Caracterização epidemiológica da brucelose bovina no Estado do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azevedo, Sérgio Santos de
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-03092007-140258/
Resumo: Foi conduzido um inquérito soroepidemiológico da brucelose bovina no Estado do Espírito Santo através de parceria firmada entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Espírito Santo (IDAF-ES) e o Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP). O Estado foi dividido em dois estratos amostrais, conforme o tipo de exploração predominante e a capacidade operacional do IDAF-ES para a condução do trabalho de campo. A amostragem foi delineada para a determinação da prevalência de propriedades positivas (focos) e de animais soropositivos para a brucelose bovina por estrato amostral. Foi realizada uma seleção aleatória de 300 propriedades (unidades primárias) por estrato amostral, e dentro das unidades primárias, foram amostradas, aleatoriamente, 10 fêmeas bovinas com idade igual ou superior a 24 meses (unidades secundárias) quando o rebanho foi constituído por até 99 fêmeas da mesma faixa etária, ou todas as fêmeas existentes nessa faixa etária se não totalizassem 10 animais; quando o rebanho foi constituído por mais de 99 fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, foram amostradas 15 fêmeas da mesma faixa etária. Ao todo foi colhido sangue de 5370 fêmeas bovinas provenientes de 636 propriedades distribuídas nos dois estratos amostrais. Na ocasião da colheita, foi aplicado um questionário epidemiológico por propriedade e as coordenadas geográficas foram obtidas com um aparelho de GPS. Para o diagnóstico sorológico da brucelose bovina, foi utilizado o teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) como prova de triagem e o teste do 2-mercaptoetanol como prova confirmatória. Uma propriedade foi considerada foco quando apresentou pelo menos um animal soropositivo. As análises realizadas foram: (a) determinação das prevalências de focos e de animais soropositivos; (b) identificação de fatores de risco para a brucelose bovina; e (c) análise de agrupamentos espaciais de focos. As prevalências de focos de brucelose bovina e de animais soropositivos no Estado do Espírito Santo foram de 9,00% [6,97% - 11,55%] e 3,53% [1,93% - 6,37%], respectivamente. No estrato amostral 1, as prevalências de focos e de animais soropositivos foram de 6,80% [4,47% - 10,21%] e 3,43% [1,33% - 8,57%], respectivamente. No estrato amostral 2, a prevalência de focos foi de 10,86% [7,86% - 14,84%] e a prevalência de animais soropositivos foi de 3,69% [2,13% - 6,33%]. Os fatores de risco para a brucelose bovina no Estado foram utilização de inseminação artificial (OR = 7,05) e confinamento/semi-confinamento dos animais (OR = 2,98). No estrato amostral 1, as propriedades com mais de 15 fêmeas com idade ≥ 24 meses (OR = 5,18), que alugam pasto (OR = 2,85) e que utilizam inseminação artificial (OR = 6,76) possuíram maior chance de serem focos. No estrato amostral 2, a existência de mais de 42 bovinos no rebanho (OR = 5,31), utilização de inseminação artificial (OR = 11,72), compra de reprodutores em exposição (OR = 16,7) e confinamento/semi-confinamento dos animais (OR = 2,99) foram os fatores mais associados com a presença da doença. A vacinação de fêmeas entre três e oito meses de idade foi um fator protetor contra a doença nos dois estratos amostrais e em todo o Estado. Não houve tendência de formação de agrupamentos espaciais de focos em relação às propriedades livres.
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spelling Caracterização epidemiológica da brucelose bovina no Estado do Espírito SantoEpidemiological characterization of bovine brucellosis in Espírito Santo State, Southeast region of BrazilAnimal brucellosisBovineBovinosBrucelose animalEpidemiologia (controle)Epidemiology (control)Foi conduzido um inquérito soroepidemiológico da brucelose bovina no Estado do Espírito Santo através de parceria firmada entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Espírito Santo (IDAF-ES) e o Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP). O Estado foi dividido em dois estratos amostrais, conforme o tipo de exploração predominante e a capacidade operacional do IDAF-ES para a condução do trabalho de campo. A amostragem foi delineada para a determinação da prevalência de propriedades positivas (focos) e de animais soropositivos para a brucelose bovina por estrato amostral. Foi realizada uma seleção aleatória de 300 propriedades (unidades primárias) por estrato amostral, e dentro das unidades primárias, foram amostradas, aleatoriamente, 10 fêmeas bovinas com idade igual ou superior a 24 meses (unidades secundárias) quando o rebanho foi constituído por até 99 fêmeas da mesma faixa etária, ou todas as fêmeas existentes nessa faixa etária se não totalizassem 10 animais; quando o rebanho foi constituído por mais de 99 fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, foram amostradas 15 fêmeas da mesma faixa etária. Ao todo foi colhido sangue de 5370 fêmeas bovinas provenientes de 636 propriedades distribuídas nos dois estratos amostrais. Na ocasião da colheita, foi aplicado um questionário epidemiológico