"Estudo clínico-epidemiológico sobre a hantavirose na região de Ribeirão Preto, SP"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Gelse Mazzoni
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-13052004-082718/
Resumo: As hantaviroses são zoonoses de roedores silvestres que causam doenças humanas graves: febre hemorrágica com síndrome renal na Ásia e Europa, com letalidade de 10 a 12% e no continente americano causam a Síndrome Pulmonar e Cardiovascular por Hantavirus (SPCVH), letalidade de 59%. Os Hantavirus (família Bunyaviridae) são vírus envelopados que medem aproximadamente 120 nm, possuem RNA de fita simples e polaridade negativa, dividida em 3 segmentos (L, M e S) que se replicam no citoplasma. A infecção humana relaciona-se à inalação de aerossóis de excretas de roedores infectados com Hantavirus, embora existam relatos de transmissão interpessoal na América do Sul. No Estado de São Paulo, os roedores infectados mais encontrados foram o “rato do rabo peludo" (Bolomys lasiurus), o “rato da mata" (Akodon cursor) e o “ratinho do arroz" (Oligoryzomys negrips). Desde os 3 primeiros casos de hantavirose descritos no Brasil (1993) com indivíduos moradores da área rural de Juquitiba, SP, evidenciando o primeiro surto conhecido de SPCVH, mais de uma centena de casos da SPCVH foram notificados, causando 60 óbitos (letalidade de 46%). Na região de Ribeirão Preto, ocorreram quatorze casos de SPCVH de 1998 a 2001, com letalidade de 64,2%, o que motivou este trabalho. Um primeiro objetivo deste trabalho foi estudar aspectos clínicos e epidemiológicos dos casos de hantavirose ocorridos na região de Ribeirão Preto, de 1998 a 2001, para conhecer o comportamento das hantaviroses nesta região. Analisando e acompanhando prontuários de 14 pacientes com SPCVH, observou-se febre (100% dos casos), estertores pulmonares, dispnéia e tosse (64,2%), taquicardia acompanhada de hipotensão (64,2%), cefaléia e sintomas digestivos (57%), adinamia e indisposição geral (50%), fenômenos hemorrágicos (28,5%), mialgia (21,4%) e convulsão (7,5%). No perfil laboratorial, a plaquetopenia <130000/mm3 (100%), hematócrito >55%, (78,6%); leucocitose >15000/mm3 (64,2%), neutrofilia >7000/ mm3 e bastonetes >600 cels/mm3 (64,2%), creatinina sérica >1,5mg/100ml (63,6%) e PO2 <70 mmHg (54,5%). O diagnóstico laboratorial das hantaviroses foi feito por ELISA para IgM e IgG anti Sin Nombre após a alta. Houve diferença significativa entre casos fatais e sobreviventes, quanto à época de suspeita diagnóstica de hantavirose (p=0,0152) e quanto ao uso de hidratação parenteral (p=0,0152): nos sobreviventes, a suspeita diagnóstica de SPCVH foi feita entre o 1º e o 2º dia de internação e, nos casos fatais, a suspeita foi feita apenas na necropsia. Existe uma correlação significativa entre o volume de infusão endovenosa de líquidos &#61619; 2500 ml, nas primeiras 24h de tratamento, e a evolução dos casos para o óbito. A oxigenação precoce, ventilação mecânica, assim como o uso de aminas vasoativas e o de corticosteróides não tiveram associação com sobrevida e a presença de choque não teve associação com óbito. O segundo objetivo foi estudar a prevalência de anticorpos para Hantavirus na população de Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto, SP. Em estudo prévio entre cidades da região de Ribeirão Preto, obteve-se maior índice de prevalência sorológica (4,5%) para Hantavirus naquele município. Através de coleta aleatória em parte da área rural e em toda a área urbana, obtivemos 818 amostras de sangue de moradores entre 15 e 70 anos, por digitopuntura em papel de filtro, dos quais coletamos dados relevantes como idade, sexo, cor, procedência, atividade profissional, endereço, telefone; moléstia atual, medicamentos em uso, pneumonia grave pregressa, tipo de moradia, número de moradores na casa, esgoto, coleta de lixo, celeiro, contato com roedores. Essas amostras foram processadas nas diluições 1/50, 1/100, 1/400 e 1/1600 e submetidas ao ELISA indireto para detecção de IgG para Hantavirus Andes. Os resultados foram analisados pelo teste de Fisher e teste do Qui-quadrado, utilizando o programa InStat 3.0 (GraphPad Software Inc, USA) e para &#945; de 5%, com intervalo de confiança de 95%. A positividade geral foi de 14,3% com ELISA à diluição 1/50, na zona urbana foi de 15,3% e na zona rural de 6,5%, demonstrando alta representatividade para a população do município de Jardinópolis. Entre moradores de zona urbana e rural, a positividade para Hantavirus foi significativamente maior para os moradores urbanos (p= 0,0183). E entre as diferentes faixas etárias com a das restantes, observou-se diminuição significativa para a faixa etária de 21 a 30 anos (p= 0,0117) e aumentada para a de 31 a 40 anos (p= 0,0036). Não houve diferença significativa de positividade para Hantavirus observada nos homens e nas mulheres (p= 0,0892), nem para indivíduos com atividade profissional urbana e rural (p=0,8799), nem com os indivíduos que referiram pneumonia grave (p= 0,6096) e da mesma forma nos indivíduos que declararam contato com roedores (p= 0,4842). Assim como não houve associação entre títulos de 100 e 400 para as mesmas características analisadas.
