Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Felipini, Ricardo Barbosa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-23072019-113501/
Resumo: A mancha-marrom de Alternaria causada pelo fungo Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\" é uma das principais doenças que acometem a cultivo de tangerinas (Citrus reticulata) e alguns de seus híbridos. A infecção ocorre principalmente em folhas e frutos jovens que senescem prematuramente. Para realização de estudos com a finalidade de obtenção de cultivares resistentes, ou para a compreensão dos processos de interação planta-patógeno, é necessária a produção massal de esporos in vitro. Este trabalho, no primeiro momento, buscou desenvolver um método eficaz de obtenção de esporos do fungo em meio de cultura. Para isso, comparou os efeitos de diferentes meios de cultura (BDA e CaCO3-A) e tipos de iluminação (LED e NUV). Além do número de esporos, características como germinação, pigmentação, formação de apressórios e patogenicidade foram avaliadas. Descobriu-se que o melhor método de produção de esporos consistiu da manutenção de colônias em meio CaCO3-A por 3 dias sob LED e em seguida por 4 dias sob NUV, com fotoperíodo de 12 h. A partir de então, no segundo momento, realizaram-se testes com técnicas de microscopia e bioquímica fitopatológica para analisar a interação entre o patógeno e folhas das cultivares suscetíveis Ponkan e Murcott e da resistente Fremont. Notou-se por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) que, independentemente da cultivar, o fungo germinou sobre as folhas, formou apressórios e entrou em cavidades estomáticas. Não foi observada, porém, a colonização de tecidos por meio de microscopia de luz. As cultivares suscetíveis responderam à inoculação com acúmulo de peróxido de hidrogênio e reação de hipersensibilidade. A cultivar resistente, por sua vez, não apresentou reação de hipersensibilidade e aumentou a síntese de enzimas relacionadas ao estresse oxidativo (SOD e CAT) e eliminação de espécies reativas de oxigênio. Como se trata de um fungo necrotrófico capaz de detoxificar espécies reativas de oxigênio, presumiu-se que a reação de hipersensibilidade e a morte celular nas cultivares suscetíveis favorecem a infecção e colonização do patógeno, enquanto que na cultivar resistente a ausência de morte celular e detoxificação de espécies reativas de oxigênio podem estar envolvidas na sua capacidade de defesa. Nas cultivares suscetíveis, verificou-se, por meio de microscopia eletrônica de transmissão (MET), plasmólise e fragmentação de membranas plasmáticas, local indicado como sítio de ação da toxina ACT produzida pelo patógeno. As células da cultivar resistente não apresentaram plasmólise ou alterações nas membranas plasmáticas em decorrência da inoculação do patógeno.
id USP_64c6777dbef45ccaba539dc8209be42a
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-23072019-113501
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e FremontAlternaria brown spot (Alternaria alternate f.sp. citri \"tangerine\" pathotype): infectious process in the cultivars Ponkan, Murcott e FremontCATCATEsporulaçãoHydrogen peroxideMETMEVMicroscopiaMicroscopyPathogenicityPatogenicidadePeróxido de hidrogênioSEMSODSODSporulationTEMA mancha-marrom de Alternaria causada pelo fungo Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\" é uma das principais doenças que acometem a cultivo de tangerinas (Citrus reticulata) e alguns de seus híbridos. A infecção ocorre principalmente em folhas e frutos jovens que senescem prematuramente. Para realização de estudos com a finalidade de obtenção de cultivares resistentes, ou para a compreensão dos processos de interação planta-patógeno, é necessária a produção massal de esporos in vitro. Este trabalho, no primeiro momento, buscou desenvolver um método eficaz de obtenção de esporos do fungo em meio de cultura. Para isso, comparou os efeitos de diferentes meios de cultura (BDA e CaCO3-A) e tipos de iluminação (LED e NUV). Além do número de esporos, características como germinação, pigmentação, formação de apressórios e patogenicidade foram avaliadas. Descobriu-se que o melhor método de produção de esporos consistiu da manutenção de colônias em meio CaCO3-A por 3 dias sob LED e em seguida por 4 dias sob NUV, com fotoperíodo de 12 h. A partir de então, no segundo momento, realizaram-se testes com técnicas de