Estudo do efeito de nutrientes no desempenho de reatores de manta de lodo em escala de bancada alimentados com efluentes do processamento de milho

• Autor(a) principal: Damianovic, Marcia Helena Rissato Zamariolli
• Data de Publicação: 1992
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18138/tde-01112024-173128/
• topic: .; .

Neste trabalho; apresenta-se o estudo sobre o efeito de nutrientes no desempenho de reatores de manta de lodo de bancada, alimentados com efluentes do processamento de milho. O monitoramento dos reatores de manta de lodo instalados em uma indústria de conservas alimentícias nos quais foram observados problemas de desempenho deu origem a este trabalho. Foram utilizados três reatores de manta de lodo em escala de bancada com volume útil de 0,75l, sendo operados inicialmente à temperatura ambiente e posteriormente aquecidos a temperaturas próximas de 35°C. Um dos reatores foi utilizado como controle, recebendo apenas o substrato originado a partir do processamento de milho e aos demais foram adicionados nutrientes.Um dos reatores recebeu compostos de nitrogênio e, alternadamente, de enxofre e de ferro, e o outro, compostos de nitrogênio e de ferro. O experimento constou de duas etapas divididas em fases, caracterizadas pelas alterações de taxa de carregamento orgânico (TOC em Kg DQO / m3 ) , visando a diferenciação do desempenho dos reatores. Os períodos de duração do experiente foram de 121 dias na etapa 1, quando os reatores foram alimentados continuamente,durante 24 horas por dia, e 45 de dias na etapa 2, com alimentação de 10 horas por dia. O inóculo utilizado nos reatores foi o lodo proveniente dos reatores anaeróbios de manta de lodo (UASB), instalados na Indústria de Conservas Alimentícias Hero, ocupando, inicialmente, cerca de 1/3 do volume útil dos reatores. Para o monitoramento dos reatores foram feitas medidas diárias de pH, temperatura, vazão e produção de biogás, altura do manto de lodo e semanalmente, análises de DQO, alcalinidade, ácidos voláteis composição do piogás e sólidos totais e voláteis. Esporadicamente, foram analisadas as concentrações de nitrogênio amoniacal e ferro total nos afluentes e efluentes dos reatores. Foram feitos, também, alguns exames microbiológicos dos reatores. Foram feitos, também, alguns exames microbiológicos de amostras de lodo dos reatores, para verificação de suas características. As principais diferenças observadas no reatores ocorreram na IV fase da etapa 1 quando a taxa de carregamento orgânico foi cerca de 6Kg DQO / m3.d e a taxa de carregamento hidráulico de, aproximadamente, 2,0 m3/m3.d. Durante essa fase, a porcentagem média de metano no biogás foi 5% superior nos reatores que receberam nutrientes, e a eficiência de remoção de DQO foi 6% superior nesses reatores.As concentrações médias de ácidos voláteis , nessa fase, foram de 88 mg/l no efluente do reator de controle e de 9 e de 11 mg/l nos reatores que receberam os nutrientes. A diferencição no comportamento dos reatores ficou evidenciada às taxas de carregamento (TOC) da ordem de 5 Kg DQO / m3 .d.Esta constatação está de acordo com a afirmação de Speece (1983b) que concentrações ideais de nutrientes não são essenciais, mas deve ser feita uma compensação do processo, através do rebaixamento da taxa de carregamento orgânico (TOC), não comprometendo a eficiência do processo. As pequenas diferenças dos desempenhos dos reatores de controle e dos que receberam nutrientes, não justificam, em principio, a adição de nutrientes devido aos custos envolvidos.