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No Estado de São Paulo, os roedores infectados mais encontrados foram o “rato do rabo peludo" (Bolomys lasiurus), o “rato da mata" (Akodon cursor) e o “ratinho do arroz" (Oligoryzomys negrips). Desde os 3 primeiros casos de hantavirose descritos no Brasil (1993) com indivíduos moradores da área rural de Juquitiba, SP, evidenciando o primeiro surto conhecido de SPCVH, mais de uma centena de casos da SPCVH foram notificados, causando 60 óbitos (letalidade de 46%). Na região de Ribeirão Preto, ocorreram quatorze casos de SPCVH de 1998 a 2001, com letalidade de 64,2%, o que motivou este trabalho. Um primeiro objetivo deste trabalho foi estudar aspectos clínicos e epidemiológicos dos casos de hantavirose ocorridos na região de Ribeirão Preto, de 1998 a 2001, para conhecer o comportamento das hantaviroses nesta região. Analisando e acompanhando prontuários de 14 pacientes com SPCVH, observou-se febre (100% dos casos), estertores pulmonares, dispnéia e tosse (64,2%), taquicardia acompanhada de hipotensão (64,2%), cefaléia e sintomas digestivos (57%), adinamia e indisposição geral (50%), fenômenos hemorrágicos (28,5%), mialgia (21,4%) e convulsão (7,5%). No perfil laboratorial, a plaquetopenia <130000/mm3 (100%), hematócrito >55%, (78,6%); leucocitose >15000/mm3 (64,2%), neutrofilia >7000/ mm3 e bastonetes >600 cels/mm3 (64,2%), creatinina sérica >1,5mg/100ml (63,6%) e PO2 <70 mmHg (54,5%). O diagnóstico laboratorial das hantaviroses foi feito por ELISA para IgM e IgG anti Sin Nombre após a alta. Houve diferença significativa entre casos fatais e sobreviventes, quanto à época de suspeita diagnóstica de hantavirose (p=0,0152) e quanto ao uso de hidratação parenteral (p=0,0152): nos sobreviventes, a suspeita diagnóstica de SPCVH foi feita entre o 1º e o 2º dia de internação e, nos casos fatais, a suspeita foi feita apenas na necropsia. Existe uma correlação significativa entre o volume de infusão endovenosa de líquidos &#61619; 2500 ml, nas primeiras 24h de tratamento, e a evolução dos casos para o óbito. A oxigenação precoce, ventilação mecânica, assim como o uso de aminas vasoativas e o de corticosteróides não tiveram associação com sobrevida e a presença de choque não teve associação com óbito. O segundo objetivo foi estudar a prevalência de anticorpos para Hantavirus na população de Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto, SP. Em estudo prévio entre cidades da região de Ribeirão Preto, obteve-se maior índice de prevalência sorológica (4,5%) para Hantavirus naquele município. Através de coleta aleatória em parte da área rural e em toda a área urbana, obtivemos 818 amostras de sangue de moradores entre 15 e 70 anos, por digitopuntura em papel de filtro, dos quais coletamos dados relevantes como idade, sexo, cor, procedência, atividade profissional, endereço, telefone; moléstia atual, medicamentos em uso, pneumonia grave pregressa, tipo de moradia, número de moradores na casa, esgoto, coleta de lixo, celeiro, contato com roedores. Essas amostras foram processadas nas diluições 1/50, 1/100, 1/400 e 1/1600 e submetidas ao ELISA indireto para detecção de IgG para Hantavirus Andes. Os resultados foram analisados pelo teste de Fisher e teste do Qui-quadrado, utilizando o programa InStat 3.0 (GraphPad Software Inc, USA) e para &#945; de 5%, com intervalo de confiança de 95%. A positividade geral foi de 14,3% com ELISA à diluição 1/50, na zona urbana foi de 15,3% e na zona rural de 6,5%, demonstrando alta representatividade para a população do município de Jardinópolis. Entre moradores de zona urbana e rural, a positividade para Hantavirus foi significativamente maior para os moradores urbanos (p= 0,0183). E entre as diferentes faixas etárias com a das restantes, observou-se diminuição significativa para a faixa etária de 21 a 30 anos (p= 0,0117) e aumentada para a de 31 a 40 anos (p= 0,0036). Não houve diferença significativa de positividade para Hantavirus observada nos homens e nas mulheres (p= 0,0892), nem para indivíduos com atividade profissional urbana e rural (p=0,8799), nem com os indivíduos que referiram pneumonia grave (p= 0,6096) e da mesma forma nos indivíduos que declararam contato com roedores (p= 0,4842). Assim como não houve associação entre títulos de 100 e 400 para as mesmas características analisadas. The hantaviruses are zoonoses of wild rodents that cause serious human diseases: hemorrhagic fever with renal syndrome in Asia and Europe (10 to 12% lethality rates) and Pulmonary and Cardiovascular Syndrome in the American continent (HPCVS - 59% lethality rate). Hantaviruses (family Bunyaviridae) are enclosing viruses that measure 120 nm approximately, they possess RNA of simple ribbon and negative sense, divided in 3 segments (L, M and S) that are replication in the