microscopia e bioquímica fitopatológica para analisar a interação entre o patógeno e folhas das cultivares suscetíveis Ponkan e Murcott e da resistente Fremont. Notou-se por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) que, independentemente da cultivar, o fungo germinou sobre as folhas, formou apressórios e entrou em cavidades estomáticas. Não foi observada, porém, a colonização de tecidos por meio de microscopia de luz. As cultivares suscetíveis responderam à inoculação com acúmulo de peróxido de hidrogênio e reação de hipersensibilidade. A cultivar resistente, por sua vez, não apresentou reação de hipersensibilidade e aumentou a síntese de enzimas relacionadas ao estresse oxidativo (SOD e CAT) e eliminação de espécies reativas de oxigênio. Como se trata de um fungo necrotrófico capaz de detoxificar espécies reativas de oxigênio, presumiu-se que a reação de hipersensibilidade e a morte celular nas cultivares suscetíveis favorecem a infecção e colonização do patógeno, enquanto que na cultivar resistente a ausência de morte celular e detoxificação de espécies reativas de oxigênio podem estar envolvidas na sua capacidade de defesa. Nas cultivares suscetíveis, verificou-se, por meio de microscopia eletrônica de transmissão (MET), plasmólise e fragmentação de membranas plasmáticas, local indicado como sítio de ação da toxina ACT produzida pelo patógeno. As células da cultivar resistente não apresentaram plasmólise ou alterações nas membranas plasmáticas em decorrência da inoculação do patógeno.Alternaria brown spot caused by Alternaria alternate f.sp. citri pathotype \"tangerine\" is a important disease that affects tangerine (Citrus reticulate), and some of its hybrids. The infection happens mainly in young leaves and fruits and may cause premature senescence of tissues. To carry out studies in order to obtain resistant cultivars, or to understand the processes of plant-pathogen interaction, it is necessary abundant in vitro spores production. This work, in the first moment, aimed to develop an efficient method for in vitro spore production of the fungus. It was compared the effects of different culture media (BDA and CaCO3-A) and light (LED and NUV). Besides the number of spores, characteristics such as germination, pigmentation, apressoria formation and pathogenicity were investigated. It was found that the best method of spore production consisted of maintaining colonies on CaCO3-A medium for 3 days under LED and then for 4 days under NUV, with photoperiod of 12 h. Thus, in the second moment, assays were carried out using microscopy and phytopathological biochemistry techniques to analyze the interaction between the pathogen and leaves of the susceptible cultivars Ponkan and Murcott, and the resistant Fremont. It was noted by scanning electron microscopy (SEM) that independently of the cultivar, the fungus germinated on the leaves, formed apressoria and grew into stomatal cavities. However, colonization of tissues was not observed by light microscopy. Susceptible cultivars responded to inoculation with accumulation of hydrogen peroxide and hypersensitivity reaction. The resistant cultivar did not show hypersensitivity reaction, but increased the synthesis of enzymes (CAT and SOD) related to oxidative stress and elimination of reactive oxygen species. As a necrotrophic pathogen able to detoxify reactive oxygen species, it was assumed that the hypersensitivity reaction and cell death in the susceptible cultivars contribute to infection and colonization of the pathogen. On the other hand, the absence of cell death and detoxification of reactive oxygen species verified in the resistant cultivar may be involved on its capacity of defense. Cell plamolysis and plasma membranes fragmentation, indicated as the site of action of the ACT toxin produced by the pathogen, were verified in the susceptible cultivars by transmission electron microscopy (TEM). The cells of the resistant cultivar did not show plasmolysis or alterations in the plasma membranes due to pathogen inoculation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJúnior, Nelson Sidnei MassolaFelipini, Ricardo Barbosa2019-02-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-23072019-113501/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-07-22T15:58:16Zoai:teses.usp.br:tde-23072019-113501Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-07-22T15:58:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