por propriedade e as coordenadas geográficas foram obtidas com um aparelho de GPS. Para o diagnóstico sorológico da brucelose bovina, foi utilizado o teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) como prova de triagem e o teste do 2-mercaptoetanol como prova confirmatória. Uma propriedade foi considerada foco quando apresentou pelo menos um animal soropositivo. As análises realizadas foram: (a) determinação das prevalências de focos e de animais soropositivos; (b) identificação de fatores de risco para a brucelose bovina; e (c) análise de agrupamentos espaciais de focos. As prevalências de focos de brucelose bovina e de animais soropositivos no Estado do Espírito Santo foram de 9,00% [6,97% - 11,55%] e 3,53% [1,93% - 6,37%], respectivamente. No estrato amostral 1, as prevalências de focos e de animais soropositivos foram de 6,80% [4,47% - 10,21%] e 3,43% [1,33% - 8,57%], respectivamente. No estrato amostral 2, a prevalência de focos foi de 10,86% [7,86% - 14,84%] e a prevalência de animais soropositivos foi de 3,69% [2,13% - 6,33%]. Os fatores de risco para a brucelose bovina no Estado foram utilização de inseminação artificial (OR = 7,05) e confinamento/semi-confinamento dos animais (OR = 2,98). No estrato amostral 1, as propriedades com mais de 15 fêmeas com idade ≥ 24 meses (OR = 5,18), que alugam pasto (OR = 2,85) e que utilizam inseminação artificial (OR = 6,76) possuíram maior chance de serem focos. No estrato amostral 2, a existência de mais de 42 bovinos no rebanho (OR = 5,31), utilização de inseminação artificial (OR = 11,72), compra de reprodutores em exposição (OR = 16,7) e confinamento/semi-confinamento dos animais (OR = 2,99) foram os fatores mais associados com a presença da doença. A vacinação de fêmeas entre três e oito meses de idade foi um fator protetor contra a doença nos dois estratos amostrais e em todo o Estado. Não houve tendência de formação de agrupamentos espaciais de focos em relação às propriedades livres.As result of a partnership joining the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), the Animal and Plant Health Institute of the State of Espírito Santo (IDAF-ES) and the Department of Preventive Veterinary Medicine and Animal Health (VPS) of the Faculty of Veterinary Medicine and Zootechny (FMVZ) of the University of São Paulo (USP), a seroepidemiological survey of bovine brucellosis was conducted in State of Espírito Santo, Southeast region of Brazil. The State was stratified in two sampling strata according to the predominant farm enterprise and the operational capacity of the IDAF-ES to conducting the field work. The sampling was delineated for the determination of the prevalence of positive herds and seropositive animals for bovine brucellosis per sampling stratum. It was made a random selection of 300 herds (primary units) per sampling stratum, and inside the primary units, if the herd was constituted by up to 99 cows over 24 months of age, 10 cows of the same age (secondary units) were randomly sampled, or all existing cows if they did not totalize 10 cows; if the herd was constituted by more than 99 cows over 24 months of age, 15 cows of the same age were randomly sampled. A total of 5370 blood samples of cows from 636 herds distributed in the sampling strata were collected. On the occasion of the blood collection, an epidemiological questionnaire was applied in each herd and the geographical coordinates were obtained with a GPS. For the serological diagnosis, the Rose Bengal Test was applied as a screening method and the 2-mercaptoetanol test as a confirmatory method. Herds with at least one test-positive animal were considered positive. The following analyses were carried out: (a) determination of the prevalence of positive herds and eropositive animals; (b) identification of risk factors for bovine brucellosis; and (c) spatial clustering analysis of positive herds. The prevalence of positive herds and seropositive animals in the State of Espírito Santo were 9.00% [6.97% - 11.55%] and 3.53% [1.93% - 6.37%], respectively. In sampling stratum 1, the prevalence of positive herds and seropositive animals were 6.80% [4.47% - 10.21%] and 3.43% [1.33% - 8.57%], respectively. In sampling stratum 2, the prevalence of positive herds was 10.86% [7.86% - 14.84%] and the prevalence of seropositive animals was 3.69% [2.13% - 6.33%]. The risk factors for bovine brucellosis in State were utilization of artificial insemination (OR = 7.05) and intensive/semi-intensive management systems (OR = 2.98). In sampling stratum 1, herds with more than 15 cows over 24 months of age (OR = 5.18), which rent pasturage (OR = 2.85) and that use artificial insemination (OR = 6.76) presented larger chance of being positive. The risk factors for bovine brucellosis in sampling stratum 2 were: existence of more than 42 bovine in the herd (OR = 5.31), utilization of artificial insemination (OR = 11.72), purchase of bovine reproducers in exhibitions (OR = 16.7) and intensive/semi-intensive management systems (OR = 2.99). The vaccination of heifers between three and eight months of age was a protective factor against the disease in the sampling strata and in State. 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