Risco e Barebacking: reflexões
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-19072018-100016/ |
Resumo: | Hoje em dia o conhecimento relacionado à aids é maior do que no início da epidemia no Brasil, na década de 80. Ao longo dos anos, as campanhas de prevenção em relação às infecções sexualmente transmissíveis têm insistido quanto ao uso do preservativo como a única forma de evitar doenças, especialmente a aids. No entanto, a divulgação deste conhecimento parece não ser suficiente para uma mudança de posição em relação à prevenção. Algumas pessoas, embora conhecedoras dos riscos, acabam mantendo relações sexuais sem o uso da camisinha, em uma prática conhecida como barebacking. Essa atividade sexual, conhecida mais comumente como sexo anal desprotegido, surgiu na década de 90 entre a população homossexual dos Estados Unidos, mas difundiu-se para outros países, chegando ao Brasil. Assim, o objetivo deste trabalho foi buscar compreender a exposição ao risco de contrair aids por meio de uma atividade que tem como proposta a retirada da camisinha. Nosso interesse era entender que aspectos psicológicos estariam por trás do comportamento de risco neste contexto da aids e das relações sexuais sem preservativo. Para a coleta do material realizamos entrevistas abertas com 5 rapazes homossexuais praticantes do sexo bare. As análises dos dados nos fizeram pensar no barebacking como uma prática transgressiva que fomenta a onipotência narcísica do sujeito. Como transgressão, o barebacking representa uma sexualidade de acesso ilimitado ao prazer, justamente pela retirada da camisinha. O risco, nestes casos, é parte importante da diversão por encarnar a possibilidade de jogar entre o cuidado e o perigo, recuperando o erotismo como espaço de soberania do sujeito |
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Hoje em dia o conhecimento relacionado à aids é maior do que no início da epidemia no Brasil, na década de 80. Ao longo dos anos, as campanhas de prevenção em relação às infecções sexualmente transmissíveis têm insistido quanto ao uso do preservativo como a única forma de evitar doenças, especialmente a aids. No entanto, a divulgação deste conhecimento parece não ser suficiente para uma mudança de posição em relação à prevenção. Algumas pessoas, embora conhecedoras dos riscos, acabam mantendo relações sexuais sem o uso da camisinha, em uma prática conhecida como barebacking. Essa atividade sexual, conhecida mais comumente como sexo anal desprotegido, surgiu na década de 90 entre a população homossexual dos Estados Unidos, mas difundiu-se para outros países, chegando ao Brasil. Assim, o objetivo deste trabalho foi buscar compreender a exposição ao risco de contrair aids por meio de uma atividade que tem como proposta a retirada da camisinha. Nosso interesse era entender que aspectos psicológicos estariam por trás do comportamento de risco neste contexto da aids e das relações sexuais sem preservativo. Para a coleta do material realizamos entrevistas abertas com 5 rapazes homossexuais praticantes do sexo bare. As análises dos dados nos fizeram pensar no barebacking como uma prática transgressiva que fomenta a onipotência narcísica do sujeito. Como transgressão, o barebacking representa uma sexualidade de acesso ilimitado ao prazer, justamente pela retirada da camisinha. O risco, nestes casos, é parte importante da diversão por encarnar a possibilidade de jogar entre o cuidado e o perigo, recuperando o erotismo como espaço de soberania do sujeito |
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