Alternaria brown spot (Alternaria alternate f.sp. citri \"tangerine\" pathotype): infectious process in the cultivars Ponkan, Murcott e Fremont
title Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
spellingShingle Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
Felipini, Ricardo Barbosa
CAT
CAT
Esporulação
Hydrogen peroxide
MET
MEV
Microscopia
Microscopy
Pathogenicity
Patogenicidade
Peróxido de hidrogênio
SEM
SOD
SOD
Sporulation
TEM
title_short Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
title_full Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
title_fullStr Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
title_full_unstemmed Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
title_sort Mancha-marrom (Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\"): processo infeccioso nas cultivares Ponkan, Murcott e Fremont
author Felipini, Ricardo Barbosa
author_facet Felipini, Ricardo Barbosa
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Júnior, Nelson Sidnei Massola
dc.contributor.author.fl_str_mv Felipini, Ricardo Barbosa
dc.subject.por.fl_str_mv CAT
CAT
Esporulação
Hydrogen peroxide
MET
MEV
Microscopia
Microscopy
Pathogenicity
Patogenicidade
Peróxido de hidrogênio
SEM
SOD
SOD
Sporulation
TEM
topic CAT
CAT
Esporulação
Hydrogen peroxide
MET
MEV
Microscopia
Microscopy
Pathogenicity
Patogenicidade
Peróxido de hidrogênio
SEM
SOD
SOD
Sporulation
TEM
description A mancha-marrom de Alternaria causada pelo fungo Alternaria alternata f.sp. citri patótipo \"tangerina\" é uma das principais doenças que acometem a cultivo de tangerinas (Citrus reticulata) e alguns de seus híbridos. A infecção ocorre principalmente em folhas e frutos jovens que senescem prematuramente. Para realização de estudos com a finalidade de obtenção de cultivares resistentes, ou para a compreensão dos processos de interação planta-patógeno, é necessária a produção massal de esporos in vitro. Este trabalho, no primeiro momento, buscou desenvolver um método eficaz de obtenção de esporos do fungo em meio de cultura. Para isso, comparou os efeitos de diferentes meios de cultura (BDA e CaCO3-A) e tipos de iluminação (LED e NUV). Além do número de esporos, características como germinação, pigmentação, formação de apressórios e patogenicidade foram avaliadas. Descobriu-se que o melhor método de produção de esporos consistiu da manutenção de colônias em meio CaCO3-A por 3 dias sob LED e em seguida por 4 dias sob NUV, com fotoperíodo de 12 h. A partir de então, no segundo momento, realizaram-se testes com técnicas de microscopia e bioquímica fitopatológica para analisar a interação entre o patógeno e folhas das cultivares suscetíveis Ponkan e Murcott e da resistente Fremont. Notou-se por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) que, independentemente da cultivar, o fungo germinou sobre as folhas, formou apressórios e entrou em cavidades estomáticas. Não foi observada, porém, a colonização de tecidos por meio de microscopia de luz. As cultivares suscetíveis responderam à inoculação com acúmulo de peróxido de hidrogênio e reação de hipersensibilidade. A cultivar resistente, por sua vez, não apresentou reação de hipersensibilidade e aumentou a síntese de enzimas relacionadas ao estresse oxidativo (SOD e CAT) e eliminação de espécies reativas de oxigênio. Como se trata de um fungo necrotrófico capaz de detoxificar espécies reativas de oxigênio, presumiu-se que a reação de hipersensibilidade e a morte celular nas cultivares suscetíveis favorecem a infecção e colonização do patógeno, enquanto que na cultivar resistente a ausência de morte celular e detoxificação de espécies reativas de oxigênio podem estar envolvidas na sua capacidade de defesa. Nas cultivares suscetíveis, verificou-se, por meio de microscopia eletrônica de transmissão (MET), plasmólise e fragmentação de membranas plasmáticas, local indicado como sítio de ação da toxina ACT produzida pelo patógeno. As células da cultivar resistente não apresentaram plasmólise ou alterações nas membranas plasmáticas em decorrência da inoculação do patógeno.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-02-15
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-23072019-113501/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-23072019-113501/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809091018849517568