospective, longitudinal study, including patients that underwent autologous or allogeneic post-transplantation for the treatment of leukemias, bone marrow failure, autoimmune diseases, and hemoglobinopathies. Patients were recruited from January 2018 to December 2020 and were divided into two groups. Group A was evaluated for vaccine responses to diphtheria, tetanus and pertussis at 6 months after transplant (pre-vaccination), and at 12 months after transplant (post-vaccination). Group B was evaluated for vaccine responses to measles at 24 months post-transplant (pre-vaccination), and 30 months after transplant (postvaccination). Vaccine response was determined according to specific anti-vaccine antibody titers, before and after immunizations. The results were correlated with patients and transplant characteristics. Results: In our study we identified that the dTpa vaccine induced an adequate vaccine response for diphtheria and tetanus in patients after HSCT. However, an important proportion of patients did not meet long-term protection antibody levels. In addition, the vaccine response to pertussis immunization was insufficient to warrant protection. We also identified better vaccine responses against diphtheria in children than in adults. While these results should be confirmed by studies with a larger number of patients, they show how the child\'s immune system has specificities. Regarding the measles response, half of the group responded, but with few patients to define an adequate response to vaccination. Type of transplant, conditioning regimen, and use of anti-thymocyte globulin did not affect responses to vaccination. Conclusions: This is an important study that evaluated vaccine responses after HSCT in Brazil. Further studies can help to improve and standardize the vaccination in the post-transplantation setting. Transplants are an area of health in full progress and increasing importance. As survival of the transplanted patient increases, it becomes essential to ensure adequate protection against infections.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRodrigues, Maria Carolina de OliveiraPaternina de La Ossa, Rolando Andres2022-07-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-03102022-084746/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-10-31T14:50:23Zoai:teses.usp.br:tde-03102022-084746Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-10-31T14:50:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Nos pacientes que realizam transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), a morbilidade e a mortalidade estão frequentemente relacionadas com doenças infecciosas, muitas delas passíveis de prevenção imunológica. Rotineiramente, esquemas de revacinação são aplicados após o transplante, porém seu potencial imunogênico nesses pacientes é pouco conhecido. O presente estudo visa avaliar a resposta imunológica de pacientes submetidos a TCTH a vacinas inativadas e vivas atenuadas. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, com coleta de dados clínicos e amostras de sangue de pacientes em seguimento pós-transplante autólogo ou alogênico, para tratamento de leucemias, falências medulares, doenças autoimunes e hemoglobinopatias. Dois grupos de pacientes foram avaliados de janeiro de 2018 até dezembro de 2020. No grupo A avaliou-se a resposta vacinal para difteria, tétano e pertussis aos 6 meses pós-transplante (prévacinação), e aos 12 meses pós-transplante (pós-vacinação); e no grupo B avaliou-se a resposta vacinal ao sarampo aos 24 meses pós-transplante (pré-vacinação) e aos 30 meses póstransplante (pós-vacinação). Os grupos foram analisados quanto à resposta vacinal, definida através de títulos de anticorpos específicos contra as vacinas, antes e após a imunização. Os resultados foram correlacionados com características clínicas dos pacientes e dos transplantes. Resultados: Em nosso estudo, identificamos que a vacina dTpa provoca uma adequada resposta vacinal contra difteria e tétano em pacientes pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas. Porém, uma proporção importante de pacientes não atingiu níveis adequados para garantir proteção de longo prazo. Além disso, a resposta vacinal contra a pertussis mostrou-se deficiente. Também identificamos uma melhor resposta vacinal contra difteria nas crianças do que nos adultos, resultado que precisa ser comprovado por estudos com maior número de pacientes, mas que demonstra especificidades do sistema imunológico infantil. Com relação à imunização contra o sarampo, metade do grupo respondeu, porém com um número muito pequeno de pacientes para definir se houve resposta adequada à vacinação. Fatores como o tipo de transplante, regime de condicionamento, e uso de globulina anti-timocítica não influenciaram a resposta vacinal em nenhum dos grupos. Conclusões: Consideramos importantes os achados do nosso estudo com relação à resposta vacinal no pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas no Brasil. Acreditamos que novos estudos poderão dar continuidade a esses achados iniciais, contribuindo para melhorar e padronizar a assistência vacinal aos pacientes transplantados. Os transplantes são uma área da saúde em franco progresso, com cada vez maior sobrevida do paciente transplantado, portanto torna-se importante garantir a adequada proteção contra infecções. |
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