Ventilação periódica durante vigília prediz a respiração de Cheyne-Stokes durante o sono em pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Adelaide Cristina de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-16122008-173100/
Resumo: Introdução: Os distúrbios respiratórios do sono na forma de apnéia central associada à respiração de Cheyne-Stokes (RCS) e apnéia obstrutiva do sono (AOS), são comuns nos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e podem contribuir para morbimortalidade. A RCS é uma forma exagerada de ventilação periódica (VP) na qual apnéias centrais alternam com períodos de hiperventilação. Em contraste, a AOS resulta em um colapso completo ou parcial da via aérea superior recorrente durante o sono. Objetivo: Fizemos à hipótese que VP durante vigília prediz a RCS durante o sono em pacientes com IC. Métodos: Estudamos pacientes do ambulatório de Cardiopatia Geral, do Instituto do Coração (InCor), recrutados no período de 2001 a 2003, submetidos a avaliação clínica e ecocardiográfica. Os pacientes foram submetidos à monitoração do padrão respiratório em posição supina, com luz acesa por 10 minutos, imediatamente antes do início de registro do sono por polissonografia noturna. Na manhã seguinte, o padrão respiratório foi monitorado por 10 minutos em repouso, os pacientes permaneciam sentados, seguido por teste de exercício cardiopulmonar em bicicleta ergométrica, com medida de fração expirada de CO2 e relação ventilação/CO2 (VE/VCO2). A presença dos distúrbios respiratórios do sono foi determinada através de polissonografia (índice de apnéia-hipopnéia 15 eventos/hora), os pacientes foram divididos nos grupos sem Distúrbio Respiratório do Sono (sem DRS), RCS e AOS. Os resultados estão apresentados como média ± desvio padrão. Resultados: Foram incluídos no estudo 47 pacientes, 5 foram excluídos por falta de coordenação motora e incapacidade de realizar o teste de exercício em bicicleta. O grupo final se constituiu de 42 pacientes (67% masculino, idade = 62±9 anos, fração de ejeção ventricular esquerda = 35±6%), sendo 22 do grupo sem DRS, 11 do grupo RCS e 9 do grupo AOS. Não houve diferenças significativas nos grupos nos parâmetros antropométricos e fração de ejeção ventricular esquerda. O grupo RCS apresentou maior proporção de classe funcional III e IV (p=0,03), menor pressão parcial de dióxido de carbono em repouso (p=0,01) e maior inclinação da curva de relação da ventilação versus produção de dióxido de carbono (VE/VCO2) (p=0,03) do que os grupos sem DRS e AOS. A VP durante a vigília foi presente em 19%, 31% e 36% antes, durante o exercício e antes do sono, respectivamente. Entre os pacientes, a VP durante a vigília (independente do momento) foi presente em 91% nos pacientes com RCS e significativamente menor em 18% e 22% nos pacientes sem DRS e AOS, respectivamente (p<0,001). Ao contrário, entre os pacientes com VP, o sono se caracterizou como sem DRS, RCS e AOS em 25%, 63% e 13% (p<0,05). A sensibilidade e especificidade da VP antes do exercício (sentado) e VP antes do sono (posição supina) para prever RCS foi de 56 e 88% e 91 e 84%, respectivamente. Conclusões: A VP durante a vigília, tanto antes do exercício como antes do sono, prevê a presença da RCS. A presença da VP na vigília não está associada com a AOS. A monitoração do padrão respiratório durante a vigília é um teste simples que pode ser empregado para prever a presença da RCS em pacientes com IC
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Objetivo: Fizemos à hipótese que VP durante vigília prediz a RCS durante o sono em pacientes com IC. Métodos: Estudamos pacientes do ambulatório de Cardiopatia Geral, do Instituto do Coração (InCor), recrutados no período de 2001 a 2003, submetidos a avaliação clínica e ecocardiográfica. Os pacientes foram submetidos à monitoração do padrão respiratório em posição supina, com luz acesa por 10 minutos, imediatamente antes do início de registro do sono por polissonografia noturna. Na manhã seguinte, o padrão respiratório foi monitorado por 10 minutos em repouso, os pacientes permaneciam sentados, seguido por teste de exercício cardiopulmonar em bicicleta ergométrica, com medida de fração expirada de CO2 e relação ventilação/CO2 (VE/VCO2). A presença dos distúrbios respiratórios do sono foi determinada através de polissonografia (índice de apnéia-hipopnéia 15 eventos/hora), os pacientes foram divididos nos grupos sem Distúrbio Respiratório do Sono (sem DRS), RCS e AOS. Os resultados estão apresentados como média ± desvio padrão. Resultados: Foram