cytoplasm. The human infection links to the inhalation of aerosols of Hantavirus infected rodents excretes, although reports of person-to-person transmission exist in South America. In the State of São Paulo the infected rodents found were the Bolomys lasiurus, the Akodon cursor and the Oligoryzomys negrips. From the first 3 cases of hantaviruses described in Brazil (1993) with individuals inhabitants of the rural area of Juquitiba, SP, evidencing the first well-known supplies of HPCVS, more than a hundred cases have been notified in Brazil, causing 60 deaths (of 46% lethality rate). There have been fourteen cases of HPCVS since1998 to 2001 with of 64,2% letality rate, in the Ribeirão Preto area what motivated this work. One of the objectives was clinical and epidemic aspects studies of the cases of hantaviruses that happened in the Area of Ribeirão Preto, from 1998 to 2001, to know the behavior of the hantavirusess in this area. Analyzing and accompanying patient medical records of 14 patients with HPCVS, fever was observed (100% of the cases), disnea and coughs (64,2%), accompanied of arterial hipotension, tachicardia (64,2%), migraine and digestive symptoms (57%); adynamic and general weakness (50%), hemorrhagic phenomenons (28,5%), mialgia (21,4%) and convulsion (7,5%). In the laboratorial profile the platelets count <130000/mm3 (100%), hematocrit> 55%, (78,6%); leucocytosis > 15000/mm3 (64,2%), neutrofilia >7000 / mm3 and small sticks> 600 cels / mm3 (64,2%), creatinine serical level > 1,5mg/100ml (63,6%) and PO2 <70 mmHg (54,5%). The diagnosis laboratorial of the hantaviruses was made by ELISA for IgM and IgG anti Sin Nombre after the discharge. There was significant difference among fatal and surviving cases, as the hantaviruses diagnosis suspicious (p=0,0152) and parenteral hydratation (p=0,0152): in the survivors, the HPCVS diagnosis suspicious was made between the 1st and the 2nd day of internment and the fatal cases, the suspicion was just made to the necropsies. Among infusion of liquid EV ³ over 2500 ml in the first 24 hours of treatment and evolution for the death. The precocious oxygen support, mechanics ventilation, as well as the use of vasoatives amines and the one of corticosteróides, did not have association with survival and the shock presence did not have association with death. The second objective was to antibodies for Hantavirus prevalence studies in the Area of Ribeirão Preto, in the population of Jardinópolis, SP. In the previous study among cities in that area it was obtained larger index of serologic prevalence (4,5%) for Hantavirus, it was in the Jardinópolis county Through ramdomised collection partly of the rural area and whole urban area, we obtained 818 samples of blood, inhabitants between 15 and 70 years, for digital puncture in filter paper and important data as age, gender, color, origin, professional activity, address, telephone; current disease, medications in use, pneumonia serious, dwelling type, number of inhabitants in the house, sewer, collects of garbage, barn, contact with rodents. These samples were processed, in the dilutions 1/50, 1/100, 1/400 and 1/1600. and submitted to indirect ELISA for detection of IgG for Hantavirus Los Andes. The results were analyzed by Fisher and Qui-square tests, using the InStat 3.0 program (GraphPad.Software Inc, USA) and for the one of 5%, with interval of trust of 95%. The general positivity rated 14,3% with ELISA (at title 50), urban zone (15,3%) and in rural zone 6,5% and they demonstrated high rates for the population of the Jardinópolis county. Comparing the positivity rates for Hantavirus between urban and rural zone inhabitants was significantly larger for the urban inhabitants (p = 0,0183). Significant increase was observed for the age group of 21 to 30 years (p = 0,0117) and for the one of 31 to 40 years (p = 0,0036) among different age groups. There was not significant difference of positivist for Hantavirus between men and women (p = 0,0892); nor for individuals with urban and rural professional activity (p=0,8799), neither for the individuals that referred serious pneumonia (p = 0,6096) as well as in the individuals that declared contact with rodents (p = 0,4842). There was not association among titles of 100 and 400 for Hantavirus with gender, local of habitation, contact with rodents and pneumonia serious. Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFigueiredo, Luiz Tadeu MoraesCampos, Gelse Mazzoni2002-11-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-13052004-082718/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-16T20:48:23Zoai:teses.usp.br:tde-13052004-082718Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-16T20:48:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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