incluídos no estudo 47 pacientes, 5 foram excluídos por falta de coordenação motora e incapacidade de realizar o teste de exercício em bicicleta. O grupo final se constituiu de 42 pacientes (67% masculino, idade = 62±9 anos, fração de ejeção ventricular esquerda = 35±6%), sendo 22 do grupo sem DRS, 11 do grupo RCS e 9 do grupo AOS. Não houve diferenças significativas nos grupos nos parâmetros antropométricos e fração de ejeção ventricular esquerda. O grupo RCS apresentou maior proporção de classe funcional III e IV (p=0,03), menor pressão parcial de dióxido de carbono em repouso (p=0,01) e maior inclinação da curva de relação da ventilação versus produção de dióxido de carbono (VE/VCO2) (p=0,03) do que os grupos sem DRS e AOS. A VP durante a vigília foi presente em 19%, 31% e 36% antes, durante o exercício e antes do sono, respectivamente. Entre os pacientes, a VP durante a vigília (independente do momento) foi presente em 91% nos pacientes com RCS e significativamente menor em 18% e 22% nos pacientes sem DRS e AOS, respectivamente (p<0,001). Ao contrário, entre os pacientes com VP, o sono se caracterizou como sem DRS, RCS e AOS em 25%, 63% e 13% (p<0,05). A sensibilidade e especificidade da VP antes do exercício (sentado) e VP antes do sono (posição supina) para prever RCS foi de 56 e 88% e 91 e 84%, respectivamente. Conclusões: A VP durante a vigília, tanto antes do exercício como antes do sono, prevê a presença da RCS. A presença da VP na vigília não está associada com a AOS. A monitoração do padrão respiratório durante a vigília é um teste simples que pode ser empregado para prever a presença da RCS em pacientes com ICIntroduction: Sleep disordered breathing in the form of central sleep apnea and Cheyne-Stokes respiration (CSR) and obstructive sleep apnea (OSA) are common among heart failure (HF) patients and can independently contribute to morbimortality. CSR is an exaggerated form of periodic breathing (PB) in which central apneas alternate with periods of hyperventilation. In contrast, OSA results from recurrent collapse of upper airway during sleep. Objective: We hypothesize that PB while awake predicts CSR during sleep in patients with HF. Methods: Patients were recruited from one outpatient heart failure clinic (Instituto do Coração, InCor) in the period 2001 until 2003. All patients were submitted respiratory monitoring, for 10 minutes while awake in supine position immediately before overnight polysomnography. In the next morning, the patients were monitored for 10 minutes while sitting in a comfortable chair at rest, followed by cardiopulmonary exercise tests (electromagnetic-braked cycle). The presence of sleep disordered breathing was determined through polysomnography (apnea-hypopnea index 15 events/hour). The patients were divided according to the respiratory pattern during sleep in no-Sleep Disordered Breathing (no-SDB), CSR and OSA. Results: Forty seven patients were included in the study, 5 were excluded because of inability to perform exercise. The final group consisted of 42 patients (67% males, age: 62±9 yr, left ventricular ejection fraction: 35±6%). There were 22 in the no-SDB group, 11 in the CSR group and 9 in the OSA group. There were no significant differences among groups regarding anthropometric measurements and left ventricular ejection fraction. The CSR group presented a significantly increased proportion of NYHA functional class III-IV (p=0.03), lower PETCO2 (p=0.01) and increased VE/VCO2 slope (p=0.03) than no-SDB and OSA groups. PB while awake was present 19%, 31% e 36% before and during exercise and before sleep, respectively. Among patients with no-SDB, CSR and OSA, PB while awake was present in 18%, 91% and 22% (p<0.001). Conversely, among patients with PB while awake, the patients were classified as no-SDB, CSR and OSA in 25%, 63% and 13% (p<0.05). PB while awake before exercise and before sleep had sensitivity and specificity to predict the presence CSR of 56 and 88 % and 91 and 84 %, respectively. Conclusions: PB while awake is tightly linked and predicts CSR during sleep, but not OSA. PB while awake can have use in a simple test for to predict the presence of CSR in patients with HFBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPLorenzi Filho, GeraldoFigueiredo, Adelaide Cristina de2008-10-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-16122008-173100/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-16122008-173100Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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